Emiliano José sobre o rol de ilegalidades contra os presos políticos da AP470: Guantánamo, não!
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Por Emiliano José em seu Facebook 25/12/2013
O impossível acontece: juiz decide aplicar penas suplementares e ilegais aos presos da AP 470 da Papuda.
Primeiro, mantém em regime fechado quem devia estar em semiaberto.
Segundo, sem quê nem pra quê, manda confiscar os livros deles, entrega-os à biblioteca do presídio.
Terceiro, determina escassas duas horas de leitura por dia.
Fui preso político: passei quatro anos na PLB da Bahia. Depois da fase
da tortura líamos todos os livros que passavam pela censura da Cadeia: e
passava quase tudo que naturalmente não era uma censura letrada.
Podíamos ler Asterix e O Capital. Ou O vermelho e o negro. E ninguém
ditava nossas horas de leitura.
Agora, sob o Estado de Direito, um juiz, a seu talante, resolve
atropelar mais ainda a lei, pretendendo superar a ditadura. Está
conseguindo.Ganha um lugar na história. Nada honroso, é verdade. Mas, o
ineditismo do ato ditatorial fora de época lhe está assegurado.
Resta, penso, que não se cruze os braços. Que haja reações. O ovo da
serpente do autoritarismo está aí, chocando sob variadas formas,
malgrado nossa bendita democracia. Não podemos deixar passar isso,
naturalizar o arbítrio.
De tudo que sei, há ilegalidades flagrantes acontecendo. Já abriram o
portão, pisaram em nossas flores. Não podemos permitir que suprimam
nossa voz.Providências jurídicas já. Mobilização de nossa gente, já!
Não bastasse o julgamento de exceção, querem também impor cumprimento de pena de exceção. Guantanamo, não!
Do Maria Frô.
* Blog Justiceira de Esquerda
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