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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 01, 2014

A vitória da vaquinha

: Miguel do Rosário
amanha
O sucesso das vaquinhas para arrecadar fundos para os “mensaleiros” questiona, seriamente, a teoria ventilada pela mídia de que havia uma grande pressão “pública” para condenar e prender os réus da Ação Penal 470. Podia até haver pressão de um lado, mas havia pressão de outro também para não deixar a corte suprema fazer um julgamento contaminado de ódio político.
Merval Pereira chegou a brandir, várias vezes, uma suposta ameaça das “ruas” ao STF – que jamais se concretizou, aliás. Apesar da oposição e mídia terem tentado enfiar, à fórceps, a pauta da prisão dos “mensaleiros” nas manifestações de junho, esta nunca foi uma bandeira popular nos movimentos. Quando a mídia – em especial a Rede Globo – começou a forçar muito a barra para manipular os protestos e direcioná-los contra o “mensalão”, os jovens logo identificaramo a tentativa de enganá-los e passaram a focar sua energia em protestos contra a Globo.
O povo, influenciado ou não pela mídia, pode até querer prender os “mensaleiros”, e é justo que o queira, pois tem confiança no trabalho e na seridade de nossos juízes. Mas nunca fez disso um cavalo de batalha, como quiseram fazer crer alguns próceres da mídia.
O Brasil está sim impaciente para acabar com a impunidade e combater severamente a corrupção. Mas os brasileiros com um mínimo de ilustração sabem que nada justifica flexibilizar direitos dos réus, condenando-os com base em teorias e não em provas. Ou mesmo contra as provas.
As doações à Delúbio superaram em R$ 600 mil o valor da multa que precisava pagar. Esse montante será repassado à Dirceu, cuja multa agora foi calculada em quase 1 milhão. Mas que ele não terá problema em pagar, também com a ajuda de internautas que viram excessos no julgamento.
O sucesso das vaquinhas para arrecadar fundos para os “mensaleiros” petistas pagarem suas dívidas demonstra não só a emergência do sentimento de solidariedade de internautas comprometidos com determinadas bandeiras políticas.
Revela também disposição para o enfrentamento. 
*Tijolaço

Panteras negras completo

    Nos 90 anos de seu falecimento: Lênin vive!


*Esse texto foi escrito pela Comissão de Ideologia do Comitê Central do Partido Comunista do México
Traduzido por João Melato

No dia 21 de Janeiro de 1924 parou de bater o coração de Vladimir Ilich Lênin, mestre e chefe do proletariado mundial.

Sua vida e sua obra, entregues completamente à causa do comunismo, mantêm plena vigência e são guias para as lutas contemporâneas, fontes teóricas para a ação revolucionária, bem como constituem o caminho imutável a ser traçado pelos partidos comunistas e operários para alcançar seus objetivos históricos.

Lênin restabeleceu o caráter revolucionário do marxismo, que havia sido distorcido pelo revisionismo da II Internacional, que entraria em decomposição acelerada no período da Primeira Guerra Mundial. Mas a contribuição de Lênin consiste não só em resgatar o marxismo, mas também em desenvolvê-lo, enriquecê-lo de forma criativa, levando a um estágio superior a visão de mundo da classe operária, bem como a teoria e a prática da revolução proletária. É justo, portanto, que a ideologia proletária seja chamada de “marxismo-leninismo”.

Lênin e a classe operária

Assim como os fundadores do socialismo científico, Lênin colocou acima de tudo a centralidade da classe operária como classe mais revolucionária da história; a classe operária como componente vital do Partido Comunista, a classe operária como organizadora das outras classes e camadas oprimidas e exploradas, a classe operária como protagonista da Revolução, a classe operária como dirigente do novo poder estatal, a ditadura do proletariado. O critério classista foi o norte do pensamento e da ação de Lênin.

Resgatando a obra de Marx e de Engels

O oportunismo, o revisionismo e o reformismo predominavam nos partidos socialdemocratas no final do século XIX. Administrando as obras marxistas, eles as deformavam e as publicavam convenientemente com seus interesses. Ainda durante a vida de Engels, a sua Introdução à luta de classes na França em 1948-1850 foi publicada pela socialdemocracia alemã, mas de forma mutilada, alterando o seu sentido negativamente; o mesmo era feito com toda a obra marxista, despojando-a de seu caráter revolucionário. Inicialmente Bernstein, ao qual mais tarde se somaria Kautsky, mostravam como inviável a revolução e exaltavam o caminho da reforma, da transformação gradual do capitalismo. O parlamentarismo e a defesa da institucionalidade da democracia burguesa desdenhavam da necessidade da ruptura a partir da falsa premissa da transição pacífica ao socialismo.

O papel de Lênin foi fundamental para confrontar e derrotar o oportunismo, para resgatar o objetivo da ditadura do proletariado e a teoria da revolução. Não foram alheias à prática bolchevique a aliança, a manobra e a operação conjunta com outras forças que representavam as classes revolucionárias da Rússia. Mas fica a lição de que a Revolução de Outubro, o assalto ao poder pelo proletariado dirigido pelo Partido Bolchevique, haveria sido impensável se esse não houvesse reafirmado a firmeza de suas posições, vencendo teoricamente aos economicistas, populistas, marxistas legais, trudovikes, otzovistas, mencheviques, trostkianos¹, liquidacionistas, etc.

Em muitas de suas obras está presente essa contribuição contra a adulteração e dogmatização do marxismo.

Porém, sua contribuição não se limita a esse período e permanece como uma tese básica: a luta contra o oportunismo é uma condição para o desenvolvimento dos partidos comunistas. Deixar de lado uma questão tão importante abriu a porta para retrocessos à classe operária, como o surgimento do eurocomunismo, que levou à liquidação de vários partidos comunistas e mudou a natureza de muitos outros, em uma operação corrosiva cujas sequelas estão presentes ainda hoje.

O oportunismo é o principal auxiliar do capitalismo para conter a luta revolucionária. O Partido Comunista do México² assume a tarefa da revolução levantando a bandeira de Lênin.

Desenvolvimento do capitalismo, desenvolvimento da teoria revolucionária

Lênin também enriqueceu o marxismo a partir do estudo do desenvolvimento do capitalismo que não puderam estudar Marx e Engels. A concentração e centralização que conduziram à formação de monopólios levaram à fase superior e última do capitalismo: o imperialismo.

A teoria leninista do imperialismo foi tergiversada reduzindo-a a um simples sistema de dominação de uns países centrais sobre outros. Isso limita a tese leninista, que se trata de toda uma época do capitalismo, na qual esse entra em sua fase de decomposição, onde chega a seus limites históricos e se torna inevitável a revolução.

A teoria leninista do imperialismo revelou o caráter parasitário do capital financeiro, o caráter de classe do militarismo, das guerras agressivas, das disputas interimperialistas. Ataques de toda laia surgem contra a obra de Lênin, buscando o embelezamento do imperialismo.

Para além disso, a teoria leninista do imperialismo demonstra que se pode romper a cadeia imperialista em seu elo mais débil, em favor do mundo novo, como ocorreu em Outubro de 1917.

A teoria do Partido

Uma contribuição essencial de Lênin para o desenvolvimento do marxismo é o papel do partido comunista como organizador consciente da classe trabalhadora, como união voluntária de militantes, como organização de revolucionários profissionais. Ele enfatiza o caráter conspirativo do Partido e suas normas de organização baseadas no centralismo democrático que asseguram a luta revolucionária.

A firmeza leninista frente ao culto do espontaneísmo e à chamada “liberdade de crítica” se prolongam aos nossos dias, onde o movimentismo, os “sujeitos emergentes”, pretendem suplantar e diluir o papel dos partidos comunistas, dissolver e liquidar o caráter de vanguarda do partido da classe trabalhadora.

A combinação de todas as formas de luta

Lênin era contrário ao esquematismo, nos ensinou a realizar a análise concreta da situação concreta, a compreender as mudanças na situação objetiva e a ter permanente atenção nas condições subjetivas. A não nos agarrar a nenhuma forma de luta, mas a ser ágeis para variar de uma para outra de acordo com as mudanças que ocorrem na luta de classes e, também, a possibilidade de exercer várias formas de luta simultaneamente.

A Grande Revolução de Outubro e a construção socialista

Lênin conduziu o Partido Comunista (bolchevique) e o proletariado russo em aliança com os camponeses pobres à conquista do poder na Rússia e à formação da URSS, iniciando assim a construção da sociedade onde os capitalistas foram derrotados, o que inaugurou uma nova época para a humanidade, a da transição do capitalismo ao socialismo.

A experiência do poder operário soviético ilumina o caminho dos explorados na luta contra a exploração e a opressão. É uma lição irrenunciável no combate pelo socialismo-comunismo

O internacionalismo proletário

Desde o reagrupamento dos marxistas contra a guerra imperialista até a formação da Internacional Comunista há um processo de luta contínuo por fazer do internacionalismo proletário uma característica inerente à ação dos comunistas.

A Internacional Comunista construiu e forjou os partidos comunistas em quase todos os países do mundo, os destacamentos de vanguarda que em primeira plano da luta de classes combatem pela revolução que fará emancipar a classe operária e o conjunto da humanidade.

O Partido Comunista do México, no caminho traçado por Lênin, busca a derrubada do poder dos monopólios em nosso país, para construir o socialismo-comunismo, o poder operário.

Lênin, sua vida e sua obra, são estudados pelos militantes do PCM e pela Liga da Juventude Comunista, convencidos de que seus ensinamentos são indispensáveis para cumprir nossas tarefas atuais e históricas.
Proletários de todos os países, uni-vos!
______
¹ Refere-se às polêmicas de Lênin com Trótski no período pré-revolucionário. O texto original dizia "trotskistas", no entanto, julgamos mais adequado o emprego do termo "trotskianos", uma vez que o trotskismo é um fenômeno posterior. (N do T)
² O texto foi escrito para leitura e divulgação em território mexicano. Sua tradução e divulgação em português é iniciativa do blog Centro do Socialismo. (N do T)

30 anos do MST e o ódio da mídia


Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST, completou 30 anos de lutas. A mídia “privada” – nos dois sentidos da palavra – simplesmente omitiu este importante acontecimento histórico. Alguns jornais, como o oligárquico Estadão, que nasceu vendendo anúncios de trabalho escravo no século retrasado e sempre foi um raivoso inimigo das mobilizações sociais, até publicou um editorial com seus velhos ataques ao MST. Já a impressa alternativa, com seus escassos recursos – o governo prefere bancar anúncios na mídia ruralista –, procurou destacar a prolongada e vitoriosa trajetória deste movimento civilizador e discutir com seriedade os seus futuros desafios.

Vale destacar a entrevista de João Pedro Stédile aos jornalistas Igor Carvalho e Glauco Faria, da revista Fórum Digital. Como lembram os autores, há várias razões para festejar o aniversário. “Com presença em 23 estados, além do Distrito Federal, e com mais 900 assentamentos que abrigam 150 mil famílias, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra completou 30 anos nesta semana. Criado em um encontro nacional que reuniu 80 trabalhadores do campo em Cascavel, no Paraná, em janeiro de 1984, o movimento já realizou, ao longo de sua história, mais de 2,5 mil ocupações, acumulando duas mil escolas instaladas em assentamentos, além de outras conquistas como acesso a crédito para a produção”.

Na entrevista, o integrante da coordenação nacional do MST faz um balanço do movimento e aponta os desafios futuros da luta pela reforma agrária no Brasil. João Pedro Stédile afirma que é preciso atualizar esta bandeira, em decorrência das mudanças ocorridas no campo nos últimos anos. “O capital está adotando um modelo de exploração da agricultura que se chama agronegócio. Nesse modelo, há uma nova aliança das classes dominantes, que aglutina grandes proprietários, empresas transnacionais e a mídia burguesa. Eles usam todos os seus instrumentos, como o Poder Judiciário e o Congresso, para defender sua proposta, desmoralizar a reforma agrária e toda luta social no campo”.

“Houve uma mudança nos últimos anos em nosso programa agrário e construímos o que chamamos de proposta de reforma agrária popular. No período anterior, dominado pelo capital industrial, havia a possibilidade de uma reforma agrária do tipo clássico, que representava democratizar a propriedade da terra e integrar o campesinato nesse processo. Porém, agora a economia mundial é dirigida pelo capital financeiro e internacionalizado. No campo, esse modelo implementou o agronegócio, que exclui e expulsa os camponeses e a mão de obra do campo. Agora, não basta apenas distribuir terra, até porque o processo em curso é de concentração da propriedade da terra e desnacionalização”.

Stédile também critica o atual ritmo das desapropriações de terra. “No governo Dilma, esse processo está totalmente paralisado, fruto de uma correlação de forças mais adversa, pela base social e política que compõe o governo, e por uma incompetência operacional impressionante dos setores que atuam no governo”. Para ele, a luta pela terra passa hoje, mais do que nunca, por mudanças políticas profundas no país. Ele defende a urgência da reforma política, com o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, e o fim do monopólio dos meios de comunicação. Sem superar estes entraves, entre outros, a reforma agrária não avançará no país.

Na próxima semana, mais de 15 mil lideranças sem-terra estarão reunidas em Brasília num congresso que definirá os próximos passos da luta pela reforma agrária e por mudanças políticas no país. A mídia “privada”, que até agora fez silêncio quase absoluto sobre os 30 anos do MST, até poderá noticiar o evento. Mas tende a seguir a linha reacionária do editorial do Estadão publicado na última terça-feira (21). Para o jornalão, que não esconde seus vínculos com os ruralistas, o movimento “se depara com uma crise muito séria de identidade” e tende a sumir. O editorial elogia o agronegócio, “a galinha dos ovos de ouro da economia nacional”, e condena o “viés ideológico”, socialista, do MST.

Na prática, o texto confirma a tese de Stédile de que a reforma agrária só avançará no país com o fim do latifúndio da mídia.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/01/30-anos-do-mst-e-o-odio-da-midia.html

SOBRE A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA TEMPLOS RELIGIOSOS



Imunidade tributária para templos religiosos deve ser revista

Por Carlos Henrique Abrão

O conceito hermético constitucional sobre a ampla e irrestrita imunidade tributária dos templos religiosos e atividades congêneres precisa urgente e rapidamente ser revisto.
Com razão, não se justifica mais essa parafernália no modelo de expansão do neoprotestantismo e do ecumenismo cotidianos.
Estamos assistindo ao crescimento desmesurado de pseudosseitas religiosas, as quais mais enriquecem seus pastores do que o próprio rebanho.
Mas não é só, a própria Igreja Católica, sem qualquer dúvida, também quando explora atividade econômica, ou de conteúdo empresarial, igualmente sofreria tributação.
Os monges, quando usam suas técnicas e habilidades e vendem guloseimas e qualquer tipo de prato atrativo pelo preço de mercado ou superior, ainda que estejam provisionando os cofres da entidade, não podem ser imunes a tudo e a todos.
Bem de ver, portanto, que o conceito largo da imunidade fez desenvolver riquezas e obras absurdas de várias entidades, as quais competem entre si para colocar piso de mármore e outras riquezas exteriores, já que aquelas interiores estão nos bolsos de seus dirigentes.
Nessa percepção, o Fisco vem se mostrando sensível na radiografia e monitoramento das entidades associativas religiosas, de tal modo que o conceito constitucional utiliza o viés do templo, mas existem centenas ou milhares deles espalhados pelo país, além de livros, jornais e revistas, tudo em nome do bom pastor, no caso, o chefe religioso da seita, que blinda seu patrimônio e tudo o faz naquele em quem confia, o imposto de renda sem incidência.
Decodificada a natureza específica e o seu traço peculiar, não é mais admissível que a Constituição de 1988 privilegie alguns em detrimento de muitos, já que o fausto e o luxo são por conta e risco de quem efetivamente realiza a obra.
A imunidade plena ou alíquota zero para essas atividades não reprime os desvios e muito menos a ganância que ostentam seus líderes, mormente com rádios e canais de televisão, tudo sob o aspecto da não concorrência, já que estão, em tese, isentos ou mais fortemente imunes.
Não é sem razão que estados e prefeituras exigem atendimentos de regras específicas que confluam com a imunidade e não permitam que patrimônio e fortunas fiquem ao largo da tributação.
De modo semelhante, nas escolas religiosas, de uma forma geral, se o ensino é particular e bem paga a mensalidade, não se justifica uma autoimunidade para aqueles que, em igualdade de condições, realizam suas tarefas de caráter empresarial.
No Brasil a situação é ainda mais grave, pois muitos ligados às entidades pentecostais se aproveitam dos seus espaços, principalmente em redes de rádio e televisão e divulgam suas imagens para as respectivas candidaturas ao parlamento, ao custo zero.
Uma revolução nesse sistema equivale à completa reviravolta, de manter somente o essencial imune, mas as demais atividades complementares e paralelas tributadas.
Ao assistir um culto, o cidadão estaciona o seu veículo em um estacionamento que é explorado pela entidade e paga o correspondente a qualquer outro particular.
Catolicismo e protestantismo entraram em disputa por causa da finalidade de cada qual, mas, o que observamos nos dias atuais, é bem diferente.
Um bom número de entidades do novo ecumenismo ganhou corpo e disparam sua vocação ao recebimento de doações e outras interferências e, por tal ângulo, começam a acumular fortunas para compras de jornais, empresas de propaganda e marketing, fazendo do templo um comércio regado à imunidade e bastante discurso de imersão nos dogmas de doações polpudas.
Renascer desse grilhão significa mudar a legislação e permitir somente o fundamental, a destacada imunidade e tudo o mais que estiver em descompasso, receber o mesmo tratamento do sistema tributário para as empresas privadas.
Essa riqueza visível aos olhos de muitos e invisível para fins de tributação acaba gerando uma distorção de natureza da capacidade contributiva, fazendo com que os assalariados recolham mais, enquanto outros vagam pelos caminhos religiosos, sob a capa da absoluta certeza de que suas obras pertencem a Deus, e não a Cesar, no conceito jurídico tributável, com o que não podemos simpatizar. (Fonte: aqui).
Carlos Henrique Abrão é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.
*dodómacedo

José de Abreu cita o amigo Dirceu e diz que mensalão foi golpe de Estado



    Antonio Mahfuz e Joaquim Barbosa são amigos?

No  SQN
Da página do Facebook do próprio:


SOB A MESMA LUZ QUE GUIAVA OS PEREGRINOS NO DESERTO!
RENASCE A ESPERANCA COM O JUSTICEIRO.
THANKS GOD !

Mahfuz, foragido há oito anos, pede para voltar ao Brasil
03 de setembro de 2007

GUSTAVO PORTO - Agência Estado

O comerciante Antonio Mahfuz, ex-presidente da Associação Comercial de São José do Rio Preto (SP), entrou com um pedido de liminar em habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar ao Brasil e participar do casamento da única filha, além de visitar sua mãe que teria mais de 80 anos e problemas de saúde. De acordo com o STF, o comerciante, ex-dono da A. Mahfuz S.A., uma das mais tradicionais redes de lojas do interior paulista na década de 80, reside há oito anos nos Estados Unidos, após ter prisão decretada no processo de cobrança de uma dívida estimada em R$ 144,2 milhões com o Chase Manhattan Bank.

Ele pede a revisão da decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o direito de Mahfuz voltar ao Brasil, de acordo com informações do STF. O processo contra o comerciante teve início na 17ª Vara Cível de São Paulo (SP), em 1991, com uma ação de execução de um título extrajudicial, ligado ao não-pagamento de nota promissória e respectiva cédula de crédito comercial, emitida pela empresa A. Mahfuz.

A nota promissória e a cédula de crédito comercial foram emitidas em favor do Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Badesp), avalizada pelo executado e pela ex-mulher do comerciante, identificada apenas por V. S. M. A dívida tinha como fiador o Chase Manhattan, que a liquidou e adquiriu os direitos então conferidos ao Badesp.

Penhora

Segundo o processo inicial, foram penhorados diversos imóveis e ações de propriedade do comerciante, penhora esta que foi reforçada em uma segunda etapa, com a inclusão de outros bens. Mesmo assim, o banco iniciou nova ação de execução da mesma dívida, agora na 38ª Vara Cível de São Paulo. Nesta ação, de acordo com o STF, foram acrescentados aos bens penhorados também bens móveis de comercialização da empresa, como televisores, refrigeradores, freezeres, aparelhos de som, máquinas de costura e outros.

A penhora dos eletrodomésticos ocorreu em 1992, mas, segundo a defesa do Chase Manhattan S/A, a maior parte desses bens sequer existia. Mesmo assim, as partes fizeram várias composições e Mahfuz alegou sempre que já pagou mais do que devia. Entretanto, insatisfeito com o cumprimento do que fora acertado, o banco obteve a expedição de uma carta precatória para a comarca de São José do Rio Preto e solicitou nova penhora dos bens móveis. Como Mahfuz não foi localizado, foi expedido mandado de prisão contra ele, sob alegação de ser depositário infiel.

A oposição brasileira é rústica como oposição, não está preparada para governar.


Wanderley: Apresentadores e suas caras de fralda de bebê 




Pelo andar da carruagem é de se esperar escândalos informando que o desemprego na tarde de quarta feira passada foi o maior já registrado em tardes de quartas-feiras de anos bissextos. Ao anunciá-los os apresentadores de noticiários televisivos farão cara de fralda de bebê, suja.
Oposição: procura-se
A crítica competente é fundamental para o desempenho de qualquer governo. Quanto a isso, estamos à míngua. A oposição brasileira é rústica como oposição.
Por Wanderley Guilherme dos Santos, na Carta Maior.
Se depender da oposição o País não vai andar. A infantilidade de seus protestos explica o agônico socorro que está pedindo à descabelada desordem urbana. De seu próprio ventre, nada. Criticar a autoridade fiscal, por exemplo, por ter usado tributos e dotações dos leilões para fechar as contas equivale a desancar o quitandeiro porque equilibra o livro-caixa recebendo o que lhe devem. É curial que o governo troca tributação por serviços, administração e projetos. Lá uma vez ou outra parte dos impostos se transforma em subsídios diretos e indiretos ao consumo e às despesas dos grupos vulneráveis. Chama-se redistribuição de renda e vem ocorrendo há pouco mais de dez anos no Brasil. É isso que provoca espuma na garganta oposicionista e a faz perder o senso de ridículo.
Nenhuma oposição que se preze tenta condenar um governo por fazer uma parada técnica voltando de longa viagem. Aliás, nem mesmo se fosse para simples recuperação física, independente de considerações meteorológicas ou de segurança de vôo. Pois este foi um dos brados de guerra, sem eco, da semana oposicionista.
Desdobrar desembolsos no tempo é uma espécie de versão macroeconômica da compra a crédito, o uso calculado da renda e do gasto futuros. A dívida das pessoas deve ser compatível com a proporção comprometida da renda esperada face ao dispêndio incompressível que virá a ter. Trata-se de uma questão de ser ou não leviano em relação à própria economia. E é preciso muita leviandade para que eventuais desmandos, ou desvairada presunção, conduzam à falência. Desde a redemocratização de 1945 foram necessárias décadas dos mais variados governos, inclusive ditatoriais, até que os livrescos sábios do PSDB conseguissem a proeza de quebrar a economia brasileira três vezes em não mais do que oito anos.
Quando as mesmas vozes do passado esgoelam-se em advertências sobre a dívida pública, bruta ou como proporção do produto interno, com que diabos de autoridade pensam estar falando? Não possuem nenhuma imaginação ou criatividade e o bolor das receitas sugeridas tem um só resultado, se aviadas: desemprego. Existe uma crônica morbidez no pensamento conservador que o faz recuar diante da saúde e saudar os sintomas patológicos de vida social. Talvez por isso aplauda a proliferação dos micróbios (pequenos grupos de desordeiros, em geral), sem se dar conta de que estes são a hiperbólica evidência do fracasso oposicionista, ele mesmo.
Mas a pantomima máxima revela-se na busca de recordes. Os furos pelos quais compete a grande imprensa foram transferidos das páginas de esportes e da previsão do tempo para as manchetes, mas com significados distintos.
Excepcionais desempenhos em natação, maratona e salto a distância refletem o aprimoramento físico da espécie, o apuro no treino e a perseverança nos treinos. Já os indicadores de temperatura nos explicam o bem estar ou seu contrário em condições de exacerbado calor ou frio. Por isso comparam números de hoje com os de ontem ou de há dez anos conforme o caso. Mas as manchetes das primeiras páginas são pândegas. Títulos chamativos advertem que aumentou a ameaça inflacionária enquanto o texto explica que houve uma variação para mais no quarto dígito depois da vírgula, algo que não acontecia há dezoito, vinte e três ou não sei lá quantas semanas. Ou seja, o furo jornalístico não quer dizer absolutamente nada.
Pelo andar da carruagem é de se esperar escândalos informando que o desemprego na tarde de quarta feira passada foi o maior já registrado em tardes de quartas-feiras de anos bissextos. Ao anunciá-los os apresentadores de noticiários televisivos farão cara de fralda de bebê, suja.
Enquanto o País muda a pele, subverte rotinas, enfrenta e experimenta uma realidade inédita – a liquidação da miséria extrema – e veloz reestruturação de seus contingentes sociais, o reduto oposicionista balbucia indignações esfarrapadas. E a crítica competente é fundamental para o desempenho de qualquer governo. Quanto a isso, estamos à míngua. A oposição brasileira é rústica como oposição, não está preparada para governar.
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*GrupoBeatrice

    VAQUINHA DE DIRCEU COMEÇA COM R$ 600 MIL DE DELÚBIO