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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 13, 2010

A Hipocrisia Demotucanalha modo de governar um estilo "catinga de bôca"






GOVERNADOR E PARTE DO POVO PAULISTA NÃO QUEREM A COPA DO MUNDO 2014 NO BRASIL E PRETENDEM BOICOTÁ-LA


São Paulo pode abrir mão de abertura do Mundial 2014 para não gastar dinheiro público com estádio

Raphael Falavigna / Terra

O governador Alberto Goldman (foto) não está disposto a colocar dinheiro público na construção de novo estádio Foto: Raphael Falavigna / Terra

Por Luciano Borges

O Governo do Estado de São Paulo não pretende gastar dinheiro público para construir, ou mesmo ajudar na construção, de um estádio apto a receber a abertura da Copa do Mundo de 2014. Esta é também disposição da Prefeitura paulistana.

No encontro que deverão manter, na semana que vem, com Ricardo Teixeira, o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab vão – mais uma vez – indicar o Morumbi como o estádio mais viável da cidade para brigar jogo da Copa do Mundo.

Detalhe: ser sede da abertura do Mundial no Brasil deixou de ser o objeto do desejo do comitê paulista. “A abertura não é um bom negócio. É dispendioso e só traz dinheiro para a FIFA”, disse Caio Luiz de Carvalho, coordenador do Comitê Paulista para a Copa de 2014.

Na verdade, a disposição do governador Goldman é mais confrontadora. O presidente da CBF corre o risco de ouvir, no encontro, que São Paulo não vai gastar R$ 1,5 bilhão na construção de um novo estádio só para abrir o Mundial. E, se FIFA e a confederação fazem tanta questão, que paguem por isso.

São Paulo quer trazer jogos da Copa. Pode ser na primeira fase, nas oitavas de final e até quartas de final. Mas, até o momento, a cidade pode oferecer o estádio do Morumbi (do São Paulo) e a nova Arena Palestra Itália (do Palmeiras).

Se Corinthians ou outra equipe construir sua praça de esportes com capacidade e condições que atendam às exigências da FIFA, este projeto passaria a fazer parte do leque de opções oferecidas pela cidade.

Como Kassab afirmou em Joanesburgo, África do Sul, na semana passada, a cidade não vai construir a arena multiuso de Pirituba a tempo da Copa do Mundo. “O projeto é antigo e não é para a Copa”, disse antes de, mais uma vez, acenar com o retorno do Morumbi. Ou seja, São Paulo não tem nenhum projeto em andamento para estádio capaz de ser escolhido para a abertura em 2014.

Nas reuniões realizadas recentemente pelo Comitê Paulista, a avaliação é, resumidamente, esta: não dá para se fazer tudo o que a FIFA quer; o custo de um novo estádio torna qualquer projeto inviável; e São Paulo terá hotéis lotados com ou sem jogos da Copa em seu território.

Sem falar que a mudança de presidente da República pode adiar várias decisões. O cálculo é de que até maio de 2011, o dinheiro público que o governo federal vai destinar às obras ainda não terá saído. Porque sucessor de Luis Inácio Lula da Silva assumirá em janeiro e terá, nas contas do Comitê, dois meses para acertar quem fará o quê na nova gestão.

TUCANOS CABEM NUMA KOMBI


Mercadante usa Copa para atacar tucanos

Petista diz que indefinição sobre estádio expõe “lentidão” de SP em adotar estratégia

DE SÃO PAULO

Com a indefinição de São Paulo como sede da Copa de 2014, o candidato petista ao governo paulista, Aloizio Mercadante, criticou ontem, diante de 140 prefeitos e vice-prefeitos, a “lentidão” do governo estadual em adotar uma estratégia para garantir os jogos.
“A lentidão é uma marca nesse governo, mas a Copa tem data. Cada dia sem definição é um dia a menos”, disse o candidato.
Para o senador, São Paulo corre o risco de perder a possibilidade de sediar parte dos jogos. “Não há um caminho, uma definição, e isso começa a comprometer”, disse.
Mercadante afirmou ter marcado audiências com os ministros do Esporte, Orlando Silva, e do Turismo, Luiz Barretto, sobre a Copa.
A assessoria do governo do Estado disse que haverá, na próxima semana, reunião entre o governador Alberto Goldman (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para discutir o assunto.
O candidato do PSDB ao Estado, Geraldo Alckmin afirmou que não responderia ao adversário. “Vou falar apenas com os eleitores.”
Ainda em seu discurso, Mercadante desmentiu a criação de um programa de transferência de renda para municípios pobres -o “Bolsa Cidade”- anunciado ontem por seu vice, Coca Ferraz (PDT), no início do encontro.
“Isso não existe. O que se pode estudar é uma mudança nos critérios de repartição da receita de impostos”, disse o petista à Folha.

doluisfavre

25 milhões de votos da Contag para Dilma

Contag recomenda a seus filiados o voto em Dilma e cobra de petista índice de produtividade

Eleições: Entidade teve mais trânsito no Planalto do que o MST

http://www.rel-uita.org/agricultura/fotos/contag-lula-1-570c.jpg

Contag cobra de petista índice de produtividade

Paulo de Tarso Lyra, de Brasília – VALOR

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) entrega hoje um plano de diretrizes para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, cobrando, especialmente, a implantação do índice de produtividade para reforma agrária. Vai também recomendar a todos os seus filiados o voto em Dilma – tanto que sequer vai se reunir com os outros dois presidenciáveis (o tucano José Serra e a verde Marina Silva). O apoio político é uma tentativa de manter a porta aberta com o governo federal: durante os oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Contag teve mais trânsito no Planalto que o MST.

O presidente da Contag, Alberto Brock, reconhece o bom diálogo com a União, mas adianta que a entidade quer manter a independência em um eventual governo Dilma. “Nosso relacionamento com o presidente Lula não foi 100%. Temos pendências, como o índice de produtividade, e vitórias, como a valorização da agricultura familiar”, acrescentou.

No evento de hoje, Dilma receberá o apoio de 600 lideranças ligadas à Contag e visitará as dependências da confederação. A expectativa é de que as propostas apresentadas pela categoria sejam incluídas no programa de governo da petista. Além da implantação do índice de produtividade – promessa feita pelo governo Lula mas que não foi cumprida – os representantes da Contag defendem uma política mais incisiva para garantir o trabalho no campo, a inclusão social dos trabalhadores não atendidos pelos atuais programas do governo federal e uma melhoria no Programa de Aquisição de Alimentos, um dos principais garantidores de renda para os pequenos agricultores familiares.

Brock não quis entrar na polêmica sobre a preferência do governo à Contag, em detrimento ao MST. Procurada pelo Valor, a assessoria do MST disse que “não pediu nenhum encontro com os presidenciáveis”. E apresentou uma extensa plataforma política para o setor, que passa pela limitação das grandes propriedades rurais e a obrigatoriedade de que as terras agricultáveis do país estejam nas mãos de brasileiros, dentre outros.

Um petista que participa da coordenação de campanha de Dilma acha difícil que o MST peça um encontro com a candidata. “Eles vão querer manter uma postura mais independente”, disse. Na verdade, um distanciamento maior do MST é tudo o que Lula e Dilma sonham, apesar do programa de governo da petista apresentado ao TSE ter defendido que, em caso de invasões, o fazendeiro deva negociar antes de pedir a reintegração de posse.

A avaliação do governo é de que o MST traz mais problemas do que dividendos políticos. As ações polêmicas do movimento, como os ataques a pedágios e a destruição de uma parte dos 200 mil pés de laranja de fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, levaram o Executivo Federal a afastar-se do movimento.

No fim de semana, em entrevista à Reuters, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, afirmou que os sem-terra vão votar em Dilma para presidente. Acrescentou ainda que em um eventual governo da petista aumentará o ritmo de invasões de terras e que, se José Serra sair vitorioso, haverá um natural aumento da tensão no campo, “pois ele representa a vitória do agronegócio e uma derrota dos movimentos sociais”.

Postado por Luis Favre

Dilma ampliará crédito para agricultura familiar incluindo mais 2 milhões de famílias

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realizou encontro com Dilma Rousseff (PT), onde entregaram um documento com sugestões para o programa de governo. A Contag tem filiados 27 Federações Estaduais de Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e 4,2 mil Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs), representando mais de 20 milhões de agricultores.

“O nosso objetivo é contribuir com propostas concretas sobre temas que são fundamentais para o desenvolvimento rural sustentável e solidário no meio rural”, explica Alberto Broch, presidente da Contag.

A pauta do documento cobre:
- aceleração do processo de implantação do Programa Nacional de Reforma Agrária;
- fortalecimento da agricultura familiar;
- a valorização do salário mínimo;
- melhoria das condições de trabalho no campo
- aprofundamento das políticas públicas nas áreas de educação, saúde e previdência rural, bem como o atendimento das demandas específicas dos jovens e das mulheres trabalhadoras rurais.

Os trabalhadores e pequenos produtores rurais, formalizaram o apoio à candidatura Dilma Rousseff à Presidência da República. No ato, também foram apresentados à Dilma, os candidatos a deputado federal e estadual de todo o País, que serão apoiados pelo Sistema Contag nas próximas eleições.

Dilma assumiu o compromisso de incorporar mais 2 milhões de trabalhadores rurais ao programa federal de agricultura familiar (Pronaf). No governo Lula o crédito para a Agricultura familiar foi multiplicado por cinco.



Durante o evento, Dilma, criticou a oposição pelas propostas e políticas do passado para o campo, e a perseguição aos movimentos sociais:

"Tem gente propondo, o meu adversário, por exemplo, acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o que é um absurdo, porque o Ministério do Desenvolvimento Agrário mostrou que a nossa política específica para a nossa agricultura familiar, para os pequenos, fez com que essa agricultura familiar se desenvolvesse...

... Não adianta fazer reforma agrária como faziam nesse país no passado. Coloca a pessoa no fim do mundo, não dá estrada, não dá crédito", alegou Dilma a uma platéia de 400 participantes...

... Nós somos aqueles que respeitam todos os movimentos sociais. Não tratamos vocês na base da bordoada", disse, usando um boné da Contag.

A ex-ministra também recebeu o convite para participar do 2º Festival Nacional da Juventude Rural, que vai mobilizar cerca de 5 mil jovens de todo o País, em Brasília, nos dias 26 a 30 de julho. (com informações da Agência Reuters, Contag e DilmanaWeb)
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Porrada Não

Dilma: 'Não tratamos movimentos sociais na base da bordoada'

Em evento da Contag, petista sugeriu que rival tucano José Serra prepara fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Andréia Sadi, iG Brasília
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, voltou a atacar nesta terça-feira o seu principal adversário na corrida eleitoral, o tucano José Serra. Ao falar para uma plateia reunida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a petista sugeriu que o adversário prepara o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em seguida, disse que seu partido não trata os movimentos sociais "na base da bordoada".
"Nós tratamos movimento sociais com respeito (...). Não na base da bordoada, nem fingimos que escutamos", provocou Dilma, que não citou diretamente o adversário. Ao falar sobre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a petista afirmou: "Nós não concordamos com isso, o meu projeto não concorda com isso. O ministério mostrou que nossa política de agricultura familiar se desenvolveu e transformou em uma potência".
Dilma também fez críticas veladas ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesse caso, a candidata do PT ao Planalto investiu na tese de que não adianta "fazer reforma agrária como faziam neste país", onde "jogavam as pessoas no fim do mundo".

Mais Aqui da REUTERS

O que temem os que defendem a "liberdade"






Saúde em Cuba – Michel Moore

GilsonSampaio

Mesmo com as limitações de 50 anos de criminoso embargo comercial imposto pelo império, Cuba é um exemplo de um outro mundo possível.

É disto que o imperialismo ocidental tem medo: povo sendo tratado como deve, ou seja, como ser humano que é.


“Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana”

imagem

E se alguma criança adormecer na rua é porque quer ver as estrelas......

Nota: O vídeo que vão ver foi filmado em Cuba pelo controverso Michael Moore.

É sobre o sistema nacional de saúde cubano.

Cuba, onde as crianças não têm acesso a Play Stations (pelo menos com facilidade).

Nem se sentem inferiorizadas por não vestirem roupas de marca.

Onde os supermercados não apresentam 60 marcas de manteiga diferentes.

E a TV não mente a publicitar que os Danoninhos ajudam as crianças a crescer.

Os carros de luxo não abundam.

Nem as malinhas Louis Vuitton.

Mas têm talvez o mais avançado sistema de saúde de todo o planeta.

E um sistema de ensino ímpar, em que os professores ensinam e os alunos aprendem, com rigor e disciplina, onde não há lugar para Escolas Novas, estatísticas aldrabadas, pseudo-universidades e Novas Oportunidades da treta.

E pleno emprego.

E as ruas seguras, livres de criminalidade e de drogados

Invejo-lhes, aos Cubanos, a falta de liberdade.

Falta de liberdade para assaltarem idosos e crianças.

Falta de liberdade para agredirem professores dentro das escolas.

Falta de liberdade para dispararem contra polícias.

Falta de liberdade para desrespeitarem o seu semelhante.

Falta de liberdade para os políticos corruptos que enriquecem à sombra do erário público.

Cuba, onde tantas coisas faltam, principalmente as supérfluas, as inventadas pelo capital na sua necessidade de se reproduzir.

Mas onde abundam a solidariedade, a fraternidade e, principalmente, a humanidade.

Gosto de ti, Comandante.

E desejo-te longa vida.

Do fundo do coração.

Cuidem-se!

Vorazes japoneses matam a vida nos oceanos






Ativista contra a caça às baleias é condenado no Japão

Bethune, capitão do Ady Gil, uma embarcação da Sea Sheperd Conservation Society, organização ecológica que luta contra a caça às baleias, foi preso e julgado por atacar uma embarcação japonesa no Oceano Antártico.

Por Tomi Mori
[12 de julho de 2010 - 11h30]
O ativista Peter Bethune, da Nova Zelândia, foi condenado, na quarta-feira, pelo tribunal de Tóquio a dois anos de prisão, suspensa por cinco anos. Bethune, capitão do Ady Gil, uma embarcação da Sea Sheperd Conservation Society, organização ecológica que luta contra a caça às baleias, foi preso e julgado por atacar uma embarcação japonesa no Oceano Antártico. Ele foi condenado por ter lançado, junto com outros membros da organização, uma garrafa de ácido butírico no Shonan Maru 2, embarcação da frota que caçava baleias, obstruindo as atividades e ferindo um tripulante de 25 anos, no dia 11 de fevereiro. No dia 15 de fevereiro, Bethune cortou uma rede de um barco com uma faca e subiu a bordo.

O ativista recebeu suspensão da pena por afirmar que não participará de outras atividades no Oceano Antárctico e por ter pago a rede danificada. Bethune alegou que não tinha intenção de ferir ninguém. Mas o juiz disse que o ativista tinha consciência de que a garrafa poderia ferir os tripulantes. No veredito final, o juiz Takashi Tawada proferiu: “O incidente fez parte do comportamento violento e obstrutivo da Sea Sheperd, em desafio a resoluções e linhas da International Whaling Comission, que não permite tais acções obstrutivas.”

Após o julgamento, Peter Bethune foi transferido para instalações da imigração japonesa como suspeito de entrada ilegal, já que não portava passaporte quando subiu na embarcação nipônica. Após passar pela imigração, o ativista foi deportado.

Práticas e tradições

O Japão é um dos poucos países que continua a caçar baleias cinicamente, alegando que são para pesquisas cientificas. Mas a utilização da carne de baleia, que faz parte da cultura japonesa e era consumida anteriormente pela população de mais baixa renda, continua ainda a ser praticada no país. Encontra-se carne da baleia em mercados e existem restaurantes especializados nessa duvidável iguaria.

Não se pode passar por cima das tradições culturais de um pais de maneira irrefletida ou ditatorial, como acontece em muitos casos. Mas também as tradições existem para serem mudadas, principalmente com a evolução social e as mudanças de época. Nos dias de hoje, ninguém conseguiria defender o canibalismo alegando que fez parte da tradição desta ou de outra tribo. Também não se justifica, com o avanço da consciência ecológica na sociedade atual, continuar a comer baleias, cães, macacos e outros animais.

O Japão tem fome voraz não só em relação às baleias, como também tem dizimado a população mundial de atuns do planeta. O atum é uma alimentação popular e faz parte da dieta japonesa, mas chegamos a uma situação em que esse peixe pode ser exterminado da face do planeta, se se continua a comê-lo indiscriminadamente.

Tempos atrás, também se falou de que a fome pelas enguias, que são bastante consumidas no país, estava acabando com as populações europeias, que estavam sendo pescadas e exportadas para a China, para lá serem processadas e exportadas para o Japão.

Não conheci uma pessoa em toda a minha vida que defenda um tubarão, mas no Japão essa espécie sofre um violento crime, já que milhares são mortos, retiram-lhes apenas as famosas barbatanas, utilizadas nos restaurantes de comida chinesa e o restante é atirado para o lixo. Pode-se defender tal prática, mesmo alegando que a sopa de barbatana de tubarão é um prato que faz parte da cultura chinesa e também do cardápio japonês? Infelizmente, os tubarões, que possuem má fama, não têm amigos que os defendam.

O resultado do julgamento, se é que se pode dizer isso, foi recebido com alívio pelas organizações ecológicas. Na Nova Zelândia, e em outras partes do globo, os ativistas consideram Bethune um herói.

Por Esquerda.net.

Japão, o país que perdeu o bonde da história

Coluna Econômica

Nesses tempos, em que se abrem várias possibilidades para o Brasil, é interessante comparar com o que está ocorrendo com o país que caminhava para se rivalizar com os Estados Unidos: o Japão.

No final dos anos 80, o Japão estava no auge. O modelo de gestão de suas empresas, a alta qualidade de seus produtos, a estabilidade dos trabalhadores – possível dentro de um ambiente de crescimento contínuo – contrastava com a grande crise que começava a assolar os Estados Unidos.

Por pressão norte-americana, foi obrigado a valorizar a sua moeda. De lá para cá, o país amarelou. Agora, está prestes a entrar em sua terceira década perdida, segundo muitas análises.

do Luis Nassif

Doutrinando com muita grana






PREPARANDO FUTUROS LEITORES DE VEJA

O Grupo Abril, através do seu braço educacional, comprou o Anglo Sistema de Ensino, o Anglo Vestibulares e a Siga, especializada na preparação para concursos públicos. O negócio cria a segunda maior rede de ensino do país. O grupo Abril já controla as editoras Ática e Scipione, além do sistema de ensino SER, que tem 350 escolas associadas. Com a aquisição do Anglo, acrescenta mais 500 instituições de ensino ao seu guarda-chuva. Um dos negócios mais rentáveis do grupo Abril é vender publicações didáticas --ou não-- a secretarias estaduais de ensino, sobretudo aquelas administradas por gestões tucanas, como é o caso da de São Paulo, sob o comando do ex-ministro da educação e centurião de Serra, Paulo Renato.
(Carta Maior e o ovo da serpente; 13-07)

GRUPO ABRIL É O SEGUNDO EM EDUCAÇÃO

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Como uma equipe de futebol campeã faz para ter bons jogadores a um custo muito baixo?

Categorias de base.

Pega o garoto, por um salário modesto, casa e comida, dá o suporte futebolístico em troca do passe e se tudo der certo, da alma do menino.

Exagero meu. Hoje em dia não se comercializa mais a alma. A lei não permite mais a escravidão do jogador.

A alusão não é uma simples alusão. Como fazer para criar adultos imbecis e com a visão da realidade distorcida? Ensine-os errado. Básico assim.

Pegue uma criança na escola e lhe venda um mundo de cabeça para baixo, onde os bonzinhos são aqueles que você adora e os maldosos são os que você odeia.

O Grupo Abril, que não tem nada de besta, está fazendo exatamente isso. Tratando de seu futuro plantel.

O ramo da educação é muito rentável. Mas esse não é o principal motivo para entrar nele.

Do mesmo jeito que o McDonald´s faz questão de pegar os muito jovens. Se doutriná-los adequadamente, terá comedores de sanduíche de isopor por uma vida toda. Melhor negócio não existe.

Agora é com o zé povinho classe-média. Quer ter um filho alienado ou um não alienado?

Dependendo da resposta, você matricula ou não seu rebento numa escola dessa fabulosa fabricadora de realidades virtuais. Além de consumirem os produtos que levam a ideologia que aprenderam na escola, serão seres de papel, controlados por uns cordões pendurados.

Clique aqui para ver a mãozinha que o Ministério Público dá para Serra.
Clique aqui para ver o FHC dizendo que o Serra perdeu.
Clique aqui para ver que a Globo esqueceu que ajudou a ditadura.
Clique aqui para ver que se o Ibope aponta Dilma na Frente, é porque ela está mais ainda na frente.
Clique aqui para ver que o demo é vingativo, e estrepou o Álvaro Dias.
doanaispolíticos

Abril foge do mercado de revistas.
E vai para a tecnologia errada


Seu Victor, quem diria, hein ?


Saiu no Valor:

A família Civita (e não a Editora Abril) comprou a Anglo, que produz apostilas e ensina a fazer concurso público.

Por que foi a família Civita e não a Abril ?

Essa é uma pergunta muito complexa.

Decidi recorrer ao David Ogilvy, um mestre da publicidade.

(Clique aqui para ler “A Globo pode calar a boca do Galvão antes de 2014”)

- Por que foi a família Civita e não a Abril, perguntei, assim de lata.

- Porque a família está caindo fora do negócio de revistas – respondeu David, na lata.

- A família Civita vai sair do negócio de revistas ?, perguntei incrédulo. O que diria disso o Victor Civita ?

- Primeiro, que não se controla a descendência, meu filho – filosofou o David.

- Sim, vamos sair da genética e voltar ao PiG (*). Quer dizer, então, que a família Civita vai sair do ramo de revistas ?

- Claro. O negócio murcha.

- Não sobra ninguém ?

- Sim, sobram as revistas de nicho. Ou de grife, como a Economist e a Carta Capital. O resto … dança.

- E a Veja não é uma grife ?

- Como diz você, o Roberto deixou que transformassem a Veja em detrito de maré baixa.

- Roberto ou Robert ?

- Como você preferir.

- Então ele vai fechar a Veja ?

- Não. A Veja vai ser um canhão. Vai ser usada politicamente.

- E por que a Anglo ?

- A Anglo na verdade é um franchising. Ela licencie sistema de aprendizado sob a forma de apostilas e serviços para quem quer fazer concurso público.

- Ela vende ao Governo ?

- Vende a todo mundo, inclusive a governos municipais e estaduais.

- Mas, esse negócio de vender material impresso não é uma gelada ?

- Claro !

- Daqui a pouco vem a banda larga e que estudante vai ler material impresso?

- Meu caro, o Roberto foi para a tevê a cabo e para a internet. Vendeu a TVA e o Luizinho Frias engoliu ele no UOL. O Roberto não acertou uma tecnologia, fora da que o Seu Victor deixou: fazer revistas.

- E quais são os planos da família Civita para a Anglo ?

- Daqui a pouco eles fazem um IPO. Os sócios antigos caem fora e eles botam dinheiro para dentro.

- E quem vai fazer isso tudo ? O Robert – quer dizer, o Roberto ?

- Não, ele chamou o Manoel Amorim, que era do Ponto Frio.

- Ele não foi da Telefônica, também ?

- Sim, você tem boa memória, rapaz.

- E não foi ele quem levou a Telefônica a comprar a TVA da Abril e dar oxigênio à Abril ?

- Uma mão lava a outra, não é isso ? – sorriu o David, enigmaticamente.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

doconversaafiada


Subjornalismo...

Jornalismo de Veja é preconceituoso e tendencioso
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), criticou em plenário a revista Veja - do grupo Abril -, que voltou a atacar o Partido dos Trabalhadores na sua última edição.
Lembrou o líder que, na contramão de imprensa internacional, que tem reconhecido o sucesso das políticas do Governo Lula e do crescimento econômico do país, a revista Veja insiste em estampar tema já publicado em 2002, tratando do que ela intitula de forma preconceituosa de "a volta do radicalismo do PT ".
"A Veja repete uma capa publicada em 2002, em que também acusava o PT de radicalismo. É uma capa esquisita, requentando matéria para tentar enganar as pessoas menos informadas. É lamentável que uma revista reproduza uma matéria com um viés preconceituoso, ideologicamente conservador, reacionário e fascistoide para tentar ajudar a candidatura do tucano José Serra (PSDB-DEM)", criticou.
Na avaliação do líder petista, a Veja transformou-se em um "subjornalismo a serviço de uma candidatura", no caso a de José Serra. Fernando Ferro questionou ainda, em tom de ironia, se seria coincidência o fato da Editora Abril ter ganhado um contrato, sem concorrência, em São Paulo para vender revistas. " E como não tem coragem, autoridade moral e política para atacar o presidente Lula, vira as baterias para o lado do PT, com um linguajar rasteiro e lamentável", enfatizou o líder petista.
Para Fernando Ferro, esse tipo de jornalismo não funciona. Ele destacou ainda que é importante que a Justiça Eleitoral esteja atenta "ao que se presta a revista no momento da disputa eleitoral".
docomtextolivre

segunda-feira, julho 12, 2010

Polícia Tucana um caso a resolver










Polícia tucana de S. Catarina
tem um estupro para esclarecer


É por isso que o Daniel Dantas quer calar a internet


Dois adolescentes estupraram uma menina de 13 anos em Florianópolis.

Um estuprador é filho do dono da RBS, afiliada da Globo, e manda-chuva da mídia no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O outro é filho de um delegado de Polícia de Florianópolis.

Um deles já confessou o crime.

O estupro morreria nos escaninhos da Polícia de Santa Catarina, não fossem um blogueiro, o Mosquito, do Tijoladas Mosquito, e a Rede Record.

Reportagem de ontem do Domingo Espetacular revelou que havia um terceiro adolescente na cena do crime.

Revelou também que havia uma mulher, além da ex-mulher do dono da RBS, na cena do crime: essa segunda mulher passou maquiagem no pescoço da estuprada.

Para esconder um hematoma.

E revelou que havia um homem com uma tatuagem no braço, que sugeriu à menina estuprada que inventasse uma boa história para o pai.

O crime produziu alguns fatos políticos relevantes.

Primeiro, destacou a covardia do Governo tucano de Santa Catarina, liderado por um varão de Plutarco, Leonel Pavan, que reassumiu a presidência do PSDB no Estado e ali coordenará a campanha do Serra.

A Polícia do tucano demorou a apurar os fatos, se esqueceu de pedir exames cruciais, e não apreendeu as fitas das câmeras de vigilância do prédio onde mora o filho do dono da RBS.

E não quis saber, até agora, do terceiro adolescente na cena do crime, da segunda mulher e do homem tatuado.

Quem é esse terceiro garoto ?

Também é de família poderosa ?

Ele também estuprou ?

O homem tatuado fazia o que ali ?

Participou do estupro ?

E a segunda mulher, a maquiadora, de onde surgiu ?

São todos cúmplices de um crime, ou criminosos.

O segundo aspecto relevante da história, depois da covardia do governo tucano, é o poder da família Sirotsky, os donos da RBS e afiliados da Globo no Sul do país.

Não fossem a Record e o Mosquito, os Sirotsky tinham abafado o caso.

É a opinião de cerca de 20 pessoas que entrevistei na frente do Mercado Municipal de Florianópolis, na ultima quarta-feira.

Me disse uma senhora negra: se fosse o meu filho, negro, já teria sido chamado de favelado e traficante e estava na cadeia.

A cadeia para menores pobres de Florianópolis é um horror.

Uma masmorra, de onde os menores fogem em massa.

O filho do delegado e o do dono da RBS estão em casa.

Por fim, esse sinistro episódio – que a Globo e o PiG (*) solenemente desconsideram – mostra a força da internet.

O Mosquito detonou a RBS, a que chama de “família Stuprotsky”.

É por isso que o Daniel Dantas, o Eduardo Azeredo, o Marco Maciel e um desconhecido deputado comunista do Amazonas querem fechar a internet brasileira.

Clique aqui para ler “Google derrota governo comunista da China”.

É porque a internet, gente como o Mosquito, detonou o monopólio que eles controlavam.

O Serra, por exemplo.

Bastava dar três telefonemas para controlar a mídia brasileira.

Para o Rupert Marinho, para o “seu” Frias e para o Ruy Mesquita.

A Abril vinha no rolo, porque o Robert(o) Civita nunca fez parte do clube.

Em 15 agradáveis minutos ele abafava o estupro de Santa Catarina.

Agora, é um pouco mais difícil.

O Serra tem que ligar para muita gente

Para o Mosquito, não adianta.

Porque foi ele quem detonou a credibilidade do presidente dos tucanos de Santa Catarina.

O mal já está feito.



Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

doconversaafiada

Editorial de Jornal em Portugal






Público_editorial

11/7/2010

doluisfavre

Esquerda Unida






A esquerda ganha quando soma, une



Fidel foi sempre quem mais bateu nessa tecla. Contra os dogmatismos, os sectarismos, os isolacionismos, ele sempre reiterou que “a arte da política é a arte de unificar”, que a esquerda triunfou quando soube ganhar setores mais amplos, quando unificou, quando soube desenvolver políticas de alianças.

Foi assim que os bolcheviques se tornaram maioria, ao apelar aos camponeses para que tomassem as terras, realizando seu sonho secular de terra própria, mesmo se isso parecia estar em contradição com os interesses do proletariado urbano, que se propunha a socializar os meios de produção. Foi assim na China, com a aliança com setores do empresariado nacional, para expulsar o invasor japonês e realizar a revolução agrária. Foi assim em Cuba, quando Fidel soube unificar a todas as forças antibatistianas para derrubar a ditadura. Foi assim na Nicarágua, com a frente antisomozista organizada pelo sandinismo.

Como se trata de políticas de alianças,é preciso perguntar-nos sobre os limites dessas alianças e como se conquista hegemonia nessas alianças.
A arte da construção da uma estratégia hegemônica está, em primeiro lugar, em organizar solidamente as forças próprias, aquelas interessadas profundamente no projeto de transformações da sociedade. No nosso caso, de superação do neoliberalismo e de construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana.

O segundo passo é o de construir alianças com forças próximas, no nosso caso, com setores médios da sociedade, que tem diferenças com a grande massa popular, mas que podem somar-se ao novo bloco hegemônico, conforme as plataformas que se consiga elaborar.

Organizadas as forças próprias, somadas as aliadas, se trata de neutralizar as forças que não se somariam ao nosso campo, buscando isolar ao máximo as forças adversárias. Essa a arquitetura que pode permitir a vitória da esquerda, a organização do campo popular e a constituição de um novo bloco de forças no poder.

O sectarismo, o dogmatismo são caminhos de derrota segura. Afincar-se nos princípios, sem enfrentar os obstáculos para construir uma força vitoriosa, é ficar de bem consigo mesmo – “não trair os princípios”, defender a teoria contra a realidade -, centrar a ação na luta ideológica e não nas necessidades de construção política de uma alternativa vitoriosa. O isolamento e a derrota dessas vias no Brasil é a confirmação dessa tese.

Em uma aliança se perde a hegemonia quando se cede o essencial ao aliado, na verdade um inimigo a que se converte quem concede. FHC aliou-se ao então PFL, não para impor o programa do seu partido, mas para realizar o programa da direita – o neoliberal. Nessa aliança se impôs a hegemonia neoliberal. Uma força que se pretendia social democrata realizou um programa originalmente contraposto à sua natureza.

Lula fez uma aliança ampla – não apenas com o PMDB e outros partidos -, mas também com o capital financeiro, mediante a Carta aos brasileiros, o Meirelles no Banco Central e a manutenção do ajuste fiscal e do superávit fiscal, conforme as orientações levadas a cabo por Palocci. Neutralizou forças adversárias, que ameaçavam desestabilizar a economia, mediante ataque especulativo que já havia dobrado o valor do dólar durante a campanha eleitoral.

Ao longo do tempo, com as transformações operadas no governo, a hegemonia do projeto original do Lula foi se impondo. O tema do desenvolvimento passou a ser central, com um modelo intrinsecamente vinculado à distribuição de renda, ao mesmo tempo que a reinserção internacional se consolidou, privilegiando alianças com os governos progressistas da América Latina e com as principais forças do Sul do mundo. O Estado, por sua vez, voltou a ter um papel de indutor do desenvolvimento e de garantia das extensão das políticas sociais.

Os aliados políticos e econômicos continuaram a ter força e a ocupar espaços dentro do governo. A maioria parlamentar do PMDB ficou representada na política do agro negócio, os interesses do setor privado de comunicações, assim como os das FFAA – em três ministérios importantes no governo. Da mesma formal, a centralidade do capital financeiro no neoliberalismo garantiu uma independência de fato do Banco Central.

Esses espaços enfraqueceram a hegemonia do projeto original, mas permitiram sua imposição no essencial. O agronegócio teve contrapontos no Ministério de Desenvolvimento Agrário, a política de comunicações em iniciativas como a TV Brasil e a Conferencia Nacional de Comunicações, as FFAA no Plano Nacional dos Direitos Humanos, o Banco Central em ações indutoras sobre a taxa de juros e no papel determinante que políticas com o PAC, o Minha casa, minha vida.

As fronteiras das alianças e a questão da hegemonia provocaram tensões permanentes, pelos equilíbrios instáveis que provocam essas convivências. Mas, como se sabe, sem maioria no Congresso, o governo quase caiu em 2005. A aliança com o PMDB – com as contrapartidas dos ministérios mencionados – foi o preço a pagar para a estabilidade política do governo.

Um dos problemas originários do governo Lula foi que ele triunfou depois de uma década de ofensiva contra o movimento popular, que passou a uma situação de refluxo, tendo como um dos resultados a minoria parlamentar e de governos estaduais com que o governo Lula teve que conviver, mesmo depois da reeleição de 2006.

Por isso uma das disputas mais importantes este ano é o da correlação de forças no Parlamento, para garantir para um governo Dilma uma maioria de esquerda no Congresso, com dependência menor ali e na composição do governo. Assim se disputam os limites das alianças e a hegemonia.

Diferença fundamental na política de alianças de FHC e de Lula é a questão da hegemonia, da política levada adiante. A prioridade das políticas sociais – que muda a face da sociedade brasileira –, a nova inserção internacional do Brasil, o papel do Estado e das políticas de desenvolvimento – dão o caráter do governo Lula. As alianças devem viabilizar sua centralidade. A correlação de forças das alianças está em jogo nas eleições parlamentares deste ano.

Foi um governo em permanente disputa, com duas etapas claramente delineadas (Veja-se o artigo de Nelson Barbosa no livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, organizado pelo Marco Aurélio Garcia e por mim, publicado pela Boitempo e pela Perseu Abramo.), com o ajuste fiscal predominando na primeira, o desenvolvimento econômico e social na segunda. A coordenação do governo realizada pela Dilma representou exatamente essa segunda fase, de que o seu governo deve ser continuação. O que não significava que as tensões apontadas não permaneçam. Mas elas podem ser enfrentadas numa correlação de forças mais favorável à esquerda e em um marco de uma nova grande derrota da direita, que abre espaço para um avanço estratégico do projeto de construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana.
By: Emir Sader
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