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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 20, 2014

Homem mais rico do mundo, Carlos Slim defende jornada de trabalho de três dias por semana





Depois de reassumir o posto de mais rico do mundo na última semana, o mexicano Carlos Slim, 74 anos, afirmou que está na hora de uma grande mudança na jornada de trabalho. Segundo a agência Paraguay.com, o empresário disse que o ideal seria trabalhar apenas três dias por semana, com uma carga diária maior e mais dias livres de lazer.
“As pessoas terão que trabalhar por mais anos, até os 70 ou 75 anos, mas apenas três dias por semana – talvez 11 horas por dia. Com três dias de trabalho na semana, teríamos mais tempo para relaxar, para ter qualidade de vida. Quatro dias de folga seriam muito importantes para gerar novas atividades de entretenimento e outras maneiras de ficar ocupado”, afirmou Slim em uma conferência no Paraguai.
O magnata da comunicação acredita que esta jornada de trabalho deixaria as pessoas mais saudáveis e produtivas, além de combater os efeitos do aumento da expectativa de vida nas contas financeiras dos governos. Na Telmex, empresa que faz parte do conglomerado do bilionário, os trabalhadores têm direito de se aposentar antes mesmo dos 50 anos, mas podem continuar trabalhando voluntariamente com salário integral e apenas quatro dias por semana.

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TERRA

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