Serra escala ex-genro de FHC para defender privatização do pré-sal
David Zylbersztajn (ex-genro de FHC, nomeado presidente da Agencia Nacional do Petróleo, pelo sogro, na época), representa o candidato José Serra (PSDB) em suas propostas na área de energia, e já faz campanha pela privatização do pré-sal.
O assessor de Serra, fez hoje duras críticas ao "fortalecimento do Estado" no setor energético durante o governo Lula.
Um dos articuladores da privatização da "PetrobraX" no governo FHC, ele mostrou preocupação com as "posturas estatizantes" na área de petróleo, criticando a criação da Petrosal e o regime de partilha.
O demo-tucano recorre aos mesmos argumentos dos lobistas estrangeiros interessados em meter a mão na riqueza do pré-sal, e diz: "A criação da estatal do pré-sal é uma das maiores barbaridades já vistas no mundo".
Zylbersztajn é dublê de assessor de Serra e consultor de empresas privadas de petróleo.
dosamigosdopresidentelula
Quase vice de Serra se diz arrependido por não pedir o impeachment de Lula
O senador Alvaro Dias (PSDB/PR), elevou às alturas o anti-lulismo que reina entre os demo-tucanos, agrupados na campanha de José Serra.
Subiu a tribuna do Senado, na segunda-feira (2) para dizer que o Senado "pecou" ao deixar de abrir um processo de impeachment contra o presidente Lula em 2005.
O objetivo do demo-tucano foi dar uma resposta ao discurso do presidente Lula, no sábado durante comício em Curitiba, Paraná, quando o presidente disse: "peço a Deus que essa companheira não tenha o Senado que eu tive, um Senado que ofenda o governo, como eu fui ofendido".
Mas o demo-tucano acabou dando um tiro no pé na campanha, ao detonar a tentativa de Serra de dissimular seu oposicionismo anti-Lula.
Alvaro Dias chegou a ser indicado vice de José Serra (PSDB/SP), por suas posições anti-lulistas, mas foi vetado pelo DEMos.
Brizolaço
FIQUE POR DENTRO!
Postado por Brizolaço em 03/08/2010
Serra fala sobre pré-sal por meio de assessor: Entregar!
O consultor de José Serra em suas propostas na área de energia, David Zylbersztajn, revelou hoje como o candidato tucano vê o pré-sal e o papel da União no gerenciamento dessa imensa riqueza. Segundo matéria do Estadão, ele atacou sem meias palavras o fortalecimento do Estado no setor energético durante o governo Lula, em especial na área do petróleo.
Ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, Zylbersztajn recebeu o comando da Agência Nacional do Petróleo durante o governo tucano para tocar a licitação de áreas de exploração e produção na costa brasileira, depois da quebra do monopólio da Petrobras. Sempre foi defensor ferrenho do modelo de concessão, que entregava o petróleo brasileiro às multinacionais.
Em palestra no Energy Summit, evento que orienta os investidores a atuar no mercado brasileiro de energia, Zylbersztajn disse que o Brasil está “saltando de um clube a outro” ao assumir maior controle sobre o petróleo e classificou a criação da Pré-Sal Petróleo, estatal que assegura a hegemonia pública sobre a nova província petroleira, de “uma das maiores barbaridades já vistas no mundo.”
Barbaridade só se for para as empresas privadas a quem Zylbersztajn passou a prestar consultoria depois que deixou a agência pública, mandando às favas os pruridos de quem lidou com informações privilegiadas do setor. Para o Brasil é a segurança de gerir a imensa riqueza do pré-sal, garantir que ela atenda aos interesses do povo brasileiro e controlar sua exploração de forma racional.
A revolta do assessor de Serra na área de energia é perfeitamente compreensível. A criação da empresa do pré-sal e o novo marco regulatório que garante à Petrobras o papel de operadora exclusiva das gigantescas jazidas enterra qualquer pretensão privatizante tucana. Durante os anos de Zylbersztajn à frente da ANP, no governo integrado por José Serra, o petróleo deixara de ser nosso para ser explorado por dezenas de empresas que invadiram o país com a quebra do monopólio da Petrobras. Para o pré-sal, era esse o modelo com que os tucanos sonhavam, mas o governo Lula garantiu no Congresso Nacional que a regra do jogo mudasse.
É essa a mudança de clube que o consultor de Serra trata de forma tendenciosa em seus argumentos. Ao se referir à troca do regime de concessão para o de partilha, ele disse que o Brasil sai de um clube integrado por Noruega, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, para outro onde estão Iraque, Arábia Saudita, Nigéria e Líbia, mas ao criticar a estatal do pré-sal não menciona que ela se inspira justamente no bem sucedido modelo norueguês.
E ao tentar contrapor de forma preconceituosa países europeus e norte-americanos aos países árabes, o representante de Serra não menciona o fato de que dos 24 países com as maiores reservas de petróleo do mundo, dois terços operam sob o regime de partilha ou de prestação de serviço.
Zylbersztajn expôs muito mais do pensamento de Serra, como a defesa de um papel menor do Estado na economia, a acusação de aparelhamento do Estado, que Serra chamou de “República Sindicalista”, retomando o palavreado da direita na derrubada de Jango, e as acusações genéricas de corrupção de quem só vê o mal nos outros.
Ao fim do evento, não respondeu aos jornalistas de que forma um suposto governo tucano lidaria com o novo modelo de partilha, aprovado pelo Congresso. Mas nem era preciso. A resposta já estava contida em sua palestra e nos oito anos do governo que integrou, com papel relevante na entrega de nossas riquezas.
Pai, o que é dossiê?
A Folha deu destaque no fim de semana, e o gro de hoje estampou manchete:
De todos os dossiês ridículos que a mídia tenta jogar no colo do PT, esse é a obra máxima. Uma cartinha anônima virou DOSSIÊ PETISTA. No terrível dossiê, que ESQUENTOU A CAMPANHA, acusa-se Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, de perguntar ao diretor da Previ sobre as dívidas da empresa do namorado. Detalhe, não se acusa o interlocutor de sequer ter prestado atenção à pergunta da moça. Tudo teria ficado numa pergunta, alçada agora à condição de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA.
O presidente do PSDB, Sergio Guerra, não tem medo de partilhar dessa estratégia risível e pisa bem fundo na lama:
O presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), teme que uma onda de dossiês contamine ainda mais a disputa eleitoral. Para o tucano, os petistas têm verdadeira obsessão e compulsão por dossiês.
- Eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva e compulsiva do PT e do governo. Os petistas são cheios de hábitos estranhos - disse Guerra, que também é coordenador da campanha presidencial de José Serra (PSDB).
Vamos tentar usar um pouco a razão. Em primeiro lugar, o suposto dossiê levantado pela Folha (eu vi a edição, o assunto ocupa a capa e várias páginas inteiras) não é, tecnicamente falando, um dossiê. É uma cartinha anônima apócrifa.
Se formos converter qualquer cartinha anônima apócrifa num terrível DOSSIÊ PETISTA, então existem milhões de DOSSIÊS PETISTAS rolando por aí.
O patético é que essa história não tem nada a ver com Dilma Rousseff. Afeta-a apenas porque é COISA DO PT, ajudando a fortalecer esse preconceito figadal de setores intelectualmente vulneráveis da classe média contra o partido de Dilma. Mas sequer a atinge diretamente. E nem toca em nada relativo ao PSDB ou DEM. É estranho, portanto, que a reportagem do Globo procure a opinião de Sérgio Guerra, o maior adversário do PT, sobre a história. É claro que ele tentou faturar politicamete, na maior cara de pau. Dizer que "eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva", é pura baixaria.
A mídia e a oposição inventaram um novo demônio: O DOSSIÊ. Na verdade, não existe nada de intrinsicamente maligno num dossiê. Se um governo pretende preencher um cargo sensível politicamente, nada mais lógico que mandar fazer um dossiê sobre aquela pessoa. Não é proibido fazer dossiê. Mas a mídia satanizou a palavra e agora procura sempre associá-la, em manchetes garrafais, ao PT.
É impressionante, porém, como os tucanos resolveram baixar o nível da campanha. "Os petistas são cheios de hábitos estranhos", afirmou Guerra, ao Globo. Ele trata do dossiê como se fosse uma espécie de crack e os petistas um bando de viciados. Ele usa o termo "viciados".
Segundo o Ibope, o PT tem a preferência de 29% do eleitorado brasileiro, contra apenas 7% do PSDB. Essa tática de satanizar o PT através da mídia não tem surtido efeito. Ao contrário, produziu uma massa crítica fortemente favorável ao PT e fez surgir um petista já vacinado contra essas manipulações toscas.
Acredito que muitos pais, ao escutarem a pergunta: "pai, o que é dossiê?", vão responder com um sorrisinho irônico: "isso é trololó da mídia, filho".
Tags: dossiê, Folha, Marina Mantega, eleições 2010
doóleododiabo
Nenhum comentário a ser exibido.
Deixe uma resposta Cancelar resposta