Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 22, 2010




Serra se confunde com a banda larga


A meta do Plano Nacional de Banda Larga de levar a conexão em alta velocidade a cem cidades ainda este ano está mantida, se não houver imprevistos, em novembro ou dezembro a banda larga poderá começar a ser implementada em diversos munícipios.
O grande projeto na área de comunicação do governo Lula é a criação de uma banda larga popular o que possibilitará a entrada de milhares de brasileiros no mundo da internet.
No I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas mostrou a força de centenas de blogueiros independentes apontando um grande crescimento de blogs. Se compararmos com os números há 8 anos, melhoramos muito, e Blogosfera tem um peso maior.
A Blogosfera Progressista faz um contraponto bastante razoável à imprensa escrita, mas não dá para comparar o peso da televisão. A televisão é muito mais poderosa ainda do que a internet no Brasil. É algo massacrante: 98% dos brasileiros veem televisão, e talvez apenas 30% ou 40% tenham acesso à internet.
A banda larga brasileira é cara, lenta e localizada.Concentra-se nas classes A e B e ignorou a classe C e ignorou o Nordeste. O Brasil dispõe de uma rede paralela à das empresas privadas, que é a infra-estrutura de Eletronet, da Eletrobrás e da Petrobrás.
A partir dessa rede, a Telebrás poderá entregar, em 2014, banda larga a 4.278 municípios. Hoje, as telefônicas privadas dizem que só estão interessadas em concorrer em 148 municípios.
O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, fez comentários sobre críticas feitas pelo candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Segundo ele, nos últimos dias, o tucano teria dito que, em caso de vitória nas urnas, "descartaria a Telebrás" e que ainda prepararia um "plano surpresa".
Serra é contra a Telebrás e como sempre não entende que está é uma medida para beneficiar a população que ainda não tem acesso a internet.
Com a banda larga, quanto mais houver acesso ao computador e à internet, um percentual maior de pessoas poderá ser incorporado a essa rede alternativa de informação. Por isso é que o Plano Nacional de Banda Larga é tão estratégico.

ENCONTRO DOS BLOGUEIROS PROGRESSITAS



O homem sempre foi um ser de comunicação. Nos primórdios antes de desenvolver a fala com o pouco de desenvolvimento do intelecto já proporcionava o estabelecimento de comunicação através de sons e gestos. Na medida em que se avança no tempo, além da fala, aprende a registrar mensagens através de desenhos rupestres, depois chegou-se a fase da escrita como divisor que rompe definitivamente o paradigma da transmissão do conhecimento. Mas, a escrita não chegou tão rápida e acessível a todos os povos. Nem os processos de comunicação ficaram apenas fixados nessa forma de comunicação. Cansamos de ver nas telas a representação de processos de comunicação primários como a fumaça utilizada para superar a dimensão espaço/tempo até chegar a invenção do rádio, telégrafo, telefone, televisão, telex e com o advento do computador a oportunidade de superar definitivamente a dimensão espaço/tempo através da comunicação na rede mundial – web. Como um estopim esse processo difundiu-se e criou possibilidades infinitas e derrubou os alicerces dos monopólios da comunicação de massa. Alguns fenômenos como a eleição de Barak Obama, nos Estados chamaram a atenção de estudiosos. No Brasil a internet, através dos sites, blogs e outras mídias alternativas tem assumido papel decisivo na informação e superação do modelo de apropriação dos meios, muitas vezes, servindo mais ao controle que, propriamente, a informação. Quando se fala em mídia alternativa, poucas pessoas tinham a exata extensão. Dia 21 e 22 de agosto de 2010, tal como a descoberta da escrita, ainda que de forma rudimentar e assentada sobre materiais estranhos aos dias atuais, a comunicação através desses novos meios também se constitui no rompimento entre o modelo tradicional de produção de informação e conhecimento. Inimaginável como difundiu-se. Quantos estiveram aqui? Quantos desejaram estar? Como será no próximo ano? Quantos seguidores estão aguardando “pacientemente” novidades. Quão decisivos tem sido estas ferramentas na vida das pessoas? Francamente não sei. É inimaginável fazer qualquer projeção, qualquer previsão. O que se sabe que o mundo e os meios de comunicação nunca mais serão os mesmos. Algumas décadas à frente, lá estarão estudiosos “escavando” para descobrir de quem foi a primazia e coisas do gênero, o que se sabe ser irrelevante. Interessa o efeito, a sensação que causa a constatação do feito, essa revolução pacífica que desconstituiu modelos secularizados de domínios da informação. Toda criança nasce linda mas, ninguém sabe como será no futuro. Cabe aos adultos direcionar o processo de construção dos conhecimentos e da independência. Ninguém sabe o que será da mídia alternativa, cabe a cada um, construí-la responsavelmente para que essa criança seja, no futuro, um “ser” admirável. por Hilda Suzana Veiga Settineri
*desabafoBrasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário