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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 22, 2020

COVID19: das colônias, aos feudos, à escravidão até ao agronegócio

COVID19: das colônias, aos feudos, à escravidão até ao agronegócio

por biologosocialista
Por Luiz Fernando Leal Padulla*
Logo na introdução do livro “A História e suas epidemias — A convivência do homem com os micro-organismos”, o autor Stefan Cunha Ujvari traz alguns dados interessantes sobre algumas epidemias e sua função no processo de desenvolvimento da humanidade.
No final do período Medieval (1347-1348), a peste bubônica foi responsável pela morte de um terço da população da Europa. Doenças também foram trazidas pelos colonizadores, dizimando populações nativas e indígenas. desde o século do “descobrimento” até o fim da escravidão, estima-se que três milhões de índios tenham sido exterminados pelas doenças infecciosas que os europeus trouxeram ao Brasil, o que abriu espaço para o tráfico de escravos africanos. Doenças como varíola, rubéola, varicela e sarampo foram algumas dessas doenças letais. Com a ascensão da escravidão, os negros africanos traziam mais do que a mão de obra barata: febre amarela e malária.
Antigamente as doenças, epidemias e até pandemias, ocorriam por falta de conhecimento e extrema pobreza. Hoje a miséria é ainda um entrave, mas a busca pela riqueza e a degradante ganância do capitalismo são fatores preponderantes para elas.
Atualmente, versões conspiratórias, têm culpado a China por toda desgraça mundial da pandemia – incluindo o chanceler (sic) brasileiro Ernesto Araújo, que insiste na falaciosa ideia do “comunavírus”, aumentando ainda mais a vergonha de nosso país. Mesmo que estudo científicos já tenham provado que o vírus não foi criado em laboratório, parte da população ainda acredita nisso e tende a disseminar falsas acusações, refletindo diretamente no comportamento agressivo e preconceituoso contra chineses – a chamada sinofobia. Por outro lado, devemos sim alertar para um aspecto comum em algumas províncias deste país, como em Guangdong, no sudeste da China, e que pode ter sido o local inicial da doença: o consumo de carnes exóticas de animais silvestres.
No entanto, conforme já escrevi em um primeiro artigo sobre o coronavírus, esse tipo de mercado tem perdido espaço para os supermercados, e os que sobrevivem estão restritos a pequenas províncias.
Mas antes que digam “eu sabia! Culpa dos chineses”, lembrem-se que esse tipo de comércio, chamado wet Market, não é exclusivo da China, ok? Em vários países ele é adotado apesar dos protestos e mobilizações para acabarem – seja pelo sofrimento causado aos animais, acondicionados em situações inóspitas e degradantes, seja pelo risco de contaminação alimentar e transmissão de zoonoses.
Fonte: https://theirturn.net/wp-content/uploads/2020/03/New-York-City-Wet-Market.jpg
Wet Market em Nova Iorque

Em Nova Iorque, por exemplo, estão presentes 80 desses mercados - que vendem animais vivos ao público e os abatem no local. Para isso, ficam confinados em gaiolas, todas empilhadas, próximos ao público. Piorando a situação, os dejetos, penas, sangue presentes são transportados indiretamente pelos frequentadores do local através de seus sapatos, por exemplo, para outras localidades. Assim, se algum agente patogênico estiver presente, a dispersão é muito rápida e eficiente.
Em um trecho do livro “Pandemias: a humanidade em risco”, a situação descrita é impressionante e mostra o que acontecem nesses locais:
Em novembro de 2002, os restaurantes de Guangdong acomodavam gaiolas e mantinham cercas nos fundos. Animais separados por espécies aguardavam o momento do sacrifício para suprir o paladar dos chineses. Os empregados dos restaurantes acolhiam os pedidos dos clientes. Os cozinheiros caminhavam aos bastidores das cozinhas e apanhavam as espécies animais dos pedidos. Com habilidade, pegavam cobras, patos, gansos, pangolins, lagartos, ratos e tartarugas. Para segurar os civetas estressados e agressivos, necessitavam de luvas apropriadas para proteção contra mordidas e arranhões. O animal era então sacrificado, destrinchado e cozido. (...) É fácil imaginar como ocorreram os primeiros casos da infecção humana pelo novo vírus em meados de novembro de 2002. As cozinhas desses restaurantes ficavam atapetadas de fezes, urina, sangue e secreções dos civetas abatidos. Os vírus repousavam nesses líquidos dispersos no solo. A pele dos trabalhadores, principalmente a das mãos, eram envernizadas com líquidos e secreções animais portadoras do novo vírus. Levar as mãos contaminadas aos olhos, nariz ou boca era o suficiente para a infecção. A limpeza do piso com vassouras dispersava uma poeira venenosa, inalada pelos funcionários. O vírus alcançava as mucosas respiratórias e o pulmão”.
No entanto, a relação das doenças não se restringe apenas aos animais exóticos. Vale lembrar que outras pandemias mortais como a gripe aviária, gripe suína, SARS, HIV, febre aftosa surgiram exatamente da captura e/ou criação de animais como alimento, através do sistema de produção do agronegócio industrializado e sua extensão territorial. Assim, a comercialização e alimentação de animais silvestres, associadas com a predação dos latifúndios, acarretando avanço sobre seus habitats naturais, têm sido apontados como um dos responsáveis pelo surgimento dessas pandemias.
Culpa da agropecuária também foi o surgimento da “doença da vaca louca” – encefalopatia espongiforme bovina – em 1986. Alterando totalmente a dinâmica alimentar, visando maior produção e crescimento, o homem passa a introduzir na alimentação do gado (totalmente herbívoro), proteína de origem animal, o que permitiu a transferência do príon – pedaço de proteína que infecta o tecido nervoso do animal. Posteriormente, por conta de uma possível mutação nessa proteína, novo príon surgiu, sendo patogênico e letal também ao ser humano. Com essa descoberta, rebanhos inteiros foram sacrificados ao redor do mundo, e o mercado de carne apresentou restrições comerciais severas. Curiosamente, pouco se sabe se tais medidas deram certo, o que levará certo tempo para que tenhamos uma resposta positiva ou não.
Paralelamente, a saúde das pessoas é debilitada pelo uso cada vez maior de transgênicos e os agrotóxicos desse tipo de produção. Sem falar também do uso constante de antibióticos nos animais, o que pode promover a contaminação não apenas do alimento, mas do ambiente e de bactérias presentes neste, favorecendo o surgimento das chamadas “superbactérias”. A miséria e a fome, proporcionadas pela desigualdade gerada pelo capitalismo, são outros fatores que colocam a grande maioria da população mundial em alerta, pois debilitam o organismo, tornando-o incapaz de responder às doenças.
Isso sem falar, é claro, nas epidemias como a dengue, febre amarela, zyka, chikungunya, transmitidas por insetos que passaram a ter relação sinantrópica devido ao avanço das cidades e consequente destruição das áreas verdes.
Em 1999, para citar um exemplo, Nova Iorque sofreu uma epidemia da então inédita “doença do oeste do Nilo”, cujo vírus foi encontrado em milhares de aves – principalmente em corvos – que eram  hospedeiras do patógeno e muito provavelmente chegou até o país pelo tráfico de animais, assim como o tráfego legal de alguns (segundo levantamento de Ujvari, “Em 1999, 2.770 aves entraram nos Estados Unidos pelo Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York; além disso, mais 12.931 desses animais estiveram em trânsito pelo mesmo aeroporto, seguindo destinos variados. Não se sabe em quanto pode aumentar o número total de aves introduzidas no país ao se considerar a quantidade das que foram comercializadas ilegalmente”). Até o final do século XX, dezoito estados norte-americanos já haviam registrado a ocorrência da doença.
(Em tempo 2: Com o avanço do aquecimento global, doenças transmitidas por insetos serão cada vez mais frequentes inclusive em locais onde não existiam, uma vez que o calor e a ocorrência de chuvas favorecem o ciclo reprodutor desses animais).
Sendo assim, o problema vai muito além do simples fato de achar um único culpado e assim, atentar de forma preconceituosa contra uma potência que confronta o imperialismo capitalista estadunidense. Mais do que um bode expiatório, a culpa é do sistema capitalista e seu mecanismo predatório, incluindo principalmente o agronegócio.
*Professor, Biólogo, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências, Especialista em Bioecologia e Conservação

sexta-feira, março 27, 2020

Eduardo Marinho - Empatia e a Conexão entre as pessoas






“AQUELES QUE BOMBARDEIAM CIDADES VÃO NOS ACUSAR DE TERRORISMO?”




MADURO: “AQUELES QUE BOMBARDEIAM CIDADES VÃO NOS ACUSAR DE TERRORISMO?”









RT – O líder venezuelano Nícolas Maduro respondeu aos EUA, que ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à sua prisão, ridicularizando a acusação de narcoterrorismo como uma medida para desviar a atenção de seus problemas com o coronavírus.
Maduro chamou de criminoso o Departamento de Justiça dos EUA, que em um movimento quase sem precedentes, indiciou o presidente da nação latino-americana por acusações de “narcoterrorismo”, alegando que Maduro e mais de uma dúzia de líderes políticos e militares venezuelanos conspiravam para “inundar os Estados Unidos” com cocaína”. Uma recompensa generosa de até US$ 15 milhões foi prometida a quem fornecer uma forma de que o governo dos EUA, possa levá-lo à captura e prisão. Além de uma quantia robusta de US$ 10 milhões para àqueles dispostos a ajudar a prender qualquer um dos “co-conspiradores” de alto cargo do governo Maduro.
Maduro não respondeu as acusações, ignorando as alegações de terrorismo como vindas de um país que não tem credibilidade no assunto devido à sua longa história de intervenções estrangeiras e assassinatos de civis em massa. “Os terroristas do mundo, aqueles que bombardeiam cidades, vão nos acusar de terrorismo. […] Se eu fiz alguma coisa, foi combater as narco milícias”, disse o líder venezuelano, acrescentando que Caracas alcançou resultados recordes em sua batalha contra o narcotráfico nos últimos 15 anos.
Ao enquadrá-lo, os EUA querem desviar a atenção de sua incapacidade de lidar com o surto de coronavírus, disse Maduro. A pandemia já matou mais de 1.200 pessoas nos EUA e vem causando um duro golpe à economia.
A Venezuela tem mostrado ser sucedida em impedir a propagação da doença. “Estamos tendo sucesso e, como estamos tendo sucesso, o império está ficando desesperado”, disse ele em um discurso televisionado na quinta-feira.

O lado desumano do COVID-19

Novo post em biologosocialista

O lado desumano do COVID-19

por biologosocialista
Por Luiz Fernando Leal Padulla*
Muita coisa se fala e se sugere sobre o COVID-19. Teorias conspiratórias de um lado, afirmações infundadas do outro. E no meio, a população e seu livre arbítrio para escolher a quem abraçar. De repente, pessoas se tornam as mais preparadas para opinar, sem qualquer embasamento e mínimo estudo.
Causa indignação que muitas dessas (des)informações ganhem espaço em meio de comunicação popular. Vi essa semana, por exemplo, um debate entre uma respeitada e gabaritada socióloga, a professora Sabrina Fernandes, e uma dissidente cubana, Zoe Martinez, no canal brasileiro da CNN. Não era um debate, mas uma troca entre evidências e fatos, contra mentiras e ódio. A clara realidade entre Ciência vs. Fake News.
A tal (pseudo)cubana, só faltava espumar pela boca cada vez que ouvia a professora argumentar com trabalhos e relatórios científicos. Para essa sujeita, cuja expressão facial e o tom de voz mostram destempero e desespero, o vírus causador da pandemia é obra laboratorial do Partido Comunista Chinês e tudo é culpa do comunismo e da esquerda mundial. Sabrina Fernandes, calma e serena como toda pessoa centrada, inteligente e segura do que estava falando, rebatia cada acusação infundada com maestria – inclusive, para a raiva final de Martinez, apontou e elogiou o humanismo das brigadas de médicos cubanos que assistem vários países.
Na sequência ao debate, a emissora entrevistou o médico Anthony Wong, diretor do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FM-USP, e diretor do Instituto Brasileiro de Estudos Toxicológicos e Farmacológicos. Para o médico (!), é um erro o isolamento social, pois isso poderia trazer mais problemas de saúde no aspecto psicológico, como a depressão e suicídio. Ele também usa um artigo escrito em 1985, para argumentar que o vírus não resiste ao calor, indicando que não há necessidade do isolamento social ao qual estamos submetidos, e que tudo não passa de “uma pandemia de fake news e notícias alarmantes”. No entanto, esquece-se (por ignorância ou mau-caratismo?) que o vírus, existente desde os anos de 1960 sofreu mutação, o que pode tê-lo tornado capaz de sobreviver inclusive à novas temperaturas – comportamento que ninguém ainda sabe como será. Ainda de forma tendenciosa, afirma que o calor do Brasil é o responsável pelas baixas taxas de infecções, e não as medidas do isolamento social.
gráfico
Simulação da transmissão do COVID-19: apenas isolando os casos (linha vermelha), com isolamento social (linha verde) e com interrupção das medidas de isolamento (linha azul). Fonte: ANDERSON et al. (2020)

Contrariando suas colocações, o estudo de ANDERSON et al. (2020) publicado na respeitada e conceituada revista médica The Lancet, informa que o verão no Hemisfério Norte talvez não seja capaz de reduzir a transmissão, e que cabe sim aos governos adotarem medidas para minimizar as taxas aceleradas de disseminação, assim como a inevitável crise econômica. Para os autores, as medidas adotadas pela China mostram que a quarentena, o distanciamento social e o isolamento das pessoas infectadas são as mais eficientes para a contenção da epidemia. Estudos recentes também afirmam que a elevação de 20 graus na temperatura ambiente retardaria a reprodução do vírus, no entanto isso apenas reduziria sua propagação em 18%, sendo o restante (82%) proporcionado pelas políticas de contenção e medidas sanitárias.
Mas enquanto alguns “experts” minimizam o efeito dessa pandemia, os números não mentem: mortes crescendo em ritmo alarmante em países que subestimaram e não adotaram medidas preventivas, como Itália e Espanha, estão sendo divulgados diariamente.
O desconhecimento de como tal vírus possa atuar, é algo que preocupa ainda mais. Ainda que 80% das pessoas sejam assintomáticas ou manifestem levemente a doença (contra 14% tendo doença grave e 6% gravemente doentes), o tempo de duração do período infeccioso do COVID-19 parece ser mais longo para esse vírus, o que requer ainda mais atenção e cuidados. Chamam atenção também para um relaxamento nas medidas de controle justamente para evitar um impacto econômico mais grave, mas que pode acarretar um pico adicional de infecções.
Não duvido que exista uma guerra comercial – o que justifica essa briga de acusações para com a China, inclusive com o recurso baixo das fake news. Mas sinceramente, se havia algum interesse em desestabilizar a atual situação político-econômica, não seria da China, cujo crescimento médio nos últimos dez anos foi de 6%, ante os 2% dos ianques. É óbvio o ressurgimento da nova crise do capital – para vários pesquisadores e especialistas, como o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, podendo ser pior do que a de 1929 – refletindo na perda de valor do dólar, quedas nas ações das bolsas, guerra no preço do petróleo – sem contar que esse ano é ano eleitoral no EUA, e não se pode descartar uma jogada política de Trump.
É lamentável – mas não surpreende – a postura de certas lideranças e empresários defendendo a volta a rotina de trabalhos, sacrificando a vida de “5mil, 7 mil pessoas”, o que mostra que a preocupação com o dinheiro se sobrepõe exatamente sobre a vida humana. O que tanto defendem, sob a falsa bandeira do “caos social”, nada mais é do que seu capital e lucros. Ou será que esses mesmos estavam se importando com os cortes nas políticas públicas e assistencialistas que o atual (des)governo fez? Como sempre, tentam defender suas riquezas e interesses financeiros, sem jamais pensarem nas pessoas – essa é a lógica capitalista!
E por conta desse tipo de desinformação, temos no BraZil a única nação onde parte da população é contra as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)! Pessoas que acreditam em qualquer asneira que Bolsonaro fala, e colocam suas vidas e a de terceiros em risco ao ignorar as recomendações de quarentena – tanto que embaixadas dos EUA e da Inglaterra estão solicitando o retorno de seus cidadãos. Como disse o professor Lejeune Mirhan em seu recente artigo intitulado Pandemia, neoliberalismo e saídas para a crise, “essa gente tem uma concepção malthusiana de sociedade, onde não importa que morram alguns milhões, mas o importante é salvar a economia da catástrofe financeira que se avizinha”. Eis que ganha voz o chamado “darwinismo social” e sua visão eugênica, distorcendo a seleção natural, como bem lembra o referido professor.
A essa altura, com disseminação e mortes causadas pelo COVID-19, não devemos mais polarizar as discussões a respeito. O que deve nos direcionar é o bom senso, coisa que a direita fascista desconhece e prefere apostar no caos. Enquanto o mundo sofre e se solidariza, por aqui ainda vemos prevalecer o espírito do ódio, da ignorância e da ganância...justamente por parte daqueles que defendiam “família acima de tudo, Deus acima de todos”.
*Professor, Biólogo, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências

quarta-feira, outubro 31, 2018

Boitempo libera curso completo sobre teoria da revolução!

Boitempo libera curso completo sobre teoria da revolução!

Série de vídeos da TV Boitempo introduz os clássicos da teoria e prática revolucionária: Karl Marx, Vladímir Lênin, Mikhail Bakunin e Rosa Luxemburgo.

A Boitempo acaba de disponibilizar mais um curso completo em seu canal no YouTube! “A teoria da revolução” oferece um panorama introdutório das concepções de revolução em quatro figuras clássicas do pensamento crítico revolucionário. São aulas longas, de cerca de duas horas e meia cada, conduzidas por professores diferentes, cada um especializado na vida e obra dos respectivos pensadores: Karl Marx, Vladímir Lênin, Mikhail Bakunin e Rosa Luxemburgo. Realizado no contexto do IV Salão do Livro Político, o curso ocorreu entre os dias 18 e 21 de junho, no teatro Tucarena da PUC-SP.

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Bons estudos!

1. MARX, por Mauro Iasi


2. LÊNIN, por Augusto Buonicore 


3. BAKUNIN, por Acácio Augusto


4. ROSA LUXEMBURGO, por Isabel Loureiro 


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