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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 29, 2010

Presidente Lula durante comemoração da venda de 30 mil tratores

Produtores rurais vão trocar o burrico pelo “caminhãozito”

Presidente Lula durante comemoração da venda de 30 mil tratores e 500 caminhões pelo Programa Mais Alimentos (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula disse hoje (29) que com o aumento no investimento nos pequenos agricultores, eles irão “ao invés de carregar a produção no burrico, o produtor vai carregar no ‘caminhaozito’”. A declaração foi feita durante a entrega de oito tratores e dois caminhões do Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Santa Cruz do Sul (RS). A linha de crédito é destinada à modernização das propriedades da agricultura familiar e já financiou R$ 4 bilhões.

“O que está disponibilizado par a agricultura familiar do Rio Grande do Sul, através do Pronaf na safra 2010-2011, são R$ 3.200 bilhões – isto é quase um bilhão a mais do que tudo o que foi feito no Brasil entre 2002 e 2003. E nós podemos fazer mais porque nos aprendemos”.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, fez a entrega do caminhão número 500 e do trator número 30 mil do Programa Mais Alimentos, na tarde desta quinta-feira. Um dos contemplados é o produtor Daniel Fernando Nichterwitz, que está muito feliz com o trator, pois casou-se no último sábado. Para ele a esposa Fernanda, este foi o maior e melhor presente para uma vida nova juntos.

Quanto ao comentário da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, sobre a beleza das pessoas menos favorecidas do Rio Grande do Sul, o presidente Lula afirmou: “vamos ter o Brasil tão bonito quanto Maria Fernanda achou o povo dessa região. Qualquer nordestino que venha pra cá vê uma diferença enorme, mesmo em se tratando de uma pessoa pobre, porque tem uma máxima que todo mundo sabe: comeu, ficou bonito. Não comeu, não ficou tão bonito. Quem passa fome tem mais dificuldade. Se você andar na Metade Sul do RS, que é a região mais sofrida, ainda assim, as pessoas tiveram, na década de 50, um tratamento que nós (nordestinos) não tivemos. O Sul e o Sudeste tiveram oportunidade de comer e de estudar antes de nós do Nordeste”.


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