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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 20, 2013

Gripen "reforça empresas de base" do setoraeronáutico




O noticiário da principal emissora sueca, a tv pública SVT1

18/12/2013 às 16h26 7


Brasil escolhe caça sueco Gripen NG; vitória beneficia Embraer e Akaer

Por Virgínia Silveira | Para o Valor

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – Depois de quase 17 anos de espera e muita especulação, o caça sueco Gripen NG foi o escolhido pelo governo brasileiro na concorrência para a aquisição de aviões de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), no âmbito do programa FX-2, segundo o Valor apurou. O anúncio oficial será feito às 17h de hoje pelo ministro da Defesa, Celso Amorim e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.

A empresa brasileira Akaer e a Embraer serão as principais beneficiadas pela vitória do caça sueco Gripen na concorrência, que também envolveu as empresas Boeing, com o caças F-18 e a francesa Dassault, com o caça Rafale. A parceria entre a Akaer e a Saab, fabricante do Gripen, já dura quatro anos. A Akaer foi contratada pela Saab para projetar a fuselagem central, traseira e as asas do Gripen NG, nova geração de caças da Suécia.

“A vitória do Gripen representa o nascimento das empresas de base do setor aeronáutico brasileiro. Este contrato dará um grande impulso às pequenas empresas do setor e a Akaer está no centro disso”, disse uma fonte do setor. Toda a parte de estrutura do avião será produzida em uma nova fábrica que a Saab pretende construir em São Bernardo do Campo (SP). O investimento previsto é de US$ 150 milhões.
A Saab também adquiriu 15% de participação no capital social da Akaer. A operação, conhecida como empréstimo conversível em ações, poderá ser estendida até o limite de 40%, segundo informou a Akaer, na época do acordo.

Pela proposta da Saab, cerca de 40% do caça Gripen e até 80% da sua estrutura serão feitos no Brasil.


*Saraiva

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