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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 12, 2014

BRICS como plataforma de construção de uma nova ordem internacional

brics, cupula

Os países em vias de desenvolvimento devem unir-se face aos novos desafios, considera Feng Shaolei, conhecido politólogo chinês.

O vice-presidente da Sociedade de Xangai de Estudos Estratégicos Internacionais deu, na véspera da cúpula dos BRICS, uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia. O encontro dos dirigentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul realiza-se a 15 de julho na cidade brasileira de Fortaleza:
“Os BRICS encontram-se hoje perante sérios desafios. No ano passado, a economia dos países BRICS não cresceu tão rapidamente como antes. Hoje, os países em desenvolvimento enfrentam um problema comum: a saída de capitais.
Outro momento sério é a crise ucraniana e as sanções a ela ligadas, decretadas pelo Ocidente em relação à Rússia. Nesta situação, os países BRICS devem reforçar ainda mais a sua união e a cúpula no Brasil é um encontro muito importante para o posterior desenvolvimento da interação no quadro deste grupo.
Consideramos que os BRICS não são apenas um novo formato para a reforma do sistema financeiro internacional, mas também, num plano mais amplo, um palco de discussão dos possíveis vetores de cooperação na nova situação econômica. É também uma plataforma política para a construção de uma nova ordem internacional.
Parece-me que a tendência para o reforço da interação dos países BRICS continuará. Não considero que a crise ucraniana influa de alguma forma nesse processo. Os países em desenvolvimento devem lutar incessantemente pela reforma do sistema financeiro internacional. Penso que, a longo prazo, isso tornar-se-á numa plataforma para o posterior desenvolvimentos dos países BRICS”.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_07_11/BRICS-como-plataforma-de-constru-o-de-uma-nova-ordem-internacional-8306/

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