ENTREVISTA: AMAURY RIBEIRO JR.
Aloprações tucanas
Dono de três prêmios Esso e vencedor de quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, Amaury Ribeiro Jr., 47 anos, é daqueles repórteres de imersão total na matéria, nem que para tanto tenha de correr riscos. Foi assim quando, investigando o assassinato de jovens pelo tráfico, foi baleado nos arredores de Brasília. Trabalhou, entre outros jornais e revistas, para O Globo, Isto É e Correio Brasiliense. Autor de reportagens sobre a guerrilha do Araguaia, a prostituição infantil e os entraves à educação do país, Ribeiro Jr. dedica-se, nos últimos dois anos, a esmiuçar os meandros do conturbado processo de venda das estatais brasileiras na bacia das almas nos anos 1990. E à investigação da lavagem internacional do dinheiro da corrupção. Integrante do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) agora ele vasculha o que chama de “aloprações tucanas”. Por ironia, começou a reunir o material para o seu livro, que eviscera os subterrâneos da era da privataria tucana, por conta de um conflito entre ...tucanos. Confira:
BC – Como você começou a apurar esta face mais escura do período da privatização?
ARJ - Tudo começou há mais ou menos dois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro, sumiço de dinheiro público...
do Luis Nassif
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