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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Athenas em Chamas

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Kassab tem “relação estreita” com setor imobiliário

image_previewO arquiteto e urbanista Kazuo Nakano não tem dúvidas da origem da relação nutrida entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e os empresários do setor da construção. “Esse capital imobiliário faz políticos, posiciona seus representantes na máquina, na estrutura, para viabilizar seus interesses na cidade”, resume.
Em entrevista, Nakano, do Instituto Pólis, faz um balanço negativo da gestão que se encerra este ano quanto à promoção do direito à habitação, que continuou relegado à condição de mercadoria. O arquiteto vê na origem da atuação de Kassab, o mercado imobiliário, a explicação de seu desempenho político voltado à abertura de avenidas e à promoção de operações urbanas que, via de regra, têm significado a criação de novas áreas para a exploração empresarial. 
Na última semana, reportagem da Rede Brasil Atual revelou que as construtoras que mais doaram ao prefeito durante a campanha eleitoral de 2008 tiveram acesso, até agora, a mais de R$ 2 bilhões em contratos. Para Nakano, o resultado são obras que não atendem às necessidades da cidade, mas às demandas de grupos empresariais, e a criação de estruturas institucionais que atendem a esses interesses. Os principais exemplos são a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e a São Paulo Urbanismo, criadas em 2009.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
RBA – As empreiteiras doaram quantias para Kassab e agora têm contratos com a prefeitura. O que isso representa em termos de gestão da cidade?
Essa imbricação entre doadores de campanha, setores da construção civil, do setor imobiliário e os candidatos a prefeito, a vereador, e isso se vê também nos níveis nacional e estaduais. Isso cria um atrelamento do grupo que acaba assumindo o mandato às demandas que essas empresas doadoras de campanha apresentam para esses governantes em detrimento de um processo de planejamento, de regulação das terras, do uso e da ocupação do solo, e principalmente da realização de obras de infraestrutura, obras viárias. Essas obras acabam sendo definidas em função dessas demandas do setor empresarial, e não em função de uma lógica de planejamento das prioridades da cidade. 
Em quais situações na cidade de São Paulo está mais evidente essa lógica?
Por exemplo, na ampliação da Marginal Tietê. A gente tem um plano diretor de 2002 que nunca previu a ampliação. Pelo contrário, a gente tem sempre defendido uma reversão da impermeabilização de várzeas, prioridade ao transporte coletivo e, no entanto, quase R$ 2 bilhões foram gastos na ampliação da Marginal Tietê. Essa obra não se justifica em termos de planejamento urbano, tanto que se a gente vê hoje os frutos dessa ampliação, eles são pífios com relação à redução do congestionamento na cidade.
Tem vários exemplos de túneis que acabam sendo pensados sem uma lógica de planejamento urbano. Há uma questão séria na realização de obras viárias porque essas aberturas de avenidas acabam servindo como vetor de valorização imobiliária, de abertura de frentes de investimento imobiliário. Um exemplo é a Faria Lima, a Águas Espraiadas, a Berrini. Toda frente imobiliária é impulsionada por uma obra viária dentro da cidade. 
A administração Kassab teve alguma diferença nesse sentido em relação às anteriores?
Kassab já tem uma origem no mercado imobiliário. Tem uma imbricação muito mais estreita, anterior à eleição. É do interesse profissional e econômico dele. Tenho impressão que a atuação política dele nasce dessa relação com o mercado imobiliário. Esse capital imobiliário faz políticos, posiciona seus representantes na máquina, na estrutura, para viabilizar seus interesses na cidade. Isso é do jogo, é parte da máquina de crescimento imobiliário que setores privados capturem a máquina estatal em função de interesses próprios. 
Como está a correlação de forças entre representações populares de habitação e  os interesses do capital imobiliário?
O governo municipal tem maioria, e essa maioria é composta tanto pelo setor empresarial quanto pelo setor popular. O governo, inclusive para viabilizar essa abertura de oportunidades de negócio imobiliário, coopta setores populares pra apoiar. No caso do Conselho Municipal de Habitação, essa consequência é mais limitada, porque o Conselho, da forma como ele tem sido conduzido por esse governo aqui do município de São Paulo, tem sido de pouco alcance, as discussões ali têm sido muito  pontuais, não se discute  política habitacional. Nos dois últimos anos, o percentual do orçamento da Sehab (Secretaria de Habitação), que foi destinado para o Fundo Municipal de Habitação, que é o dinheiro que o Conselho discute e decide, corresponde a 10% do orçamento da secretaria. 
Uma instância de participação da sociedade civil instituída no município de São Paulo e que teria uma efetividade maior é a Comissão de Legislação Urbana, que é totalmente dominada pelo setor empresarial, principalmente do setor imobiliário. Porque lá se discute a legislação que interessa ao mercado imobiliário. Eles investem muito, eles têm maioria, e o governo também tem presença forte lá e não tem transparência nenhuma. A sociedade civil é minoritária ali. 
Nesse sentido da política urbana, nos últimos anos foram criadas algumas secretarias abordando isso e até autarquias, como a São Paulo Urbanismo.
Isso mostra como a estrutura institucional do poder público hoje se adaptou a essa lógica de reapropriação de espaços da cidade por negócios imobiliários. Do ponto de vista do mercado imobiliário e desse grupo que está governando a cidade hoje, há interesse em reintroduzir partes da cidade no circuito do mercado, dos negócios e do capital imobiliário, que no caso de São Paulo não é um capital imobiliário local só, é nacional e transnacional. Há articulações entre o mercado financeiro e o mercado imobiliário bastante fortes na cidade de São Paulo. O projeto Nova Luz é um exemplo, as Operações Urbanas são um exemplo, as áreas que estão recebendo investimentos em função da Copa são outro exemplo. Quer dizer, são áreas de grandes projetos urbanos em espaços consolidados que já têm atividade, ocupação, têm investimento, têm infraestrutura, estão. Há interesse em reconverter esses espaços, limpar aquilo que atrapalha o negócio imobiliário, sejam edificações degradadas, sejam grupos sociais pobres, tirar isso da frente, valorizar e atrair investidores. 
Qual o balanço da relação entre habitação e os direitos sociais e humanos da população de São Paulo durante esses sete anos de gestão Kassab?
É um balanço negativo. O que a gente vê nas nossas cidades, primeiro é que a gente não conseguiu fazer com que o atendimento das necessidades habitacionais, principalmente das famílias de baixa renda, fosse objeto de uma política nacional e que levasse a grandes resultados. As nossas políticas urbanas, a nossa política de desenvolvimento urbano ainda não conseguiu incidir em uma coisa central das nossas cidades que é a terra urbana, a gente ainda não conseguiu abrir canais de acesso a essas terras urbanas adequadas, bem localizadas na cidade,que propiciem acesso às oportunidades da cidade, para as famílias de baixa renda. Os acessos às terras urbanas ainda são determinados pelo mercado, seja pelo mercado formal, seja pelo mercado informal, ou seja, o que determina é o tamanho do bolso da família.
*OCarcará

PERU - CAPTURADO O ÚLTIMO LIDER DO GRUPO GUERRILHEIRO SENDERO LUMINOSO

"Camarada Artemio" a ser transportado numa maca para Lima

"Camarada Artemio" a ser transportado numa maca para Lima (Foto: AFP)
O último líder do Sendero Luminoso, conhecido como “ camarada Artemio”, foi capturado na selva do Alto Huallaga, confirmou o Presidente do Peru, Ollanta Humala.
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“Isto permite-nos hoje dizer ao país que derrotamos a delinquência terrorista no Alto Huallaga ao capturar com vida Artemio, que está a receber tratamento aos seus ferimentos”, congratulou-se o chefe de Estado ((foto á direita da maca do guerrilheiro ferido,) em declarações à Televisão Nacional do Peru, enquanto eram transmitidas imagens suas ao lado da cama de hospital onde se encontra o líder da guerrilha.
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No domingo chegou a ser avançado que o último líder do grupo terrorista que se encontrava em liberdade tinha sido morto. No entanto, o Presidente peruano deslocou-se à localidade de Santa Lucía, uma zona de selva no norte do país e que tem servido de base militar à guerrilha, para acompanhar os procedimentos e garantir que “Artemio” seria entregue ao Ministério Público, em cumprimento dos direitos humanos.
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Ollanta Humala adiantou que aconselhou Artemio – que segundo o Governo se chama realmente Florindo Eleuterio Flores – a pedir aos seus seguidores que larguem as armas e que coloquem um ponto final na violência. O detido foi transportado num avião militar para Lima, encontrando-se neste momento no hospital da polícia do país. O responsável peruano elogiou “o profissionalismo das forças da ordem” – que na mesma operação conseguiram deter outros membros da guerrilha e material diverso, como armas, munições, telemóveis e propaganda.

Há dois anos os Estados Unidos tinham oferecido uma recompensa milionária a quem conseguisse capturar Artemio – depois de, em 2002, uma bomba que explodiu junto à embaixada norte-americana em Lima ter feito nove vítimas mortais e o ataque ter sido atribuído ao Sendero Luminoso.

O próprio Presidente peruano, que foi ex-comandante do Exército, chegou a estar destacado na década de 1990 na zona onde agora aconteceu a detenção, mas na altura não conseguiu capturar Artemio, agora com cerca de 50 anos. “Tenho de agradecer a Deus que as circunstâncias da vida me tenham permitido estar hoje aqui como Presidente do Peru”, disse, citado pela Reuters, acrescentando que a sua prioridade será agora recuperar a zona associada à guerrilha e que tem “um potencial turístico e económico extraordinário”.
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Artemio, num acampamento secreto na Amazônia peruana
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O grupo maoísta Sendero Luminoso começou por ser visto como um movimento reformista, no início de 1980, visando criar uma nova ordem social. 
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Foi, no entanto, considerada o grupo insurrecto mais poderoso da América do Sul, com 10 mil membros, tendo entre 1980 e 2000 travado uma guerra civil em que terão morrido 70 mil pessoas.
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Desde que Abimael Guzmán (foto acima e abaixo), fundador do Sendero, foi capturado em 1992.
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o movimento dividiu-se entre rebeldes que aceitaram o apelo do líder histórico para um acordo de paz, e dissidentes que juraram continuar a luta armada e que se associaram ao tráfico de droga.
*MilitânciaViva 

Mais Sem Noção e Mais Safado Que Maluf, e Tão Nocivo

Serra negocia com tucanos condições para ser candidato

DE SÃO PAULO
 O ex-governador José Serra já negocia com o governador Geraldo Alckmin condições para se candidatar a prefeito de São Paulo pelo PSDB, informa reportagem de Vera Magalhães e Daniela Lima, publicada na Folha desta terça-feira (a íntegra está disponível assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Serra, que antes dizia não ter interesse em disputar novamente a prefeitura nas eleições deste ano, conversou com Alckmin na semana passada e afirmou que estava reconsiderando sua decisão.Ontem, o ex-presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo José Henrique Reis Lobo voltou a atacar a realização de prévias pela legenda e disse que a sua opinião encontra respaldo em setores do partido.
Na semana passada, ele causou polêmica no partido ao criticar a consulta interna para escolher o candidato a prefeito da capital paulista. A iniciativa foi apontada por integrantes da legenda como um recado de Serra.
Concorrem às prévias, marcadas para 4 de março, o deputado federal Ricardo Tripoli e os secretários Bruno Covas (Meio Ambiente), José Aníbal (Energia) e Andrea Matarazzo (Cultura).
*AmoralNato

Instiuto Millenium dá ultimato a Serra

Merval Pereira e Carlos Alberto Sardenberg, porta vozes oficiais do Instituto Millenium, mandaram hoje (14/02/2012) um recado a José Serra.
Curto e grosso: Serra você está em fim de carreira, contente-se com a prefeitura de São Paulo e declare publicamente que o candidato à presidência da República em 2014 é Aécio Neves. Se aceitar o "conselho" dos porta vozes do Millenium, terá todo apoio da midiazona tradicional que sempre o apoiou, caso contrário, pegue seu chapéu e saia de fininho.
É pegar ou largar!
Ouça aqui, o "conselho espiritual" dado ao Serra pelos conselheiros do Milenium.

Serra e o espírito de 32

A campanha de 1932, que depois seria, em 1964, reciclada pelo "Ouro para o bem do Brasil". Do bem, nem se sabe, já o ouro...
A notícia dada hoje pela Folha de S. Paulo, de que José Serra negocia (sic) com Geraldo Alckmin sua candidatura à prefeitura paulistana é a prova de que a política, por mais hipocrisia e arranjos que abrigue, sempre leva as disputas para algo que representa, de fato, o conflito de projetos políticos.
Serra, candidato, é um perigo e uma esperança.
É evidente que ele é, de longe, um candidato com mais chances de vitória do que os “famosos quem” que disputam a indicação tucana para o pleito. Aliás, a história de que eles seriam “o principal obstáculo” à candidatura Serra é de rolar de rir.
E também é um quase definitivo golpe contra a articulação de Lula  que, livrando Kassab da posição de “saco de pancadas”, pudesse enfraquecer ainda mais o tucanato paulista e tirar-lhe, em outubro, a sustentação do terceiro ou quarto governo em importância nacional, o da municipalidade paulistana.
Mas, ao inverso destes riscos, caminha um fator desafiante.
Serra na disputa traduz o que foi, para além das aparências “constitucionalistas” , o movimento de 1932: a reação das oligarquias ao processo de transformação do Brasil que a Revolução de 30 havia desencadeado.
Claor que a paráfrase tem suas diferenças objetivas, e muitas, mas esta é a essência desta disputa.
Um “famoso quem” como candidato tucano seria aquele brado dos oficiais do Batalhão Universitário Paulista – qualquer coincidência é mera ironia – que gritavam em francês “salve-se quem puder” diante da entrada de Vargas em Itararé.
É verdade que Lula, hoje,  como o Vargas do segundo mandato, quer soluções menos cruentas, e que bom que seja assim.
A inclusão de Gilbertto Kassab numa aliança vitoriosa deveria ter soado como a garantia de que há espaço – e tem mesmo de haver -  para a riqueza e tipicidade paulistas no Brasil que está sendo reconstruído. Mas que é preciso reverter o modelo concentrador riqueza e semi-separatista que se acentuou após o golpe de 64, e que São Paulo pode ter outro destino que não o de ponto de drenagem da riqueza brasileira.
A candidatura Serra torna mais evidente esta reorganização do Brasil, porque não será por questões essencialmente municipais da paulicéia que ele terá votos, mas pela reação, raivosa e irracional, a um novo projeto de Brasil: inclusivo, desevolvimentista e equilibrado regionalmente. E que São Paulo não precisa ser Wall Street para ser Nova York, que jamais seria o que é se o resto dos EUA fossem um país miserável.
É para evitar isso que Lula vinha se movendo, nas suas difíceis condições pessoais e enfrentando um enorme desgaste – que só ele, com o seu crédito pessoal poderia enfrentar – ao defender uma aliança com Kassab.
Sabe que a candidatura Serra é feia e perigosa como um estertor, que tem o esgar, jamais o sorriso, que tem a morte e o ódio, jamais a vida e o amor ao ser humano.
Mas é, ao mesmo tempo, o sinal da fraqueza da fera em agonia, expresso em dentes e garras implacáveis por sua própria sobrevivência.
Sabe que, morto o PSDB em São Paulo, a direita brasileira, espalhada por todo o país, estará muito perto de jogar ao mar o grupo servil e elitista  no qual  se representa e munir-se de novas caras, novos líderes e, sobretudo, de projetos diferentes daqueles que, há uma década, tornaram-se intragáveis para o povo brasileiro.
*Tijolaço


*Brasil Mobilizado
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Mais tímida, Lei Geral da Copa pode avançar hoje-247

Nova versão apresentada ontem permite o comércio de bebida alcoólica em estádios, mas apenas no Mundial de 2014 e na Copa das Confederações de 2013; ideia inicial era vender também nos campeonatos nacionais; ministro do Esporte, Aldo Rebelo é defensor da venda de cerveja durante os jogos; já o deputado e ex-jogador Romário é um dos maiores contestadores da Lei

Por Agência Estado
14 de Fevereiro de 2012 às 08:51
247, com Agência Estado - A última versão do relatório da Lei Geral da Copa permite que idosos comprem ingressos para o Mundial de 2014 a cerca de US$ 12,50, metade do valor dos bilhetes populares que serão vendidos pela Fifa. O relator, Vicente Cândido (PT-SP), manteve no texto o direito de quem tem mais de 60 anos a meia-entrada e também os manteve na chamada "cota social". A proposta pode ser votada nesta terça-feira na comissão especial da Câmara que debate o tema.
O duplo direito aos idosos foi a fórmula encontrada pelo relator para atender ao desejo da presidente Dilma Rousseff de preservar a lei federal que garante a meia-entrada para quem tem mais de 60 anos sem penalizá-los com um ingresso mais caro. Serão vendidos quatro tipos de bilhetes no Mundial, sendo a categoria 4 com preço de cerca de US$ 25,00, segundo a Fifa. Com o novo texto de Vicente Cândido, os idosos poderão pagar metade em todas as categorias.
*justiceiradeesquerda

CPI da Privataria:
Maia subiu no telhado



O passarinho pousou na janela lá de casa e trouxe no bico um recado palaciano.

CPI da Privataria ?

Manda bala.

Ainda mais agora que os tucanos querem dizer que acabou o Fla-Flu.

Não acabou, não.

Vamos peitar a Privataria deles, como na eleição de 2010.

O passarinho bateu asas e voou.

Aí, veio outro passarinho.

Trazia no bico um recado de outro prédio, ali ao lado, o prédio do Congresso.

Dizia assim o recado.

O Marco Maia quer tirar o corpo fora.

Diz que uma coisa é conseguir as assinaturas regimentais para instalar a CPI.

Outra, instalar.

Para instalar, ele exige uma mega-mobilização de opinião pública.

Alguma coisa assim como na Grécia – deve ser.

É a mesma mega-mobilização que o Bernardo disse que precisa haver para enviar uma Ley de Medios ao Congresso.

É assim, agora, o PT do Maia e do Bernardo.

Só se mexe minutos antes de o Palácio de Inverno cair.

Disse o segundo passarinho, mais loquaz, que o novo líder do PT, o Jilmar Tatto, não morre de amores pela CPI da Privataria.

De um lado, João Paulo Cunha, do PT de São Paulo, luta para instalar a CPI.

Do outro, Tatto revelou-se menos entusiasmado.

O que parece certo, porém, é que o deputado Marco Maia não parece gostar muito de ser deputado federal.

É que o eleitorado do Rio Grande do Sul acompanha bem esse movimento em torno da Privataria.

Lá, o livro do Amaury vendeu como pão.

Paulo Henrique Amorim

As Malvinas

 

 

Via Diario Liberdade
Laerte Braga
A decadência do Império Britânico e sua transformação gradual – hoje está consumada – em principal colônia norte-americana na Europa faz com que a ocupação das Ilhas Malvinas (território argentino) seja um trunfo para uma extinta nação, onde, num dia qualquer, há séculos passados, se dizia que “o sol não se põe”.
A perspectiva de um referendum sobre a plena independência escocesa, que abala e enfraquece mais ainda o governo de Londres, encontra guarida na tentativa de fazer ressurgir o nacionalismo de uma ilha que afunda contemplando os chapéus coloridos de sua majestade a rainha Elizabeth II e as travessuras militares (para inglês ver) do príncipe Willians.
Nesse castelo sombrio e cheio de fantasmas o herdeiro do trono, o príncipe Charles é só um tampax e nada, além disso.
As Ilhas Malvinas estão ocupadas desde 1883 e já àquela época a Argentina denunciou ao mundo a posse ilegal mantida pelos britânicos.
A Guerra das Malvinas, como ficou conhecida, aconteceu entre abril e junho de 1982. De lá para cá tem sido intensificada a presença militar da colônia norte-americana na região (rica em petróleo) e hoje não há dúvidas que bases militares nas Malvinas guardam armas nucleares para “qualquer emergência” não só em relação a Argentina, mas a toda a América do Sul.
Leopoldo Galtieri era o general de plantão na ditadura militar argentina e diante da forte reação popular ao regime decidiu recuperar as ilhas sabendo das dificuldades militares, mas esperando receber apoio dos países vizinhos, principalmente o Brasil (também uma ditadura militar) e neutralidade do governo dos EUA. Reagan era o presidente norte-americano.
Nem uma coisa nem outra. Os militares brasileiros – o ditador era Figueiredo – foram pressionados pelos EUA, ficaram nem lá e nem cá, mas permitiram à frota inglesa que paradas para reabastecimento fossem feitas numa ilha do litoral de nosso País, onde havia pista de pouso e outras instalações adequadas a essa necessidade.
Galtieri tentava salvar a ditadura e Margareth Teatcher enxergou no conflito a perspectiva de reabilitar sua popularidade em baixa.
O povo argentino pagou o preço da inconseqüência do ditador e do caráter perverso e boçal da Grã Bretanha em seu espírito colonizador que é secular. Hoje prova do próprio veneno, é colônia e se desintegra a olhos vistos.
O governo Reagan foi fundamental para os britânicos. Informações foram passadas via satélite, mísseis cedidos às forças de sua majestade e a arma mais perigosa que os argentinos dispunham, o míssil Exocet, neutralizado pelo fabricante francês (comprado pelos britânicos), após mostrar que poderia inverter o resultado final do conflito.
A posição do governo brasileiro – João Figueiredo – foi típica de ditadores covardes, dos pusilânimes. Se algum impulso de apoio aos argentinos surgiu num primeiro momento, até pela reação popular, logo os comandantes norte-americanos enquadraram os golpistas de 1964, sob comando de Washington desde o primeiro momento, desde o governo Castelo Branco (em breves momentos perderam esse controle, refiro-me a um período do governo Geisel (questões envolvendo a venda de armas fabricadas pelo Brasil a países como Iraque, Líbia, Arábia Saudita e alguns outros).
O chanceler argentino Héctor Timerman foi à ONU – Organização das Nações Unidas – para apresentar ao secretário geral e a outras instâncias da Organização, dados comprovando que os britânicos guardam armas nucleares em algumas de suas bases no arquipélago.
Timerman esteve com o presidente do Conselho de Segurança – fantoche dos EUA – Kodjo Mena, do Togo, com o presidente da Assembléia Geral, Nassir Abdulazis Al-Nasser (Catar), manteve reunião com o presidente do Comitê de Descolonização Pedro Nuñez Mosquera (Cuba) e embaixadores da Colômbia e da Guatemala (governos aliados dos EUA) e que têm assentos não permanentes no Conselho de Segurança.
As denúncias de armas nucleares em bases da colônia norte-americana Grã Bretanha nas Ilhas Malvinas foram levadas ao secretário geral da ONU. Na prática isso significa nada. Desde que George Bush mandou o Conselho de Segurança às favas e invadiu o Iraque sob o falso pretexto de presença de armas químicas e biológicas, a Organização se presta apenas às pompas à época da Assembléia Geral, ou a denúncias como essa, para que o mundo tome conhecimento do terrorismo de Estado do complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.
Em entrevista à imprensa o chanceler argentino denunciou a presença de um submarino nuclear Vanguard, do destruidor HMS Dauntless e dos aviões Typhoon, todos armas de última geração.
Os britânicos são subscritores do Tratado de Tlatelolco, que transforma a América Latina em região livre de armas nucleares, mas o fizeram com reservas, que implicam em eximi-los de cumprir todos os itens do mesmo, possibilitando a presença de armas de destruição em massa no arquipélago.
O chanceler argentino revelou ainda que todo o orçamento de defesa da Grã Bretanha sofreu cortes exceto o que diz respeito às Malvinas.
Em crise, falida, controlada por fora e por dentro pelos EUA, a Grã Bretanha neste momento repete jogada de Margareth Teatcher ao apelar para o nacionalismo dos seus cidadãos e recobrar a popularidade do governo conservador, usando as Ilhas Malvinas como pretexto. A decisão de enviar o segundo na linha de sucessão do trono a manobras militares na região, o príncipe Willians, reforça objetivo, além de permitir aos célebres tablóides ingleses especializados em fofocas, de arranjar “companheiros” para a momentânea solidão da “princesa” Kate.
A posição de países sul-americanos como o Brasil é dúbia, No governo neoliberal/privatista da presidente Dilma Roussef, ela fala para um lado, em solidariedade incondicional a Argentina enquanto o chanceler Anthony Patriot age para outro, naquele negócio de tirar o sapato e garantir aos seus aliados (norte-americanos) que “segura o barco por aqui”.
Conta é lógico com o apoio logístico da mídia venal, podre e que apóia assassinatos seletivos, que dirá o saque britânico das riquezas argentinas nas Malvinas desde 1883.
A presença de armas nucleares em um território ocupado por colonizadores na América do Sul é ameaça em todos os sentidos e neste momento deve exigir dos governos da região repúdio pronto e decidido a retomada das Malvinas pelos argentinos, assegurar a luta pela soberania argentina na Região. Essa atitude, na América do Sul, só encontra posições claramente definidas no discurso e na prática nos governos da Venezuela, do Equador e da Bolívia e do Uruguai.
Náufraga e sem tábua de salvação, a Grã Bretanha sabe que os chapéus coloridos da rainha Elizabeth não irão salvar o antigo império da condição de colônia norte-americana, mas os britânicos parecem resignados a isso.
A luta pela devolução das Malvinas aos argentinos não é uma luta só dos argentinos – governo e povo – é de todos os povos da América do Sul numa dimensão e toda a América Latina noutra dimensão.
Acreditar que os EUA possam ajudar a resolver o problema é acreditar em contos da Carochinha. A Grã Bretanha é possessão norte-americana. E o máximo que Barack Obama vai fazer, ou qualquer outro no lugar dele, é convidar os embaixadores de ambos os países para uma rodada de cerveja na Casa Branca pedindo paz e negociações.
É o que faz, enquanto despeja bombas mundo afora e mata seletivamente com o desesperado apoio de um desclassificado num reles programa de lavagem cerebral da principal organização da mídia de mercado no Brasil.
As Malvinas são ilhas argentinas.
Uma ação conjunta com a Argentina, endurecer relações diplomáticas, comerciais e culturais com a Grã Bretanha é decisivo e será demonstração de apoio claro aos argentinos.
Tem a ver com a nossa soberania também, a despeito dos aeroportos privatizados e eufemisticamente dados como concessão.

Paulo Freire banido

 

 

Via Brasil de Fato
O secretário da educação do Arizona disse que notou que Che Guevara era tratado como um herói, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma

Silvio Mieli
O livro Pedagogia do Oprimido, do educador brasileiro Paulo Freire, foi banido das escolas públicas de Tucson, no estado do Arizona, sudoeste dos Estados Unidos da América (EUA).
Seguindo a lógica antilatina que marca as recentes decisões jurídico-políticas no estado, agora uma lei suspendeu o currículo baseado no Programa de Estudos Mexicanos/Americanos, que durante uma década ajudou a conscientizar os alunos das suas raízes culturais.
Lembrando que 10,3% da população dos EUA é composta de “chicanos” e 30% da população da cidade de Tucson apresenta a mesma origem étnica.
Em meados de janeiro, os livros de Paulo Freire, assim como os de Elizabeth Martinez, Rodolfo Corky Gonzales, Arturo Rosales, Rodolfo Acuna e Bill Bigelow foram retirados do programa e proibidos pela Secretaria de Educação de Tucson de serem aplicados, em cumprimento à lei estadual que considera os estudos mexicanos “doutrinadores” e “portadores de um único ponto de vista”.
Para justificar a medida, o secretário da educação do Arizona John Huppenthal disse que, ao visitar uma escola em Tucson, notou que Che Guevara era tratado como um herói, inclusive com direito a pôster numa das salas de aula, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma. Huppenthal julgou intolerável que o termo “oprimido” do livro de Paulo Freire fosse inspirado no Manifesto Comunista de Marx e Engels, “que considera que a inteira história da humanidade é uma batalha entre opressores e oprimidos”, criticou o secretário.
A suspensão do programa priva os alunos de compreenderem melhor os fatores históricos da ocupação do território onde vivem (parte do Arizona pertencia ao México e foi anexada pelos EUA), além de impedir o contato de uma inteira geração com o método emancipador de Paulo Freire.
O que não percebem os que executam a educação “bancária”, no termo usado por Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, é que nos próprios “depósitos” se encontram as contradições. E, cedo ou tarde, esses “depósitos” podem provocar um confronto com a realidade e despertar os educandos contra a sua ”domesticação”.
Silvio Mieli é jornalista e professor universitário.
*GilsonSampaio 

Sean Penn apoia Argentina na disputa pelas Malvinas


O ATOR EXORTOU O REINO UNIDO A ADERIR A NEGOCIAÇÕES NAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O ARQUIPÉLAGO, AO QUAL SE REFERIU COMO "AS ILHAS ARGENTINAS", E DISSE QUE O MUNDO NÃO PODE TOLERAR A CONTINUIDADE DO COLONIALISMO

Brasil 247 14 de Fevereiro de 2012

247 com agências internacionais - O ator americano Sean Penn, conhecido tanto pelos filmes quanto pelo ativismo político, assumiu publicamente o apoio à Argentina na disputa com o Reino Unido pela soberania das ilhas Malvinas.

Penn se encontrou nesta segunda-feira com a presidente argentina, Cristina Kirchner, e exortou o Reino Unido a aderir a negociações nas Nações Unidas sobre o arquipélago, ao qual se referiu como “as ilhas Malvinas argentinas”.

"O foco deve ser a continuação das negociações e o diálogo entre o Reino Unido e a Argentina e, obviamente, o mundo não pode tolerar enfoques ridiculamente arcaicos que apostem na continuidade do colonialismo", disse Penn na Casa Rosada depois de se reunir com a presidente Cristina Kirchner.

O Reino Unido afirma que não negociará a soberania das ilhas, às quais se refere como Falklands, enquanto os habitantes do arquipélago quiserem permanecer britânicos. O país intensificou a presença militar na região, às vésperas do 30º aniversário da fracassada tentativa argentina de retomar à força o controle das ilhas.

Em uma breve declaração à imprensa, na companhia do chanceler Héctor Timerman, o ator, que chegou a Buenos Aires por causa de sua missão humanitária no Haiti, disse que "o compromisso tem que continuar sendo manter as negociações para encontrar uma saída" para a disputa de soberania pelas Malvinas, sob controle britânico desde 1833.

Penn, ganhador de Oscars pelos filmes "Mystic River" e "Milk", é co-fundador da ONG JP/HRO de ajuda às vítimas do terremoto que devastou o Haiti em 2010.

Em meio a uma escalada de acusações entre os dois países, a Argentina denunciou na semana passada na ONU uma "militarização" do Atlântico sul, depois que o Reino Unido enviou à região um moderno destroier.

O dia 2 de abril de 2012 marca os 30 anos da guerra que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos e que acabou 74 dias depois, com a rendição da nação sul-americana, então governada por uma ditadura militar.
*Brasilmostraatuacara

Resenha do livro 'A crise do sionismo', de Peter Beinart


 

De O Estado de S. Paulo

Os dilemas do poder judaico

Livro do jornalista Peter Beinart rejeita o uso da vitimização judaica em nome da dominação de Israel sobre os palestinos

ROGER COHEN, THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA
The Crisis of Zionism (A crise do sionismo, em tradução literal) de Peter Beinart é um importante livro novo que rejeita a manipulação da vitimização judaica em nome do domínio dos palestinos por Israel e afirma que, hoje, a verdadeira questão para os judeus não é o desafio da fraqueza, mas as exigências do poder. "Estão nos pedindo para perpetuar a narrativa da vitimização que se esquiva da questão judaica central de nosso tempo: a questão de como usar eticamente o poder judaico", ele escreve.
Esse poder, por 45 anos, foi exercido sobre milhões de palestinos que não gozam de nenhum dos direitos de cidadania e sofrem todas as humilhações de um povo ocupado. 
*Nassif

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Faça Escola de Cinema em Cuba!


ESCOLA INTERNACIONAL DE CINEMA E TV DE CUBA RECEBE INSCRIÇÕES ATÉ 10 DE MARÇO
Fonte: FILMA-PE
A EICTV está com processo seletivo aberto para o curso regular 2012-2015, nas especializações Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição e a recém-criada TV e Novas Mídias. Serão selecionados de quatro a seis alunos do Brasil que irão fazer parte de um grupo de quarenta estudantes de todo o mundo.
O processo seletivo vai acontecer em cinco cidades: Belo Horizonte, Florianópolis, Recife, Goiânia e Belém, nos dias 16 e 17 de março de 2012. O início das aulas está previsto para setembro de 2012 e o término para julho de 2015. O processo de seleção para a Região Nordeste será em Recife com a coordenação da Fundação Joaquim Nabuco/CANNE.
Cada candidato fará duas provas escritas: uma de conhecimentos gerais e outra correspondente à especialização escolhida. Os estudantes aprovados nas provas passarão por uma entrevista oral no dia 17 de março. A comissão julgadora realizará uma pré-seleção indicando os melhores candidatos em cada área, que serão avaliados pelo Conselho Docente da EICTV em uma seleção final. O processo será realizado em português e os nomes dos selecionados devem ser anunciados na segunda quinzena de junho.