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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 28, 2010

ss Erra , alck mim. K assab DESASTRE na Educação






O ser humano tem duas habilidades natas fundamentais: aprender e ensinar. Aprendemos e ensinamos o tempo todo, durante toda a vida. Muitos decidem aprofundar esta prática quando descobrem que é uma vocação – e tornam-se professores. E não há outra razão em seguir este caminho que não seja o amor ao ofício. Jamais se viu um professor enriquecer através de sua profissão.

Qualquer um de nós, se puxar da memória, vai se lembrar de seus professores – especialmente daqueles que o acompanharam durante o processo de alfabetização. E mesmo que os tenhamos odiado em algum momento – por uma nota baixa recebida ou pela repetência que nos impuseram – guardamos um carinho especial por eles. Foram um pouco nossos pais e nossas mães naqueles tempos.

Dá pra imaginar nossos antigos professores apanhando da polícia? Ou recebendo um salário tão miserável que, para terem uma vida digna e condições de sustentar suas famílias, fossem obrigados a trabalhar 16 horas por dia, se alimentando mal, dormindo pouco e quase não tendo convívio com suas próprias famílias? E como se não bastasse, sentindo-se humilhados pela sociedade e impotentes diante da delinquência e do baixo aproveitamento de seus alunos?

É claro que me refiro aqui ao retrato do ensino público em São Paulo. Ao contrário das fantasiosas imagens veiculadas na TV pelo governo paulista, não há dois professores em sala de aula. Não há alegria nem entusiasmo por parte dos alunos. Não há professores sorridentes, bem dispostos e orgulhosos de seu nobre ofício. Muito menos alunos bem formados nas escolas públicas conquistando vagas no ensino superior.

Direto ao ponto: salvo raríssimas exceções, não há ensino algum nas salas de aula das escolas públicas de São Paulo. Os jovens de famílias humildes chegam ao segundo grau semi-analfabetos e incapazes de, sequer, resolver um simples exercício de aritmética. A maioria desiste e muitos se aproximam perigosamente das drogas e da marginalidade.

Os assaltantes, assassinos, sequestradores, traficantes, viciados, prostitutas e moradores de rua da São Paulo de amanhã, são os alunos de suas escolas públicas de hoje. Pode-se afirmar que, sob o sistema de ensino público do PSDB – que coloca o estado como campeão nacional do pior aproveitamento escolar – São Paulo é o maior produtor de semi-analfabetos do país.

Enquanto as elites paulistas vivem numa ilha cercada de bairros pobres e seus filhos recebem educação em escolas particulares, os governos demo-tucanos reservam o desprezo absoluto à educação pública. (Como acontece, aliás, em relação a TODOS os serviços públicos de São Paulo). Salas de aula superlotadas, instalações deterioradas, falta de material, merendas infectadas por coliformes fecais, salários de fome, falta de segurança, professores reféns da violência, alunos drogados…

Para amenizar o problema de superlotação, no lugar de investimentos, o governo do PSDB instituiu, desde 1996, um mecanismo excludente que chamou de Sistema de Progressão Continuada. Justificam o “moderno sistema” com uma baboseira psicopedagógica que nem vale a pena comentar. Na prática, a Progressão Continuada, ancorada à decadência da rede educacional paulista, não passa de um incentivo à vagabundagem que garante ao aluno passar de ano sem aprender nada e “liberar” a vaga.

É sabido que o baixo aproveitamento no ensino fundamental afetará o aluno no restante dos estudos e por toda sua vida. Porque existem fases para cada grau do aprendizado. O aluno não pode voltar para o início esperando recuperar-se da má formação fundamental. Não terá a mesma janela mental depois de adulto.

O PSDB não tem justificativas. Estão há 4 mandatos governando o estado e nada melhora. E a educação paulista é um lixo incontestável. Quantos mandatos mais precisarão para resolver os problemas nesta área que muito mais que recursos, exige vontade? Possuem o maior orçamento da união e sangram verbas astronômicas com uma obra faraônica, o Rodoanel, que há mais de uma década cultuam como um monumento sagrado ao desenvolvimento.

A propaganda televisiva, a blindagem aos governos do PSDB pela mídia paulista e a demonização do governo federal, reduzem as eleições estaduais a um jogo de cartas marcadas onde se revezam os mesmos políticos e mantêm-se o governo sob controle permanente do PSDB. O cidadão paulista que, do alto de sua arrogância, se considera superior e mantenedor do resto do país porque aprendeu a se autodenominar “locomotiva”, é, na verdade o grande ludibriado e também sofre na pele as consequências da exclusão social – mesmo pertencendo à “margem” das elites. Pois a enorme legião de fracassados produzidos no ensino público de São Paulo, faz da classe média sua principal vítima. Se não, de onde surgem os bandidos que atacam a população da classe média, praticando latrocínios, sequestros relâmpago, estelionatos etc e batendo recordes anuais de violência? Do nordeste? Claro que não. São prata da casa do PSDB mesmo.

Não existe saída: enquanto não houver consciência de que a exclusão imposta à maioria da população paulista pelas elites e seus governos voltará em forma de violência, o estado estará andando em círculos e potencializando seu caos. De nada adiantam grades, alarmes, guarda-costas, blindagem ou pitbuls. Eles estão lá, os excluídos, proibidos de sua cidadania e não há como ignorá-los.

Serra, Alckmin, Kassab, Maluf… são faces da mesma moeda. Suas políticas sociais são fotografias. Seu discurso, o medo e a ficção. São políticos profissionais, mercenários pragmáticos, montados em projetos pessoais de ascensão nas escadarias do poder, sem nenhum compromisso com o São Paulo e seu povo.

*oqseraqmeda


Isso é o PSDB na educação: Sem funcionários, escola de SP usa crianças na faxina

Com atraso em contratações, colégio estadual recorre a estudantes para fazer a limpeza das salas de aula

Segundo a Secretaria da Educação, 213 colégios já ficaram ou ficarão sem os terceirizados até o dia 3 de setembro

Os 15 minutos iniciais e os 15 finais das atividades na Escola Estadual Maria Helena Barbosa Martins, em Guarulhos (Grande SP), têm sido reservados para que os alunos tirem o lixo da sala de aula.

Funcionários que trabalhavam apenas com a merenda também precisam ajudar nessa limpeza.

Como outras unidades da rede estadual, a escola sofre com o atraso na contratação de empresas terceirizadas para o serviço, causado por mudança administrativa do governo -que obrigou à reabertura dos pregões para escolha de novas prestadoras.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação, 213 colégios já ficaram ou ficarão sem os funcionários terceirizados até 3 de setembro. A rede de ensino possui 5.000 escolas.

Enquanto a situação não se normaliza, as unidades trabalham com agentes concursados. Também foram chamados temporários, que podem demorar até dois meses para assumir.

Em quatro colégios de Guarulhos visitados nesta semana pela Folha, todos contavam com cerca da metade do quadro de funcionários.

"Fica ruim para os alunos, que têm de catar lixo ou varrer a sala. Na última reunião, alguns pais se colocaram à disposição para ajudar", disse na terça-feira Edjane Lopes, 38, mãe de uma aluna da sexta série da escola Maria Helena Barbosa Martins.

Assim, além de contar com a ajuda dos alunos, os servidores tiveram de acumular funções -situação relatada à reportagem por outros três colégios de Guarulhos.
A Secretaria da Educação afirma que o problema é provisório e deve ser resolvido nos próximos dias, com a conclusão dos pregões para a escolha das empresas.

COOPERATIVAS

A dificuldade ocorre porque o governador Alberto Goldman (PSDB) vetou, em junho, a participação de cooperativas em licitações, agora restritas a empresas.
O Tribunal de Contas entende que, por exigirem subordinação, os serviços contratados pelo Estado não podem ser prestados por cooperativa -uma característica dessas organizações deve ser a ausência de subordinação.

A mudança fez com que concorrências em andamento tivessem de ser refeitas, para se adequarem ao novo padrão. Colégios que dependiam da conclusão dos pregões ficaram sem o serviço.

"Não houve nenhum planejamento para a mudança nas contratações", diz o presidente da Udemo (sindicato dos diretores de escola), Luiz Gonzaga Pinto. "Precisa ter concurso público. Enquanto houver terceirizações, haverá problemas assim."
O governo argumenta que economiza ao terceirizar. A empresa sofre desconto no pagamento se o serviço é mal avaliado pela escola.

"A mudança foi abrupta. Em muitos casos podia haver renovação de contrato, o que amenizaria o problema, mas eles não quiseram", diz a presidente da Cenacope (que representa parte das cooperativas), Janira Rangel Honório. Ela tenta derrubar na Justiça o decreto estadual.

O veto às cooperativas é a segunda mudança em dois anos na forma de contratar funcionários para as escolas.

Na primeira, o Estado proibiu que as Associações de Pais e Mestres pagassem pelo serviço, após pressão do Ministério Público. A saída foi abrir licitações do próprio governo para contratações. Até junho, as cooperativas podiam disputar os pregões.Folha dos tucanos

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