A VERDADE QUE A BURGUESIA E A DIREITA NÃO QUEREM VER E ACEITAR
DAVIS SENA FILHO
O PT luta pela cidadania plena dos brasileiros, mas está a pagar um altíssimo preço ao enfrentar o establishment, retratado em instituições ainda "pertencentes" à Casa Grande
O Partido dos Trabalhadores é integrado por vários grupos políticos,
muitos deles de força ideológica socialista, comunista, que se dividem
em subgrupos considerados radicais. Eles desejam uma solução política
que ao menos domestique o capitalismo selvagem que viceja no Brasil, um
sistema econômico não filosófico, mas que apenas tem por finalidade
primordial favorecer o lucro em detrimento da maioria da população de
qualquer país.
Contudo, apesar de o PT ser um partido de esquerda e, mais do que isto,
ocupa majoritariamente e politicamente o espaço à esquerda do espectro
ideológico no Brasil, a agremiação política mais poderosa da América
Latina é, na verdade, um partido reformador e não revolucionário, como
muitos socialistas queriam, inclusive eu, o autor deste artigo.
O PT é um partido transformador, e, consequentemente, apresentou nas
eleições ao povo brasileiro um programa de governo e um projeto de País
que viabilizasse as mudanças esperadas há décadas pela sociedade. Válido
é salientar que desde o último governo do estadista trabalhista Getúlio
Vargas o Brasil e seus consecutivos governantes se recusaram a mexer
nas estruturas de um País agrário que foi edificado por intermédio do
trabalho escravo e que tem uma das "elites" mais perversas e violentas
do mundo.
Uma classe social abastada e que domina os meios de produção e controla
um sistema midiático, que desestabiliza até mesmo governos trabalhistas,
a exemplo de mandatários populares como Lula e Dilma Rousseff, que ano
após ano têm de enfrentar todo tipo de acusações, muitas delas levianas,
e denúncias vazias, que jamais são comprovadas, porque similares a
tiros na água, cujo propósito é apenas causar confusão à sociedade,
principalmente aos grupos sociais conservadores, como as classes médias
alta e tradicional, altamente sugestionáveis, além de serem reacionárias
e preconceituosas por natureza.
São grupos sociais conservadores e que ainda não entenderam que o Brasil
mudou, porque acreditam nos valores e nos princípios de uma burguesia
minoritária, colonizada há séculos, que igualmente não conhece o
poderoso País sul-americano, além de não se importarem com as condições
de vida da maioria do povo brasileiro. Equivocadamente, consideram-se
parte das "cortes", retratada nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.
São pequenos burgueses que sonham algum dia participar do baile dos
ricos, serem sócios de seus clubes, porque carregam em seus espíritos a
vã esperança de não serem barrados nas portas de suas mansões.
Equivoca-se, redondamente, a classe dominante quando pensa em retrocesso
político, a fim de eleger candidato conservador que conquiste a cadeira
da Presidência da República e comece a trabalhar em prol dos interesses
do establishment, e, por seu turno, continue a manter o status quo
intacto, como se o povo brasileiro não soubesse que com a ascensão dos
trabalhistas e socialistas ao poder a sua condição de vida não tivesse
melhorado, realidade esta que sem sombra de dúvida é notada por qualquer
pessoa, por mais alienada que ela seja. As condições de vida do
brasileiro melhoraram em todos os sentidos.
É evidente que tem muito trabalho por fazer e, por sua vez, fazer com
que o Brasil seja mais igualitário, solidário e viabilize as
oportunidades a todos os brasileiros, independente de suas origens ou
classes sociais. O povo deste País sabe disso e por causa dessa
compreensão a virtual candidata do PT é a favorita em todas as pesquisas
até agora divulgadas pelos meios de comunicação de direita e que
efetivam há 11 anos oposição sistemática aos governos populares do PT,
que, como afirmei anteriormente, são de carácteres reformistas e não
revolucionários. Ponto.
Mesmo assim a direita brasileira é tão reacionária, sectária e egoísta
que luta, com todas suas forças, para que os milhões de brasileiros mais
pobres não se emancipem. Essa realidade acontece porque somos uma
sociedade patriarcal, casuística, autoritária e de passado escravocrata,
que impinge valores e conceitos terrivelmente bárbaros e de conotação
fascista, que estão enraizados na alma e na mente das classes médias e
ricas, sendo que a primeira é a caixa de ressonância dos grupos
dominantes deste País e por isto difundem tais condutas e pensamentos
reacionários, que na verdade visam, efetivamente, manter por tempo
indeterminado o status quo e a dominação social e econômica sobre os
pobres e os trabalhadores.
A verdade é que o PSDB se chama Partido da Social Democracia Brasileira.
Mas quem é social democrata, por ser reformista, é o PT. O partido dos
tucanos é de direita, aliado à direita patrimonialista e porta-voz dos
conservadores nos fóruns públicos, a exemplo do Congresso, do STF e do
Ministério Público Federal. Esta poderosa direita tupiniquim, uma das
mais influentes do mundo, não quer reformas, como não as quis quando
derrubou o grande presidente trabalhista João Goulart, o Jango, e
conspirou contra o estadista Getúlio Vargas, até a sua morte trágica em
1954.
A direita brasileira é escravocrata e a efetivação de simples reformas
propostas pelos governos trabalhistas causa a ela um sentimento de
perda. Não a perda de seu dinheiro e do patrimônio amealhado ou
acumulado no decorrer de décadas ou até mesmo séculos. É um sentimento
mais profundo, que remonta historicamente o sentimento de posse e
domínio sobre seres humanos. É terrível e muito complexo enfrentar essas
questões tão enraizadas na sociedade brasileira, que atinge, inclusive,
os corações e as mentes da classe média de pele branca e valores
morbidamente capazes de deixar uma pessoa que preza a igualdade e a
democracia com o queixo caído, porque se trata de gente que,
indelevelmente, é empregada dos ricos por toda sua vida.
O PT e seus membros são diuturnamente desqualificados e desconstruídos
pelo establishment em forma de mídias, notadamente a imprensa de
negócios privados, setor este que sonega impostos e deve muito dinheiro
ao poder público. Essa realidade acontece porque o PT e seus governos
romperam os paradigmas estabelecidos há séculos pelas oligarquias
inquilinas da Casa Grande.
São "elites" que não conseguem conviver com a igualdade entre as
pessoas, porque se acham superiores, quiçá pessoas tão "formosas" e
"superiores" que se consideram diretamente "escolhidas" por Deus para
receberem todos os benefícios e privilégios que a vida pode dar, mesmo
se muito de suas riquezas e prazeres são originários do trabalho duro
dos trabalhadores brasileiros.
É inaceitável viver em um País onde campeia a desigualdade. Para
reverter este quadro lúgubre e nefasto, necessário se torna concretizar
ferramentas e instrumentos que viabilizem a ascensão social, econômica e
financeira dos pobres e dos desvalidos, bem como dos pequenos
empreendedores, pois são eles os responsáveis maiores pela criação dos
postos de trabalho no Brasil. Os governos trabalhistas de Lula e Dilma
Rousseff estão a investir pesadamente em educação, pesquisa,
infraestrutura e também em saúde.
Entretanto, nada é divulgado nas mídias mercantilistas e ditatorialmente
controladas por magnatas bilionários que não têm o menor compromisso
com o Brasil e seu povo. O PT e seus aliados vão ter de mostrar suas
ações e realizações por intermédio do horário eleitoral gratuito, bem
como responder à altura toda denúncia vazia, acusações infundadas e
ataques ferozes que visam confundir para manipular a verdade e a
realidade perante o eleitor, que é o cidadão brasileiro.
O PT luta pela cidadania plena dos brasileiros, mas está a pagar um
altíssimo preço ao enfrentar o establishment, retratado em instituições
ainda "pertencentes" à Casa Grande, a exemplo do STF, da PGR e de
setores da Polícia Federal, além, evidentemente, da forte oposição da
imprensa de mercado e de partidos conservadores como o PSDB. As reformas
dos trabalhistas são as verdades que a burguesia e a direita não querem
ver e aceitar. É isso aí.
* Blog Justiceira de Esquerda
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