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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 26, 2010

bóris casoy é um atentado a nova ordem mundial







Lungaretti: O processo de Casoy por causa de artigo sobre episódio dos garis

por Luiz Carlos Azenha

Celso Lungaretti, do Náufrago da Utopia, foi ao Encontro dos Blogueiros e pediu a palavra. Foi para falar sobre o processo que é movido contra ele pelo jornalista Boris Casoy.

AOS COMPANHEIROS, AMIGOS E CIDADÃOS SOLIDÁRIOS

Celso Lungaretti (*)

Agradeço as manifestações de apoio a esta causa, que vai além das pessoas de Celso Lungaretti e Boris Casoy.

O que está em jogo é a liberdade de informação e opinião, pois o sucesso do querelante restringiria drasticamente os limites de atuação de jornalistas e blogueiros.

Os primeiros não poderiam mais adotar como verdadeiras as afirmações de fontes pertinentes e consistentes, nem aquilo que tenha sido publicado em veículos de circulação nacional.

Teriam, talvez, de escrever seus textos baseados unicamente no que presenciassem com seus olhos e escutassem com seus ouvidos…

Já os blogueiros se veriam obrigados a consultar figuras públicas cada vez que quisessem postar qualquer texto passível de lhes cair no desagrado.

A grande maioria, que não tem o blogue como atividade rentável nem pode contratar auxiliares, perderia pessoalmente um tempo precioso correndo atrás de celebridades/personalidades que tudo fazem para dificultar o acesso à plebe ignara.

Mesmo superando tais obstáculos, em 99% dos casos esperariam em vão pela resposta, olimpicamente ignorados, enquanto os assuntos fossem caducando.

E os poderosos, quando se sentissem incomodados, não se contentariam sequer com direitos de resposta, o meio mais adequado para a parte que se julga atingida apresentar sua versão na blogosfera.

Imporiam, com o chicote judicial, a obrigação de o blogueiro se retratar humilhantemente, como alternativa à possível prisão.

É isto que realmente está em jogo, não as reminiscências de um passado que teima em voltar à tona exatamente porque, naquela época, imperava o arbítrio e não foi feita Justiça.

Se a organização criminosa, nazistóide, homicida, terrorista e racista conhecida como CCC tivesse respondido judicialmente por seus muitos e hediondos crimes, hoje se saberia quem a integrou… ou não.

Quando o regime militar acobertou os grupos paramilitares que complementavam a repressão política oficial, não só livrou os culpados do merecido castigo, como pode ter propiciado a estigmatização de inocentes. Quem sabe?

O certo é que essas pessoas devem apresentar suas versões a historiadores, jornalistas e à opinião pública, com as provas e testemunhos cabíveis, ao invés de simplesmente tentarem proibir que se toque no assunto. Censura nunca mais!

E, se têm alguma queixa a fazer, que escolham o alvo certo: a ditadura militar, responsável por todas as atrocidades, injustiças e aberrações daquele período tenebroso de nossa História.

* Celso Lungaretti é jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

*Viomundo



, Pô, primeiro o Boris Casoy ofendeu os garis. Agora abriu processo contra bloguista que escreveu sobre o assunto. É triste ver o quanto um personagem tão mediocre pode causar tanto enjoo, náuseas e mal-estar.


Dizer que o figura se comporta de maneira lamentável é chover no Paquistão. Desrespeito a trabalhadores, constrangimento à opinião, abuso de espaço público (as ondas de rádio e TV são públicas) para a propagação incontestada no mesmo espaço de opiniões para lá de frágeis, carentes de fundamentos adequados (aqui a responsabilidade, em parte, é da Band, pois é ela quem gere de maneira tão desproporcional e tão despropositada sua grade)... Enfim, é duro ter que conviver com personagem tão pequeno tendo um espaço assim tão grande.

Mas imagino que a Band deva gostar, pois deve dar Ibope, e chamar patrocinadores, os quais pelo jeito curtem sua vinculação ao ódio, à ignorância e à mediocridade.

O bloguista que está sendo processado é Celso Lungaretti, e a postagem que incomodou o Casoy está aqui. Nela, Lungaretti nos conta um pouco da biografia do triste personagem merecedor do esquecimento, e nos fala da milionária repercussão, no YouTube, do video onde Casoy ofende garis. Um vídeo já foi visto quase 1,5 milhão de vezes (veja acima), outro, com o mesmo conteúdo, quase 700 mil vezes.

É claro que nenhuma entidade que representa jornalões e TVs do Brasil vai sair em defesa de Lungaretti, ou dizer que o processo movido pelo Casoy é uma vergonha, até porque tais entidades estão se lixando para a liberdade de opinião propriamente dita. E também é claro que ninguém em sã consciência espera tal coisa. Eis porque se propõe a denúncia do caso a órgãos internacionais. É por aí.

A notícia veio do Biscoito fino.

Via Animot
*amoralnato

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