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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 21, 2010

Afegãos e Iraquianos agora conhecem o sabor da democracia do invasor






De Gorilas e chipanzés





Afegãos e iraquianos agora conhecem o sabor da democracia do invasor

Hamid Karzai, o sátrapa de plantão do Afeganistão está irritadíssimo com as empresas de segurança privadas que de fato governam o país.

De “dia eles são ladrões, disse o indigitado governante, “e de noite são terroristas”.

Agora é que ele percebeu isso?

Depois de imolar centenas de milhares de inocentes no altar da tal democracia estadunidense?

Que os mercenários contratados pelo governo dos Estados Unidos para garantir a ocupação do país são ladrões todo mundo sabe.

Que são terroristas, não há a menor Duvida.

Basta ver o que acontece no Iraque.

Um pouco de paz e tranqüilidade e começam a explodir bombas.

E quem são os autores desses atentados?

O déspota iraquiano prontamente responde que é coisa de muçulmano sunita, ou xiita, dependendo da ocasião.

Nunca é coisa do invasor ocupante.

São bilhões de dólares gastos mensalmente com esses mercenários “para garantir a segurança” do Iraque ou Afeganistão.

E vocês acham que eles vão embora assim, sem mais nem menos?

Hoje o eldorado de qualquer empresa de segurança é conseguir uma boca nesses países.

A escória da humanidade está ali e nunca é demais repetir, com a cumplicidade dos chipanzés da mídia, diletos herdeiros dos gorilas que estupraram o nosso país e que agora estão louquinhos para voltar.

Isso está todo mundo careca de saber.

Mas como dizem na Palestina, paciência tem limites...

Estado de Israel mantém 335 menores de idade presos por motivos políticos

Com a escola em greve, Mohammad, de 14 anos, decidiu, no início da tarde, ir jogar bola com os amigos. No meio da partida, apareceu um grupo de homens vestidos como civis. “Não estávamos com medo porque não pareciam soldados”.

Se aproximaram e, sem falar nada, jogaram gás de pimenta nos olhos de Mohammad, que ainda recebeu uma coronhada na testa. “Comecei a sangrar muito e um deles começou a chutar minha perna. Me algemaram e me levaram”, conta o palestino da vila de Biddu, Cisjordânia, próxima à colônia judia de Bivast Hadasha.

A polícia israelense o acusava de ter jogado pedras em uma manifestação em frente ao muro construído por Israel na Cisjordânia. Sem a presença de um advogado, Mohammad foi interrogado. Negou verbalmente a acusação, mas acabou assinando uma confissão em hebraico, língua que não entendia, sob a promessa que o deixariam sair e voltar para sua casa.

Porém, o adolescente foi sentenciado a quatro meses de prisão, tempo em que não recebeu nenhuma visita dos pais. “Costumo sonhar que soldados invadem a vila, fazendo busca nas casas e prendendo pessoas, e eu me sinto com muito medo ou saio correndo”.

A prisão e interrogatórios de crianças não é algo raro na Palestina. De acordo com a organização Defesa para Crianças Internacional (DCI), cerca de 700 delas são presas pelo Estado de Israel, por ano, somente na Cisjordânia. De 2000 a 2008, a organização contabilizou 6.500 detenções de crianças e adolescentes. “Neste momento, há 335 deles presos”, afirma Verônica Naranjo, advogada da DCI.

Modus operandi

A maior parte das acusações é por jogar pedras e coquetéis molotov, ou de pertencer a organizações políticas. “Não creio que em outros lugares do mundo existam crianças presas por motivos políticos”, explica Verônica.

A maioria das detenções e agressões se dá em regiões próximas ao muro ou a colônias, pois, geralmente, são áreas onde há mais protestos e confrontos entre colonos judeus e os árabes. “O mais comum é uma tropa israelense entrar nas casas durante a noite. Algemam e vendam a criança e a levam embora. Quase sempre, [os menores] sofrem agressões antes de serem interrogados, momento em que sofrem todos tipos de maus-tratos. Recolhemos testemunhos dessas crianças e adolescentes, e, em todos, há evidências de torturas e maus-tratos durante os interrogatórios”, conta Verônica. A advogada afirma que 14% das crianças e adolescentes ainda sofrem abusos sexuais, como choques elétricos na região genital.

O também advogado do Ministério dos Prisioneiros da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Jawad al-Amawi, alerta que a detenção de crianças e adolescentes viola a Convenção dos Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (CRC, na sigla em inglês), que, no artigo 37, especifica que tal procedimento pode ser utilizado como último recurso, somente pelo bem-estar da própria criança e pelo menor tempo possível. “Eles usam esse recurso com frequência e não há nenhum interesse pelo bem-estar da criança. Eles também misturam adultos e crianças nas prisões, o que também viola a Convenção”, aponta al-Amawi.

Além disso, a prisão política dos menores, assim como a de presos políticos palestinos em Israel – hoje, mais de 6 mil casos –, desrespeitam as Convenções de Genebra – que tratam do Direito Humanitário Internacional –, pois submete civis a leis e cortes militares.

Duas medidas

A maioridade penal para os palestinos, para o Estado de Israel, é de 16 anos. “Isso quer dizer que, fez 16 anos, o jovem é julgado como adulto”, diz Verônica. Um jovem israelense, entretanto, é julgado como adulto apenas depois dos 18 anos. “As leis israelenses são discriminatórias, o que vale para israelenses não vale para os palestinos, o que evidencia o apartheid dessa ocupação”, complementa Verônica.

Jawad al-Amawi aponta outra violação: os jovens detidos são impedidos de continuar seus estudos dentro da cadeia. “Em novembro de 2009, levantamos um caso na Suprema Corte de Israel contra o serviço prisional israelense, para que deixassem os palestinos fazerem seus exames da escola. Colocaram uma data para discutir o caso: 3 de janeiro de 2011. Acontece que os últimos exames foram feitos em junho de 2010. É assim que a lei israelense trata qualquer caso relacionado à Palestina”, protesta.

Verônica aponta que a violência sofrida pelas crianças não parte apenas do Estado de Israel, mas também de colonos. Há muitos episódios em que judeus agridem as crianças, como o caso de Jameel, em Hebron, cidade de maioria árabe.

Nossa vida não é normal, estamos cercados de policiais e colonos. Todos os dias, tenho que passar por sete check-points no caminho para a escola”. Um dia, Jameel foi interceptado por soldados e agredido. Colonos que estavam por perto também começaram a golpeá-lo. A família, avisada por testemunhas, chegou ao local e filmou parte da agressão.

Tempo depois, um soldado soltou Jameel e o ameaçou de morte caso contasse sua história para alguém. A família entrou com uma ação, mas, até hoje, o caso não foi julgado. “Toda vez que vejo soldados ou colonos andando na rua, vou para o outro lado, evito olhar para eles, pois sei que não posso me defender sozinho”.

Mortes

De 2000 até 2008, a DCI contabilizou a morte de 1.333 crianças e adolescentes, mais da metade delas em Gaza. A maior causa são os bombardeios aéreos e ação da polícia ou do exército em mobilizações, ocasiões onde a presença de adolescentes e crianças é comum. “As crianças já sabem, desde muito pequenas, que há um conflito, que há um inimigo, que vivem sob ocupação. Estão prontas para lutar desde pequenos. Os presentes depois do Ramadã são armas de plástico, e elas brincam de israelense-palestino, como se brinca de mocinho-bandido”, explica Verônica.

Um dos assassinados foi Ahmad Mousa, baleado à queima-roupa, na cabeça, no vilarejo árabe de Ni'lin, cortado pelo muro da Cisjordânia. Como ocorre em todas as sextas-feiras, houve uma manifestação em frente ao muro, do meio-dia até, mais ou menos, três da tarde. Às cinco, a família soube que uma criança havia sido assassinada por um soldado enquanto brincava. Ninguém foi punido até hoje. “As crianças morrem quase todos os dias, vítimas da ocupação. Para eles, todos palestinos que nascem são futuros combatentes”, opina Verônica Narajo.

A tensão em que vivem as crianças também faz da Palestina um dos lugares onde elas mais apresentam problemas psicológicos. O último relatório feito pela comissão de direitos humanos da Assembleia Geral da ONU, em 2009, apontou que 20% das crianças que vivem na Faixa de Gaza sofrem de estresse pós-traumático.

Do Jornal Brasil de Fato

Isso tudo sob o silêncio conivente e cumplice da mídia corporativa. Qual seria a repercussão se tais fatos ocorressem no Irã ?




O verdadeiro Serra no programa eleitoral




Datafolha dá empate técnico, entre Serra e Marina






Folha abandona Serra com requintes de crueldade, para salvar Alckmin


A Folha de José Serra (jornal Folha de São Paulo), quem diria, jogou José Serra (PSDB) ao mar.

O gesto não tem nada de nobre, muito menos a Folha abdicou de seu tucanismo, pelo contrário. Nota-se o cálculo político dos donos do jornal.

Dão como desenganada qualquer chance de vitória de Serra, por isso não tem mais nada a perder jogando Serra ao mar. Mas tem muito a perder se Alckmin também for derrotado para o governo paulista, e os gestos de Serra levarão Alckmin à derrota.

Apreciem o editorial da Folha abandonando Serra com requintes de crueldade:

Avesso do avesso

Tentativa do tucano José Serra de se associar a Lula na propaganda eleitoral é mais um sinal da profunda crise vivida pela oposição

Pode até ser que a candidatura José Serra à Presidência experimente alguma oscilação estatística até o dia 3 de outubro. E fatores imprevisíveis, como se sabe, são capazes de alterar o rumo de toda eleição. Não há como negar, portanto, chances teóricas de sobrevida à postulação tucana.

Do ponto de vista político, todavia, a campanha de Serra parece ter recebido seu atestado de óbito com a divulgação da pesquisa Datafolha que mostra uma diferença acachapante a favor da petista Dilma Rousseff.

A situação já era desesperadora. Sintoma disso foi o programa do horário eleitoral que foi ao ar na quinta-feira no qual o principal candidato de oposição ao governo Lula tenta aparecer atrelado... ao próprio Lula.

Cenas de arquivo, com o atual presidente ao lado de Serra, visaram a inocular, numa candidatura em declínio nas pesquisas, um pouco da popularidade do mandatário. Como se não bastasse Dilma Rousseff como exemplar enlatado e replicante do "pai dos pobres" petista, eis que o tucano também se lança rumo à órbita de Lula, como um novo satélite artificial; mas o que era de lata se faz, agora, em puro papelão.

Num cúmulo de parasitismo político, o jingle veiculado no horário do PSDB apropria-se da missão, de todas a mais improvável, de "defender" o presidente contra a candidata que este mesmo inventou para a sucessão. "Tira a mão do trabalho do Lula/ tá pegando mal/... Tudo que é coisa do Lula/ a Dilma diz/ é meu, é meu."

Serra, portanto, e não Dilma, é quem seria o verdadeiro lulista. A sem-cerimônia dessa apropriação extravasa os limites, reconhecidamente largos, da mistificação marqueteira.

A infeliz jogada se volta, não contra o PT, Lula, Dilma ou quaisquer dos 40 nomes envolvidos no mensalão, mas contra o próprio PSDB, e toda a trajetória que José Serra procurou construir como liderança oposicionista.

Seria injusto atribuir exclusivamente a um acúmulo de erros estratégicos a derrocada do candidato. Contra altos índices de popularidade do governo, e bons resultados da economia, o discurso oposicionista seria, de todo modo, de difícil sustentação em expressivas parcelas do eleitorado.

Mais difícil ainda, contudo, quando em vez de um político disposto a levar adiante suas próprias convicções, o que se viu foi um personagem errático, não raro evasivo, que submeteu o cronograma da oposição ao cálculo finório das conveniências pessoais, que se acomodou em índices inerciais de popularidade, que preferiu o jogo das pressões de bastidor à disputa aberta, e que agora se apresenta como "Zé", no improvável intento de redefinir sua imagem pública.

Não é do feitio deste jornal tripudiar sobre quem vê, agora, o peso dos próprios erros, e colhe o que merece. Intolerável, entretanto, é o significado mais profundo desse desesperado espasmo da campanha serrista.

Numa rudimentar tentativa de passa-moleque político, Serra desrespeitou não apenas o papel, exitoso ou não, que teria a representar na disputa presidencial. Desrespeitou os eleitores, tanto lulistas quanto serristas.


*Amigos da Presidente Dilma

Ique - 21/08/2010

Dilma na frente no Datafolha

Folha (*) bate em cachorro morto
em editorial contra o Serra


Só com body jump o Serra sobe

Até a Folha, amigo navegante, até a Folha (*), em editorial:

Não é do feitio deste jornal tripudiar sobre quem vê, agora, o peso dos próprios erros, e colhe o que merece. Intolerável, entretanto, é o significado mais profundo desse desesperado espasmo da campanha serrista (subir na garupa do Lula- PHA).

Numa rudimentar tentativa de passa-moleque político, Serra desrespeitou não apenas o papel, exitoso ou não, que teria a representar na disputa presidencial. Desrespeitou os eleitores, tanto lulistas quanto serristas.


Clique aqui para assistir ao vídeo: “Só com body jump o Serra sobe!”

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
*conversaafiada

70anos da morte de Trótski




Leon Trótski

70 anos da morte de Trótski
“Mas sejam quais forem as circunstâncias da minha morte, morrerei com fé inabalável no futuro comunista da humanidade. Esta fé no homem e no futuro me dá, mesmo agora, uma força que religião nenhuma me poderia dar.”
Leon Trótski (Ianovka, 7 de novembro de 1879 — Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, fundador do Exército Vermelho e rival de Stalin na tomada do PCUS à morte de Lenin.
Seu nome em ucraniano é Лев Давидович Троцький, que pode ser transliterado como Lev Davidóvitch Trótskii. Todavia, seu verdadeiro sobrenome era Bronstein (Бронштейн). Pelo calendário juliano, utilizado nos países de tradição ortodoxa, nasceu em 26 de outubro de 1879.
Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como criador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.
Afastado por Stalin do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, um agente de Stalin. As suas ideias políticas, expostas numa obra escrita de grande extensão, deram origem ao trotskismo, corrente ainda hoje importante no marxismo.
Após a Revolução de 1917, passou a defender também que a revolução socialista era um processo mundial e que a Revolução Russa necessitaria continuar a desenrolar-se numa arena mundial, no âmbito de uma perspectiva internacionalista que contrastava claramente com a política estalinista do "socialismo num só país". Defendeu a rápida industrialização da economia e o abandono da NEP (Nova Política Econômica) de Lenin, quando Stalin e o teórico Bukharin defendiam a industrialização gradual e a manutenção daquela política. A dissidência no interior do Partido vem a público quando Trótski publica, em 1924, um prefácio à edição dos seus escritos de 1917, As Lições de Outubro, criticando a falta de estratégia revolucionária de Stalin e da Direção do Comintern na direção do levante alemão de 1923, e compara suas atitudes com a indecisão demonstrada por Kamenev e Zinoviev às vésperas da Revolução de Outubro. Estas discordâncias abertas afastam politicamente Trótski de Stalin, culminando na sua expulsão do partido a 12 de novembro de 1927, o exílio em Alma Ata (hoje Altana), na então República Socialista Soviética do Cazaquistão, a 31 de janeiro de 1928, e finalmente a expulsão da União Soviética em 1929. Ainda em julho desse ano, começa a publicar um boletim mensal da oposição, que continuaria a ser publicado e contrabandeado para o território soviético durante todo o seu exílio .
Ironicamente, afastado Trótski, Stalin vira-se contra Bukharin e acaba por apropriar-se de muitos dos preceitos da política econômica enunciados por Trótski, implementando-a, todavia, de uma forma criticada por uma grande maioria, como exageradamente violenta e autoritária. Tal "virada à Esquerda" de Stalin, no entanto, fez muito para privar a Oposição de Esquerda de grande parte dos seus partidários na URSS, que acabam por aderir a Stalin, que consideram estar realizando na prática o programa da oposição, nomeadamente o economista Ievguêni Preobrajenski e o antigo chefe de governo da Ucrânia soviética e amigo pessoal de Trótski desde a época de sua estadia nos Bálcãs, o socialista romeno de etnia búlgara Christian Rakovski - que, juntamente com a imensa maioria dos antigos trotskistas, haveriam de perecer nas Grandes Purgas dos anos 1930.
Trótski com Frida Khalo, com quem teve breve ligação
Após a deportação, Trótski passou pela Turquia, França (julho de 1933 a junho de 1935) e Noruega (junho de 1935 a setembro de 1936), fixando-se finalmente no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo.
A 3 de setembro de 1938, numa reunião com 25 delegados de 11 países, Trótski e seus seguidores fundam a Quarta Internacional, como alternativa à Terceira Internacional estalinista. Trótski tinha entrado entretanto em conflito com Diego Rivera - numa disputa que tinha tanto a ver com as pretensões políticas de Rivera no movimento trotskista, que Trótski desfavorecia, quanto com a breve ligação de Trótski com Frida Kahlo - e mudara-se em 1939 para uma casa própria no bairro de Coyoacán, na Cidade do México. A 24 de maio de 1940 sobrevive a um ataque à sua casa por assassinos alegadamente a mando de Stalin. Não sobreviverá, no entanto, ao segundo ataque de Stalin: a 20 de agosto de 1940, o agente Ramón Mercader consegue sob disfarce entrar pacificamente na sua sala para um encontro, e, aproveitando um momento de distracção, aplica com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o ruído, os guarda-costas de Trótski precipitam-se para a sala e quase matam Mercader, mas Trótski detém-nos, exclamando "Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!". Faleceu no dia seguinte.
Mercader testemunhou posteriormente no seu julgamento: "Pousei o casaco impermeável na mesa de forma a poder tirar a picareta que estava no bolso. Decidi não perder a grande oportunidade que surgiu. No momento em que Trótski começou a ler o artigo, deu-me a minha oportunidade; tirei a picareta do casaco, segurei-a firme na mão e, de olhos fechados, dei-lhe um golpe terrível na cabeça".
Trótski morto
Um dos secretários de Trotsky, Joseph Hansen, entregou à Imprensa um relato sobre o assassinato do líder comunista:"Trotsky conhecia pessoalmente seu assassino, Frank Jackson (na verdade, Ramón Mercarder), há mais de seis meses, e tinha confiança nele devido às suas relações com o movimento trotskista na França e nos Estados Unidos. Ele nos visitava com freqüência e em momento algum tivemos motivos para desconfiar que ele fosse agente da GPU".
Segundo Hansen, Jackson chegou à casa de Trotsky às 5h30min da tarde do dia 20 de agosto, dizendo-lhe que havia escrito um artigo, sobre o qual gostaria de sua opinião. Trotsky concordou e ambos se encaminharam para a sala de jantar, onde estava a sra. Trotsky. "Alegando estar com a garganta seca, Jackson pediu um copo de água. A sra. Trotsky ofereceu-lhe chá. Ele agradeceu mas preferiu a água. Então, Trotsky convidou-o a passarem para o seu escritório".
O primeiro indício de que algo de anormal acontecera foi o som de gritos lancinantes e de uma luta violenta. A princípio os secretários e guarda-costas julgaram que havia acontecido algum acidente, mas, ao ingressarem no escritório, encontraram Trotsky com o rosto banhado em sangue. Um dos guarda-costas correu para socorrê-lo, enquanto o outro atracava-se com o assassino, que empunhava um revólver.
"Provavelmente o assassino atacou-o por trás, utilizando uma picareta cuja ponta penetrou-lhe o cérebro. Mas em vez de cair inconsciente, como o assassino planejara, Trotsky agarrou-se a ele".
Enquanto jazia, sangrando, no chão, Trotsky disse a Hansen: "Jackson baleou-me com um revólver. Acho que, dessa vez, é o fim". Hansen tentou animá-lo, dizendo que o ferimento era superficial e que não podia ter sido causado por um tiro, já que ninguém tinha ouvido o estampido. "Não, sinto aqui que desta vez eles conseguiram" - disse Trotsky, apontando para o coração.
Trotsky lutou pela vida durante 24 horas, vindo a falecer às 7h25min da noite de 21 de agosto.
Túmulo de Leon Trótski em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida.
A casa de Trótski em Coyoacán, preservada no mesmo estado em que se encontrava naquele dia, é hoje um museu, em cujos terrenos se encontra ainda o cenotáfio de Trótski, com a foice e o martelo talhados sobre seu nome.
*comtextolivre

no link abaixo encontra-se o link para baixar filme sôbre o assassinato de Trotsky

http://cine-belasartes.blogspot.com/2010/02/o-assassinato-de-trotsky-legendado.html

Mercadante vai se eleger junto com Dilma São Paulo precisa do melhor.






Lula e Mercadante partem pra cima de Alckmin








Quem assistiu o comício de Dilma (PT), Lula (PT), Mercadante (PT), Marta (PT) e Netinho (PCdoB) em Osasco (SP), viu uma coligação unida, e um Lula inspirado que fez daqueles discursos de arrepiar.

Lula partiu pra cima, e mostrou que não quer apenas eleger Dilma. Não quer apenas eleger Marta e Netinho para Dilma ter uma base forte no senado. Ele quer também, e mostrou inabalável confiança, de que dá sim para o Mercadante chegar no palácio dos Bandeirantes.

O Presidente criticou desde os pedágios, mostrou que Mercadante é quem gosta dos professores, mostrou que o grupo demo-tucano, aliado a Quércia, está no governo desde 1983, e, por politicagem mesquinha, negligenciaram e deixaram de cadastrar famílias necessitadas em programas sociais do governo federal, como o pró-jovem, como o bolsa-família. Se tem Estado que podia ter feito mais e não fez, foi São Paulo, tanto no governo de Serra, como no de Alckmin.

Lula foi o militante nº 1, enchendo todos de esperança e energia, convocando cada paulista para fazer o que ele fez, arregaçar a mangas para eleger Mercadante junto com Dilma, para São Paulo ter o mesmo tipo de governo, que o governo Lula fez no Brasil, com desenvolvimento econômico, distribuição de renda e ascensão social para todos.

Não sei se a lei está permitindo mostrar essas cenas externas no horário eleitoral gratuito. Se estiver é só colocar os melhores momentos de Lula, um pouco cada dia, no horário eleitoral, que metade dos votos estarão conquistados. O resto, para completar a vitória, depende da militância arregaçar as mangas e do próprio Mercadante.

Se a lei não permitir, não tem problema. Coloca só o som da voz com a foto de Lula no fundo. Dá-se um jeito. E, claro, é preciso espalhar os vídeos destes melhores momentos na internet.

A militância paulista dos partidos da coligação de Mercadante tem motivos de sobra para ignorarem as pesquisas por hora, arregaçarem as mangas e fazer acontecer. Potencial para virar, existe.

O que ficou claro é que Alckmin vai estar com insônia hoje.

dosamigosdopresidentelula


Rendição de Serra ao "lulo-petismo" abaterá candidaturas de Alckmin, Richa, Rosalba, Perillo

José Serra (PSDB/SP), mandou às favas os escrúpulos quando viu que iria perder, e desonrou seu partido, seus correligionários e seus eleitores fiéis, ao se render ao "lulo-petismo" e tentar usar de forma pirata, desonrosa e humilhante a imagem do presidente Lula em seu programa de TV.

Independente da falta de honra e de ética, a decisão tem lógica no cálculo político dos inescrupulosos. Segue a lógica do "perdido por 100, perdido por 1.000".

Os demo-tucanos estariam apoiando em peso a tática imoral de Serra se a eleição fosse só presidencial, se não fosse casada com a eleição de governadores, senadores e deputados.

Não haveria mais nada a perder mesmo, então, para quem não tem escrúpulos, antes perder por 1.000 tentando um estelionato eleitoral, do que perder por 100 bovinamente.

O problema é que, se Serra não tem nada a perder, há candidatos a governadores e senadores demo-tucanos ainda bem colocados nas pesquisas, que tem muito a perder.

Eles não estão na situação de Serra, não estão "perdidos por 100", mas a estratégia de Serra de rendição ao "lulo-petismo", coloca as candidaturas de Alckmin, Richa, Rosalba, Perillo, Agripino, Cesar Maia, no rumo do "perdidos por 1.000".

Abriu-se uma guerra interna irreparável entre a campanha presidencial demo-tucana e as campanhas estudais. Roberto Jefferson (PTB/SP) detona Serra em público, e está vocalizando o que Alckmin e os outros gostaria de estar dizendo.

Serra só pensa em salvar a própria pele. Se lixa para seu partido e seus correligionários. Para Serra, perdido por 100, perdido por 1.000, e nestes 1.000 perdidos inclui Alckmin, Aécio, Perillo, Richa, Rosalba e quantos governos estaduais e cadeiras no senado e na câmara tiver que se danar.

Os demo-tucanos estaduais pensam diferente, é óbvio. Se esta é a eleição derradeira de Serra, não é de muitos outros políticos, que tem muito o que perder nos próximos anos. Para eles, Serra virou a carga a ser jogada fora do avião, para tentar evitar a queda.

Quem conhece Serra, sabe que ele não é de aceitar ser jogado fora como contrapeso. Deverá elevar o tom da campanha com mais baixarias, jogos sujos, com contradições como mais rendição ao "lulo-petismo", a cada vez que ele achar que é a última bala na agulha que dispõe.

Lula e Dilma já são um grande trunfo para Mercadante (PT/SP), Osmar Dias (PDT/PR), Iberê Fereira (PSB/RN) e outros aliados de Lula e Dilma, que ainda estão atrás nas pesquisas, para virar o jogo. Outro trunfo inesperado que caiu do céu para estes candidatos nos estados, é a campanha tresloucada de Serra.






sexta-feira, agosto 20, 2010

O ultimo suspiro do Império agora ou breve















Arriando a bandeira do século americano


Precisa ser arriada.

Em 1962, a historiadora Barbara Tuchman publicou um livro acerca do início da Primeira Guerra Mundial e o intitulou As armas de agosto ( The Guns of August ) . Chegou a ganhar um Pulitzer. Ela estava, é claro, recordando eventos que haviam ocorrido quase 50 anos antes e tinha à sua disposição documentos e informação não disponíveis aos que participaram da guerra. Eles atuaram, como disse o secretário de Defesa da era vietnamita Robert McNamara, no calor da guerra.
Então, como estamos nós neste agosto de 2010, com as armas pipocando numa guerra no Afeganistão enquanto tentamos nos safar de outra no Iraque? Onde estamos, enquanto impomos sanções sobre o Irã e a Coréia do Norte (e ameaçamos pior do que isso), enquanto mandamos nossas mais recentes maravilhas em armamentos, mecanismos automáticos equipados com bombas e mísseis, sobre as fronteiras tribais do Paquistão, Iêmen e quem sabe onde mais, encarregados de infindáveis "matanças dirigidas" que, em épocas mais duras, chamávamos de assassinatos? Onde exatamente estamos, enquanto continuamos a fortificar a maior parte do globo mesmo quando nosso país está incapacitado de pagar por serviços básicos?
Gostaria de ter uma bola de cristal em que pudesse espreitar para ver o que os historiadores dirão de nossas próprias armas em agosto de 2060. O calor da guerra, afinal de contas, é apenas uma metáfora para o que poderia ser chamado de "as brumas do futuro", a inabilidade dos humanos para descortinar o que o mundo virá a ser. Permitam-me não obstante tentar oferecer alguns vislumbres do que essa paisagem enevoada alguns anos no futuro poderá revelar, e mesmo arriscar algumas predições sobre as possibilidades que aguardam a América ainda imperial.
Começarei perguntando: Que danos sucederão aos Estados Unidos se realmente decidirmos, contra todas as probabilidades, fechar os milhares e milhares de bases, grandes e pequenas, que guarnecemos ao longo do mundo? O que ocorreria se realmente desmantelássemos nosso império e voltássemos para casa? Hordas como as de Genghis Khan desceriam sobre nós? Pouco provável. Não é nem mesmo concebível uma invasão por terra ou por mar aos EUA.
Ataques como o do 11 de setembro iriam se acelerar? Parece-me muito mais provável que, à medida em que nossa presença no estrangeiro encolhesse, a possibilidade de ataques assim encolheriam também.
Os vários países que invadimos, algumas vezes ocupamos, e tentamos colocar no caminho da justiça e da democracia degenerariam em "estados falidos"? Possivelmente alguns, e evitar ou controlar isso deveria ser a função das Nações Unidas ou dos estados vizinhos. (É bom lembrar que o regime cambojano assassino de Pol Pot acabou chegando ao fim não por nossa causa, mas por causa do vizinho Vietnam.)
Império cambaleante
Em outras palavras, os piores medos que se poderia ouvir em Washington – se alguém se preocupasse minimamente em imaginar o que aconteceria se começássemos a desmontar nosso império – se mostrariam apenas quimeras. Seriam, na verdade, notavelmente parecidas com as funestas previsões nos anos 70 sobre os estados em toda a Ásia, então na África, e assim por diante caindo, como dominós, sob a dominação comunista se não ganhássemos a guerra no Vietnam.
Como seria o mundo então se os EUA perdessem globalmente o controle – os maiores medos e as mais profundas reflexões de Washington acerca de nossa pretensiosa auto-apreciação – como está efetivamente acontecendo agora apesar de nossos melhores esforços? Como seria o mundo se os EUA apenas desistissem? O que nos aconteceria se não fôssemos mais a "única superpotência" ou a autonomeada polícia do mundo?
Na verdade, ainda seríamos um grande e poderoso estado-nação com uma miríade de problemas internos e externos. Uma crise de drogas e imigração em nossa fronteira sul, custos de saúde subindo, um sistema de educação se enfraquecendo, uma população envelhecendo, uma infraestrutura envelhecendo, uma recessão sem fim – nenhum dos quais terá solução no futuro próximo, e nenhum dos quais tem possibilidade de ser atacado de modo sério e bem sucedido enquanto continuarmos a gastar nossa riqueza em exércitos, armamentos, guerras, ocupação global e subornos a ditadores insignificantes.
Mesmo sem nossa interferência, o Oriente Médio continuaria a exportar petróleo, e se a China estivesse comprando uma parcela cada vez maior do que permanece inexplorado naqueles países, talvez isso nos estimulasse a uma conservação maior e nos levasse mais rapidamente à era das energias alternativas.
Potência emergente
Enquanto isso, se desmantelarmos ou não nosso império, a China se tornará (se já não é) a próxima superpotência mundial. Ela, também, enfrenta uma série de problemas internos, incluindo muitos dos mesmos que temos. Entretanto, tem uma economia em crescimento, uma balança de pagamentos favorável frente ao resto do mundo (particularmente os EUA, que está atualmente enfrentando um déficit comercial anual com a China de US$ 227 mil milhões) e um governo e uma população determinados a transformar o país num estado poderoso e economicamente dominante.
Cinqüenta anos atrás, quando comecei minha carreira acadêmica como especialista em China e Japão, fiquei fascinado pela história moderna desses países. Meu primeiro livro tratou do modo como a invasão japonesa da China nos anos 30 impulsionou Mao Tse Tung e o Partido Comunista Chinês rumo ao poder, graças à resistência nacionalista aos invasores estrangeiros. Incidentalmente, não é difícil encontrar exemplos deste processo, no qual um grupo político local chega ao poder porque lidera a resistência a tropas estrangeiras. No período imediato à Segunda Guerra Mundial, isso ocorreu no Vietnam, na Indonésia e na Malásia; com o colapso da União Soviética em 1991, ao longo de toda a Europa Oriental; e hoje certamente esta acontecendo no Afeganistão e provavelmente no Iraque também.
Quando começou a Revolução Cultural na China em 1966, perdi temporariamente o interesse no estudo do país. Eu pensava que sabia para onde a desastrosa reviravolta interna estava levando a China, e assim me voltei para o Japão, que estava então sendo bem conduzido em sua surpreendente recuperação da Segunda Guerra Mundial, graças ao crescimento econômico dirigido pelo estado, mas não de sua propriedade.
Esse padrão de desenvolvimento econômico, algumas vezes chamado de "estado desenvolvimentista", difere fundamentalmente tanto do controle da economia nos moldes soviéticos quanto da abordagem laissez-faire dos EUA. A despeito do sucesso do Japão, lá pelos anos 90 sua burocracia crescentemente esclerosada havia levado o país a um prolongado período de deflação e estagnação. Ao mesmo tempo, a Rússia pós-soviética, por um curto período atrelada ao aconselhamento econômico norte-americano, viu-se cativa dos rapaces oligarcas que desmantelaram o comando da economia somente para enriquecerem a si próprios.
Na China, o líder do Partido Comunista Deng Xiaoping e seus sucessores puderam observar os acontecimentos no Japão e na Rússia, aprendendo com ambos. Eles claramente adotaram os aspectos efetivos dos dois sistemas para sua economia e sua sociedade.Com um pouco de sorte, na economia e em outros setores, e como continuação de sua atual liderança bem informada e racional, a China continuou a prosperar sem ameaçar nem seus vizinhos nem os EUA.
Imaginar que a China quereria iniciar uma guerra com os EUA – ainda que sobre uma questão tão profundamente emocional quanto o status político de Taiwan – seria projetar para o país uma direção muito diferente daquela na qual está rumando atualmente.
Arriando a bandeira no século americano
Daqui a 35 anos, terá terminado oficialmente o século em que a América terá sido o chefão (1945-2045); sua época pode, de fato, estar acabando neste momento. Estamos começando a parecer cada vez mais uma versão gigante da Inglaterra no final de seu período imperial, na medida em que começamos a enfrentar, ainda que necessariamente não os resolvendo, o envelhecimento de nossa infraestrutura, nossa influência internacional declinante e nossa economia decadente. Poderia, até onde sabemos, ser ainda o século de Hollywood daqui a décadas, de modo que ainda pudéssemos agitar a superfície da cena cultural, do mesmo modo que a Inglaterra fez nos anos 60 com os Beatles e Twiggy. Turistas iriam sem dúvida visitar algumas de nossas maravilhas naturais e talvez algumas de nossas cidades menos imundas, em parte porque as taxas de câmbio do dólar possivelmente estariam favoráveis a eles.
Se, todavia, decidíssemos desmantelar nosso império de bases militares e redirecionar nossa economia para indústrias produtivas, e não mais destrutivas; se mantivéssemos nossas forças armadas voluntárias principalmente para defender nossas próprias costas (e talvez para serem usadas sob o comando das Nações Unidas); se começássemos a investir em nossa infraestrutura, educação, saúde pública e poupança, então poderíamos ter a possibilidade de nos reinventar como uma nação normal e produtiva. Infelizmente, não vejo isso acontecendo. Escrutinando este nebuloso futuro, simplesmente não consigo imaginar os EUA desmantelando voluntariamente seu império, o que não significa que, como todas as fortificações imperiais, nossas bases não acabem algum dia.
Ao invés disso, prevejo os EUA à deriva, da mesma forma que a administração Obama parece estar à deriva na guerra do Afeganistão. A opinião corrente entre os economistas hoje é que o alto desemprego deve permanecer por mais uma década. Acrescente-se a isso o baixo investimento e a contenção de gastos (exceto talvez os gastos do governo) e eu temo que T.S. Elliot tivesse razão quando escreveu: "É assim que o mundo termina, não com um estrondo, mas com um gemido".
Tenho sido sempre um analista político e não um ativista. Esta é uma das razões porque por um breve tempo tornei-me consultor do principal ramo analítico da CIA, e porque eu agora prefiro sair da Agência. Não somente a CIA perdeu sua razão de ser ao permitir que sua coleta de inteligência se contaminasse politicamente, mas suas operações clandestinas criaram um clima de impunidade no qual os EUA podem assassinar, torturar e aprisionar pessoas à vontade em todo o mundo.
Da mesma forma que perdi o interesse na China quando a liderança daquela país se dirigiu de maneira tão cega para o caminho errado durante a Revolução Cultural, temo estar perdendo o interesse em continuar a analisar e dissecar as perspectivas para os EUA nos próximos anos. Aplaudo os esforços de jovens jornalistas de dizerem as coisas como elas são, e os dos acadêmicos em juntarem informações que um dia capacitarão historiadores a descrever onde e quando nos perdemos. Admiro especialmente as percepções do lado de dentro, como aquelas dos ex-militares como Andrew Bacevich e Chuck Spinney. E reverencio os homens e mulheres dispostos a arriscar suas carreiras, salários, liberdade e mesmo vida para protestar – como os padres e freiras do SOA Watch, que fazem piquetes regulares na School of the Americas e chamam atenção para a presença de bases militares e o mau comportamento americano na América do Sul.
Estou também impressionado com Pfc. Bradley Manning, se ele é na realidade a pessoa responsável pela potencial liberação ao público de 92 mil documentos secretos sobre a guerra no Afeganistão. Daniel Ellsberg estava há tempo esperando que alguém fizesse o que ele próprio fez quando liberou os Documentos do Pentágono durante a guerra do Vietnam. Ele deve ter se surpreendido com a resposta a este chamado – e de maneira tão improvável.
Meu próprio papel nesses últimos 20 anos foi o de Cassandra, a quem os deuses concederam a dádiva de prever o futuro, mas também amaldiçoaram com o fato de que ninguém acreditaria nela. Eu gostaria de ser mais otimista sobre o que está reservado para os EUA. Mas não há um só dia em que nossas próprias armas de agosto não continuem a me assombrar.

[*]Autor de Blowback (2000), The Sorrows of Empire (2004), Nemesis: The Last Days of the American Republic (2006), Dismantling the Empire: America's Last Best Hope (2010) e outros livros .
O original, em inglês, encontra-se em: Lowering the Flag on the American Century
Tradução de RMP.

Esta tradução foi extraída de: Resistir.info.

israel soldados detidos






La detención de los uniformados se da en el contexto de investigaciones sobre el robo de algunos artículos a activistas de la FLotilla de la Libertad, que el pasado mes de mayo fue agredida por el Ejército israelí en aguas internacionales

Unos cuatro militares israelíes han sido detenidos ante la sospecha de haber robado computadores portátiles y otros objetos tecnológicos a activistas de la Flotilla de la Libertad, durante la agresión que el Ejército de Israel perpetró contra esa caravana humanitaria que en mayo pasado trató de llevar ayuda humanitaria a la bloqueada población palestina en la franja de Gaza.

De acuerdo con la prensa israelí, del buque Mavi Marmara, principal nave de la Flotilla agredida, fueron robados una serie de objetos durante el asalto de soldados de élite israelíes, ataque en el que murieron nueve activistas humanitarios turcos.

El diario Yediot Aharonot detalló que unos de los detenidos es un teniente del Ejército israelí, sospechoso de vender a un amigo algunos de los objetos robados durante el ataque a la Flotilla.

Además del oficial, en el contexto de las investigaciones del caso también han sido detenidos otros tres militares que, al parecer, fueron quienes que sacaron del barco Mavi Marmara los ordenadores y demás artículos, entre ellos también teléfonos celulares.

Los barcos de la Flotilla de la Libertad se dirigían a Gaza con ayuda humanitaria para tratar de romper el bloqueo que Israel mantienes desde hace tres años sobre ese enclave palestino, cuando fue asaltada en aguas internacionales, desatando una ola de protestas generalizada contra el Gobierno israelí y una crisis sin precedentes en las relaciones turco-israelíes.

Después de la agresión, los activistas, entre los que se encontrada el colaborador de teleSUR, David Segarra, fueron trasladados al puerto de Ashdod, al sur de Tel Aviv, y sus pertenencias confiscadas por el Ejército y la Policía de Israel.

Poco después surgieron las primeras denuncias de algunos activistas sobre que no habían recibido de vuelta sus pertenencias o que se había usado la tarjeta de crédito de un periodista de nacionalidad italiana que iba en el barco.

La relación de soldados de Israel con este robo pasa a ser un nuevo elemento en la serie de hechos polémicos y pervertidos en los que se han visto envueltos miembros del Ejército israelí últimamente.

Fuente: Con información de TeleSUR