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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, dezembro 07, 2012
Arco da Maldade
Maquete da escultura de autoria de Oscar Niemeyer intitulada Arco da
Maldade. O projeto dessa escultura, feito em homenagem a todos os que
lutaram contra a ditadura, foi doado pelo autor aos movimentos de
anistia.
“Quando
Flora de Abreu e João Luiz de Moraes me convidaram para desenhar o
monumento ´Tortura Nunca Mais´, senti a oportunidade de me iniciar no
campo da escultura. Dessa escultura de maior porte, mais livre, mais
ligada aos problemas da vida que o concreto armado oferece. E como o
tema exigia, a fiz democrática, denunciadora, lembrando o longo período
de tortura e morte que pesou sobre o nosso país. Meu desenho representa
esses negros tempos, com a pessoa transpassada pelas forças do mal,
impotente diante do ódio organizado. Para os mais sensíveis, para os que
veem."
Oscar Niemeyer*
Crise da Mídia de Papel pega a Abril: 150 Demissões
Grupo dirigido por Roberto Civita e
Fábio Barbosa não descarta novos cortes; nove revistas editadas na
torre da avenida Marginal, em São Paulo, sofrem perdas de pessoal;
grande aposta é a divisão de livros didáticos Abril Educação; cortes
sucedem fechamento do Jornal da Tarde, do Grupo Estado, e do
tradicional Correio do Povo, de Campinas
A crise da mídia que veicula conteúdo em papel não poupa ninguém.
Depois do fechamento, nas últimas semanas, do Jornal da Tarde, do Grupo
Estado, e do diário Correio do Povo, editado em Campinas e um dos mais
tradicionais do interior de São Paulo, agora os problemas atingem o
mundo das revistas. Numa decisão comunicada à última hora a seus
funcionários, a Editora Abril promoveu no início desta semana cerca de
150 demissões em áreas ligadas a nove de suas publicações. Além de
jornalistas, foram cortados empregos na área administrativa.
O Grupo Abril, liderado pelo presidente do Conselho, Roberto Civita, e
pelo ex-banqueiro Fábio Barbosa, que tem missão executiva, está passando
por transformações. A grande aposta, ali, é a divisão Abril Educação,
na qual seus executivos vislumbram possibilidades de grandes negócios
em parceria com os governos federal e estaduais, na área de material
didático. No campo editorial, a Abril manteve intacta a estrutura da
revista Veja. A publicação vai se constuíndo em um dos principais
veículos de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Os cortes desta semana podem ser sucedidos por novas demissões. O portal
Imprensa informa que o maior corte foi na revista Quatro Rodas (sete,
no total), além de Claudia (três) e Manequim (três). Outras demissões
forem nas revistas Alfa, Vip, Men's Health, Viva Mais, Máxima e Club. De
acordo com a apuração do portal, a Editora Abril não descarta outros
cortes — que estariam sendo feitos devido a "ajustes no balanço da
empresa".
*comtextolivre
Pepe Escobar: “Irã - nada como acordar com um “drone” no bolso”
Pepe Escobar, Asia Times Online – The Roving Eye
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Talvez não seja Predator mortífero equipado com um míssil Hellfire
dos que incineram casamentos de pashtuns no Af-Pak, mas nesse nosso
Bravo Valente Novo Mundo dos Veículos Aéreos Não Pilotados – conhecido
também como a “Guerra dos Drones de Obama” – qualquer ScanEagle muito mais lento, fabricado por subsidiária da Boeing, já nasce com direitos adquiridos de roubar a cena.
Lá está hoje, a estrela do show, numa TV iraniana, depois de capturado sobre o Golfo Persa. Vídeo a seguir:
Os
cabeças-de-bagre especialistas em geopolítica, já fartos da mesma
conversa fiada regurgitada incansavelmente por generais norte-americanos
pelos canais Fox e CNN, certamente se deleitarão com a faixa
ultrarretrô “Esmagaremos os EUA sob nossos pés”, para nem falar da
peculiar produção de valores pelo Corpo de Guardas Revolucionários
Islâmicos [orig. Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) no front de Relações Públicas.
O subalmirante Ali Fadavi, comandante da Marinha do IRGC, disse que o ScanEagle
foi “caçado” e “obrigado” a “pousar eletronicamente”, depois que
invadiu espaço aéreo do Irã. Bem... Talvez tenha sido um pouco mais
complicado. A melhor explicação ainda é a do sempre delicioso blog Moon of Alabama: os Guardas Revolucionários, provavelmente, desabilitaram eletronicamente a conexão de satélite do drone e, em seguida, assumiram a linha de controle por rádio da linha de visão.
Ali Fadavi
Além de garantir piadas sem fim, do tipo “os gatos persas derrubam o besouro [orig. drone] dos EUA” – serviço completo, com fotos de gatos gordos brincando com o modelo made-in-Iran do RQ-170s (o drone
que o Irã capturou ano passado) – a coisa é quase tão boa quanto a mais
recente reportagem (em 2011) de Bob Woodward, que flagrou um dos homens
de Rupert Murdoch que operam o canal Fox News tentando vender (literalmente) ao general Petraeus a ideia de tornar-se candidato à presidência, como representante pessoal de Murdoch, nas eleições para a Casa Branca. General bagre-ensaboado-à-moda-canal-Fox [orig. Foxy General, intraduzível], sabe-se lá?
O
general canal Fox-Petraeus, por falar dele – mesmo antes de a coisa ter
virado “corporal” com a fã & gostosinha Paula Broadwell – jamais se
deixaria apanhar em situação tão degradante. Seus drones da CIA
no Af-Pak sempre foram e continuam a ser máquinas de matar confiáveis,
não essas porcarias de hoje, que só recolhem informação de inteligência
falhada, que não prestam para nada.
Esse novo capítulo do seriado Guerra dos Drones, oferece, pelo menos, uma trégua cômica, à Monty Python,
na desgraça cotidiana, ininterrupta – com a Turquia obtendo a aprovação
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para instalar
mísseis Patriot interceptores para “defender-se” contra algum doido sírio que se atreva a atravessar a fronteira.
Os
burocratas da OTAN em Bruxelas já começaram a espalhar aos quatro
ventos a negativa oficial, na linha do “Oh, não, não! Não queremos uma
zona aérea de exclusão sobre a Síria! É que a gente aqui adooooora
mísseis gordos, grandes e maus”.
Os EUA – sempre, sempre, como sempre – negam tudo que tenha a ver com o drone ScanEagle
que não voltou para casa. Um porta-voz do Comando Central da Marinha
dos EUA, no Bahrain, esse país-símbolo, exemplar, de democracia, disse
que “A Marinha dos EUA mantém pleno controle sobre todos os veículos
aéreos não tripulados [orig. unmanned air vehicles (UAV)] em operação na região do Oriente Médio”.
Drone ScanEagle na catapulta móvel de lançamento
Vai-se ver, é problema de terminologia: o Irã fica no Sudoeste Asiático – assim sendo, drones que andem “pivoteando” em área de “pivoteamento não entram na conta. Mas, calma; a coisa ainda melhora! O porta-voz disse também que “não temos registro de qualquer ScanEagle extraviado recentemente”. Quer dizer: só se a Marinha perdeu, além de um drone... também todos os registros.
O que se vê, são esforços frenéticos da Marinha para pôr a culpa... nos drones dos outros! Vai-se ver, esse ScanEagle
teria decolado de outro paraíso da democracia mantido pelo Conselho de
Cooperação do Golfo, os Emirados Árabes Unidos. Austrália, Canadá,
Países Baixos e até a Colômbia têm drones. A Grã-Bretanha e a França também fabricam drones, e a Rússia, logo, logo, também chega lá. Ou, quem sabe, um espião “Ai-raniano” do Mal roubou o tal drone em Dubai, quando andou por lá em expedição de compras.
Podem esperar: vai começar um boom de vendas de drones ScanEagle
em miniatura, de plástico, para trazer um refresco ao deprimido e
mortalmente super sancionado mercado iraniano – exatamente como
aconteceu ano passado, com o RQ-170.
Os gatos persas que vivem de Qom ao Mar Cáspio, depois de derrubá-los todos, com certeza farão um baile.
*GilsonSampaio
Após Venezuela, Bolívia protocola adesão ao Mercosul
A presidente Dilma Rousseff deu boas-vindas aos bolivianos. "A incorporação da Bolívia ao Mercosul e de outros países é a resposta da região para a crise", disse o presidente Evo Morales
7 de Dezembro de 2012 às 14:41
Blog do Planalto
- A presidenta Dilma Rousseff afirmou que a reunião de chefes de Estado
do Mercosul, dos Estados associados e dos países convidados começou com
ênfase na inclusão, a partir da participação, pela primeira vez, da
Venezuela na condição de membro, fazendo com que o bloco se estenda,
agora, até o Caribe, ganhando importância econômica.
"Fico muito feliz em ver que o Mercosul está se consolidando em um ideal de integração cada vez mais sul-americano. Um novo Mercosul está em marcha. (...) Como bloco, somos a quinta economia do mundo. Dispomos de enorme potencial energético e de ampla capacidade de produção de alimentos, além de contar com um parque industrial pujante e diverso. Constituímos também um mercado de grandes dimensões", afirmou.
Dilma também deu as boas vindas ao bloco à Bolívia, que inicia o diálogo para se tornar membro pleno do bloco. Evo Morales, presidente boliviano, afirmou que o país não exitou em aceitar o convite do Mercosul e colocou a integração como uma fórmula da América do Sul para enfrentar a crise internacional, já que existe um foco comum no combate a pobreza.
"Vemos com muita alegria que esse desejo de voltar a se unir está presente nos povos americanos aqui reunidos. Nos preenche de satisfação, e queremos aproveitar essa oportunidade de participação. (...) A incorporação da Bolívia ao Mercosul e de outros países, é a resposta da região para a crise. Para Bolívia representa uma oportunidade de complementação e de crescimento conjunto", explicou Evo.
A presidenta ainda destacou a necessidade de se aumentar a integração em setores como o comércio e das cadeias produtivas, melhorando a competitividade. Ela ainda anunciou duas iniciativas que serão adotadas: o Sistema Integrado de Mobilidade Acadêmica do Mercosul (SIM Mercosul), para ampliar os programas regionais de bolsa de estudos, e a criação da Rede Mercosul de Pesquisa.
"Tudo isso exige também inovação tecnológica, aperfeiçoamento dos processos produtivos, expansão de nossa infraestrutura logística, capacitação massiva em áreas técnicas dos nossos povos e em setores estratégicos. Tudo isso sem renunciar às nossas políticas econômicas e sociais de inclusão e de redução das desigualdades", completou.
brasil247
"Fico muito feliz em ver que o Mercosul está se consolidando em um ideal de integração cada vez mais sul-americano. Um novo Mercosul está em marcha. (...) Como bloco, somos a quinta economia do mundo. Dispomos de enorme potencial energético e de ampla capacidade de produção de alimentos, além de contar com um parque industrial pujante e diverso. Constituímos também um mercado de grandes dimensões", afirmou.
Dilma também deu as boas vindas ao bloco à Bolívia, que inicia o diálogo para se tornar membro pleno do bloco. Evo Morales, presidente boliviano, afirmou que o país não exitou em aceitar o convite do Mercosul e colocou a integração como uma fórmula da América do Sul para enfrentar a crise internacional, já que existe um foco comum no combate a pobreza.
"Vemos com muita alegria que esse desejo de voltar a se unir está presente nos povos americanos aqui reunidos. Nos preenche de satisfação, e queremos aproveitar essa oportunidade de participação. (...) A incorporação da Bolívia ao Mercosul e de outros países, é a resposta da região para a crise. Para Bolívia representa uma oportunidade de complementação e de crescimento conjunto", explicou Evo.
A presidenta ainda destacou a necessidade de se aumentar a integração em setores como o comércio e das cadeias produtivas, melhorando a competitividade. Ela ainda anunciou duas iniciativas que serão adotadas: o Sistema Integrado de Mobilidade Acadêmica do Mercosul (SIM Mercosul), para ampliar os programas regionais de bolsa de estudos, e a criação da Rede Mercosul de Pesquisa.
"Tudo isso exige também inovação tecnológica, aperfeiçoamento dos processos produtivos, expansão de nossa infraestrutura logística, capacitação massiva em áreas técnicas dos nossos povos e em setores estratégicos. Tudo isso sem renunciar às nossas políticas econômicas e sociais de inclusão e de redução das desigualdades", completou.
brasil247
Em Berlim, Lula revela conversas reservadas com líderes mundiais
POR BOB FERNANDES
Em encontro com representantes da social democracia nesta
sexta-feira, 07, em Berlim, o ex-presidente Lula revelou detalhes de
algumas das suas conversas reservadas com líderes mundiais no tempo em
que estava na presidência. Abaixo, relato do que foi dito por Lula:
”Vamos pegar o cara do Irã, que eu participei ativamente. O
cara do Irã. Eu saí do Brasil e fui ao Irã. Contra a vontade de todo
mundo… da minha companheira Angela Merkel, do companheiro Obama, do
companheiro Sarkozy, do companheiro Medvedev, do companheiro…… eu estava
convencido que era possível convencer o Irã a assinar o documento que a
Agência (Internacional de Energia Atômica) precisava… e eles me diziam
assim “Lula, você é um ingênuo, você está acreditando no Ahmadinejad e
ele não está falando a verdade…”. Eu falei, “eu sou ingênuo, mas eu
acredito na política".
Uma vez, na reunião de Princeton, perguntei:
- Obama, você já conversou com Ahmadinejad?
- Não.
- Sarkozy, você já conversou com Ahmadinejad?
- Não.
- Angela Merkel, você já conversou com Ahmadinejad?
- Não.
- Gordon Brown, você já conversou com Ahmadinejad?
- Não.
- Berlusconi, você já conversou com Ahmadinejad?
- Não.
- Ora, se ninguém tinha conversado com o cara, que diabo de política é essa?
(Gargalhadas e aplausos).
Prosseguiu Lula:
-Antes do Irã, passei em Moscou para conversar com o presidente Medvedev. Chego em Moscou e o presidente Obama tinha ligado para Medvedev:
- Olha, diga para o Lula não ir ao Irã porque ele não vai fazer acordo. Ahmadinejad não cumpre acordo…
Aí, passo no Qatar e o emir do Qatar recebeu um telefonema da secretária de Estado dizendo:
- Olha, diga para o Lula não ir, ele está sendo ingênuo, ele não pode ir porque o Irã não vai.
Eu fui… chegamos no Irã e eu fui conversar com o grande líder
Kaminey, fui conversar como presidente do parlamento, e fui conversar
com Ahmadinejad e falei com todas as palavras:
- Ahmadinejad, eu estou vindo aqui, os meus amigos estão
brigando comigo, (e aí eu citei o nome de cada presidente), a imprensa
brasileira está me batendo há uma semana e eu não saio daqui sem uma
acordo…
(Risos da plateia)
- Não, mas Lula, você pode sair que eu concordo.
- Olha, tem de escrever. (Risos da plateia) Sabe por
que tem de escrever, Ahmadinejad? Sabe o que eles pensam de você? Eles
pensam que você é mentiroso e não cumpre a palavra… então, eu só saio
daqui com uma documento escrito.
Qual não foi minha surpresa, e quando eu pensei que o conselho
de segurança da ONU iria me dar um prêmio de agradecimento (Risos da
plateia), eles deram a maior demonstração de ciúme do mundo e ainda
assim resolveram punir o Irã. Ainda bem que a imprensa democrática do
mundo publicou uma carta, que o presidente Obama tinha me mandado,
dizendo quais as condições que eles aceitavam e o Ahmadinejad aceitou
exatamente as condições que estava na carta. E ainda assim, eles fizeram
retaliações com o Irã, não aceitaram o documento…
Então, o que eu percebi: eu percebi uma coisa que eu vou dizer
com a maior sinceridade, eu acho que tem gente no mundo que não quer
paz, quem quer paz é o povo. Mas tem quem precisa da discórdia,
necessita da discórdia pra poder ser importante, senão, não teria
nenhuma explicação a gente não ter paz no Oriente Médio. A mesma ONU que
criou o estado de Israel porque não cria o estado Palestino?
(Aplausos da plateia).
Lula iniciou sua fala de 8 minutos dizendo o seguinte:
“Eu queria só lembrar uma coisa. Nós criamos o G-4; Brasil,
Alemanha, Japão e índia. O que aconteceu? A Itália não quer que a
Alemanha entre no Conselho de Segurança (da ONU). A China não quer que o
Japão entre no Conselho de Segurança. Todo mundo defendia que o Brasil
deveria entrar, mas não entrou. Ou seja.. dizem que não tem reforma das
Nações Unidas porque qual é o país da África que vai entrar?
Olha, vamos ser francos…tem três 54 países na África…você tem
três países importantes, grandes, com grande população…. África do Sul,
Nigéria e Egito, por que não entra os três? Porque que não entra Brasil
e México? Qual é o problema? O problema é que quem tá lá não quer
repartir o poder. Essa é a verdade. É muito cômodo do jeito que tá.
Então, o Brasil está disposto a se engajar, o Brasil está no Haiti já há
bastante tempo.
Se dependesse de mim quando estava na Presidência eu teria
retirado o Brasil do Haiti, não tiramos porque o presidente Préval pediu
pra gente ficar, e nós ficamos lá e o Brasil presta um grande serviço. O
dia que tiver no Haiti um sistema de segurança que diga que o Brasil
não precisa ficar mais lá, nós traremos a nossa tropa. Agora, o que não
dá é pra gente trabalhar com base em mentiras. Não dá. Ou seja, cadê as
armas químicas do Iraque? Cadê? Se contou uma mentira pra humanidade, em
toda essa mentira se invadiu um país…o que aconteceu?
*Terramagazine
Desespero: Mídia brasileira vai a Argentina pressionar contra democratização da comunicação
Mídia brasileira vai a Buenos Aires pressionar contra Lei de Meios. Abert e outras entidades estrangeiras da mídia tradicional se reúnem na capital argentina com grupos locais para atacar projeto que democratiza comunicações naquele país
Entidades internacionais de empresários de rádio e televisão da mídia tradicional foram chamadas a Buenos Aires para pressionar contra o chamado 7D, uma data decisiva para a implementação da Lei de Meios Audiovisuais da Argentina.
Uma reunião na próxima segunda-feira (10) contará com a presença de
representantes da Associação Internacional de Radiodifusão e da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), famosa pela oposição que faz aos projetos que visam à desconcentração dos meios de comunicação. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também enviará representantes para o encontro, que será realizado no centro da capital.
A RBA
obteve a informação de que o documento de rechaço ao 7D começará a ser
produzido no sábado pelas entidades locais, a Associação de
Teleradiodifusoras Argentinas (ATA) e a Associação de Radiodifusoras
Privadas Argentinas (ARPA). O tom do manifesto, porém, será definido
apenas depois da meia-noite de sexta-feira (7), quando se terá uma ideia
do que efetivamente irá ocorrer. Os empresários do setor têm incertezas
quanto àquilo que pode fazer o governo frente a um quadro de
indefinição jurídica.
O problema é que caduca na sexta o prazo que a Suprema Corte deu a uma liminar que desde 2009 proíbe a aplicação dos mecanismos anticoncentração de mercado no caso do Grupo Clarín, o maior conglomerado midiático do país.
Na visão dos empresários, o fim da vigência da liminar não autoriza o
Executivo a colocar as concessões de rádio e TV do Clarín à disposição,
como tem prometido a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca), responsável por regular a aplicação da lei.
Há
poucos dias, a Suprema Corte determinou que o juiz de primeira
instância, Horácio Alfonso, julgue rapidamente o mérito da questão,
dando fim a uma situação que deveria ser provisória, já que é este o
caráter de uma liminar. Ao mesmo tempo, os magistrados esperavam que a
Câmara Civil e Comercial se manifestasse sobre a possibilidade de
prorrogar em alguns meses a validade da medida cautelar, o que parecia
sensato aos olhos dos empresários da comunicação, já que Alfonso deu a
entender que se manifestará em no máximo 60 dias sobre o mérito da ação
movida em 2009.
Segundo
informações obtidas pela RBA, mesmo os empresários que aceitaram se
adequar à Lei de Meios têm sentido que o governo está exagerando quanto a
esta questão. A fixação da data do 7D e a necessidade de que ocorra
algo efetivamente estaria levando a Casa Rosada a agir com muito ímpeto
para evitar uma protelação breve, de dois ou três meses, que levasse a
uma decisão mais sólida. Estes mesmos empresários veem a falta de
vontade do governo em aplicar outros aspectos da Lei de Meios como outra
evidência de que o verdadeiro motivo seria o enfrentamento ao Clarín.
O que o
processo movido logo após a sanção da legislação conseguiu foi frear a
aplicação do artigo 161, que dá prazo de um ano para que todos os grupos
de comunicação que tenham concessões de rádio e TV em excesso
apresentem um plano de adequação. Ocorre, porém, que a Câmara Civil e
Comercial está há meses sem quórum por oposição do governo de Cristina Fernández de Kirchner, que passou a bloquear a indicação de magistrados que considera afins ao grupo midiático.
Nos últimos dois dias, o governo apresentou pedidos de recusa de quatro nomes indicados pelo Judiciário para recompor a Câmara. Na
terça-feira, os juízes Francisco de las Carreras e Gabriela Medina
tiveram as nomeações protestadas pelo Executivo por supostas ligações
pessoais com o Clarín. Ontem de manhã, a Casa Rosada se opôs às
indicações de Francisco Recondo e de Francisco de las Carreras. A
Recondo acusam de haver favorecido o conglomerado em uma decisão, e De
las Carreras teve uma viagem a Miami paga por uma empresa que teria
entre os sócios dirigentes do Clarín.
“As
resoluções da Câmara Civil e Comercial foram adotadas com grande
velocidade e são passíveis de serem contestadas por revogatória e por
nulidade”, explicou o ministro da Justiça, Julio Alak, abrindo um novo
front de bate-boca midiático com o grupo de comunicação. “Faltam apenas
dois dias para o 7 de dezembro. Os argentinos estão, com entusiasmo e expectativa, para que se aplique esta lei”, acrescentou. “A
possibilidade de que a sala 1 da Câmara Civil e Comercial pretenda
estender a cautelar para além de 7 de dezembro seria uma rebelião contra
uma lei da Nação e um pronunciamento da Corte.”
O
Clarín também elevou o tom. Durante todo o dia, estampou a história no
topo de sua página na internet, acrescentando tratar-se de um fato
inédito na democracia a recusa dos juízes indicados para a Câmara Civil e
Comercial. Em nota, o grupo reiterou que está sofrendo “denegação de
Justiça” ao se aplicar a Lei de Meios sem que uma ação sobre seus
negócios tenha sido julgada no mérito. Trata-se de um expediente que
prepara o caminho para uma eventual corrida à Corte Interamericana de
Direitos Humanos, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
O
conglomerado acusou ainda o governo de desrespeitar a separação dos
poderes e de trabalhar desde o começo pela máxima protelação de uma
decisão judicial definitiva, ameaçando a democracia. “O desafio da
divisão de poderes, base do sistema republicano, poucas vezes chegou tão
longe”, concluiu a nota.
Fechando
uma onda de ataque e contra-ataque, a Autoridade Federal de Serviços de
Comunicação Audiovisual (Afsca), responsável pela implementação da Lei
de Meios, comunicou que o sócio do Clarín em uma de suas várias empresas
apresentou uma consulta para a adequação. A companhia norte-americana
Fintech Advisory apresentou a ideia de que o Clarín se desfaça de sua
participação acionária, hoje em 60%, sobre a Cablevisión, empresa de
televisão por cabo que não pode mais ser mantida pelo gigante midiático,
segundo os novos regulamentos.
A
Afsca esclareceu, porém, que apenas o controlador de uma corporação,
neste caso o Clarín, pode apresentar um plano de adequação. Na última
nota do dia, a empresa manifestou que não dá aval à proposta feita pelo
minoritário e que vai esperar uma decisão judicial definitiva sobre a
Lei de Meios.
João Peres, Rede Brasil Atual
do Blog Pragmatismo Politico
*cutucandodeleve
Vereadora Elaine Matozinhos, responda: Quem disse que direitos humanos é direito de bandido?
bhaz
bhaz
A
vereadora Elaine Matozinhos perdeu, na última segunda feira, dia 5 de
novembro, uma excelente oportunidade de ficar calada. Ou talvez seja o
inverso: devemos agradecer à parlamentar por mostrar, em um
pronunciamento na Câmara Municipal de Belo Horizonte, sua postura
autoritária, irrefletida e danosa acerca do importantíssimo tema dos
Direitos Humanos. Ela, além disso, teceu considerações completamente
descabidas sobre a Comissão da Verdade e os crimes perpetrados pelo
Estado na Ditadura Militar, mas isso é assunto para outra coluna. Ver um
parlamentar defendendo, ainda que de forma velada, a tortura policial e
a ditadura em um discurso em um órgão público do Brasil redemocratizado
não é, infelizmente, algo incomum, pois vivemos em uma democracia ainda
recente.
Matozinhos,
que se tornou delegada durante a ditadura militar, parece não haver
abandonado o ranço truculento e antidemocrático que marcava as
instituições políticas e policiais no período e que, infelizmente,
deixou resíduos perceptíveis em muitas das práticas adotadas
cotidianamente em nosso país. A vereadora, basicamente, fez uso da
palavra, no exercício de suas funções para defender a postura
“idiotizante”, compartilhada por parte do senso comum, de que os
Direitos Humanos, atualmente, servem apenas para defender “bandidos” e
“vagabundos” e para atacar as polícias.
Não
existe mito no Brasil contemporâneo que não seja, ao mesmo tempo, tão
disseminado e tão falso. Apresentadores de programas sensacionalistas,
quando vão mostrar à população qualquer crime horrendo, sempre desfilam,
depois de uma tacanha entrevista com o suspeito, o mesmo repetitivo
discurso. O palavrório já deve ser conhecido de nossos leitores:
trata-se de uma caricatura grotesca de argumentação, dita sempre aos
berros e com o dedo indicador em riste, culpando os defensores dos
Direitos Humanos por todas as mazelas que hoje assolam nosso país.
Pois,
gostaríamos de deixar claro de uma vez por todas: quem defende os
Direitos Humanos defende a integridade física e a vida das pessoas que
se encontram sob a tutela prisional do estado sim, mas defende também, e
de muitas maneiras diferentes, os direitos e o bem estar de todos os
brasileiros.
Antes de
continuar, é importante explicar de forma clara o que são os tais
Direitos Humanos, que se tornaram o bode expiatório favorito de parte da
nossa imprensa.
Os
Direitos Humanos são nada mais do que o conjunto de normas e valores
considerados essenciais e básicos para que todo e qualquer ser humano
possa ter uma vida digna e livre. São normas criadas para garantir às
pessoas algumas prerrogativas sem as quais a vida humana não pode ser
nem inteiramente vida e nem inteiramente humana. A liberdade de
expressão, o direito à integridade física, a um julgamento justo, o
direito de ir e vir, à alimentação, à saúde, à educação, à moradia, à
expressão afetiva, à liberdade religiosa… todos esses são Direitos
Humanos.
Outra
característica importante dos Direitos Humanos é a sua universalidade.
Trata-se de uma simples questão de lógica: se esses direitos se
aplicassem apenas a uma parcela da população e não se aplicasse a outra,
o Estado não estaria reconhecendo uma parcela de seus habitantes como
gente, o que foi, exatamente, o que Hitler fez com os judeus, os ciganos
e os homossexuais.
A
universalidade dos Direitos Humanos tem implicações importantes: se você
defender que essa gama de prerrogativas básicas não se aplica aos
presos, sejam eles réus, condenados ou suspeitos, estará defendendo que,
na eventualidade (que não é assim tão eventual) de a polícia brasileira
cometer um erro e te meter no xilindró, você estará poderá se sujeitar à
tortura, a tratamentos degradantes, a privação de comida e água e a
todas as medidas absurdas e meramente vingativas que certas pessoas
defendem para combater a criminalidade.
Em nosso
país, os detentos são temporariamente privados de alguns direitos
humanos, como, por exemplo, a liberdade de ir e vir e os direitos
políticos, mas reparem que não são direitos cuja suspensão acarreta
danos irreparáveis, como o direito à vida, à integridade física e à
saúde.
Pode-se
argumentar que o estado não garante saúde, educação, segurança e moradia
dignas para boa parte da população. Por que deveria garantir esse
direito aos presos?
Respondo:
não é o fato de o Brasil estar errado em não oferecer condições dignas
de vida para todos os seus súditos que estão livres, que vai tornar
corretas as violações aos Direitos Humanos dentro dos estabelecimentos
carcerários. Aliás, se existissem em nosso país políticas sérias e
efetivas de implementação dos Direitos Humanos em todas as esferas da
vida dos cidadãos, o problema da violência, que tanto parece preocupar
as “Elaines Matozinhos” que existem por aí seria, certamente, muito
menor.
Por
falar em Elaine Matozinhos, fica aqui um recado para a vereadora: a
liberdade de expressão, que garantiu à vereadora o direito de fazer uso
da palavra em um órgão público para suas imprecações raivosas e o direto
ao voto, que a colocou em seu atual cargo, são, ambos, Direitos
Humanos.
A defesa
dos Direitos Humanos é uma simples questão de raciocínio lógico e de
humanidade e discursos como os da vereadora só servem para desviar o
foco do verdadeiro problema: a pouca atenção que tem sido dada a esses
direitos por nossos órgãos políticos. Contra isso sim, vale a pena
discursar.
** Pedro Munhoz é (@pedromunhoz5) advogado e historiador. Escreve no Bhaz às quartas-feiras.
*Mariadapenhaneles
FINANCIAMENTO PRIVADO É O VOTO CENSITÁRIO DA ATUALIDADE: VÍDEO MOSTRA COMO O PODER DO DINHEIRO COMPRA A POLÍTICA
O financiamento privado de campanha e a “doação” sem limites é o voto censitário da atualidade. No sufrágio censitário, só os cidadãos de posse poderiam votar.
Agora, só os cidadãos de posse podem comprar os políticos e interferir no processo eleitoral. Parece que pouca coisa mudou desde o império. Além de estabelecer o poder financeiro, o sistema atual atrai o crime organizado, que financia políticos e ganha representação nas câmaras legislativas.
*Educaçãopolitica
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