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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Eduardo Cunha será julgado no STF na próxima quarta-feira

Eduardo Cunha será julgado no STF na próxima quarta-feira

Supremo decidirá se aceita ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República, que acusa o deputado de receber US$ 5 milhões em propina de contratos da Petrobras
Marcelo Camargo/Agência Brasil
STF decidirá se aceita ou não denúncia contra Eduardo Cunha
O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou para a próxima quarta-feira (2) o julgamento do Inquérito 3983, que investiga o recebimento de vantagens indevidas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB), a partir de contratos da Petrobras para aquisição de navios-sonda destinados à perfuração de poços de petróleo. O deputado é um dos principais nomes do PMDB sob investigação da Operação Lava Jato.
Caso a denúncia seja aceita, Cunha passará à condição de réu e responderá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o parlamentar recebeu propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas para a Petrobras, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012. Cunha nega as acusações.
Além da condenação criminal, o procurador-geral pede a restituição do produto e proveito dos crimes no valor de US$ 40 milhões (R$ 138 milhões, referentes ao câmbio de 18/8) e a reparação dos danos causados à Petrobras e à Administração Pública, também no valor de US$ 40 milhões (R$ 138 milhões, no câmbio de 18/8).
Cunha ainda é acusado de usar seu cargo na Câmara e seu mandato de deputado para interferir nas investigações contra ele.  Este caso, porém, não tem data para ser julgado pelo STF. Na denúncia, o procurador-geral pede o afastamento do parlamentar do mandato e da Presidência da Casa. Cunha também nega essas denúncias.
Paralelamente às ações judiciais contra o presidente da Câmara, ainda corre contra ele um processo no Conselho de Ética da Casa que pode levar à cassação do seu mandato. Porém, as influências políticas do parlamentar tem feito com que as investigações se arrastem por mais de 80 dias, batendo o recorde de lentidão desde  que foi instituída a exigência de parecer preliminar, em 2011.
*congressoemfoco

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