Fidel afirma que China e Rússia liderarão “novo mundo” e critica cobertura dos Brics
Cubano afirma que liderança desses países permitirá a sobrevivência humana "se o imperialismo não causar uma criminosa e exterminadora guerra"
O ex-presidente de Cuba Fidel Castro, em artigo publicado nesta terça-feira (22/07) no jornal cubano Granma, opina que a Rússia e a China "estão convocadas" a liderar um "novo mundo" para a "sobrevivência humana" e ressalta a contribuição que essas potências podem dar ao desenvolvimento da América Latina.
Granma
Durante conversa com Putin foram lembrados os laços históricos entre ambos os países
Durante conversa com Putin foram lembrados os laços históricos entre ambos os países
Em um extenso artigo, Fidel expressa "pontos de vista pessoais" sobre diversos temas, como o recente fórum Brics no Brasil, o papel internacional da Rússia e da China e a viagem latino-americana dos presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, este último desde ontem em visita a Cuba.
"Rússia e China, os dois países chamados a liderar um mundo novo que permitiria a sobrevivência humana se o imperialismo não causar antes uma criminosa e exterminadora guerra", asseverou o líder da revolução cubana, de 87 anos, que foi afastado do poder por uma grave doença intestinal em 2006.
Fidel afirmou que essas duas nações se inspiraram nas "utopias" de Marx e Lênin, e lembrou como a URSS, o bloco socialista, China e Coreia do Norte ajudaram Cuba a "resistir com provisões essenciais e armas, ao bloqueio econômico implacável dos Estados Unidos".
O ex-mandatário considerou que atualmente "a contribuição que a Rússia e China podem dar em ciência, tecnologia e desenvolvimento econômico da América do Sul e do Caribe é decisivo".
"Os grandes eventos da história não se forjam em um dia. Enormes provas e desafios de crescente complexidade se vislumbram no horizonte. Entre China e Venezuela foram assinados 38 acordos de cooperação. É hora de conhecer um pouco mais as realidades", escreveu.
No dia 11, Castro conversou durante uma hora sobre temas de política e economia com Putin, durante a visita de um dia que o presidente russo realizou a Cuba antes de assistir ao fórum Brics, integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, as grandes economias emergentes do mundo.
'Os EUA não têm moral', diz Cuba sobre acusação de tráfico de seres humanos
Putin se encontra com Fidel e critica embargo à Cuba
Por que os médicos cubanos assustam
Não se descarta que o líder cubano receba Xi Jinping hoje, que está na ilha para uma visita oficial de dois dias, como parte de um percurso que o levou também ao fórum Brics e à Argentina e Venezuela.
"De minha parte, não tenho a menor dúvida de que quando o presidente Xi Jinping encerrar sua viagem no hemisfério, da mesma forma que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, ambos os países estarão concluindo uma das maiores proezas da história humana", afirmou Castro.
Ao elogiar a cúpula dos Brics, que aconteceu na semana passada em Fortaleza e em Brasília, o ex-governante criticou, no entanto, que não houve "um pouco mais de análise séria sobre a importância" dessa cúpula.
O líder cubano também comemorou a importância da declaração emitida pelo fórum, que a julgar pela imprensa, disse, "parece que se trata de mais um acordo entre os muitos que aparecem constantemente nos envios de matérias das principais agências ocidentais de imprensa".
O artigo de Fidel Castro de hoje é o segundo em menos de uma semana, já que na sexta-feira passada os veículos de imprensa cubanos divulgaram um texto do líder da revolução cubana intitulado "Provocação insólita", onde atribuía à Ucrânia a queda do avião da Malaysia Airlines.
Nenhum comentário:
Postar um comentário