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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 13, 2014

Gilberto Gil: ‘A maconha ajudou a minha música’ e ‘a legalização é necessária’


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Para quem já declarou que usou muita maconha até os 50 anos de idade, hoje com 71 anos, o Ex-ministro da Cultura Gilberto Gil dispara: ‘A maconha ajudou a minha música’, auxiliando no seu trabalho como músico, além de acreditar que toda sociedade deveria estar preparada para legalização. As informações são da Yahoo!

O cantor Gilberto Gil, 71, abriu o jogo e revelou que o uso da maconha já o auxiliou no seu trabalho como músico.
“A maconha ajudou a minha música, sempre digo isso com toda a certeza. A maconha me ajudou pela criatividade, pelo modo do seu uso. Para o tipo de uso que eu queria fazer, ela me ajudou, sim”, disparou o famoso à revista “Quem“.
Ainda falando sobre drogas, o baiano afirmou que é a favor da legalização desses tipos de substâncias. “A legalização é mais benéfica do que a manutenção das drogas como questão criminal. Os malefícios causados pela criminalização são maiores do que os malefícios causados pelo uso. O uso monitorado, transformado em questão de saúde pública, diminuiria os malefícios na segurança pública”, opinou.
Quando questionado se a América Latina está preparada para a legalização das drogas, como recentemente ocorreu no Uruguai, Gil enfatiza que, ” Qualquer sociedade deveria estar. As declarações a favor da legalização têm sido feitas por múltiplas personalidades no mundo inteiro. Isso vem crescendo de forma interessante junto à percepção de que a legalização é necessária”.
Em plena atividade aos 71 anos de idade, Gilberto Gil também comentou como faz para cuidar da saúde. “Faço o que for preciso para ficar mais bonito. Não chego a ser metrossexual, pelo que sei dessa definição. Não chego a tanto (risos). Gosto de manter o peso adequado, a musculatura em forma e faço ginástica”. Apesar disso, o cantor disse que nunca se deixou dominar pela vaidade. “Guardo minha vaidade no espelho do meu quarto”.
*smokebuddies

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