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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 31, 2010

Evo Morales defende sanções a Israel por armas nucleares




Evo Morales defende sanções a Israel por armas nucleares


O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu nesta segunda-feira (30) da Organização das Nações Unidas (ONU) que imponha sanções a Israel, já que o país é portador de dezenas de armas nucleares, em vez de castigar o Irã.

[30 de agosto de 2010 - 20h25]
Em uma cerimônia no Palácio Queimado, onde representantes governamentais de Teerã anunciaram a concessão ao país de um crédito de 200 milhões de euros (cerca de 240 milhões de dólares), Morales afirmou que nenhuma convenção do organismo mundial se atreve a questionar Tel Aviv e sua política de ingerência.

Disse ainda que, segundo informações de meios internacionais, Israel possui entre 60 e 200 bombas nucleares, mas não as declaram de maneira oficial.

Terroristas

"Há países que se organizam e se preparam para se defender e são pacifistas; mas há outros que se armam para invadir com o pretexto da luta contra o narcotráfico ou o terrorismo e são mais terroristas", remarcou Morales.

O presidente explicou que a atual Constituição Política do Estado, vigente desde fevereiro de 2009, estabelece que a Bolívia jamais invadirá nenhum país, mas também assinala o direito a se defender de alguma ação interna ou externa.

A respeito da urgência de promover políticas de paz, Morales recordou os acordos da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática, celebrada em Cochabamba em abril passado, e o compromisso de defender o planeta e o meio ambiente, danificados pelas guerras.

Paz e justiça social


Nesse sentido, assinalou que para que haja paz no mundo é necessário assegurar justiça social, um objetivo cardeal para preservar a humanidade.

Morales também agradeceu a cooperação incondicional dos enviados especiais do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, ao mesmo tempo em que anunciou a viagem a Teerã de uma comissão interministerial no final de setembro e sua próxima visita à nação persa, que ainda não tem data definida.

Por sua vez, a delegação iraniana informou que os principais convênios a serem assinados por Morales e Ahmadinejad estão relacionados com o fomento das indústrias de leite e têxtil.

A transferência de tecnologia, participação na industrialização de minerais como o lítio e a colaboração em geologia, também fazem parte das tratativas bilaterais.



* Do Vermelho.Org / Foto Flickr: Alain
*RevistaFórum

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