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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 27, 2010

E o dinheiro do trabalhador que estava aqui ?






Querem salvar a BrOi.
Eles acham que português é burro


O Crespo não botaria o rico dinheirinho dele na mão DESSES brasileiros


Saiu na Folha (*), pág. B4:

“Lula articula acordo Oi-Portugal Telecom – Governo planeja operação para que empresas se associem e possam tocar o Plano Nacional de Banda Larga.”

“ … o governo estimula uma participação cruzada”.

A PT entra na Oi, como minoritária, e a Oi entra na PT como minoritária.

A PT, que não entende um grama de banda larga, viria aqui instalar a banda larga.

Segundo a Folha (*), “a Oi tem restrições de caixa” – ou seja, a Broi foi para o saco.

Hoje, a BrOi vale menos do que as empresas que lhe deram origem: a Brasil Telecom e a Oi.

Depois de ir para o saco – e lançar ao mar a ideia inicial dos jenios do BNDES, ou seja, criar uma multinacional brasileira para entrar nos mercados globais de telefonia – depois do afundamento da P36, a BrOi foi ao Governo e vendeu a idéia de fazer a banda larga.

Ou seja, pegar o dinheiro da banda larga e pagar as dividas.

Como se sabe, a BrOi nasceu com dinheiro dos trabalhadores no FAT.

A grana foi direto para o bolso de dois empresários (?) – Carlos Jereissati e Sergio Andrade – que, sem botar um tusta, tomaram conta do mercado nacional de telefonia fixa, fora São Paulo.

No meio do caminho, para tornar a fusão possível, se tornou necessário pagar um cala-a-boca de US$ 2 bilhões ao Daniel Dantas.

Por essa circunstância não se vê um único tucano falar mal da BrOi.

(Deve ser para não importunar o “brilhante” do FHC.)

E o dinheiro do trabalhador que estava aqui ?

O gato comeu.

Agora surge essa ideia jenial de pegar o rico dinheirinho dos portugueses para salvar os empresários (?) brasileiros.

Amigo navegante: você pegaria o seu rico dinheirinho e entregaria ao Carlos Jereissati e ao Sergio Andrade para tocar uma empresa que eles não conseguiram botar de pé?

E você, lá dentro, atolado numa participação minoritária ?

Você, minoritário, dá dinheiro para eles tocarem um negócio que você não conhece …

Você, amigo navegante, acha que português é burro ?

Este ordinário blogueiro é neto do Justino dos Santos Crespo, que aparece lá em cima, elegante e suave.

Nada disso.

Não tinha nada de “suave”.

Era um Crespo – e minha mãe garante que Crespo era apelido, por causa do temperamento.

O Crespo era dono da melhor padaria de Aldeia Campista, bairro que foi tragado pela Tijuca e Vila Isabel, na ZN do Rio.

O Crespo dava a este ordinário blogueiro sonho com Grapete, combinação que até hoje ele considera insuperável.

O Crespo era tudo menos burro.

Era um padeiro erudito.

Apelidou o neto de prof. Paes Pita, personagem do Eça.

Obrigava os filhos a ler Camões (a lírica).

O neto ouviu Caruso, no “Pagliacci”, pela primeira vez, na vitrola dele.

O Crespo odiava o Salazar.

Acredito que lá em Vizeu, onde nasceu, não exista um único burro.

Mas, na Portugal Telecom, são todos uns burros.

Paulo Henrique Amorim

Clique aqui para ouvir o Caruso no “Pagliacci” e ter uma ideia de como esse Crespo era burro.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

doconversaafiada

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