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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 13, 2010

Doutrinando com muita grana






PREPARANDO FUTUROS LEITORES DE VEJA

O Grupo Abril, através do seu braço educacional, comprou o Anglo Sistema de Ensino, o Anglo Vestibulares e a Siga, especializada na preparação para concursos públicos. O negócio cria a segunda maior rede de ensino do país. O grupo Abril já controla as editoras Ática e Scipione, além do sistema de ensino SER, que tem 350 escolas associadas. Com a aquisição do Anglo, acrescenta mais 500 instituições de ensino ao seu guarda-chuva. Um dos negócios mais rentáveis do grupo Abril é vender publicações didáticas --ou não-- a secretarias estaduais de ensino, sobretudo aquelas administradas por gestões tucanas, como é o caso da de São Paulo, sob o comando do ex-ministro da educação e centurião de Serra, Paulo Renato.
(Carta Maior e o ovo da serpente; 13-07)

GRUPO ABRIL É O SEGUNDO EM EDUCAÇÃO

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Como uma equipe de futebol campeã faz para ter bons jogadores a um custo muito baixo?

Categorias de base.

Pega o garoto, por um salário modesto, casa e comida, dá o suporte futebolístico em troca do passe e se tudo der certo, da alma do menino.

Exagero meu. Hoje em dia não se comercializa mais a alma. A lei não permite mais a escravidão do jogador.

A alusão não é uma simples alusão. Como fazer para criar adultos imbecis e com a visão da realidade distorcida? Ensine-os errado. Básico assim.

Pegue uma criança na escola e lhe venda um mundo de cabeça para baixo, onde os bonzinhos são aqueles que você adora e os maldosos são os que você odeia.

O Grupo Abril, que não tem nada de besta, está fazendo exatamente isso. Tratando de seu futuro plantel.

O ramo da educação é muito rentável. Mas esse não é o principal motivo para entrar nele.

Do mesmo jeito que o McDonald´s faz questão de pegar os muito jovens. Se doutriná-los adequadamente, terá comedores de sanduíche de isopor por uma vida toda. Melhor negócio não existe.

Agora é com o zé povinho classe-média. Quer ter um filho alienado ou um não alienado?

Dependendo da resposta, você matricula ou não seu rebento numa escola dessa fabulosa fabricadora de realidades virtuais. Além de consumirem os produtos que levam a ideologia que aprenderam na escola, serão seres de papel, controlados por uns cordões pendurados.

Clique aqui para ver a mãozinha que o Ministério Público dá para Serra.
Clique aqui para ver o FHC dizendo que o Serra perdeu.
Clique aqui para ver que a Globo esqueceu que ajudou a ditadura.
Clique aqui para ver que se o Ibope aponta Dilma na Frente, é porque ela está mais ainda na frente.
Clique aqui para ver que o demo é vingativo, e estrepou o Álvaro Dias.
doanaispolíticos

Abril foge do mercado de revistas.
E vai para a tecnologia errada


Seu Victor, quem diria, hein ?


Saiu no Valor:

A família Civita (e não a Editora Abril) comprou a Anglo, que produz apostilas e ensina a fazer concurso público.

Por que foi a família Civita e não a Abril ?

Essa é uma pergunta muito complexa.

Decidi recorrer ao David Ogilvy, um mestre da publicidade.

(Clique aqui para ler “A Globo pode calar a boca do Galvão antes de 2014”)

- Por que foi a família Civita e não a Abril, perguntei, assim de lata.

- Porque a família está caindo fora do negócio de revistas – respondeu David, na lata.

- A família Civita vai sair do negócio de revistas ?, perguntei incrédulo. O que diria disso o Victor Civita ?

- Primeiro, que não se controla a descendência, meu filho – filosofou o David.

- Sim, vamos sair da genética e voltar ao PiG (*). Quer dizer, então, que a família Civita vai sair do ramo de revistas ?

- Claro. O negócio murcha.

- Não sobra ninguém ?

- Sim, sobram as revistas de nicho. Ou de grife, como a Economist e a Carta Capital. O resto … dança.

- E a Veja não é uma grife ?

- Como diz você, o Roberto deixou que transformassem a Veja em detrito de maré baixa.

- Roberto ou Robert ?

- Como você preferir.

- Então ele vai fechar a Veja ?

- Não. A Veja vai ser um canhão. Vai ser usada politicamente.

- E por que a Anglo ?

- A Anglo na verdade é um franchising. Ela licencie sistema de aprendizado sob a forma de apostilas e serviços para quem quer fazer concurso público.

- Ela vende ao Governo ?

- Vende a todo mundo, inclusive a governos municipais e estaduais.

- Mas, esse negócio de vender material impresso não é uma gelada ?

- Claro !

- Daqui a pouco vem a banda larga e que estudante vai ler material impresso?

- Meu caro, o Roberto foi para a tevê a cabo e para a internet. Vendeu a TVA e o Luizinho Frias engoliu ele no UOL. O Roberto não acertou uma tecnologia, fora da que o Seu Victor deixou: fazer revistas.

- E quais são os planos da família Civita para a Anglo ?

- Daqui a pouco eles fazem um IPO. Os sócios antigos caem fora e eles botam dinheiro para dentro.

- E quem vai fazer isso tudo ? O Robert – quer dizer, o Roberto ?

- Não, ele chamou o Manoel Amorim, que era do Ponto Frio.

- Ele não foi da Telefônica, também ?

- Sim, você tem boa memória, rapaz.

- E não foi ele quem levou a Telefônica a comprar a TVA da Abril e dar oxigênio à Abril ?

- Uma mão lava a outra, não é isso ? – sorriu o David, enigmaticamente.

Pano rápido.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

doconversaafiada


Subjornalismo...

Jornalismo de Veja é preconceituoso e tendencioso
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), criticou em plenário a revista Veja - do grupo Abril -, que voltou a atacar o Partido dos Trabalhadores na sua última edição.
Lembrou o líder que, na contramão de imprensa internacional, que tem reconhecido o sucesso das políticas do Governo Lula e do crescimento econômico do país, a revista Veja insiste em estampar tema já publicado em 2002, tratando do que ela intitula de forma preconceituosa de "a volta do radicalismo do PT ".
"A Veja repete uma capa publicada em 2002, em que também acusava o PT de radicalismo. É uma capa esquisita, requentando matéria para tentar enganar as pessoas menos informadas. É lamentável que uma revista reproduza uma matéria com um viés preconceituoso, ideologicamente conservador, reacionário e fascistoide para tentar ajudar a candidatura do tucano José Serra (PSDB-DEM)", criticou.
Na avaliação do líder petista, a Veja transformou-se em um "subjornalismo a serviço de uma candidatura", no caso a de José Serra. Fernando Ferro questionou ainda, em tom de ironia, se seria coincidência o fato da Editora Abril ter ganhado um contrato, sem concorrência, em São Paulo para vender revistas. " E como não tem coragem, autoridade moral e política para atacar o presidente Lula, vira as baterias para o lado do PT, com um linguajar rasteiro e lamentável", enfatizou o líder petista.
Para Fernando Ferro, esse tipo de jornalismo não funciona. Ele destacou ainda que é importante que a Justiça Eleitoral esteja atenta "ao que se presta a revista no momento da disputa eleitoral".
docomtextolivre

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