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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 20, 2010





Dilma centra esforços em SP para vencer no 1º turno

Amparada pelo presidente Lula, candidata petista vai comandar uma série de eventos no maior colégio eleitoral do País

Ricardo Galhardo, iG São Paulo
Amparada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, prepara uma ofensiva em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, com o objetivo de liquidar a disputa presidencial ainda no primeiro turno.

Foto: AE
Plano agora é centrar esforços no maior colégio eleitoral do País

A campanha da petista preparou uma série de eventos no Estado para os próximos dias, sempre com a participação do presidente.
A turnê paulista começa com um comício em Osasco, nesta sexta-feira à noite. A expectativa do comando da campanha é reunir mais de 10 mil pessoas na cidade governada pelo petista Emidio de Souza.
Na manhã de sábado, o presidente e a candidata participam de outro comício, desta vez em Mauá, cidade que também é governada pelo PT.
Na madrugada de segunda-feira, Dilma e Lula vão para o ABC paulista, berço político do presidente, para fazer panfletagem na porta das fábricas acompanhados de sindicalistas.
"Se ganharmos em São Paulo a eleição termina no primeiro turno", avaliou um dirigente do PT. A estratégia de priorizar o Estado governado pelos tucanos há 16 anos ganhou força com o resultado de pesquisas recentes que apontam a redução da vantagem do candidato do PSDB, José Serra, em São Paulo.
doamoralneto

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