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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 14, 2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a crise financeira global voltou mais forte na Europa






Sexta, 14 de maio de 2010, 9h32

Fonte: Reuters News

Economia Internacional
Lula diz que crise voltou mais forte na Europa e cobra ação do G20



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a crise financeira global voltou mais forte na Europa e que Rússia e Brasil devem cobrar informações dos demais integrantes do G20 para que uma solução seja dada.

"Ainda não fizemos a lição de casa. Lá (na reunião do G20 em Toronto, nos dias 26 e 27 de junho) precisamos não só explicar o que está acontecendo nos nossos países, mas cobrar dos outros países o que está acontecendo na economia de cada país para que possamos tomar uma decisão correta", disse Lula em entrevista ao lado do presidente russo, Dmitry Medvedev.

Segundo o presidente, a comunidade internacional ainda não avançou na regulamentação do sistema financeiro.

"A crise econômica, que começou nos países ricos motivada pela incompetência gerencial nos sistemas financeiros desses países, não só não está resolvida como voltou com muito mais força na Europa", afirmou Lula.

Comércio
O presidente brasileiro fez um apelo por laços comerciais e de investimento mais próximos com a Rússia, dizendo que os dois países do Bric deveriam usar suas próprias moedas no comércio, e não o dólar.

"Esse é o desafio para o Brasil e para a Rússia, o desafio para o Brasil e o Bric e o desafio para a nova lógica comercial do século 21", disse. Lula se reuniu com o presidente Dmitry Medvedev no Kremlin, a segunda reunião entre os dois líderes em menos de um mês.

Lula faz sua quarta visita a Moscou, uma indicação da importância associada por ambas as nações ao desenvolvimento de novas relações que refletem o crescente poder econômico e político dos países do Bric. Lula e Medvedev também devem assinar um acordo de parceria estratégica que irá mapear a trajetória de desenvolvimento da relação entre os dois países, disse o Kremlin.

O pacto faz um apelo para uma cooperação maior em energia - através da qual a Rússia está oferecendo tecnologia de energia nuclear e de liquefação de gás ao Brasil - e em áreas de alta tecnologia como exploração espacial e contrução de aviões, disseram autoridades de ambos os países.

A gigante russa de gás natural Gazprom pretende abrir um escritório no Rio de Janeiro neste ano como parte dessa iniciativa, disse o Kremlin. A Rússia e o Brasil são ambos grandes nações de commodities, com a Rússia entre os maiores produtores de energia e metais e o Brasil forte nas exportações de produtos agrícolas, minério de ferro, carros e maquinaria.

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