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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 31, 2010

Lula aplausos k sab e go ldman VAIAS






SP: Lula é aplaudido, Kassab vaiado e Dilma ganha repente
31 de agosto de 2010 18h01 atualizado às 18h06


kassab e lula. Foto: Rahel Patrasso/Futura Press

Kassab e Lula tiveram acolhida distinta em Paraisópolis
Foto: Rahel Patrasso/Futura Press


Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Em clima eleitoral, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tiveram uma recepção distinta no bairro popular de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. A recepção entusiasmada que o presidente recebeu de centenas de moradores constrastou a acolhida fria dirigida ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), um dos principais aliados do presidenciável José Serra (PSDB) em São Paulo. No evento, a candidata Dilma Rousseff (PT), que não estava presente, ganhou o "repente" de um artista popular.

Enquanto Lula recebeu aplausos calorosos em diversos momentos, especialmente quando anunciou o nascimento de seu neto Pedro, Kassab foi vaiado durante parte de seu discurso.

O prefeito recebeu vaias quando foi anunciado, quando entregou a chave de uma das 240 unidades das obras de urbanização de Paraisópolis - parceria do governo federal com o a Prefeitura de São Paulo - e durante parte de sua fala.

Com habilidade, Kassab pediu aplausos para a comunidade, ao perceber os apupos. Questionado, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), disse não ter ouvido nada. Kassab deixou o local sem dar entrevistas.

Apesar da ausência de Dilma, ela foi lembrada por um repentista, que recebeu o microfone das mãos do presidente Lula. Entre os versos, o poeta popular cantou que a petista "vem à frente" e o "Lula novamente". Nas ruas de Paraisópolis, faixas em alusão ao centenário do Corinthians w uma pintura de Lula em um dos muros do bairro. Kassab ganhou um "obrigado", em outro muro. Lá, foi descrito como "amigo da comunidade".

Antes de Lula discursar, um cantor popular também se referiu veladamente a Dilma: "todo mundo sabe como votar, não vou nem dizer nada".

Durante o discurso, o Lula afirmou que os moradores de coberturas do Morumbi não vão mais se envergonhar ao olhar para Paraisópolis e disse ainda que as obras de urbanização da favela são uma reparação do descaso de décadas.

O governador Alberto Goldman defendeu que as moradias populares sejam construídas no local original de moradia da população e não em loteamentos afastados do local de trabalho deles.

*portalterra

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