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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 27, 2013

O mineiro que pichou a estátua de Drummond


Empresário mineiro é identificado em vídeo de pichação da estátua de Drummond

A estátua de Drummond amanhece pichada no Rio no Natal
A estátua de Drummond amanhece pichada no Rio no Natal
Policiais da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) identificaram o jovem flagrado por uma câmera de monitoramento da Prefeitura do Rio de Janeiro enquanto pichava a estátua de Carlos Drummond de Andrade que fica na orla de Copacabana, na zona sul da cidade.
Ele foi identificado como Pablo Lucas Faria e também é suspeito de pichar a estátua de Zózimo Barroso do Amaral, no posto 12, no Leblon, e o monumento de Estácio de Sá, no Parque do Flamengo. Faria é empresário da cidade de Uberaba (MG) e foi identificado após uma pesquisa no sistema da delegacia.
De acordo com o delegado José Fagundes, as investigações continuam em andamento para localizar o suspeito. Ainda segundo o delegado, a mulher que aparece nas imagens foi identificada como sendo namorada de Faria, e é conhecida como Mel.
Divulgação/Polícia Civil
Pablo Lucas Faria é empresário da cidade de Uberaba (MG) e foi identificado após uma pesquisa no sistema da delegacia
A imagem de Drummond foi pintada com uma tinta branca. A parte mais atingida foi a do rosto do poeta, mas também foram pichados o peito e as pernas da obra, que é um dos principais atrativos turísticos na orla carioca.
Os óculos do poeta também já foram alvo de vandalismo em oito oportunidades, a última dela em 12 de maio de 2012.  O reparo do acessório custa cerca de R$ 25 mil.
A estátua, de autoria do artista plástico Leo Santana, foi instalada em outubro de 2002, em comemoração aos 100 anos do nascimento do poeta. Dois dias depois, o monumento amanheceu pichado.
*Nassif

Aristocrata Clube: a resistência negra em São Paulo


Documentário dirigido por Jasmin Pinho e Aza Pinho em 2004, retrata as memórias de três gerações frequentadoras do clube recreativo de elite fundado em São Paulo por um grupo de negros na década de 1960. Nominado Aristocrata Clube, foi criado exclusivamente para negros como resposta ao racismo, de forma a mostrar que negros também tinham o direito de festejar.
Na época em que o clube surgiu, os negros eram proibidos de participar dos bailes de brancos ou qualquer outro tipo de recreação. Ao longo dos anos, a terceira geração decide não dar continuidade ao clube, já que não condizia mais com a realidade “menos preconceituosa” que viviam. De acordo com a diretora, o clube foi um reflexo da época em que foi criado e tornou-se símbolo da resistência negra contra a discriminação.
Assista ao documentário, marcado por muito luxo, diversão e samba:


*FláviaLeitão
*catracaLivre

quinta-feira, dezembro 26, 2013

O Ministro Joaquim Barbosa voando na classe econômica....


..junto com o público sem nenhuma regalia, sem utilizar aviões emprestados ou fretamentos escusos ou favorecimento da Força Aérea...



Confira desta vez mais8 bizarrices descritas na Bíblia



Homens mutilados, mulheres sendo violentadas e mortas: o livro sagrado traz trechos que poderiam fazer parte de qualquer título de terror!

 Confira 8 bizarrices descritas na Bíblia
A Bíblia é considerada como um livro sagrado para os cristãos, mas ela não deixa de ter incongruências e até mesmo dezenas de histórias completamente bizarras para o contexto da sociedade atual. Afinal, para um livro escrito há milhares de anos, é melhor não esperarmos conceitos muito condizentes com nossa vida de hoje em dia.
Se você está curioso para conhecer algumas das passagens mais estranhas que podem ser encontradas na Bíblia, o site Listverse criou um ranking das coisas mais confusas, estranhas ou horripilantes do livro sagrado – e nós escolhemos aqui algumas das melhores passagens relatadas por lá.
Se você acredita fielmente em cada pedaço da Bíblia, quem sabe possa rever alguns trechos dela – ou é melhor não seguir com a leitura, que pode ser considerada totalmente herege. De qualquer forma, lembramos que todo o texto – incluindo a Bíblia – é passível de diferentes interpretações.

1 - Não ria dos carecas

Uma das passagens mais inspiradoras (ou assustadoras) da Bíblia está no livro de Reis (2:23-24). Ela conta a história de Eliseu, um homem bastante sábio, mas que sofria com a calvície, própria de sua idade. Um belo dia, ele estava em uma longa caminhada até Betel, na Cananeia, quando foi atacado por um grupo de crianças que queria provocá-lo por conta de sua careca.
Mas Eliseu soube se vingar e lançou maldições em nome do Senhor para aqueles meninos. Imediatamente, duas ursas surgiram do bosque e aniquilaram as 42 crianças, destruindo seus corpos até a morte. Moral da história? Nunca dê risada de um careca. Deus leva isso muito a sério.

2 – Violência e morte sem a condenação divina

Algumas histórias na Bíblia são bastante perturbadoras, mas é difícil encontrarmos algo tão horripilante quanto o que é descrito em Juízes 19:22-30. A história não é só bizarra, mas também totalmente repugnante.
Um homem e sua amante estavam vagando pelas ruas até que um indivíduo aceita hospedar os dois em sua casa. No meio da noite, um grupo de homens apareceu em sua porta, exigindo que ele entregasse seu hóspede para que eles tivessem relações sexuais com o viajante. O dono da casa então ofereceu sua filha virgem no lugar do homem.
Se tudo isso já não fosse ruim o suficiente, os homens ainda deixaram que ela sangrasse até a morte. Quando ela foi encontrada por seu noivo, ele deu fim a seus restos mortais distribuindo-os para as 12 tribos de Israel – tudo isso sem a condenação divina. Aparentemente, o homem ainda foi julgado justo, por impedir que seu hóspede fosse violado.

3 – Uma estranha prova de amor

Davi era um homem muito apaixonado pela filha de Saul e disse que ofereceria qualquer coisa pela mão da donzela. Saul, então, lança um desafio horripilante ao futuro genro: recolher o prepúcio de nada menos do que 100 homens, em uma só noite.
Davi, para provar que era realmente apaixonado, leva para Saul cerca de 200 prepúcios. Os pombinhos se casam e todos vivem felizes para sempre. Bem, menos os 200 homens mutilados por Davi. A passagem está relatada em 1 Samuel, 25-27.

4 – Um corte nada agradável

Outra passagem bizarra está em Êxodo 4:24-26, quando Deus tenta matar Moisés, pois seu filho não era circuncidado. Quando o Todo Poderoso estava prestes a destruir a vida do homem, sua esposa pegou rapidamente uma pedra e arrancou o pedaço "extra" do corpo do garoto (outch!), jogando a parte sangrenta aos pés de Moisés.

5 – A maldição da pobre figueira

Em Mateus 21:19 e Marcos 11:13-14, encontramos uma história estranha por dois motivos: vemos Jesus tendo um acesso de raiva (algo que não era comum no comportamento do Filho de Deus) e também um castigo no mínimo estranho.
Fonte da imagem: Reprodução/metrobibleblog
Na passagem, Jesus está caminhando e sente um pouco de fome. Ele então encontra uma figueira estéril procura frutos na árvore. Sem encontrar nada, ele então amaldiçoa o arbusto para que, até a sua morte, ninguém mais coma seus frutos.

6 – Deus prefere não mostrar seu rosto

Não, não estamos brincando. É só ler Êxodo 33:23 e você vai entender melhor a história. O versículo trata do encontro de Moisés com Deus: com o encontro marcado, o homem se posiciona em uma pedra ansioso para ver o ser divino, mas o Senhor simplesmente decide que nenhum ser na terra poderia ver seu rosto e sobreviver.
A solução? Mostrar seu traseiro para Moisés. Deus então deixa que Moisés veja suas mãos e a parte traseira de seu corpo celestial. A decepção deve ter sido grande na hora de relatar o ocorrido.
Para a equipe do Listverse, a moral da história é de que Deus às vezes trabalha de uma forma estranha para os padrões atuais.

7 – Animais falantes filosofando

Em Números 22:28-30, Balaão estava trabalhando em um dia comum, agindo com violência com seu jumento para que ele andasse. Cansado da situação, o animal começou a reclamar. Balaão então questionou a rebeldia do asno, que passou a filosofar algo sobre a natureza, seu relacionamento com humanos e sobre como aquilo feria seus sentimentos.
Balaão então fez as pazes com o animal e eles seguiram seu caminho como se nada tivesse acontecido. A moral da história talvez seja a de não procurar encrenca com animais falantes para evitar monólogos no meio do seu trabalho.

8 – Genética é para os fracos

A história relatada em Gênesis 30:37-39 é tão estranha que poderia ser explicada apenas como mais um milagre divino, mas não é assim que ela é relatada. Basicamente, Labão estava tomando todos os animais listrados e malhados de Jacó, que não ficou muito contente com a situação e bolou um plano nada convencional: ele pegou algumas varas brancas e colocou os objetos nos tanques de  água dos animais. Isso fez com que os filhotes nascessem manchados.
De acordo com a Biologia, o plano dele deveria falhar miseravelmente, mas não é isso o que acontece nessa passagem. Segundo a Bíblia, os animais começam a copular e, misteriosamente, passam a dar à luz animais pintados. Obviamente, ninguém nunca repetiu o feito.

Quando a Intolerância Vira Regra

René Amaral
Seguranças abordam rapazes no shopping Internacional de Guarulhos no sábado (14), dia para o qual marcou-se um "rolezinho"
Seguranças abordam rapazes no shopping Internacional de Guarulhos no sábado (14), dia para o qual marcou-se um "rolezinho"
Eventos em shoppings com a presença de jovens de classes emergentes causam pânico e recrudescimento de atitudes intolerantes e racistas em SP.
Os "rolezinhos" tem feito os frequentadores de shoppings mostrarem o pior de si, graças à incapacidade de compreender e assimilar as diferenças entre classes, estimuladas por anos de preconceito e ignorância. Nossa classe média alta acha mesmo que tudo que se conquistou de "bom" só pode ser usufruído por eles. 
Shopping Centers seriam exclusividade daqueles de pele, clara e obediência cega e estrita a um código de vestimenta que elimina bonés, sandálias e bermudas, e principalmente o funk, ou qualquer referência a ele.
O vislumbre desses sinais da presença de indivíduos "inferiores" que, para a cabeça escrota e tacanha da classe de merda, representam perigo imediato (de que? não sei) tem propiciado episódios de segregação sócio/racial com a necessidade da presença da polícia, não para prender os cheirosos e criminosamente preconceituosos classe mérdia, mas para coibir e intimidar seres que tem exatamente os mesmos direitos de ir e vir e de frequentar esses espaços de consumo que os racistas consideram exclusivos seus.
Ontem em SP (tudo que é de ruim e excludente vem de lá), no shopping Guarulhos, a polícia foi chamada por que o fantasma do funk rondava o local. Na realidade o único fantasma era o da exclusão de um apartheid, mudo, mas extremamente barulhento que assola o estado mais rico e excludente do Brasil.
Se tiver estômago leia abaixo, clicando na MERDA a matéria fecal publicada pela Folha.


  
*AmoralNato 

Emiliano José sobre o rol de ilegalidades contra os presos políticos da AP470: Guantánamo, não!




No BLOG DO SARAIVA
Por Emiliano José em seu Facebook
25/12/2013
O impossível acontece: juiz decide aplicar penas suplementares e ilegais aos presos da AP 470 da Papuda.
Primeiro, mantém em regime fechado quem devia estar em semiaberto.
Segundo, sem quê nem pra quê, manda confiscar os livros deles, entrega-os à biblioteca do presídio.
Terceiro, determina escassas duas horas de leitura por dia.
Fui preso político: passei quatro anos na PLB da Bahia. Depois da fase da tortura líamos todos os livros que passavam pela censura da Cadeia: e passava quase tudo que naturalmente não era uma censura letrada. Podíamos ler Asterix e O Capital. Ou O vermelho e o negro. E ninguém ditava nossas horas de leitura.
Agora, sob o Estado de Direito, um juiz, a seu talante, resolve atropelar mais ainda a lei, pretendendo superar a ditadura. Está conseguindo.Ganha um lugar na história. Nada honroso, é verdade. Mas, o ineditismo do ato ditatorial fora de época lhe está assegurado.
Resta, penso, que não se cruze os braços. Que haja reações. O ovo da serpente do autoritarismo está aí, chocando sob variadas formas, malgrado nossa bendita democracia. Não podemos deixar passar isso, naturalizar o arbítrio.
De tudo que sei, há ilegalidades flagrantes acontecendo. Já abriram o portão, pisaram em nossas flores. Não podemos permitir que suprimam nossa voz.Providências jurídicas já. Mobilização de nossa gente, já! 
Não bastasse o julgamento de exceção, querem também impor cumprimento de pena de exceção. Guantanamo, não!

* Blog Justiceira de Esquerda

quarta-feira, dezembro 25, 2013

247 – O Uruguai iniciou oficialmente, a partir da terça-feira 24, uma experiência inédita na América Latina. O presidente José Pepe Mujica sancionou a legislação aprovada pelo Congresso do País que descriminaliza e libera para plantio, uso e comercialização controlada a canabis, a conhecida maconha.
É a primeira vez que um país da região adota uma lei que não é punitiva sobre o produtor e o usuário da planta. Nos Estados Unidos, a permissão para o uso recreativo ou medicinal da maconha já está consagrada em estados como Califórnia, Colorado e Washington. No Brasil, a iniciativa do Uruguai despertou a ira dos fundamentalistas na mídia familiar, que já indicam que o país vizinho passará a ser uma base segura para o narcotráfico do continente.
Não se tem notícia de que Pepe Mujica tenha sido ou seja um maconheiro, como se chama, de modo pejorativo, o usuário de canabis. Muito menos que ele tenha algum vestígio de ligação com o narcotráfico, que perdeu seus chefões como Pablo Escobar mas realiza negócios bilionários de produção, distribuição e comercialização de drogas pesadas como a heroína, a cocaína e seus subprodutos, como o crack, todos os anos na América do Sul.
Na história de Pepe Mujica há um passado de guerrilheiro contra a sanguinária ditadura uruguaia e um presente de perfil discreto e nada afeito a mordomias. Na economia e na política, o presidente toca o país sem solavancos, numa placidez que nada tem a ver com as pirotecnias fracassadas de sua colega argentina Cristina Kirchner. Até aqui, pela soma desses fatores, Pepe Mujica era um exemplo de governante bem centrado no desempenho do cargo, mas passou a ser execrado pelo conservadorismo em razão da lei da maconha.
PRESSA ATRASADA - A pressa em julgar Mujica e sua iniciativa é inútil. Iniciada agora, a experiência do Uruguai só vai dar resultados, positivos ou negativos, em médio e longo prazos. É difícil imaginar que, em razão de uma lei, legiões de usuários atravessem o rio da Prata em busca de sua Meca ou poderosos chefões do tráfico de drogas pesadas mudem suas estratégias apenas porque agora se pode ter até seis pés de canabis num jardim. Igualmente não se deve registrar uma adesão em massa à prática de fumar maconha dentro do próprio Uruguai, até mesmo porque o tabaco sempre foi liberado e seu consumo se dá com estabilidade.
Para quem enxerga na lei uma iniciativa corajosa e moderna, a legislação uruguaia sobre a maconha pode devolver ao Estado – e não retirar dele – o papel normativo sobre uma atividade ilegal e praticada em quase todos os países do mundo.
A lei de Pepe Mujica, como gostariam seus críticos, não inventa o uso da maconha no Uruguai, mas apenas o reconhece e tenta discipliná-lo. É exatamente o contrário do que apontam as deturpações cometidas por articulistas da mídia tradicional, que veem na lei a implantação do caos.
PRIMAZIA DE FHC - Personalidades importantes da sociedade brasileira têm, ao contrário dos aiatolás da mídia, brilhado pela racionalidade no debate. A primazia neste sentido cabe ao ex-presidente Fernando Henrique, que teve a coragem de assumir a frente dessa discussão com uma posição francamente favorável à descriminalização. Nas últimas semanas, dando peso formal à sua defesa, vem se pronunciando o ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, que pede a imediata abertura da discussão institucional do tema.
À primeira vista, a lei uruguaia leva a presença do Estado a uma atividade que estava de submudo, afeita a regras próprias. Agora, essa mesma atividade pode ser acompanhada, conferida e delimitada. Haverá transparência, certamente muito mais do que a que existe hoje em relação ao tema.
Há uma boa chance de os efeitos reais da descriminalização e legalização da maconha no Uruguai serem extremamente positivos. De saída, a nova legislação enfrenta à luz do dia essa questão, o que é um grande avanço. Além disso, para que não pairassem dúvidas sobre sua legalidade, todos os ritos foram cumpridos para a sua aprovação, sempre com acompanhamento próximo de observadores internacionais. A grita contra a iniciativa do Uruguai parece, muitas vezes, um verdadeira torcida para que ela não dê bons resultados.
*Brasil247

No dia 25 de dezembro de 1977 morria Charles Chaplin




No dia 25 de dezembro de 1977 morria, em Corsier-sur-Vevey, na Suíça, Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie Chaplin, mundialmente famoso pelas suas atuações nos filmes do cinema mudo. Ele também foi diretor, produtor, empresário, escritor, roteirista e músico. Nascido no dia 16 de abril de 1889, em Londres, ele fazia bastante uso da mímica e do pastelão. Chaplin atuou em filmes como “O Imigrante”, “O Garoto”, “Em Busca do Ouro”, “O Circo”, “Luzes da Cidade”, “Tempos Modernos”, “O Grande Ditador”, “Luzes da Ribalta”, “Um Rei em Nova York” e “A Condessa de Hong Kong”. Seu principal e mais famoso personagem ficou conhecido como Carlitos ou "O Vagabundo" no Brasil. Trata-se de um andarilho pobre de modos refinados. Com o seu bigodinho típico, ele vestia um fraque preto desgastado, assim como suas calças e sapatos, estes maiores do que o seu pé, além cartola e bengala. Em 1952, Chaplin deixou os EUA e nunca mais voltou, pois teve seu visto negado por conta da perseguição ideológica que sofria na época do macarthismo. Depois disso, ele decidiu viver na Suíça. Chaplin é o cineasta mais homenageado de todos os tempos. Ainda em vida foi condecorado Cavaleiro do Império Britânico, recebeu a Ordem Nacional da Legião da Honra (França), Doutor Honoris Causa (Universidade de Oxford) e ganhou o Oscar especial pelo conjunto da obra em 1972.

Mais que de máquinas, precisamos de humanidade.
A persistência é o caminho do êxito.
Nada é permanente nesse mundo cruel - nem mesmo os nossos problemas.
Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.

Um dia sem rir é um dia desperdiçado.


Charlie Chaplin
*turquinho

Por que os Perrellas não foram presos? Nosso professor Nabuco responde


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O surpreendente caso do helicóptero pertencente ao deputado estadual de Minas Gustavo Perrella, apreendido com 445 quilos de cocaína, não pode levar ao prejulgamento do deputado e nem à omissão de investigações.
Quando houve a apreensão, as perguntas se sucederam. Muitos queriam saber se a polícia deveria ter prendido o deputado e se ele seria responsável criminalmente pelo transporte da droga.
A verdade é que, penalmente, ninguém é responsável por ato de seu subordinado se não colaborou conscientemente para isso. Em termos jurídicos, ninguém será punido se não tiver colaborado dolosamente com o ato praticado por seu funcionário. A rigor, a questão sobre o dolo é simples. Basta que o chefe saiba que na sua empresa ou com seu equipamento seja praticado tráfico, para que esse chefe seja responsável conjuntamente por crime de tráfico (tecnicamente, é o concurso de pessoas).
A complexidade está no âmbito das provas. É preciso a obtenção de provas de que o chefe sabe, para que ele seja responsabilizado penalmente. Isso se aplica tanto ao caso de uma pizzaria em que o entregador é flagrado com cocaína na moto, como no caso do helicóptero do deputado mineiro.
Parece claro, portanto, que o deputado deva ser minuciosamente investigado, para se chegar à conclusão sobre sua eventual responsabilidade. Em uma república, nenhum homem pode ser intocável. Por outro lado, numa democracia, não se pode presumir a culpa de quem quer que seja.
Não há dúvida que numa situação similar e de menor proporção, vivenciada por um cidadão pobre, o tratamento seria diferente. Em tais casos, o comportamento tende ao abuso, ou seja, ao mais profundo desprezo pelas garantias individuais. Mas também não há dúvida de que democracia se faz inibindo o abuso e não defendendo sua extensão a todos.
Uma outra questão que surge desse caso é a aparente sofisticação do tráfico, em que a cocaína é transportada por um helicóptero caríssimo. A crônica policial no Brasil só retrata traficantes “pé-de-chinelo”. Os chefões do tráfico, quase sempre, são moradores de favela que constroem casas no alto do morro de um luxo precário, com predileção por banheiras de hidromassagem, muito diferente dos traficantes do cinema americano.
Mas, num negócio rentável como o tráfico de drogas, provavelmente há por trás pessoas menos toscas que um Fernandinho Beira-Mar. Eles existem ou são fruto de nosso imaginário? Se existem, por que não os conhecemos?
O fato é que uma das características das organizações criminosas é a existência de tentáculos no poder público com a corrupção. Dessa forma, é provável que existam empresários do tráfico que se mantenham na impunidade através da corrupção.
Um caso como esse vem aguçar nossa imaginação. Que se investigue, então, minuciosamente a eventual existência de responsabilidade do dono do helicóptero.
Sobre o Autor
José Nabuco Filho é mestre em Direito Penal pela Unimep, professor de Direito Penal da Universidade São Judas Tadeu e quarto-zagueiro clássico. Seu email: j.nabucofilho@gmail.com