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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 06, 2014

SUCESSO TOTAL DA COPA DESMORALIZA E ARRASA COM A IMAGEM DE POLITICOS E JORNALISTAS QUE SEMEAVAM O CAOS

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Mais previsões insustentáveis sobre a Copa


Mãe Dinah morreu, mas seu legado permanece vivíssimo em nossos corações. Como vocês já sabem, muita gente abusou da clarividência desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. E pra ilustrar esse grande momento da vida brasileira, fiz uma seleção com as previsões mais furadas.
Mr. Botox se desmoralizou em nível estadual,nacional e internacional com suas previsões ridículas sobre o Brasil e a copa
O senador Álvaro Dias apostou alto no fracasso do Brasil. Mesmo depois que sua assessoria passou vexame ao denunciar propaganda subliminar comunista no clipe oficial da Copa, o tucano continuou empenhado em apontar o inevitável fracasso do país na organização do evento. Confira trechos do seu pronunciamento em março no plenário:

"É uma tragédia a organização da Copa do Mundo no Brasil (...) o noticiário internacional dá conta de que os dirigentes da FIFA se arrependem amargamente de ter escolhido o Brasil para sediar essa Copa. Chegam a afirmar nos bastidores da entidade que provavelmente será a pior Copa da história em matéria de organização e resultados. Mas a Copa é o maior espetáculo midiático do mundo, que está sendo pessimamente aproveitado pelo Brasil. Desejaram a realização da Copa do Mundo, mas não souberam o que fazer com essa primazia e estão desperdiçando uma oportunidade preciosa de demonstrar competência, capacidade de organização e, sobretudo, capacidade de vender bem uma imagem positiva do nosso País”
Eram muitas as certezas. Soninha Francine também fazia suas apostas:
Álvaro e Soninha são políticos de oposição e até engolimos toda essa fé no catastrofismo. Mas agora vamos falar do empresariado e suas expectativas com relação a nossa capacidade em organizar o evento. Trago como exemplo João Doria Jr, empresário e apresentador de TV, que também trabalha como uma espécie de agitador empresarial, promovendo encontros, debates, palestras e desfiles de cachorrinhos em Campos do Jordão. Vejamos como João lamentava a vergonha que daríamos na Copa:
Em entrevista ao R7, Doria também afirmou com muita tristeza:

"Brasil não está pronto em absolutamente nada. (...) nós não vamos ter aeroportos em condições plenas de receber os jogos da Copa do Mundo e teremos dificuldades no caso do Rio de Janeiro"
Iniciados os jogos, o jornal inglês Telegraph avaliou 6 aeroportos, considerou a maioria deles "excelente" e "lamentou as histórias de terror pré-Copa".
Depois que a bola rolou, parece que o empresário descobriu pelo menos um bom legado da Copa. Tanto que ontem reuniu empresários para conversar com o ministro do Turismo sobre o legado turístico:
Mas não podemos culpar apenas políticos e empresários ligados a políticos. Muitos jornalistas também deram sua contribuição para o clima de vexame antecipado. Além de Jabor, Ana Paula Padrão também andou morrendo de vergonha pelos cantos:
A jornalista contou que programou suas férias para fora do país durante a competição, pois não queria presenciar a "falta de organização" e nossa "incapacidade de planejamento". Mas parece que a vergonha passou. No jogo contra o Chile, Ana já estava de volta ao "país do puxadinho", empolgadíssima com a atuação de Júlio Cesar.
A veterana  coroa do jornalismo 'cuspiu' no sucesso do Brasil, mas depois voltou de fininho...

O cidadão comum esteve durante anos sitiado por esse pessimismo avassalador, que contaminou também a imprensa internacional. Depois de entrar na onda, publicações estrangeiras agora fazem mea-culpa e aplaudem o sucesso do evento no Brasil.
Além da tão falada hospitalidade, o país se mostrou bem estruturado para sediar um evento desse porte. Os brasileiros, mesmo com todos os seus já conhecidos problemas, driblaram o negativismo e mostraram sua cara ao mundo. Apesar dessa busca incessante de alguns por um ethos sueco, o povo do "puxadinho" mostrou que está dando conta do recado.
Francesa manda recado para os profetas do apocalipse. (20/06/14 - jogo entre França e Suíça)

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