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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 13, 2010

25 milhões de votos da Contag para Dilma

Contag recomenda a seus filiados o voto em Dilma e cobra de petista índice de produtividade

Eleições: Entidade teve mais trânsito no Planalto do que o MST

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Contag cobra de petista índice de produtividade

Paulo de Tarso Lyra, de Brasília – VALOR

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) entrega hoje um plano de diretrizes para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, cobrando, especialmente, a implantação do índice de produtividade para reforma agrária. Vai também recomendar a todos os seus filiados o voto em Dilma – tanto que sequer vai se reunir com os outros dois presidenciáveis (o tucano José Serra e a verde Marina Silva). O apoio político é uma tentativa de manter a porta aberta com o governo federal: durante os oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Contag teve mais trânsito no Planalto que o MST.

O presidente da Contag, Alberto Brock, reconhece o bom diálogo com a União, mas adianta que a entidade quer manter a independência em um eventual governo Dilma. “Nosso relacionamento com o presidente Lula não foi 100%. Temos pendências, como o índice de produtividade, e vitórias, como a valorização da agricultura familiar”, acrescentou.

No evento de hoje, Dilma receberá o apoio de 600 lideranças ligadas à Contag e visitará as dependências da confederação. A expectativa é de que as propostas apresentadas pela categoria sejam incluídas no programa de governo da petista. Além da implantação do índice de produtividade – promessa feita pelo governo Lula mas que não foi cumprida – os representantes da Contag defendem uma política mais incisiva para garantir o trabalho no campo, a inclusão social dos trabalhadores não atendidos pelos atuais programas do governo federal e uma melhoria no Programa de Aquisição de Alimentos, um dos principais garantidores de renda para os pequenos agricultores familiares.

Brock não quis entrar na polêmica sobre a preferência do governo à Contag, em detrimento ao MST. Procurada pelo Valor, a assessoria do MST disse que “não pediu nenhum encontro com os presidenciáveis”. E apresentou uma extensa plataforma política para o setor, que passa pela limitação das grandes propriedades rurais e a obrigatoriedade de que as terras agricultáveis do país estejam nas mãos de brasileiros, dentre outros.

Um petista que participa da coordenação de campanha de Dilma acha difícil que o MST peça um encontro com a candidata. “Eles vão querer manter uma postura mais independente”, disse. Na verdade, um distanciamento maior do MST é tudo o que Lula e Dilma sonham, apesar do programa de governo da petista apresentado ao TSE ter defendido que, em caso de invasões, o fazendeiro deva negociar antes de pedir a reintegração de posse.

A avaliação do governo é de que o MST traz mais problemas do que dividendos políticos. As ações polêmicas do movimento, como os ataques a pedágios e a destruição de uma parte dos 200 mil pés de laranja de fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, levaram o Executivo Federal a afastar-se do movimento.

No fim de semana, em entrevista à Reuters, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, afirmou que os sem-terra vão votar em Dilma para presidente. Acrescentou ainda que em um eventual governo da petista aumentará o ritmo de invasões de terras e que, se José Serra sair vitorioso, haverá um natural aumento da tensão no campo, “pois ele representa a vitória do agronegócio e uma derrota dos movimentos sociais”.

Postado por Luis Favre

Dilma ampliará crédito para agricultura familiar incluindo mais 2 milhões de famílias

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realizou encontro com Dilma Rousseff (PT), onde entregaram um documento com sugestões para o programa de governo. A Contag tem filiados 27 Federações Estaduais de Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e 4,2 mil Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs), representando mais de 20 milhões de agricultores.

“O nosso objetivo é contribuir com propostas concretas sobre temas que são fundamentais para o desenvolvimento rural sustentável e solidário no meio rural”, explica Alberto Broch, presidente da Contag.

A pauta do documento cobre:
- aceleração do processo de implantação do Programa Nacional de Reforma Agrária;
- fortalecimento da agricultura familiar;
- a valorização do salário mínimo;
- melhoria das condições de trabalho no campo
- aprofundamento das políticas públicas nas áreas de educação, saúde e previdência rural, bem como o atendimento das demandas específicas dos jovens e das mulheres trabalhadoras rurais.

Os trabalhadores e pequenos produtores rurais, formalizaram o apoio à candidatura Dilma Rousseff à Presidência da República. No ato, também foram apresentados à Dilma, os candidatos a deputado federal e estadual de todo o País, que serão apoiados pelo Sistema Contag nas próximas eleições.

Dilma assumiu o compromisso de incorporar mais 2 milhões de trabalhadores rurais ao programa federal de agricultura familiar (Pronaf). No governo Lula o crédito para a Agricultura familiar foi multiplicado por cinco.



Durante o evento, Dilma, criticou a oposição pelas propostas e políticas do passado para o campo, e a perseguição aos movimentos sociais:

"Tem gente propondo, o meu adversário, por exemplo, acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o que é um absurdo, porque o Ministério do Desenvolvimento Agrário mostrou que a nossa política específica para a nossa agricultura familiar, para os pequenos, fez com que essa agricultura familiar se desenvolvesse...

... Não adianta fazer reforma agrária como faziam nesse país no passado. Coloca a pessoa no fim do mundo, não dá estrada, não dá crédito", alegou Dilma a uma platéia de 400 participantes...

... Nós somos aqueles que respeitam todos os movimentos sociais. Não tratamos vocês na base da bordoada", disse, usando um boné da Contag.

A ex-ministra também recebeu o convite para participar do 2º Festival Nacional da Juventude Rural, que vai mobilizar cerca de 5 mil jovens de todo o País, em Brasília, nos dias 26 a 30 de julho. (com informações da Agência Reuters, Contag e DilmanaWeb)
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Porrada Não

Dilma: 'Não tratamos movimentos sociais na base da bordoada'

Em evento da Contag, petista sugeriu que rival tucano José Serra prepara fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Andréia Sadi, iG Brasília
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, voltou a atacar nesta terça-feira o seu principal adversário na corrida eleitoral, o tucano José Serra. Ao falar para uma plateia reunida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a petista sugeriu que o adversário prepara o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em seguida, disse que seu partido não trata os movimentos sociais "na base da bordoada".
"Nós tratamos movimento sociais com respeito (...). Não na base da bordoada, nem fingimos que escutamos", provocou Dilma, que não citou diretamente o adversário. Ao falar sobre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a petista afirmou: "Nós não concordamos com isso, o meu projeto não concorda com isso. O ministério mostrou que nossa política de agricultura familiar se desenvolveu e transformou em uma potência".
Dilma também fez críticas veladas ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesse caso, a candidata do PT ao Planalto investiu na tese de que não adianta "fazer reforma agrária como faziam neste país", onde "jogavam as pessoas no fim do mundo".

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