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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 03, 2010

Fatos Históricos

O Brasil no Mundo

No governo do presidente Lula, a inserção internacional do Brasil passou a apresentar características inéditas em nossa história. De uma parte, porque o Brasil cresceu bastante como país exportador. De outra, porque foi capaz de atrair novos e muitos investimentos estrangeiros. Mas o principal, nesse campo, foi a nova política externa brasileira. Uma política que deu outro peso e outra densidade à progressiva projeção internacional do país, levando-o a exercer uma liderança efetiva na América do Sul e no mundo.

Mantivemos nossos laços tradicionais, com todo o seu lastro histórico. E, ao mesmo tempo, abrimos o leque de nossas relações. Fortalecemos nossos vínculos com a América Latina, com a África, com os países árabes, com a China e com a Índia. Estimulamos a cooperação entre os países, não as políticas de imposição. Valorizamos as organizações multilaterais, especialmente as Nações Unidas, e defendemos o reordenamento das relações entre os países.

A nova postura transformou o Brasil em um novo e importante ator global. Seu papel na constituição do G20 foi fundamental. E sua participação é requisitada em discussões que envolvem comércio, finanças, meio ambiente, combate à fome e até mesmo governança global. Lula se converteu em personalidade respeitada em todo o planeta, ganhando o prêmio de Estadista Global em Davos, entre outros. Não por acaso vamos sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

O Brasil hoje se abre de forma inédita para o mundo. Ocupa espaços, como nunca antes, no cenário internacional. Com generosidade, tolerância e altivez. Sempre apostando no diálogo e no entendimento. Sempre acreditando na justiça e na paz. E sem jamais se mostrar disposto a sacrificar os interesses essenciais da nação.

Nossas relações externas

O Brasil seguirá valorizando uma agenda positiva com seus vizinhos, promovendo a integração física, energética, produtiva, social e política da América do Sul, continente com o qual queremos associar nosso destino.

Mas, nossa política externa – universalista e multilateral – favorece a formação de um mundo multipolar. Apostamos numa aproximação Sul-Sul, sem que isso signifique um distanciamento dos Estados Unidos, União Europeia ou Japão.


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