Projetos de infraestrutura social poderão ter investimento do Banco do Brics
Em entrevista concedida à emissora de televisão Al Jazeera, do Catar, a presidenta Dilma Rousseff ressaltou a importância da criação do Banco de Desenvolvimento do Brics, um dos principais pontos discutidos na VI Cúpula do Brics, nos dias 15 e 16 de julho, em Fortaleza.
Durante conversa com jornalista Gabriel Elizondo, Dilma falou ainda sobre política externa brasileira, economia e, claro, a Copa do Mundo de 2014.
Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista.
Copa do Mundo
Eu acredito que o Brasil se superou ao organizar essa Copa. E eu te diria que nós teríamos de ter a nota máxima, vou te explicar por quê. (…) Nós não superamos só as questões concretas como garantir estádios prontos, aeroportos funcionando plenamente, uma segurança bastante firme, no que se refere à proteção das diferentes seleções e dos chefes de Estado que vieram nos visitar, mas também superamos uma campanha negativa contra a Copa do Mundo no Brasil.
Eu acredito que o Brasil se superou ao organizar essa Copa. E eu te diria que nós teríamos de ter a nota máxima, vou te explicar por quê. (…) Nós não superamos só as questões concretas como garantir estádios prontos, aeroportos funcionando plenamente, uma segurança bastante firme, no que se refere à proteção das diferentes seleções e dos chefes de Estado que vieram nos visitar, mas também superamos uma campanha negativa contra a Copa do Mundo no Brasil.
Investimento na Copa
Tudo o que nós investimos na Copa do Mundo vai ficar no Brasil, vai ficar para os brasileiros. Até porque o que as pessoas levam do Brasil, quando saem daqui, depois da Copa, o bom tratamento que nós demos, elas não levam estádios, não levam aeroportos nas suas malas. Então eu queria te dizer que há um ganho imenso para o Brasil em ter feito essa Copa do Mundo.
Tudo o que nós investimos na Copa do Mundo vai ficar no Brasil, vai ficar para os brasileiros. Até porque o que as pessoas levam do Brasil, quando saem daqui, depois da Copa, o bom tratamento que nós demos, elas não levam estádios, não levam aeroportos nas suas malas. Então eu queria te dizer que há um ganho imenso para o Brasil em ter feito essa Copa do Mundo.
Se você considerar de 2010 até 2013, o Brasil, em Educação e Saúde, gastou mais de US$ 850 bilhões. Os US$ 4 bilhões gastos para fazer os estádios é algo muito pouco significativo, no que se refere ao gasto geral.
Economia
A crise internacional, que começa em 2008, atinge de forma profunda os países desenvolvidos, e os países emergentes vão sofrer os efeitos da crise depois de 2011, ela começa em 2008, permanece presente na União Europeia e mesmo nos Estados Unidos e, nos países emergentes, ela vai ficar mais séria agora.
A crise internacional, que começa em 2008, atinge de forma profunda os países desenvolvidos, e os países emergentes vão sofrer os efeitos da crise depois de 2011, ela começa em 2008, permanece presente na União Europeia e mesmo nos Estados Unidos e, nos países emergentes, ela vai ficar mais séria agora.
Enquanto no mundo houve uma redução de 60 milhões de empregos de 2008 até hoje, nós conseguimos ampliar o número de emprego em pouco mais de 11 milhões de novos postos de trabalho. Agora, nós temos tomado todas as medidas para entrar num novo ciclo. Qual é o novo ciclo? Nós temos de melhorar a produtividade da economia brasileira.
Política Externa
Nós consolidamos a nossa presença nas regiões do mundo que nós achávamos que o Brasil tinha dever histórico de estar presente. Primeiro, América Latina e a África. Ampliamos a nossa presença também nas relações com a Ásia, através dos Brics, na relação com o Japão, na relação com os outros países asiáticos. E também no Oriente Médio. Mantendo também a relação com os países desenvolvidos. Nós temos uma visão multipolar do mundo. Portanto, nós, em que pese termos uma ênfase imensa nos nossos vizinhos, nós devemos perceber que o mundo é diverso e devemos ter relações com todos.
Nós consolidamos a nossa presença nas regiões do mundo que nós achávamos que o Brasil tinha dever histórico de estar presente. Primeiro, América Latina e a África. Ampliamos a nossa presença também nas relações com a Ásia, através dos Brics, na relação com o Japão, na relação com os outros países asiáticos. E também no Oriente Médio. Mantendo também a relação com os países desenvolvidos. Nós temos uma visão multipolar do mundo. Portanto, nós, em que pese termos uma ênfase imensa nos nossos vizinhos, nós devemos perceber que o mundo é diverso e devemos ter relações com todos.
(…) Ninguém pode acusar o Brasil de ter uma atitude de tentar impor seus interesses contra os interesses dos outros povos, isso eu acho que é um valor que nós construímos. E eu tenho certeza que nós temos todas as condições, de cada vez mais, contribuir para um mundo mais de paz e de menos conflito, em especial, nas zonas de conflito.
Conflito na Palestina
Eu acredito que é fundamental que parem os radicalismos de parte a parte. Eu condeno tanto a morte e o sequestro de três jovens, e repudio a morte, principalmente de mulheres e crianças, por parte das forças militares israelenses.
Eu acredito que é fundamental que parem os radicalismos de parte a parte. Eu condeno tanto a morte e o sequestro de três jovens, e repudio a morte, principalmente de mulheres e crianças, por parte das forças militares israelenses.
Brics
Este novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, ele faz parte da consciência desses países de que é necessário construir uma instituição financeira que viabilize financiamentos, tanto aqueles ligados à ampliação da infraestrutura desses países, quanto os relacionados a desenvolvimentos produtivos, inclusive a projetos maiores de infraestrutura social.
Este novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, ele faz parte da consciência desses países de que é necessário construir uma instituição financeira que viabilize financiamentos, tanto aqueles ligados à ampliação da infraestrutura desses países, quanto os relacionados a desenvolvimentos produtivos, inclusive a projetos maiores de infraestrutura social.
Pois bem, eu tenho certeza que será o momento, agora, em que nós vamos construir – pelo menos é o que está previamente acordado – nós vamos construir toda a infraestrutura, nós vamos concretizar o banco.
Espionagem
O pedido de desculpas só teria sentido se fosse, vamos dizer, acoplado a uma coisa que nos interessava mais, que é como vai ser daqui para frente. (…) Porque o pedido de desculpa, ele acaba na hora que ele é feito. Ele só se torna um pedido real quando se diz “não tem mais hipótese disso ocorrer”. É isso que nós expressamos em todas as oportunidades. Eu acredito que o caminho está aberto para que isso ocorra.
O pedido de desculpas só teria sentido se fosse, vamos dizer, acoplado a uma coisa que nos interessava mais, que é como vai ser daqui para frente. (…) Porque o pedido de desculpa, ele acaba na hora que ele é feito. Ele só se torna um pedido real quando se diz “não tem mais hipótese disso ocorrer”. É isso que nós expressamos em todas as oportunidades. Eu acredito que o caminho está aberto para que isso ocorra.
Assista à entrevista na íntegra:
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