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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, maio 14, 2010
O sigilo que se esvai
CATACUMBAS DO SILÊNCIO
A "Legião" desmorona, ninguém noticia
Por Alberto Dines em 30/3/2010
Na sexta-feira (26/3), em Roma, o comando da Legião de Cristo rendeu-se às evidências sobre a vida dupla ou tripla do seu fundador, o padre mexicano Marcial Maciel (1920-2008). Num breve comunicado admitiu, consternado, que "são certas as acusações contra o padre Maciel, entre as quais se incluíam abusos sexuais a seminaristas menores". O comunicado renegando o seu fundador foi assinado pelo atual diretor-geral da ordem, Álvaro Corcuera.
A inédita proclamação foi para a primeira página dos jornais europeus de sábado (27). O prestigioso El País dedicou-lhe duas páginas, uma delas com enorme foto do pontífice João Paulo II recebendo em audiência o sacerdote mexicano que tanto apreciava e tanto estimulou.
O padre Maciel não era apenas um assumido pedófilo (El País prefere usar a nomenclatura técnica: pederasta). Também abusou de seus filhos quando eram pequenos. Filhos? Além do pecado da sodomia, Marcial Maciel, quebrou os votos de castidade e viveu maritalmente com Blanca Estela Lara (que conheceu quando tinha 18 e ele 56 anos), com quem teve três filhos.
A família apareceu há dias na TV mexicana e uma das crianças, agora adulto, contou com escabrosos pormenores com o seu pai tentou violá-lo e o obrigava a masturbá-lo.
Biografia imaculada
Nossos jornais e revistas não têm correspondentes no México. Mas têm em Roma. Nada disso foi publicado aqui nem no sábado, nem no domingo. A Legião de Cristo funciona no Brasil desde 1985. Em 2006, quando Bento XVI determinou que Marcial Maciel (então com 84 anos) se dedicasse apenas às orações e penitências, o caso foi escondido. Não era notícia. Esta é uma das centenas de não-notícias que uma imprensa engajada e assumidamente confessional como a nossa não se sente obrigada a publicar.
É preciso lembrar que Maciel não era apenas um pecador (na linguagem religiosa), criminoso (em termos jurídicos) ou um tarado (em linguagem corrente) – era um militante político de extrema importância. A ordem dos Legionários de Cristo (fundada em 1941) era o braço armado da direita católica. Prosperou durante a longa ditadura franquista na Espanha e expandiu-se no Novo Mundo apoiada por uma igreja identificada com o que havia de mais conservador no espectro político.
A ordem conta hoje – segundo El País – com 900 sacerdotes, 3 mil seminaristas e 70 mil membros laicos espalhados por 18 países, Estados Unidos inclusive. Tem educandários, universidades e conta com formidáveis apoios empresariais.
De acordo com Garry Wills (historiador emérito, jornalista premiado, autor de 40 livros), a Legião de Cristo aparece nos créditos da famigerada produção de Mel Gibson, A Paixão de Cristo, e, junto com a Opus Dei, tentou extrair do Vaticano um endosso espiritual para o filme (The New York Review of Books, 8/4/2004; ver aqui, em inglês).
Importante registrar que as duas organizações e seus fundadores assemelham-se tão somente no aspecto ideológico e no incentivo que receberam do Vaticano. Josemaria Escrivá de Balaguer (1902-1975), criador da Opus Dei, canonizado em 2002, tem uma biografia imaculada. A de Maciel é a de um patife: além das imoralidades pessoais, passava-se por alto funcionário da Shell e agente da CIA.
Silêncio obsequioso
A confirmação das heresias e apostasia de Marcial Maciel veio muito tarde. Há 13 anos, um canal de TV mexicano (CNI Canal 40) preparou uma longa reportagem sobre os abusos cometidos por Maciel. O diretor do programa, jornalista Ciro Gomez Leyva convidou Legionários a contestar as acusações. A partir daquele momento a pressão da Igreja mexicana e da própria presidência da República tornou-se brutal. O documentário foi ao ar, mas no dia seguinte iniciou-se um bloqueio publicitário contra a emissora.
"Um dos mais vergonhosos casos de censura da história do México", relembra Leyva. "O poder e a fortuna dos Legionários de Cristo conseguiram, durante anos, converter o sofrimento de dezenas de vítmas em conspirações falsas e infundadas" (El País, 27/3/2010, págs. 28-29).
Vergonhoso também é o comportamento da imprensa brasileira (exceto Veja), que até hoje não conseguiu dar seqüência à reportagem de Roberto Cabrini emitida no SBT no dia 11/3 sobre os abusos sexuais praticados por um monsenhor em Arapiraca (AL) (ver, neste Observatório, "Crimes sem punição" "Começou o outono ou é uma primavera?").
***
Sobre a histeria anticatólica e cumplicidades
Com chamada na primeira página, a Folha de S.Paulo publicou na terça-feira (23/3) um artigo do seu colaborador João Pereira Coutinho com o título "Padres e pedófilos", a respeito da onda de notícias sobre abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos.
O articulista pede que a justiça se manifeste, "estes crimes não têm desculpa ou justificação (...) mas não é apenas a justiça que tem de fazer o seu caminho. O jornalismo preguiçoso também deveria trilhar o seu, separando a histeria anticatólica da verdade criminal".
Em que segmento da imprensa brasileira – tão calada, omissa e cúmplice – encontrou o ilustre articulista uma histeria anticatólica?
Quem se encarregou de responder foi a própria Folha, primeiro jornal brasileiro a manifestar-se em editorial sobre a questão dos padres pedófilos:
"Lançar luz sobre casos de pedofilia e exigir sua punição nada tem a ver com preconceito anticlerical ou com algum tipo de campanha contra a igreja – como afirmou, tipicamente, a imprensa oficial do Vaticano. (...) Nenhuma instituição, por mais veneranda que seja, está a salvo da investigação e do julgamento público; ainda mais quando se acumulam indícios de que sua autoridade e prestígio facilitam a realização, a continuidade e o acobertamento de atos da mais pura infâmia." ("Imperdoável", domingo, 28/3, pág A-2)
O sigilo que se esvai
Sábado à noite, feriado nacional (1/5), descontração, nenhuma tragédia à vista – a não ser a tragédia grega – e eis que o Jornal Nacional solta uma bomba: o Vaticano assumiu o controle da Legião de Cristo, condenou o seu fundador, o sacerdote mexicano Marcial Maciel, por abusos sexuais e o classifica como "homem sem escrúpulos".
Um mês antes, os interventores da Santa Sé na Legião de Cristo anunciaram os resultados de uma longa investigação e, embora a mídia internacional acompanhasse o caso de perto, no Brasil ficou sob embargo, sobretudo porque a condenação de Maciel atinge diretamente o papa João Paulo II, seu protetor, verdadeiro padrinho.
O que levou os editores do Jornal Nacional a liberar a notícia? Desatenção? Impensável. Tudo indica que acabou a política do sigilo e a prova foi dada no domingo (2/5), pelo Globo: apenas o jornalão carioca noticiou o desmonte da ordem.
Na surdina
Como nada acontece por acaso, nem isoladamente, os novos ventos logo soprarão nas demais redações. Para os privilegiados leitores do site do Observatório da Imprensa, o padre Maciel é figura manjada, mas convém lembrar aos demais leitores e ouvintes que o mexicano não foi apenas um pecador, delinqüente e tarado, era também um militante político de extrema importância.
Os Legionários de Cristo eram o braço armado da ultra-direita católica. A Legião prosperou durante a longa ditadura franquista na Espanha, expandiu-se no Novo Mundo e em parte dos Estados Unidos. Apesar dos votos de celibato e castidade, Maciel amasiou-se com pelo menos duas mulheres, teve três filhos e abusou sexualmente deles.
Grandes mudanças muitas vezes são noticiadas em surdina, sem estardalhaço. O tranqüilo noticiário sobre a ruína da Legião de Cristo pode significar profundas modificações na imprensa brasileira.
Homens de Fé com má Fé
Homens de Fé com má Fé
Só pode ser má fé. O desconhecimento, em se tratando dos príncipes da Igreja, é incabível. Essa é a conclusão que cheguei ao ler matéria no Estadão de hoje sob o título "CNBB vê chavismo em plano de direitos humanos".
Ao associar o PNDH-3 a uma suposta inspiração chavista, a CNBB revela uma intenção ideológica de desqualificar o Plano passando a idéia subliminar de que este é um risco à democracia devido á conotação negativa que o termo ganhou de parte dos setores mais conservadores da imprensa e da política brasileira condenadores (por motivos óbvios) dos governos de esquerda na América Latina e que os associa a regimes autoritários
Risco á liberdade democrática são eles ao defender o monopólio da crença católica e condenar o direito à livre crença religiosa, sem privilégios ou desmerecimento de qualquer uma delas. Autoritários são eles ao condenarem a liberdade de aborto à mulher que desejar faze-lo, assim como opção de união entre homossexuais.
Que os bispos sejam autoritários e conservadores é um direito deles. Que queiram impingir seu conservadorismo aos fiéis de sua igreja também o é. Agora, condenar liberdades democráticas e direitos humanos à sociedade civil é muita arrogância. E ainda usando da fraude para atrair adeptos às suas idéias, é má fé, pra não dizer safadeza: refiro-me à tentativa de nos fazer crer que o Plano Nacional de Direitos Humanos defende a "legalização do lenocínio"(cafetinagem), como explicitou o Bispo D. Demétrio.
Só resta reclamar com o Papa!
Só resta reclamar com o Papa!
Os demo-tucanos estão começando a ficar incomodados com a atuação das Organizações Lula (ONU, Fórum Econômico Mundial, Time, El País, Financial Times, Obama, Zapatero e Hillary Clinton, entre muitos outros e outras).
Segundo os demo-tucanos as Organizações Lula estão fazendo, de forma disfarçada mas eficaz, campanha antecipada para a pré-candidata Dilma Rousseff.
Quando os atores sociais e políticos são brasileiros é fácil. O DEM entra com ação no TSE e pronto.
Nesse caso, a dificuldade é que o TSE não tem ingerência com esses atores sociais e políticos internacionais.
Só há uma instituição que é supra-nacional: a Igreja Católica.
Assim, os demo-tucanos estão preparando um texto justificativo e irão reclamar ao Papa, para que ele interceda e estanque essa campanha antecipada anti-ética e desleal.
O medo dos demo-tucanos, que leva a esse último recurso, é que o Lula ganhe o Prêmio Nobel da Paz ainda este ano.
Aí é que a vaca vai pro brejo, de uma vez por todas…
Não tem Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) que segurem o tranco!
Augusto da Fonseca
LULA MAIS UM PRÊMIO: Lula receberá prêmio econômico na Espanha 18
LULA MAIS UM PRÊMIO: Lula receberá prêmio econômico na Espanha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi agraciado com o prêmio Nova Economia Fórum 2010, na Espanha, dado em reconhecimento ao desenvolvimento econômico e à coesão social, informaram nesta quinta-feira os organizadores.
O prêmio será entregue no próximo dia 18 de maio, na sede da 7ª Cúpula Europa-América Latina e Caribe, em Madri. O evento terá a presença de autoridades espanholas, europeias, americanas e caribenhas.
A Nova Economia Fórum, organização de debate de referência na Espanha, decidiu conceder o prêmio a Lula por sua "exemplar trajetória como sindicalista e homem de Estado". O prêmio destaca ainda "seu inteligente exercício do poder, a serviço do desenvolvimento econômico, da redução das desigualdades e da luta contra a fome e a pobreza".
Na edição de 2009, o premiado foi o presidente do México, Felipe Calderón. Entre os já contemplados estão também a chanceler alemã, Angela Merkel, e a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.
Brasil e Rússia querem ampliar relações comerciais
Fonte: Agência Brasil
Economia Internacional
Brasil e Rússia querem ampliar relações comerciais
O comércio bilateral entre o Brasil e a Rússia é US$ de 4,3 bilhões, mas já atingiu a marca de US$ 8 bilhões anuais em 2008. Os presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dmitri Medvedev, da Rússia, querem retomar o melhor momento do intercâmbio comercial entre os dois países. Uma das alternativas é a adoção de moeda local na comercialização de mercadorias, como ocorre com a Argentina.
Durante a visita nesta quinta-feira à Rússia, Lula e Medvedev assinarão acordos em vários setores - desarmamento, não proliferação de armas, militar, espacial, direitos humanos, cultura, segurança da informação e científico. O destaque, no entanto, é o Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-Rússia que engloba pesquisas em tecnologia e defesa.
Na passagem por Moscou, o presidente deverá participar ainda das comemorações da declaração conjunta referente aos 65 anos do fim da 2ª Guerra Mundial. O documento é assinado por 45 partidos comunistas do mundo e várias entidades civis em celebração à vitória dos aliados contra a Alemanha nazifascista.
De Moscou, Lula segue para Doha, capital do Catar. Ele terá reuniões com o emir Hamad bin Khalifa Al Thani e assinará acordos bilaterais nas áreas de cultura, turismo e educação. Depois, o presidente vai para o Irã, no sábado, para reuniões com Ahmadinejad.
Rússia e Brasil querem aumentar uso de moedas locais
exta, 14 de maio de 2010, 8h16
Fonte: Reuters News
Economia Internacional
Comércio: Rússia e Brasil querem aumentar uso de moedas locais
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse nesta sexta-feira ter concordado com o Brasil em buscar formas de aumentar o uso de suas moedas no comércio bilateral.
"Estamos todos observando como a União Europeia está tentando resolver seus diferentes problemas, incluindo o problema com o euro", disse Medvedev em uma entrevista com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Concordamos com o presidente (Lula) em criar um grupo de trabalho que irá olhar... decisões em moedas nacionais. Isso é extremamente importante para o desenvolvimento estável dos países e para um sistema financeiro internacional mais equilibrado."
"Nem o dólar nem o euro nem nenhuma outra podem se dizer uma moeda mundial que protege todos os países. Existem problemas com todas as moedas. Então, quanto mais ativos formos em usar as moedas nacionais, mais estável será o comércio bilateral e melhor será para as instituições financeiras internacionais", acrescentou ele.
Nesta manhã, o euro atingiu a mínima em 18 meses ante o dólar, dando continuidade a um movimento de desvalorização resultante da crise de dívida da Grécia. Recentemente, o papel do dólar como moeda global foi questionado, após a divisa americana sofrer com a crise financeira global.
"Não existe nenhuma explicação de por que estamos tratando de comércio abdicando... e utilizando uma terceira moeda quando poderíamos fortalecer a nossa moeda", disse Lula.
Brasil e Argentina já negociam em moeda local e o governo brasileiro busca acordos com os demais integrantes do Mercosul para também realizar as trocas comerciais com suas próprias moedas.
Fonte: Reuters News
Economia Internacional
Comércio: Rússia e Brasil querem aumentar uso de moedas locais
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse nesta sexta-feira ter concordado com o Brasil em buscar formas de aumentar o uso de suas moedas no comércio bilateral.
"Estamos todos observando como a União Europeia está tentando resolver seus diferentes problemas, incluindo o problema com o euro", disse Medvedev em uma entrevista com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Concordamos com o presidente (Lula) em criar um grupo de trabalho que irá olhar... decisões em moedas nacionais. Isso é extremamente importante para o desenvolvimento estável dos países e para um sistema financeiro internacional mais equilibrado."
"Nem o dólar nem o euro nem nenhuma outra podem se dizer uma moeda mundial que protege todos os países. Existem problemas com todas as moedas. Então, quanto mais ativos formos em usar as moedas nacionais, mais estável será o comércio bilateral e melhor será para as instituições financeiras internacionais", acrescentou ele.
Nesta manhã, o euro atingiu a mínima em 18 meses ante o dólar, dando continuidade a um movimento de desvalorização resultante da crise de dívida da Grécia. Recentemente, o papel do dólar como moeda global foi questionado, após a divisa americana sofrer com a crise financeira global.
"Não existe nenhuma explicação de por que estamos tratando de comércio abdicando... e utilizando uma terceira moeda quando poderíamos fortalecer a nossa moeda", disse Lula.
Brasil e Argentina já negociam em moeda local e o governo brasileiro busca acordos com os demais integrantes do Mercosul para também realizar as trocas comerciais com suas próprias moedas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a crise financeira global voltou mais forte na Europa
Sexta, 14 de maio de 2010, 9h32
Fonte: Reuters News
Economia Internacional
Lula diz que crise voltou mais forte na Europa e cobra ação do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a crise financeira global voltou mais forte na Europa e que Rússia e Brasil devem cobrar informações dos demais integrantes do G20 para que uma solução seja dada.
"Ainda não fizemos a lição de casa. Lá (na reunião do G20 em Toronto, nos dias 26 e 27 de junho) precisamos não só explicar o que está acontecendo nos nossos países, mas cobrar dos outros países o que está acontecendo na economia de cada país para que possamos tomar uma decisão correta", disse Lula em entrevista ao lado do presidente russo, Dmitry Medvedev.
Segundo o presidente, a comunidade internacional ainda não avançou na regulamentação do sistema financeiro.
"A crise econômica, que começou nos países ricos motivada pela incompetência gerencial nos sistemas financeiros desses países, não só não está resolvida como voltou com muito mais força na Europa", afirmou Lula.
Comércio
O presidente brasileiro fez um apelo por laços comerciais e de investimento mais próximos com a Rússia, dizendo que os dois países do Bric deveriam usar suas próprias moedas no comércio, e não o dólar.
"Esse é o desafio para o Brasil e para a Rússia, o desafio para o Brasil e o Bric e o desafio para a nova lógica comercial do século 21", disse. Lula se reuniu com o presidente Dmitry Medvedev no Kremlin, a segunda reunião entre os dois líderes em menos de um mês.
Lula faz sua quarta visita a Moscou, uma indicação da importância associada por ambas as nações ao desenvolvimento de novas relações que refletem o crescente poder econômico e político dos países do Bric. Lula e Medvedev também devem assinar um acordo de parceria estratégica que irá mapear a trajetória de desenvolvimento da relação entre os dois países, disse o Kremlin.
O pacto faz um apelo para uma cooperação maior em energia - através da qual a Rússia está oferecendo tecnologia de energia nuclear e de liquefação de gás ao Brasil - e em áreas de alta tecnologia como exploração espacial e contrução de aviões, disseram autoridades de ambos os países.
A gigante russa de gás natural Gazprom pretende abrir um escritório no Rio de Janeiro neste ano como parte dessa iniciativa, disse o Kremlin. A Rússia e o Brasil são ambos grandes nações de commodities, com a Rússia entre os maiores produtores de energia e metais e o Brasil forte nas exportações de produtos agrícolas, minério de ferro, carros e maquinaria.
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