Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Os governos do Brasil e da Argentina anunciaram nesta terça-feira (3/8), após reunião bilateral realizada em San Juan, acordo para desenvolvimento de energia
Os governos do Brasil e da Argentina anunciaram nesta terça-feira (3/8), após reunião bilateral realizada em San Juan, acordo para desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos. O anúncio foi feito em entrevista coletiva pelos presidentes Lula e Cristina Kirchner no auditório do Centro Cívico da província, após realização da 39a. reunião de Cúpula do Mercosul. Os dois países firmaram ainda compromisso para a realização de obras que permitirão o incremento na geração de energia elétrica.
O Brasil reconheceu ainda a soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, arquipélago que hoje está sob controle da Inglaterra.
O presidente Lula voltou a comemorar o resultado da reunião do Mercosul na Argentina, lembrando que os acordos firmados são uma resposta firme às pessoas que, no passado, mostravam-se céticas quanto ao poder do bloco econômico. Lula disse que a única demanda que não foi fechada na gestão de Cristina Kirchner à frente da presidência pró-têmpore do Mercosul foi o acordo comercial com a União Européia.
¨Espero que nestes cinco meses que temos pela frente consiga fechar o acordo com o companheiro Sarkozy [Nicolas Sarkozy, presidente da França e da UE]¨, disse o presidente brasileiro.
Juiz que prendeu Dantas duas vezes não crê na Justiça
Foram tosquiar De Sanctis e saíram tosquiados
O corajoso Juiz Fausto De Sanctis correu um sério risco: submeter-se ao “Roda-Morta”, programa da TV Cultura de São Paulo, que se tornou um pelotão de fuzilamento a serviço dos tucanos de São Paulo.
Além de ser infinitamente chato !
Nesta segunda feira, o risco era maior, porque uma das estrelas do pelotão era o “jornalista” Marcio Chaer – clique aqui para ler “Chaer faz papel de imparcial e dá notícia contra Dantas”.
O outro risco era Fausto Macedo, jornalista do Estadão, que, por notável coincidência, deu inúmeros e imperdíveis furos nas 785 entrevistas semanais que o Supremo Presidente do Supremo deu ao Estadão, transformado em house-organ do Presidente Supremo do Supremo.
Chaer e Macedo fizeram perguntas que Gilmar Dantas (*) e Dantas talvez gostassem de fazer, se ali pudessem estar (de corpo presente).
A pérola foi o Chaer perguntar se De Sanctis votaria em Protógenes Queiroz para deputado federal.
Como se o De Sanctis fosse um tolo – opinião de que Dantas, certamente, não compartilha.
O fato é que os dois, Macedo e Chaer não foram sequer provocadores – foram ineptos.
Fizeram perguntas mal formuladas – Chaer é um mestre nisso – e irrelevantes – é a especialidade do Macedo.
O trágico foi constatar que o juiz que prendeu o passador de bola apanhado no ato de passar bola não acredita na Justiça brasileira.
Trata-se de um homem decepcionado com a possibilidade de se cumprir a Lei.
Cético, porque um criminoso como Dantas não vai para a cadeia.
De Sanctis descreveu os inúmeros instrumentos de que os advogados de clientes ricos – como Dantas, que De Sanctis, apesar de provocado, não mencionou - dispõem para impedir que a Justiça se exerça.
O HC, as liminares, os pedidos de certidão todo dia – expediente comum de advogados chicaneiros do Dantas – e as ameaças ao Juiz.
E esse é um ponto central do depoimento melancólico do brilhante e corajoso De Sanctis.
Advogado de rico ameaça juiz de primeira instância e fica por isso mesmo.
De Sanctis já foi ameaçado: se o senhor não fizer o que eu quero, vou ao Conselho Nacional de Justiça !
Os juízes de primeira instância são desmoralizados, inclusive nas instâncias superiores, que não lêem o que o juiz de primeira instancia escreve !
Quanto mais se sobe nas instâncias da Justiça brasileira, menor a credibilidade !, disse De Sanctis.
Os ricos querem pular a primeira instância – ele disse (quem será, amigo navegante ?).
O sistema judicial brasileiro não funciona !, falou o juiz mais famoso do Brasil.
É preciso reinventar o Judiciário brasileiro.
É insuportável ser juiz criminal de Primeira Instância no Brasil.
Rico não vai para a cadeia, é o resumo da entrevista – embora ele não tenha dito isso, dessa forma.
Mas é a essência do testemunho de De Sanctis, ao passar o trator sobre o Chaer e o Macedo: o Dantas não está na cadeia porque o Gilmar não quis !
Se o Chaer e o Macedo foram lá para massacrar o De Sanctis, assistiram à amarga acusação de um Juiz probo: acusação ao sistema que engendra, tolera e garante a liberdade de Dantas.
Dantas foi o sujeito oculto do “Roda Morta”.
E saiu de lá enxovalhado.
Em tempo: o Conversa Afiada gostaria que De Sanctis ocupasse a cadeira de Eros Grau, que, hoje, em boa hora, deixou o Supremo. Jamais o esqueceremos.
Vinte e quatro horas depois do colapso do sistema de escala de pessoal da Gol, a situação ainda era um “caosaéreo”, como diziam a urubóloga Miriam Leitão e a Eliane Catanhêde.
“Caosaéreo”.
Aí, o Presidente Lula tirou o grande brasileiro Waldir Pires e colocou no lugar o ministro serrista Nelson Jobim.
Jobim chegou assim, com a humildade do Serra.
E, na solenidade de transmissão do cargo, cometeu grosseria sem precedentes.
Virou-se para a platéia e disse: ou você comanda ou sai da frente.
Os tucanos (principalmente as tucanas) viveram intenso frisson.
Depois disso, o serrista Jobim produziu uma babá eletrônica com que o presidente Lula derrubou o ínclito delegado Paulo Lacerda, para acalmar a fúria do Supremo Presidente do Supremo.
(Por falar nisso, Dr Corrêa, cadê o áudio do grampo ?)
O serrista Jobim contribuiu também decisivamente para dinamitar a discussão sobre a tortura no regime militar.
E ajudou a entronizar a Lei da Anistia no Panteon da Vergonha Nacional.
Clique aqui para ler “Eros Grau vai advogar; por que não para Daniel Dantas ?”.
Agora, esse jenio serrista se debate com um nefasto duopólio que controla uma das maiores operações de tráfego comercial do mundo.
(Quem mandou o Lula botar dinheiro no bolso da classe “C” ? Agora, ela importuna os vôos do Jabor, coitado !)
Uma das duas empresas monopolistas não consegue produzir uma escala de serviço na volta das férias.
A própria companhia admite que havia problemas no “remanejamento” do horário de trabalho do pessoal para atender a nova demanda.
É mais ou menos assim: aumenta o serviço, mas a gente não aumenta o pessoal para “remunerar o acionista”.
E o consumidor que vá contratar o advogado Eros Grau.
A Corregedoria da Agencia da Aviação Civil, a ANAC, analisa 520 (?) denúncias trabalhistas contra a Gol.
Pelo jeito, a Gol é a favor do trabalho escravo
E o serrista Jobim a bradar: ou comanda ou sai da frente !
Parem no dia 13 só se for em último caso, mas vamos registrar os posts sobre o que estamos pleiteando e por segurança poderemos enviá-lo ao sindicado solicitando uma resposta até o dia 10 no nosso e-mail da GOL, caso contrário, greve no dia 13.
1) Voar regulamentado nunca mais! Que contratem mais profissionais e melhorem nossas condições de trabalho, segurança e salário.
2) Plano de previdência privada. Isso irá garantir menos "aposentadorias" antes do prazo previsto.
3) Escalas mais funcionais, como antes, onde possamos ter vida social sem preocupações. As escalas antigas humanizam o contato. FORA CREW LINK.
4) Em números, solicitamos 25% de aumento sobre as horas de voo e salário.
EUA rejeitam oferta de presidente iraniano para debate com Obama
Por AFP
A Casa Branca rejeitou nesta terça-feira a oferta do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de debater "cara a cara" com o presidente Barack Obama, considerando que o Irã "não deu provas de serenidade" no tema de seu programa nuclear.
As primeiras investigações da Polícia Civil indicam que pode ter havido uma retaliação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC.
Nas últimas semanas a PM prendeu alguns líderes do PCC, matou outro e apreendeu uma carga de cocaína que pertenceria à facção. E, no dia 29, mais um criminoso ligado ao grupo, José Ronaldo da Silva, foi morto por dois policiais da Rota, durante um assalto. Os policiais descobriram, então, que ele tinha uma submetralhadora e uma pistola calibre 45 de uso restrito das Forças Armadas, sem numeração. Além disso, exibia no corpo tatuagens com símbolos do PCC.
O ataque ao quartel da Rota na madrugada de domingo, segundo a polícia, teve características de ação suicida, porque o atacante que foi morto, Frank Ligieri Sons, se expôs à reação dos PMs com chances mínimas de sobreviver. Policiais acreditam que Frank, recém-saído da cadeia, estava em dívida com o PCC e foi obrigado a cumprir a missão. Frank era acusado de ter estuprado a filha, cujo nome tinha tatuado no peito. Há suspeita de que foi da arma que estava com ele que saíram os 12 disparos feitos na manhã de sábado contra o comandante da Rota, tenente-coronel Paulo Telhada.
Um terceiro detalhe divulgado ontem ajuda a caracterizar a onda de ataques contra a PM. Era no depósito policial de carros apreendidos, na zona leste de São Paulo, que estava a maioria dos quase 15 veículos incendiados na madrugada de domingo.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o comandante da Rota afirmou que “as ações foram realizadas a mando de expoentes do crime organizado”.
dogilsonsampaio
Serra visita favela e tenta mostrar o que fez por pobres
“Escondido” pela mídia, PCC já tem parceria com narcotraficantes mexicanos
por Luiz Carlos Azenha
O Primeiro Comando da Capital (PCC) não só não acabou como há alguns meses passou a fazer negócios com narcotraficantes do México, disse ao Viomundo a repórter Fátima Souza, autora do livro “PCC, a facção”, em que esmiuçou o funcionamento da organização que atua dentro dos presídios paulistas, tem ramificações nacionais e controla atividades criminosas nas ruas das cidades brasileiras.
“O PCC não perdeu força, ele perdeu divulgação”, disse Fátima na entrevista, numa alusão à decisão de mencionar o PCC como “facção criminosa” adotada pela mídia brasileira. “Quanto mais você esconde, menos você combate”, ela acrescentou mais tarde.
Fátima reonhece que desde que recebeu como tarefa principal o combate ao PCC, em junho de 2009, a ROTA (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar) fez estrago na organização: 18 presos, morte de 2 chefes importantes, a apreensão de uma tonelada de cocaína, meia tonelada de maconha e de 2 milhões de reais em dinheiro em 4 bocas da Zona Leste de São Paulo. Há denúncia de que um dos chefes mortos, o Vampirinho, foi retirado do automóvel em que estava com uma mulher e fuzilado, diz Fátima.
No entanto, permanecem dúvidas quanto aos recentes ataques atribuídos ao PCC em São Paulo.
Para ouvir a primeira parte da entrevista,clique aqui.
Policiais Militares de São Caetano, parabenizam Protógenes por sua atuação na Polícia Federal, e garantem seu apoio ao candidato.
David Zylbersztajn (ex-genro de FHC, nomeado presidente da Agencia Nacional do Petróleo, pelo sogro, na época), representa o candidato José Serra (PSDB) em suas propostas na área de energia, e já faz campanha pela privatização do pré-sal.
O assessor de Serra, fez hoje duras críticas ao "fortalecimento do Estado" no setor energético durante o governo Lula.
Um dos articuladores da privatização da "PetrobraX" no governo FHC, ele mostrou preocupação com as "posturas estatizantes" na área de petróleo, criticando a criação da Petrosal e o regime de partilha.
O demo-tucano recorre aos mesmos argumentos dos lobistas estrangeiros interessados em meter a mão na riqueza do pré-sal, e diz: "A criação da estatal do pré-sal é uma das maiores barbaridades já vistas no mundo".
Zylbersztajn é dublê de assessor de Serra e consultor de empresas privadas de petróleo. dosamigosdopresidentelula
O senador Alvaro Dias (PSDB/PR), elevou às alturas o anti-lulismo que reina entre os demo-tucanos, agrupados na campanha de José Serra.
Subiu a tribuna do Senado, na segunda-feira (2) para dizer que o Senado "pecou" ao deixar de abrir um processo de impeachment contra o presidente Lula em 2005.
O objetivo do demo-tucano foi dar uma resposta ao discurso do presidente Lula, no sábado durante comício em Curitiba, Paraná, quando o presidente disse: "peço a Deus que essa companheira não tenha o Senado que eu tive, um Senado que ofenda o governo, como eu fui ofendido".
Mas o demo-tucano acabou dando um tiro no pé na campanha, ao detonar a tentativa de Serra de dissimular seu oposicionismo anti-Lula.
Alvaro Dias chegou a ser indicado vice de José Serra (PSDB/SP), por suas posições anti-lulistas, mas foi vetado pelo DEMos.
Brizolaço
FIQUE POR DENTRO!
Postado por Brizolaço em 03/08/2010
Serra fala sobre pré-sal por meio de assessor: Entregar!
O consultor de José Serra em suas propostas na área de energia, David Zylbersztajn, revelou hoje como o candidato tucano vê o pré-sal e o papel da União no gerenciamento dessa imensa riqueza. Segundo matéria do Estadão, ele atacou sem meias palavras o fortalecimento do Estado no setor energético durante o governo Lula, em especial na área do petróleo.
Ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, Zylbersztajn recebeu o comando da Agência Nacional do Petróleo durante o governo tucano para tocar a licitação de áreas de exploração e produção na costa brasileira, depois da quebra do monopólio da Petrobras. Sempre foi defensor ferrenho do modelo de concessão, que entregava o petróleo brasileiro às multinacionais.
Em palestra no Energy Summit, evento que orienta os investidores a atuar no mercado brasileiro de energia, Zylbersztajn disse que o Brasil está “saltando de um clube a outro” ao assumir maior controle sobre o petróleo e classificou a criação da Pré-Sal Petróleo, estatal que assegura a hegemonia pública sobre a nova província petroleira, de “uma das maiores barbaridades já vistas no mundo.”
Barbaridade só se for para as empresas privadas a quem Zylbersztajn passou a prestar consultoria depois que deixou a agência pública, mandando às favas os pruridos de quem lidou com informações privilegiadas do setor. Para o Brasil é a segurança de gerir a imensa riqueza do pré-sal, garantir que ela atenda aos interesses do povo brasileiro e controlar sua exploração de forma racional.
A revolta do assessor de Serra na área de energia é perfeitamente compreensível. A criação da empresa do pré-sal e o novo marco regulatório que garante à Petrobras o papel de operadora exclusiva das gigantescas jazidas enterra qualquer pretensão privatizante tucana. Durante os anos de Zylbersztajn à frente da ANP, no governo integrado por José Serra, o petróleo deixara de ser nosso para ser explorado por dezenas de empresas que invadiram o país com a quebra do monopólio da Petrobras. Para o pré-sal, era esse o modelo com que os tucanos sonhavam, mas o governo Lula garantiu no Congresso Nacional que a regra do jogo mudasse.
É essa a mudança de clube que o consultor de Serra trata de forma tendenciosa em seus argumentos. Ao se referir à troca do regime de concessão para o de partilha, ele disse que o Brasil sai de um clube integrado por Noruega, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, para outro onde estão Iraque, Arábia Saudita, Nigéria e Líbia, mas ao criticar a estatal do pré-sal não menciona que ela se inspira justamente no bem sucedido modelo norueguês.
E ao tentar contrapor de forma preconceituosa países europeus e norte-americanos aos países árabes, o representante de Serra não menciona o fato de que dos 24 países com as maiores reservas de petróleo do mundo, dois terços operam sob o regime de partilha ou de prestação de serviço.
Zylbersztajn expôs muito mais do pensamento de Serra, como a defesa de um papel menor do Estado na economia, a acusação de aparelhamento do Estado, que Serra chamou de “República Sindicalista”, retomando o palavreado da direita na derrubada de Jango, e as acusações genéricas de corrupção de quem só vê o mal nos outros.
Ao fim do evento, não respondeu aos jornalistas de que forma um suposto governo tucano lidaria com o novo modelo de partilha, aprovado pelo Congresso. Mas nem era preciso. A resposta já estava contida em sua palestra e nos oito anos do governo que integrou, com papel relevante na entrega de nossas riquezas.
A Folha deu destaque no fim de semana, e o gro de hoje estampou manchete:
De todos os dossiês ridículos que a mídia tenta jogar no colo do PT, esse é a obra máxima. Uma cartinha anônima virou DOSSIÊ PETISTA. No terrível dossiê, que ESQUENTOU A CAMPANHA, acusa-se Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, de perguntar ao diretor da Previ sobre as dívidas da empresa do namorado. Detalhe, não se acusa o interlocutor de sequer ter prestado atenção à pergunta da moça. Tudo teria ficado numa pergunta, alçada agora à condição de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA.
O presidente do PSDB, Sergio Guerra, não tem medo de partilhar dessa estratégia risível e pisa bem fundo na lama:
O presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), teme que uma onda de dossiês contamine ainda mais a disputa eleitoral. Para o tucano, os petistas têm verdadeira obsessão e compulsão por dossiês.
- Eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva e compulsiva do PT e do governo. Os petistas são cheios de hábitos estranhos - disse Guerra, que também é coordenador da campanha presidencial de José Serra (PSDB).
Vamos tentar usar um pouco a razão. Em primeiro lugar, o suposto dossiê levantado pela Folha (eu vi a edição, o assunto ocupa a capa e várias páginas inteiras) não é, tecnicamente falando, um dossiê. É uma cartinha anônima apócrifa.
Se formos converter qualquer cartinha anônima apócrifa num terrível DOSSIÊ PETISTA, então existem milhões de DOSSIÊS PETISTAS rolando por aí.
O patético é que essa história não tem nada a ver com Dilma Rousseff. Afeta-a apenas porque é COISA DO PT, ajudando a fortalecer esse preconceito figadal de setores intelectualmente vulneráveis da classe média contra o partido de Dilma. Mas sequer a atinge diretamente. E nem toca em nada relativo ao PSDB ou DEM. É estranho, portanto, que a reportagem do Globo procure a opinião de Sérgio Guerra, o maior adversário do PT, sobre a história. É claro que ele tentou faturar politicamete, na maior cara de pau. Dizer que "eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva", é pura baixaria.
A mídia e a oposição inventaram um novo demônio: O DOSSIÊ. Na verdade, não existe nada de intrinsicamente maligno num dossiê. Se um governo pretende preencher um cargo sensível politicamente, nada mais lógico que mandar fazer um dossiê sobre aquela pessoa. Não é proibido fazer dossiê. Mas a mídia satanizou a palavra e agora procura sempre associá-la, em manchetes garrafais, ao PT.
É impressionante, porém, como os tucanos resolveram baixar o nível da campanha. "Os petistas são cheios de hábitos estranhos", afirmou Guerra, ao Globo. Ele trata do dossiê como se fosse uma espécie de crack e os petistas um bando de viciados. Ele usa o termo "viciados".
Segundo o Ibope, o PT tem a preferência de 29% do eleitorado brasileiro, contra apenas 7% do PSDB. Essa tática de satanizar o PT através da mídia não tem surtido efeito. Ao contrário, produziu uma massa crítica fortemente favorável ao PT e fez surgir um petista já vacinado contra essas manipulações toscas.
Acredito que muitos pais, ao escutarem a pergunta: "pai, o que é dossiê?", vão responder com um sorrisinho irônico: "isso é trololó da mídia, filho".
No governo do presidente Lula, a inserção internacional do Brasil passou a apresentar características inéditas em nossa história. De uma parte, porque o Brasil cresceu bastante como país exportador. De outra, porque foi capaz de atrair novos e muitos investimentos estrangeiros. Mas o principal, nesse campo, foi a nova política externa brasileira. Uma política que deu outro peso e outra densidade à progressiva projeção internacional do país, levando-o a exercer uma liderança efetiva na América do Sul e no mundo.
Mantivemos nossos laços tradicionais, com todo o seu lastro histórico. E, ao mesmo tempo, abrimos o leque de nossas relações. Fortalecemos nossos vínculos com a América Latina, com a África, com os países árabes, com a China e com a Índia. Estimulamos a cooperação entre os países, não as políticas de imposição. Valorizamos as organizações multilaterais, especialmente as Nações Unidas, e defendemos o reordenamento das relações entre os países.
A nova postura transformou o Brasil em um novo e importante ator global. Seu papel na constituição do G20 foi fundamental. E sua participação é requisitada em discussões que envolvem comércio, finanças, meio ambiente, combate à fome e até mesmo governança global. Lula se converteu em personalidade respeitada em todo o planeta, ganhando o prêmio de Estadista Global em Davos, entre outros. Não por acaso vamos sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
O Brasil hoje se abre de forma inédita para o mundo. Ocupa espaços, como nunca antes, no cenário internacional. Com generosidade, tolerância e altivez. Sempre apostando no diálogo e no entendimento. Sempre acreditando na justiça e na paz. E sem jamais se mostrar disposto a sacrificar os interesses essenciais da nação.
Nossas relações externas
O Brasil seguirá valorizando uma agenda positiva com seus vizinhos, promovendo a integração física, energética, produtiva, social e política da América do Sul, continente com o qual queremos associar nosso destino.
Mas, nossa política externa – universalista e multilateral – favorece a formação de um mundo multipolar. Apostamos numa aproximação Sul-Sul, sem que isso signifique um distanciamento dos Estados Unidos, União Europeia ou Japão.
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