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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 28, 2010

fhc






O "GRANDE" FHC [sic]


Helio Fernandes, no site da Tribuna da Imprensa.

farol  alexandria cópia
“FHC sempre inacreditável, a coragem de falar sobre Gilberto Freyre, pretendendo se igualar a ele. Fala em ambigüidade e incorreção, e numa revelação, garante: “Posso me desgastar politicamente”.
Falou em Paraty sobre Gilberto Freyre. Para aparecer e se exibir, faz qualquer coisa, até se projetar por mares nunca dantes navegados. Mas isso, em FHC nem chega a ser surpreendente. Mais do que surpreendente, até espantoso, foi o que “revelou”.
“Pérolas de incorreções, impossíveis de serem anunciadas por um ex-presidente que ainda tem muito a perder com ambigüidades públicas”.
FHC discorrer sobre Gilberto Freyre, que não chegou a presidente, mas é muitas vezes maior e mais eterno do que ele, audácia pura. Como intelectual FHC, não passou, não passa nem passará de co-autor de um estudo de Sociologia, destacado por ter sido financiado, patrocinado e divulgado pela Fundação Ford, que sempre abriu e limpou os caminhos por onde FHC trafegaria.
Verdade seja dita, FHC jamais cometeu o crime da ingratidão. Percorrendo criminosamente os caminhos abertos pela Fundação Ford, pagou a ela e a todas as multinacionais, de forma ultra globalizante. Desde 1983, quando como suplente assumiu a vaga de Franco Montoro no Senado, FHC se dedicou a proteger e projetar o famoso CONSENSO DE WASHINGTON.
Não parou mais, 11 anos depois aconteceria o que nem ele acreditava: chegou a presidente da República. Que tempos são esses que levam um personagem inútil e que só pensa nele mesmo, ao Poder imaturo mas incontestável e controlado apenas por ele mesmo?
Usou do Poder inteiro e incontestado, traindo todo um povo, um país, um futuro, destruindo as esperanças que se depositavam não nele, mas nos projetos que se ensaiavam, de exploração de nossas formidáveis riquezas.
A palavra exploração saiu quase sem imaginar, não fazia parte do meu texto. Mas deixei, no sentido negativo, que tem que ser tudo quando se trata de FHC. Da exploração, para rimar e confirmar, FHC passou para a DESESTATIZAÇÃO, fundando e exercitando uma empresa que tinha essa denominação.
E o propósito de corroer e doar uma parte impressionante do patrimônio nacional. Não deixou setor intocado ou integrado (não confundir com ENTREGADO), durante os 8 anos em que ficou no Poder. Permitiu que grupos multinacionais ou globalizantes FICASSEM com nossas PROPRIEDADES, “pagando” com AÇÕES já foram de circulação, que valiam, perdão pela palavra, no máximo, no máximo, 10 centavos do real que acabava de entrar em circulação.
Os lucros foram tão fabulosos, que milhares e milhares de USURPADORES ficaram satisfeitos e exultantes. Foram TRILHÕES e TRILHÕES de dinheiro podre, que utilizaram para trocar por um patrimônio invejável, e que foi criminosamente DOADO, sem que esquecessem um setor que fosse.
Na conferência de Paraty, só o que FHC chamou de “incorreções” preencheria o espaço de um artigo. Mas aí seria apenas constatação desagradável e decepcionante (para quem ainda acreditava em FHC), prefiro esquecer e mostrar, embora sumariamente, o que roubou do povo brasileiro em 8 anos de DESGOVERNO, propositadamente devastador para as nossas riquezas.
No período FHC (e que ele transferiu para Lula), a “dívida” externa chegou a 172 BILHÕES DE DÓLARES. E a interna a 680 BILHÕES DE REAIS. E podem se estarrecer com a lembrança: OS JUROS DAS DUAS “DÍVIDAS” chegaram a 44 por cento. Dói na alma e na mente, só em pensar nisso.
FHC entregou os juros a Lula em 25 por cento, uma barbaridade. Hoje está em 10,75 por cento, no momento não quero falar sobre o “esquecimento” de Lula, que não fez coisa alguma. (Já escrevi tanto sobre isso, continuo pedindo uma CPI sobre esses CRIMES CONTRA O POVO BRASILEIRO).
A CPI sobre as duas “DÍVIDAS” não prescreveu, tem toda razão de ser. Só que Serra não vai ganhar e não criaria essa CPI, pois ninguém pode incriminar a si mesmo. E Serra estava “dentro” do governo de 8 anos, manteve inexpugnável o silêncio criminoso.
Dona Dilma vai ganhar, mas também ficará longe dessa CPI, pelo mesmo motivo de Serra. Está desde o ínício “dentro” do governo de Lula, jamais tentou, mesmo nos bastidores, levantar a voz para RETOMAR o patrimônio desperdiçado por FHC. E “esquecido” de ser READQUIRIDO por Lula.
***
PS 1 – Para terminar, as exatas palavras de FHC, DECEPANDO a própria conferência: “Não posso falar abertamente, posso me prejudicar politicamente”. Ha!Ha!Ha!
PS 2 – No limar dos 80 anos, com o próprio partido fugindo dele, sem amigos e até sem inimigos, o que FHC espera?
PS 3 – Mentiu quando disse que foi cassado, teria sido o ÚNICO CASSADO CANDIDATO EM 1978.
PS 4 – Agora praticamente aos 80 anos, MISTIFICA a opinião pública, espalhando que tem futuro político.
PS 5 – O que é mais grave, quem quiser que responda: MENTIR é mais grave do que MISTIFICAR? “
FONTE: escrito pelo jornalista Helio Fernandes no site da “Tribuna da Imprensa” e republicado no blog “De um sem mídia” (http://blogdeumsem-mdia.blogspot.com/).

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