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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 15, 2013

Mino esclarece
caso Tuma Jr.


Mino Carta conta que, ao deixar a Secretaria Nacional do Ministério de Justiça, Tuma Jr. procurou CartaCapital afim de conceder uma série de entrevistas


*PHA

MINO SOBRE TUMA, O “ENTREVISTADO DUPLO”


CUT by adnrey
Se o Tuma Jr. não fala a a verdade de uns, como falará a verdade de outros?

O 247, primo distante e abonado da blogosfera, publicou outro dia uma matéria onde desqualificava inteiramente o sr. Romeu Tuma Jr.
Nenhuma novidade, porque toda a imprensa o fez, inclusive a Veja, em tempos não tão longínquos. Ela, que agora o promove como “herói”, com seu livro onde detrata Lula e seu governo, do qual fez parte, até ser forçado a sair, por seu envolvimento com um contrabandista e com tráfico de influência em favor de familiares.
Diz o 247, em uma de suas primeiras análises sobre o personagem:
“Fica assim definida a fórmula para transformar qualquer “muambeiro”, “meliante” e símbolo de “necrose moral” em herói nas páginas de Veja. Basta se declarar vítima do PT e, de preferência, atacar o ex-presidente Lula.”
Agora, porém, o 247 repete o que faz a Veja. Usa Romeu Tuma Jr. para atacar Paulo Henrique Amorim.
Porque Amorim, assim como Mino Carta, sugeriu – assumidamente, aliás – que Tuma Jr. escrevesse um livro sobre o que dizia ter vivido no Governo.
E daí? Isso não tem nada de mais, é obvio.
Associa-lo – ou a Mino Carta – ao conteúdo do livro é outra
 conversa e, para isso, não se pode, para usar a mesma expressão do 247, “ transformar qualquer ‘muambeiro’, ‘meliante’ e símbolo de ‘necrose moral’ “ para atacá-lo.
Não apenas não tenho procuração de Paulo Henrique Amorim para defende-lo, como ele não precisa disso.
Mino Carta, cuja credibilidade é daquelas de se receber como na Cova de Iria, descreve o que ocorreu sem que se precise reconhecer firma.
Dele, reproduzo abaixo o editorial de Carta Capital, que irá às bancas logo.
Apenas desejo e devo testemunhar como, a mim e aos demais integrantes da blogosfera progressista, Paulo Henrique tem sido companheiro, leal e generoso em reproduzir nossos textos.
Deu, a este modesto blogueiro - de um blog mais modesto ainda – quase diariamente os espaços para se tornar mais conhecido do que merece.
Como reconheço que, diversas vezes, o 247 fez o mesmo.
Não conheço o editor do 247 e não o julgo pelo que dele publicou a Veja, detratando-o.
E também não o detrato, porque jornalismo também não é “assassinato de reputações”.
Até porque, em matéria de “assassinatos de reputação” nenhum de nós chegará aos pés da Veja, por mais que quiséssemos – e não queremos – tentar.
Apenas recordo o que ouvi muitas vezes de Leonel Brizola e, muito jovem, demorei a entender: os meios determinam os fins.
Romeu Tuma Júnior é, definitivamente, um meio que compromete qualquer fim.
O 247 deve decidir se ele tem credibilidade no que fala de uns e é indigno de crer-se, quando fala de outros.
Ou Mino terá razão quando fala dos “duplos”?Se o Tuma Jr. não fala a a verdade de uns, como falará a verdade de outros?

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