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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 24, 2013

Na véspera de Natal, Dilma leva solidariedade às vítimas das chuvas e acompanha operações de socorro


Presidenta Dilma levou ministros ao Espírito Santo, onde "toma o pulso" dos acontecimentos e operações de socorro às vítimas das chuvas.
A rigor, a presidenta Dilma não precisava ir pessoalmente ao Espírito Santo para que houvesse prestação de socorro, pois as políticas públicas para alerta, prevenção e socorro a desastres tem uma estrutura para entrar em ação quando necessário, sem depender necessariamente de ordens especiais da presidenta. Agora, ir para prestar solidariedade e ver se a estrutura criada está funcionando é sempre bom.

Essa estrutura tem melhorado muito com o aprendizado do que é necessário fazer, a partir de grandes tragédias anteriores como as de Santa Catarina, ainda no governo Lula, e na região Serrana do Rio de Janeiro em 2011.

Hoje temos a Força Nacional do SUS, uma equipe de profissionais de saúde com estoque de material de socorro preparado para se deslocar para áreas de desastres quando necessário. Suprem com atendimento, remédios, vacinas e, se preciso, instala até hospital de campanha. As Forças Armadas também tem longa tradição em mobilizar as tropas, helicópteros e outros equipamentos para prestar socorro em casos de ajuda humanitária nos desastres, além dos batalhões de engenharia atuarem na construção rápida de pontes móveis para não deixar populações isoladas, sem socorro ou sem mantimentos. O sistema de Defesa Civil Nacional em conjunto com os estaduais e os bombeiros também tem sua logística integrada para atuar nas situações de emergências.

Há obras do PAC em curso em várias cidades do Brasil, de drenagem, construção de represas para regular a vazão dos rios em áreas críticas, contenção de encostas, estudos de mapeamento de áreas de risco, e mudança de casas que hoje estão construídas em lugares perigosos. As obras de prevenção do PAC no Espírito Santo incluem R$ 603,4 milhões em obras de drenagem e R$ 4,2 milhões para obras de contenção de encostas.

Como é impossível resolver instantaneamente tudo o que foi mal feito em décadas, e nunca teremos como ter absoluto controle sobre as forças da natureza (até os países mais ricos do mundo não conseguem proteger 100% toda sua população de todos os desastres naturais), o mais importante, antes de tudo, é evitar mortes e abrigar as pessoas desalojadas de suas casas. Depois assegurar as condições para construírem suas casas em condições seguras e recuperar suas perdas materiais, como é feito através da Caixa Econômica Federal e de subsídios para as pessoas mais pobres.

Com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, equipado com informações de radares e satélites meteorológicos e sensores pluviométricos, prevendo situações de risco a tempo de avisar, e com os estados e prefeituras criando sistemas de alarme e treinamento da população vulnerável, muitas vidas passaram a ser salvas a tempo, ano a ano. Mas ainda tem gente morrendo, ainda que seja em quantidade bem menor. Ao governo federal cabe dar apoio técnico e financeiro, mas são as prefeituras, longe de Brasília, que conhecem onde dói o calo de cada família de cada casa do Brasil. Por isso quem ainda não traçou um plano eficiente de alarme e de treinamento da população que vive em áreas de risco para se dirigirem a um local seguro já determinado quando soar o alarme, precisa fazer isso sem esperar que a próxima tempestade do século caia na cidade. Prefeituras que fizeram isso, com um custo muito baixo, conseguiram resultados extraordinários.

http://www.cemaden.gov.br/pluviometros/
Por isso foi muito bom a presidenta Dilma ir pessoalmente se solidarizar com as vítimas capixabas em plena véspera de natal, e levar os ministros da Saúde, da Defesa e da Integração Nacional, para ver o que está funcionando e o que precisa melhorar nestas situações que sempre acontecem porque, em um país com dimensões continentais como o Brasil, todo ano sempre cai a tempestade do século ou da década em algum ponto do território nacional. Precisamos saber aproveitar o conhecimento científico, a tecnologia e, sobretudo, experiência humana, para nenhum brasileiro morrer por falta de prevenção.
Antes que me esqueça, vou repetir o que já falamos nas tragédias do passado: Quando é que as TV's e rádios vão parar de querer faturar audiência (e dinheiro) com mortes em tragédias, em vez de dar notícias que ajudem a população a se prevenir? Em outros países, as TV e rádios noticiam furacões, tsunamis, tempestades, antes delas acontecerem, para a população se proteger. Aqui só noticiam depois. 

*osamigosdopresidentelula

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