Reproduzo, para quem não pode assistir, o programa da noite de Dilma Rousseff. Pesquisa Datafolha – acho que, pelo prazo antecipado de entrega de, não deu para preparar o Ibope – e preocupação em mostrar que Dilma alia experiência e capacidade admnistrativa com preocupações sociais. A saúde, tecla monocórdia de Serra, foi o tema central, com projetos em andamento e suas perspectivas de ampliação, nada semelhante da exploração da doença de pessoas que o “coiso” leva ao ar. Bons argumentos para discutir com que, porventura, esteja se enganando com a exploração dos problemas de saúde no Brasil.
Aliás, Serra não tem um programa de saúde, tem um programa e doenças.
*Tijolaço
Desnutrição infantil vai ficando no passado
As políticas sociais e a melhor distribuição de renda nos últimos oito anos mudaram o padrão das crianças brasileiras. O país está praticamente livre da desnutrição infantil; o déficit de altura, ligado à subnutrição, caiu significativamente, e o problema agora é o peso das crianças, que ultrapassa os padrões internacionais e atinge a obesidade.
O excesso de peso e a obesidade são problemas sérios de saúde, mas o que a Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009) recém-divulgada pelo IBGE revela de forma positiva é que a desnutrição já não é mais uma chaga significativa em nosso país. A subnutrição infantil, que se mede pela relação peso-altura da criança, é responsável por mais de 50% das mortes infantis e sua prevenção é estratégica para o desenvolvimento humano.
Segundo os dados da seção de Antropometria e Estado Nutricional da POF, o déficit de altura das crianças entre 5 e 9 anos caiu de 29,3% (1974-75) para 7,2% (2008-09) entre os meninos e de 26,7% para 6,3% entre as meninas. A questão está bem resolvida na maior parte do país, mas ainda exige cuidados no meio rural da região Norte, onde os indicadores de déficit ultrapassam os dois dígitos, ainda: 16% dos meninos e 13,5% das meninas.
Os déficits de altura revelam atraso no crescimento linear da criança ocorrido em algum momento, que pode ser desde a gestação, com prevalência nos dois primeiros anos de vida. Portanto, o déficit de altura na faixa etária entre 5 e 9 anos na POF 2008-2009 reflete a desnutrição infantil na primeira metade da década de 2000.
Já o déficit de peso entre a mesma faixa etária foi baixo em todas as regiões do país, ficando em torno da média nacional de 4%.
A importância de dados como estes é que eles revelam que um novo Brasil, como dizia Darcy Ribeiro, começa dentro da barriga materna.
Crescemos habituados a ver a fome e a mortalidade infantil em várias regiões do país e isso parecia a muitos um problema inssolúvel. Já tinha 500 anos e nenhum governo o solucionara. Agora, finalmente estamos com indicadores positivos, que provam que as políticas sociais estão trazendo resultados.
Crescimento econômico, do maior número de empregos e da redução das desigualdades se reflete, sim, até fisicamente num povo. Não é só nossa alma que desempena e cresce. O corpo, também.
Já a economia da roda-presa, o déficit, o “apertem mais os cintos” que ouvimos durante tantos anos as elites dizerem ao povo, nos apequenaram. Mas não tanto que não pudéssemos nos erguer e lutar.
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