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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 21, 2010

Mercadante vai se eleger junto com Dilma São Paulo precisa do melhor.






Lula e Mercadante partem pra cima de Alckmin








Quem assistiu o comício de Dilma (PT), Lula (PT), Mercadante (PT), Marta (PT) e Netinho (PCdoB) em Osasco (SP), viu uma coligação unida, e um Lula inspirado que fez daqueles discursos de arrepiar.

Lula partiu pra cima, e mostrou que não quer apenas eleger Dilma. Não quer apenas eleger Marta e Netinho para Dilma ter uma base forte no senado. Ele quer também, e mostrou inabalável confiança, de que dá sim para o Mercadante chegar no palácio dos Bandeirantes.

O Presidente criticou desde os pedágios, mostrou que Mercadante é quem gosta dos professores, mostrou que o grupo demo-tucano, aliado a Quércia, está no governo desde 1983, e, por politicagem mesquinha, negligenciaram e deixaram de cadastrar famílias necessitadas em programas sociais do governo federal, como o pró-jovem, como o bolsa-família. Se tem Estado que podia ter feito mais e não fez, foi São Paulo, tanto no governo de Serra, como no de Alckmin.

Lula foi o militante nº 1, enchendo todos de esperança e energia, convocando cada paulista para fazer o que ele fez, arregaçar a mangas para eleger Mercadante junto com Dilma, para São Paulo ter o mesmo tipo de governo, que o governo Lula fez no Brasil, com desenvolvimento econômico, distribuição de renda e ascensão social para todos.

Não sei se a lei está permitindo mostrar essas cenas externas no horário eleitoral gratuito. Se estiver é só colocar os melhores momentos de Lula, um pouco cada dia, no horário eleitoral, que metade dos votos estarão conquistados. O resto, para completar a vitória, depende da militância arregaçar as mangas e do próprio Mercadante.

Se a lei não permitir, não tem problema. Coloca só o som da voz com a foto de Lula no fundo. Dá-se um jeito. E, claro, é preciso espalhar os vídeos destes melhores momentos na internet.

A militância paulista dos partidos da coligação de Mercadante tem motivos de sobra para ignorarem as pesquisas por hora, arregaçarem as mangas e fazer acontecer. Potencial para virar, existe.

O que ficou claro é que Alckmin vai estar com insônia hoje.

dosamigosdopresidentelula


Rendição de Serra ao "lulo-petismo" abaterá candidaturas de Alckmin, Richa, Rosalba, Perillo

José Serra (PSDB/SP), mandou às favas os escrúpulos quando viu que iria perder, e desonrou seu partido, seus correligionários e seus eleitores fiéis, ao se render ao "lulo-petismo" e tentar usar de forma pirata, desonrosa e humilhante a imagem do presidente Lula em seu programa de TV.

Independente da falta de honra e de ética, a decisão tem lógica no cálculo político dos inescrupulosos. Segue a lógica do "perdido por 100, perdido por 1.000".

Os demo-tucanos estariam apoiando em peso a tática imoral de Serra se a eleição fosse só presidencial, se não fosse casada com a eleição de governadores, senadores e deputados.

Não haveria mais nada a perder mesmo, então, para quem não tem escrúpulos, antes perder por 1.000 tentando um estelionato eleitoral, do que perder por 100 bovinamente.

O problema é que, se Serra não tem nada a perder, há candidatos a governadores e senadores demo-tucanos ainda bem colocados nas pesquisas, que tem muito a perder.

Eles não estão na situação de Serra, não estão "perdidos por 100", mas a estratégia de Serra de rendição ao "lulo-petismo", coloca as candidaturas de Alckmin, Richa, Rosalba, Perillo, Agripino, Cesar Maia, no rumo do "perdidos por 1.000".

Abriu-se uma guerra interna irreparável entre a campanha presidencial demo-tucana e as campanhas estudais. Roberto Jefferson (PTB/SP) detona Serra em público, e está vocalizando o que Alckmin e os outros gostaria de estar dizendo.

Serra só pensa em salvar a própria pele. Se lixa para seu partido e seus correligionários. Para Serra, perdido por 100, perdido por 1.000, e nestes 1.000 perdidos inclui Alckmin, Aécio, Perillo, Richa, Rosalba e quantos governos estaduais e cadeiras no senado e na câmara tiver que se danar.

Os demo-tucanos estaduais pensam diferente, é óbvio. Se esta é a eleição derradeira de Serra, não é de muitos outros políticos, que tem muito o que perder nos próximos anos. Para eles, Serra virou a carga a ser jogada fora do avião, para tentar evitar a queda.

Quem conhece Serra, sabe que ele não é de aceitar ser jogado fora como contrapeso. Deverá elevar o tom da campanha com mais baixarias, jogos sujos, com contradições como mais rendição ao "lulo-petismo", a cada vez que ele achar que é a última bala na agulha que dispõe.

Lula e Dilma já são um grande trunfo para Mercadante (PT/SP), Osmar Dias (PDT/PR), Iberê Fereira (PSB/RN) e outros aliados de Lula e Dilma, que ainda estão atrás nas pesquisas, para virar o jogo. Outro trunfo inesperado que caiu do céu para estes candidatos nos estados, é a campanha tresloucada de Serra.






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