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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 07, 2010

Lembra da campanha do PIG antes de o Lula ser eleito, ja é piada a desinformação







Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de
miseráveis e pobres à condição de consumidores.
E que também não entende de economia, pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais
escolas e universidades que seus antecessores juntos [14
universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares].

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares (valores de janeiro de 2010), e não quebrou a previdência como queria FHC.

Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis (maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta).

Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas
mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a
ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o
primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora.

Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir. Hoje o PAC é um amortecedor da crise.

Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos] .

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].

Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um
brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush -
notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama.

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador... é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor-Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...] e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam, lá, nos "States".

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da maior mudança geopolítica das Américas na história.

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas, faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.

Lula, que não entende nada de nada... é bem melhor que todos os outros!!!...

Pedro Lima
Economista e professor de economia da UFRJ

do Blog da Dilma

domingo, junho 06, 2010

Vê quem quer






“Todo mundo sabe, mas ninguém quer comentar” ou “Dois assuntos que resultam em um”.

Por Evandro das Santos Pinheiro
e Fabio da Silva Barbosa

Desde a chegada dos europeus ao Brasil, os povos originários vêm sendo massacrados e saqueados pelos invasores. Mesmo depois de tanto tempo, o capitalismo ainda insiste em destruir o pouco que esse povo conseguiu conservar. Constantemente ameaçados de perder suas terras, sofrendo, inclusive, ameaças de morte (isso quando a morte não ocorre de fato), as comunidades indígenas vivem entre a insegurança e a opressão. A invasão de ontem e de hoje insiste em ir mais longe. A cultura destes povos é completamente destruída pela cultura dominante (o culto ao lixo modista e a mentalidade individualista). Quando os portugueses se apossaram dessas terras, trouxeram elementos devastadores para as crenças e costumes locais. Os jesuítas fizeram parte das engrenagens dessa máquina mortífera impondo sua verdade aos nativos. Verdade colocada como a única possível.
E os negros seqüestrados na África, trazidos como escravos até aqui? Foram obrigados a adorar deuses brancos e tiveram seus direitos totalmente usurpados. Reis viraram escravos do dia para a noite e crianças ficaram órfãs de pai e mãe. O Brasil recebia 37% de escravos de todo continente e em três séculos e meio de escravatura, nosso país recebeu aproximadamente cinco milhões de negros, sem contar que 55% morriam nos porões dos navios durante o trajeto. Após a bravura de grandes guerreiros e a pressão de outros países, o Brasil foi o ultimo a abolir a escravidão. Os negros estavam libertos, mas e daí? Sem assistência do estado, emprego, acesso a educação... foram jogados a própria sorte (que não era nada boa em uma sociedade extremamente racista). Sua cultura foi negada, sendo impedidos os cultos de religiões de matrizes africanas como o candomblé. A capoeira foi proibida e a lei da vadiagem entrou em vigor. Hoje a capoeira corre livre e aparentemente a opressão acabou.
Aparentemente!
O racismo dissimulado no Brasil mostra constantemente suas garras. Isso é de tal forma imposto que negros acham que são brancos, sendo 50% da população negra e apenas 6% se assume como tal. Isso se deve ao nosso ensino eurocêntrico e pouco ser falado sobre o continente africano. Quando se fala deste continente é de forma preconceituosa, como se o continente fosse um único pais e só é retratado de forma estereotipada como o continente da fome, das guerras e da AIDS.
Voltando aos índios,
que eram donos originais do país, como apresentado no início do artigo, esses foram ficando cada vez mais encurralados em pequenas áreas insuficientes para a sobrevivência das aldeias, sendo chacinados e oprimidos pelos grandes proprietários de terra. Atualmente, na Bahia, temos um grande exemplo desse desrespeito com a prisão do Cacique Babau e com a população indígena sendo perseguida como bandidos, quando, na verdade, estão lutando por seus direitos. Como condenar os métodos dessa luta se não existe a possibilidade de um diálogo honesto? Não deveríamos propor formas realmente eficazes para conquistarem seus direitos, ao invés de engordarmos os números carcerários?
Na época da chegada dos europeus nossa população indígena passava de 10 milhões e hoje está em torno de 400 mil índios. O relatório do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) mostra que a situação está insustentável, principalmente no Mato Grosso do Sul. Dos 60 assassinatos de indígenas no país, 42 ocorreram no neste Estado, cujas vítimas pertencem ao povo Guarani Kaiowá. O que nos chama também a atenção é que dos 34 suicídios registrados, todos ocorreram nessa população, sendo que 25 vítimas possuíam idade entre 13 e 25 anos. Ainda segundo o relatório do CIMI, no estado do Mato Grosso do Sul, foram localizados 409 trabalhadores nas usinas de cana de açúcar em condições degradantes ou análogas ao trabalho escravo. Desses 409, 150 eram indígenas dos povos Terenas, Kaiowá e Guarani.
Então é isso!
Negros e índios continuam sofrendo as mazelas de um povo que vem sendo oprimido há muito tempo. Isto está certo? Isto é justo? Vamos por a mão na consciência. A grande maioria não pode continuar apoiando os privilégios de uma minoria conservadora que não quer perder a mamata. Temos de gritar por mudanças enquanto é tempo. Descruze os braços. A hora é agora. Não adianta tapar o Sol com a peneira. Não há mais porque esperar. Talvez "daqui a pouco" seja tarde de mais.

do reboco caído

Só não vê quem não quer






Surplus, documentário sueco, dirigido pelo italiano Erik Gandini em 2003, é um olhar sobre o jeito de ser e de viver da humanidade.



do esquerdopata

Comparar é humano







A diferença é que nos petistas e o PT não temos medo de comparar o nosso governo com os do tucanos, enquanto o PSDB para fugir dessas comparações recorre a ataques!
Nos tempos de FHC, o Risco Brasil estava em 2.700 pontos. Nos tempos de Lula, 200 pontos.
O salário mínimo quando Lula assumiu a Presidência da República, em 2003, estava em 64 dólares. Agora, está entre 290 e 300 dólares.
O dólar que valia R$ 3, agora vale R$ 1,78. FHC não pagou a dívida com o FMI. Lula pagou-a em dólar.
A indústria naval, tão importante para o desenvolvimento do País, FHC não mexeu. Lula reconstruiu.
FHC não construiu nenhuma nova universidade. Lula construiu dez novas universidades federais. Quanto às extensões universitárias, no governo do tucanato não houve nenhuma. No governo Lula foram 45.
As escolas técnicas foram esquecidas na era FHC. Ele não construiu uma sequer. Lula construiu 214.
No campo da economia, as reservas cambiais no governo FHC foram 185 bilhões de dólares negativos. No governo Lula, 239 bilhões de dólares positivos.
O crédito para o povo/PIB no governo tucano foi de apenas 14%. No governo Lula, com as políticas anticíclicas, alcançou 34%.
Em relação à infraestrutura, FHC não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, as privatizou. No governo Lula, três estão em andamento.
Quando Lula assumiu o governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.
No campo da indústria automobilística, na era FHC, 20% em baixa. Na era Lula, 30% em alta.
Nos oito anos em que FHC presidiu o País, houve quatro crises internacionais, que arrasaram o Brasil. Na era Lula, foi enfrentada uma grande crise, que o Brasil superou em razão das reservas acumuladas e das políticas anticíclicas empreendidas pelo governo.
O cambio no governo FH era fixo, e estourou o Tesouro Nacional. No governo Lula é flutuante, com ligeiras intervenções do Banco Central.
A taxa de juros Selic atingiu na era FHC incríveis 27%. No governo Lula chegou ao seu menor percentual desde quando foi criada, em 1983, 8,5%.
A mobilidade social no governo tucano foi de apenas 2 milhões de pessoas. No governo Lula, 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza.
FHC criou apenas 780 mil empregos em oito anos. Lula criou 12 milhões.
O governo tucano nada investiu em infraestrutura. Com o PAC Lula pretende investir R$ 504 bilhões até 2010.
Por fim, no mercado internacional, o Brasil, no governo FHC não teve crédito. No governo Lula, o País foi reconhecido como investmento grade pelas três maiores agências de classificação de risco internacionais. Ou seja, deixamos de ser um país em que o capital externo só entrava para especular para ser um país de investimentos.
Estas são as comparações que os tucanos querem evitar a todo custo na peleja de 2010. Escrito por janemel@superig.com.br

Aloprações tucanas




ENTREVISTA: AMAURY RIBEIRO JR.

Aloprações tucanas

Dono de três prêmios Esso e vencedor de quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, Amaury Ribeiro Jr., 47 anos, é daqueles repórteres de imersão total na matéria, nem que para tanto tenha de correr riscos. Foi assim quando, investigando o assassinato de jovens pelo tráfico, foi baleado nos arredores de Brasília. Trabalhou, entre outros jornais e revistas, para O Globo, Isto É e Correio Brasiliense. Autor de reportagens sobre a guerrilha do Araguaia, a prostituição infantil e os entraves à educação do país, Ribeiro Jr. dedica-se, nos últimos dois anos, a esmiuçar os meandros do conturbado processo de venda das estatais brasileiras na bacia das almas nos anos 1990. E à investigação da lavagem internacional do dinheiro da corrupção. Integrante do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) agora ele vasculha o que chama de “aloprações tucanas”. Por ironia, começou a reunir o material para o seu livro, que eviscera os subterrâneos da era da privataria tucana, por conta de um conflito entre ...tucanos. Confira:

BC – Como você começou a apurar esta face mais escura do período da privatização?

ARJ - Tudo começou há mais ou menos dois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro, sumiço de dinheiro público...


do Luis Nassif

Armação Ilimitadas PIG continua






Sobre as marmeladas óbvias

Esse circuito Serra-Veja-Jornal Nacional surgiu em 2005. Esgotou-se, perdeu eficácia, afetou a credibilidade do próprio JN, assim como dos demais veículos que passaram a repercutir a revista. Mas não tem jeito. Uma armação nítida, de um delegado ligado a Marcelo Itagiba (chefe da inteligência da campanha de Serra) já devidamente desmascarada na Internet, mas que é tratado como tema sério. Pelo menos no rabicho da matéria dão a voz aos acusados.


sábado, junho 05, 2010

Resumo da Ópera






O paciente, o Sr. Direito, está “precluso”

Contaram-me uma história de um jornalista que participava de um programa de televisão com um juiz e que, diante das formalidades levantadas no mundo jurídico para que se aja contra o que é manifestamente ilegal, fez os espectadores imaginarem a seguinte situação: o Sr. Direito é atropelado ali na frente do Tribunal e todos gritam: olhem, o Direito foi atropelado!

E correm a pedir que o Doutor recupere o Sr. Direito, trate do Sr. Direito, conserte o Sr. Direito. Mas o Doutor diz que não, que essa não é a forma de fazer, que é preciso chamar a ambulância, pegar uma maca, deitar ali o Sr. Direito, ligar a sirene e entrar pela porta de emergência do Tribunal, ou melhor, do Hospital. Bem, o pessoal volta com o Sr. Direito, coloca-o de novo no asfalto, chama a ambulância, procura a maca, conserta a sirene quebrada da ambulância e, horas e horas depois, consegue fazer o Sr. Direito ser examinado. Tarde demais, porém. O Doutor levanta os óculos, franze as sombrancelhas e diz, com voz triste e grave: senhores, o Sr. Direito, infelizmente, está precluso. A preclusão, juridicamente, é a morte do Direito.

A historinha, evidente, não é totalmente veraz. Muitas vezes a Justiça não pode agir, embora eu esteja cansado de ir a eventos onde, por sua própria iniciativa, ela manda fiscais verificarem se há propaganda eleitoral antecipada ou transgressões à lei. Seus funcionários, de colete e máquinas fotográficas, ficam ali, trabalhando debaixo de sol e chuva, com grande esforço pessoal, sábados e domingos, sem o seu repouso e o lazer com suas famílias. Empenham-se, corretamente, em buscar detectar pequenas transgressões; uma faixa, uma camiseta, um “santinho”. Mas , enquanto eles se esforçam, será possível que infrações milhões de vezes maiores, mais graves, possam ser praticadas sem menhuma reação?

Em geral, o privilégio da ação, o papel de estar atento e agir diante do Sr. Direito sendo atropelado é do Ministério Público. E, infelizmente, a impressão que se tem é que o Ministério Público Eleitoral só olha para uma das pistas da rua, onde pede multas à menor invasão do acostamento ou excesso de velocidade, enquanto na outra pista o pobre do Sr. Direito é atropelado como um boneco de pano, sem que nada aconteça.

Hoje, ao analisar a pesquisa Ibope, o Estado de S. Paulo chega a publicar esta pérola:

“No caso de Serra, praticamente não há diferenças entre os dois grupos: 41% de preferências entre os que viram o programa tucano e 37% entre os que não viram.”

Que programa tucano? O programa do DEM ilegalmente usado pelo candidato tucano?

Todos sabiam que isso ocorreria. Estava nos jornais. Era declarado e confesso.

O Ministério Público Eleitoral ignorou tudo. O Judiciário lavou as mãos, dizendo que seria censura prévia.

Ou seja, o Sr. Direito só poderia ser protegido depois de atropelado. E, mesmo depois de atropelado em rede nacional, diante de milhões de brasileiros, há mais de dez dias, o douto Ministério Público Eleitoral não teve ainda oportunidade de vir em seu socorro.

Pior, duas outras jamantas, Roberto Freire e Roberto Jefferson, anunciam nos jornais e nos sites oficiais de seus partidos, que vão passar com “seus” PPS e PTB por cima do Sr. Direito, em rede nacional de rádio e televisão, nos dias 10 e 24 deste mês, promovendo José Serra, mas o Ministério Público Eleitoral só se preocupa em deduzir que, se Lula suspirar ao ouvir o nome de Dilma Roussef, isso carateriza propaganda eleitoral antecipada.

Faço um apelo aos srs. Procuradores e Ministros da Suprema Corte Eleitoral. A intenção de transgredir é pública, confessa, impressa nos jornais. O que está em jogo não é a liberdade de expressão, mas o desvio de finalidade dos programas partidários, como, aliás, Suas Excelências puniram ao considerar que, subjetivamente, havia ocorrido no programa do PT. Mas os partidos pró-Serra vão muito além da transgressão sujetiva. Vão fazer seus programas serem “estrelados” e promoverem um integrante de outro partido, o que é absoluta e expressamente vedado pela lei, independendo de qualquer interpretação subjetiva. Quem é filiado a uma partido não pode participar do programa de outro. É, repito,outra vez, a letra do Inciso I, Parágrafo 1° do Artigo 45 da Lei 9096, que regula estes programas.

O princípio da liberdade de expressão não está em jogo aí. Também é uma garantia constitucional a inviolabilidade do lar, mas se um homem entra em casa de revólver em punho, gritando que vai matar a mulher e os filhos, deveria o poder público, em nome da inviolabilidade do lar, deixar que isso se consume, para depois aplicar as sanções cabíveis a este tresloucado cidadão?

E, neste caso, a coisa é ainda mais evidente: ainda que Serra ficasse imóvel como uma estátua na tela, fará parte do programa e esta participação é expressamente proibida por lei.

Ocorre aí não uma preclusão jurídica, mas prática, com a inocuidade da pena prevista para esta trangressão. Que lhes importa a punição futura se, daqui a meses, quando a lenta roda da Justiça girar, o objetivo da transgressão terá sido alcançado. Que importa perder o horário partidário de 2011? É como matar alguém atropelando-o e sabendo que a pena por isso limitar-se-á a perder a carteira de motorista por seis meses, em lugar de responder por um homicídio.

Repito, não é uma transgressão subjetiva, pendente de interpretação. É expressa, objetiva, literal afronta à lei.

É impossível ser um bom operador do Direito sem amar a Justiça. É evidente que a intenção do legislador, ao proibir a participação em horário político de um partido de filiado a outro partido foi a de evitar seu uso eleitoral. Foi, aliás, medida inspirada no que aconteceu com Fernando Collor que, tal como fará José Serra – se não se puser côbro a isso – , apareceu em três programas de rede nacional nas eleições de 89, para projetar-se como candidato. Com a diferença, para pior, que Serra o fará em quatro, pois além do DEM, do PPS, do PTB, ainda terá – este, legitimamente – o programa do PSDB.

Quem teve a paciência de ler, até aqui, este “tijolaço”, há de ter percebido que o escreve alguém que ama a Justiça e tem, pelos seus operadores, enorme respeito. É por isso que perde sua noite de sábado alinhando estes argumentos que, embora não contenham as citações em alemão ou italiano tão ao gosto de alguns juristas, vale-se da mísera e pobre realidade dos fatos, sem latinismos ou citações para floreá-los.

Eu só quero, por favor, é que o Sr. Direito não seja, de novo e repetidas vezes, atropelado. E que, na prática, embora não juridicamente, tenhamos de dizer, daqui a 20 dias, que já não há recurso possível, o Sr. Direito está, na prática, inapelavelmente, precluso.

Morto, portanto. E sem ressurreição possível.

do Tijolaço


João — 5 de junho de 2010 @ 23:53

O Malandro ” E no entanto êle se move como prova o Galileu”
me lembrei desta composição do Chico Buarque, da Ópera do Malando.
Seu texto excelente, nos mostra como na composição, que a ópera nunca para.

Para saber do Brasil leia nos Jornais de outros países






' Tudo começou há mais ou menosdois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem, sumiço de dinheiro público...
(Amaury Ribeiro Jr, em entrevista a Luis Nassif, sobre o conteúdo do seu livro-bomba que Serra & mídia tentam desqualificar como dossiê petista; 06-06)
do Carta Maior

Reservas do Brasil de Lula chegam a US$ 250 bi.
Um record. As do Fh eram US$ 30 bi


O PiG ignorou que a bala do Lula é oito vezes maior do que a o Farol

O PiG (*) ignorou essa informação: a bala na agulha do Lula é oito vezes maior do que a do Farol.

Jogue o PiG (*) fora, antes que acabe.

(Este ordinário blog faz do modesto post que se segue uma singela homenagem aos notáveis colonistas (**) Monica Bergamo e Ricardo Noblat.)

Leia num dos melhores jornais do mundo: EL PAIS.com

Internacional

Nuevo record histórico en las reservas internacionales de Brasil
La cifra asciende a 250.000 millones de dólares, un 25% superior a la del año pasado
JUAN ARIAS | Río de Janeiro 03/06/2010

Si la economía es lo que cuenta a la hora de votar, no le será difícil al presidente Luiz Inácio Lula da Silva convencer a los brasileños para que voten por su candidata, la ex guerrillera, Dilma Rousseff. Hoy mismo ha sido comunicado oficialmente que las reservas internacionales brasileñas han alcanzado un nuevo record: 250.000 millones de dólares, una cantidad un 25% superior a la del año pasado.

Lula, a los inversores: “Brasil ha aprendido a ser serio. Y es un camino sin retorno”

La transformación de Dilma Rousseff

Según el ministro de Economía, Guido Mantega, la reserva blinda al país contra todo tipo de posibles crisis internacionales, como se demostró en el último tsunami que hizo tambalearse a las economías del mundo y que en Brasil prácticamente pasó de largo.

Casi el 90% de esas reservas internacionales están aplicadas en títulos del Gobierno americano, en diferentes bancos extranjeros y en el Fondo Monetario Internacional (FMI).

Según los analistas, los 250.000 millones de dólares de reservas internacionales son más que suficientes para hacer frente a todos los compromisos externos del país, lo que hace que la economía de Brasil sea hoy acreedora en vez de deudora, en relación a otros paises.

La política de compra de reservas comenzó en 2004, durante el primer Gobierno de Lula, pero fue ganando fuerza en los últimos tres años debido al aumento del flujo de dólares en el país. Cuando Lula llegó al poder las reservas eran sólo de 40.000 millones de dólares, seis veces menores que hoy.

La oposición critica, sin embargo, que los ejecutivos de Lula han mantenido los intereses más altos del mundo, lo que, si por una parte ha hecho que ingentes cantidades de dólares entrasen en el país, al mismo tiempo han podido ser un freno para el crecimiento de la industria, así como la sobrevalorización del dólar han podido dañar a las exportaciones.

Lo que los ciudadanos de a pie notan, no obstante, es que Brasil es hoy un país estable, seguro para invertir, con todas las cartas en regla para hacer frente a sus compromisos externos y blindado para las nuevas crisis que puedan llegar de más allá del Atlántico.

Paulo Henrique Amorim

(*) PiG: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

do Conversa Afiada


PIG é descarado






SERRA PERDEU FEIO NO RIO E EM MINAS GERAIS , DE ONDE SAIRAM OS VOTOS PARA SERRA EMPATAR COM DILMA ?

do aposentado Invocado