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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 05, 2010

O estado de São Paulo corre o risco de ficar fora do Mundial de 2014






São Paulo está fora porque acreditou no Serra e no DEM


O estado de São Paulo corre o risco de ficar fora do Mundial de 2014 a ser realizado no país, primeiro porque o governo Serra não foi firme em sua atuação como governador em criar condições para o estado sediar os jogos do esporte que é a maior paixão popular do brasileiro.
Quando se fala em popular e povo não atrai muito os governantes dos demotucanos e também o estádio do Morumbi já é particular e não poderia ser privatizado.
Quinze de agosto de mil novecentos e cinquenta e dois é uma data que terá de ser lembrada para sempre na história do Tricolor. Foi nesse dia que Cícero Pompeu de Toledo lançou a pedra fundamental daquele que seria o maior estádio particular do planeta Terra por muito tempo.
O primeiro tijolo cimentado na região, que era um mato só, foi no estádio do Morumbi que foi construído na administração de Laudo Natel e Manoel Raimundo de Almeida os grandes responsáveis pela obra gigante do estádio são-paulino.
Um gigante que se levantava da terra com 50 mil metros cúbicos de concreto e seis mil toneladas de ferro. O sonho tinha virado realidade, graças ao esforço de muitos são-paulinos, que emprestaram paixão, suor e trabalho.
Os dois a caminho dos 90 anos de idade, relembram ainda hoje as histórias de sacrifício e luta para construir uma obra gigantesca sem recursos públicos, e são vizinhos em bairro da zona oeste da capital paulista.
O grande erro da atual diretoria do São Paulo foi acreditar no governo Serra e no prefeito Kassab, mesmo a diretoria sendo repleta de demotucanos, casos do diretor de Futebol, João Paulo de Jesus Lopes, integrante do governo Serra, e do Superintendente de Futebol, Marco Aurélio Cunha, vereador do DEM e um dos líderes de Kassab.
Mesmo com grande ligação com os demotucanos não conseguiram viabilizar apoio para o projeto para a cidade sediar a abertura dos jogos, e nem o maior estádio particular do país que precisa de reformas para atender as exigências da FIFA.
Já diminuiu sua capacidade para 80 mil lugares, além de outras reformas em andamento visando oferecer total segurança e conforto para seus espectadores, atendendo a determinações da FIFA para ser o palco dos jogos da Copa 2014.
O pior para os "boleiros" paulistas e mais ainda para a diretoria do clube é que foram traídos pelo ex-governador José Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Segundo membros do comitê organizador da Copa 2014, a impressão notada é que de fato o Kassab trabalha (ou trabalhou) para o estádio de Pirituba. Só não é fácil arrumar investidor. Então, para não se queimar, ele fica fazendo esse jogo. O fato é que a se confirmar o projeto de Pirituba, o Kassab será considerado traidor pelos paulistas e dirgentes do São Paulo.
Os paulistas amantes do futebol também se sentem traídos por Serra e Kassab por querer ver o Estado de São Paulo abrir e sediar jogos da Copa. Durante a Copa do Mundo na África comentam que o presidente Lula pegou no braço do prefeito Kassab e comentou:
Continue a brigar pelo Morumbi. Não vou desistir, também. Não há porque construir um novo estádio em São Paulo para a Copa. Nem para o Corinthians, nem para ninguém.”
Kassab não esperava, ficou surpreso.E respondeu.“Pode deixar, não vou desistir".
A única esperança para os paulistas de ser um dos doze estados a receber a Copa do Mundo em 2014 é que o presidente Lula e o Ministro de Esporte, Orlando Silva, consigam reverter a situação porque se depender dos demotucanos, os moradores do Estado de São Paulo vão ver os jogos pela TV.

SS erra só gosta de entrevistas com perguntas combinadas






Serra perdeu todos os debates que participou na vida

Basta ver como José Serra (PSDB/SP) perde as estribeiras ou fecha a cara, quando surge uma pergunta que ele não gosta, para constatar que é o menos preparado para enfrentar um debate.

Serra só gosta de entrevistas com perguntas combinadas, mas no debate terá que enfrentar perguntas dos adversários também.

Já Dilma Rousseff (PT) quando perguntaram, ontem, se estava preparada para o debate, até ironizou, dizendo que os jornalistas sempre a treinaram nos últimos anos, acostumando-a a perguntas hostis, armadilhas, pegadinhas absurdas e deturpação da imprensa.

Serra é muito ruim de debate. Perdeu todos os que participou na vida. A imprensa paulista é que sempre deu sustentação à ele. Nas eleições de 2004, foi a imprensa paulista (ainda influente na época) que fez oposição à Marta Suplicy, e elegeu Serra prefeito de São Paulo. Em 2006, Serra aproveitou sua dianteira nas pesquisas e fugiu dos debates a governador.

Ao contrário do que dizem, Serra é o menos preparado para um debate, apesar de já ter participado de mais eleições.

Perguntas que irritam o demo-tucano, e já o fez perder as estribeiras:

- sobre pedágios;
- alagão;
- por que cortou verbas de limpeza do Rio Tietê;
- PCC;
- FHC;
- apagão;
- privatização;
- José Roberto Arruda;
- arrochar salários e bater nos professores;
- voto contra os trabalhadores na constituinte;
- escândalos de corrupção na secretaria de segurança pública;
- colocar a polícia civil em guerra contra a polícia militar;
- gastos com propaganda da SABESP em rede nacional de TV;
- por que ele foi contra o Bolsa família, deixando de cadastrar famílias em São Paulo quem viviam na pobreza;
- perguntar se já descobriu como o SERRAcard gastava milhões com vale transporte;
- Campanha de FHC e Soninha para liberar as drogas;
- escândalo da ALSTOM;
- condenação à prisão de seu ex-sócio Vladimir Rioli;
- comparação entre o SAMU-192 com o programa "sanguessugas" implantado no Ministério da Saúde, na gestão de Serra;
- mentiras sobre autoria do projeto do FAT, dos genéricos, do seguro-desemprego
e ...

Por anda o #diplomaDoSerra

dosamigosdopresidentelula


Empresários demo-tucanos não rasgam dinheiro na campanha de Serra

Empresários demo-tucanos estão abandonando a campanha presidencial de José Serra (PSDB/SP) e "investindo" nas campanhas a governador onde enxergam mais chance de vitória.

Só isso explica o fato do candidato demo-tucano ao governo de São Paulo, Alckmin (PSDB/SP), dizer que arrecadou R$ 5 milhões, enquanto a campanha presidencial, mas cara, diz que arrecadou menos do que isso: apenas R$ 3,7 milhões.

Os mega-empresários demo-tucanos daquela elite anti-lula, são loucos (para derrubar Lula e Dilma), mas não rasgam dinheiro, a ponto de financiar a campanha de Serra.


http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2010/08/policia.jpg

Perguntas ao Serra no debate da Band


Ricardo Sérgio e Bierrembach vão ao debate na Band ?


Os debates na Band são – como os outros – muito chatos.

As regras são ininteligíveis.

Prefiro quando o Galvão começa a analisar as chances do Brasil na Copa, o que o José Simão chamava de “Data-Galvão”.

Duvido que o Garrincha entendesse como a coisa funciona.

Mas, o PiG (*) elegeu este o momento da virada.

Depois do “zero a zero” da Eliane Catanhêde, hoje à noite o Serra vai recuperar a dianteira que ele manteve no Globope e no Datafalha desde tempos imemoriais.

O Conversa Afiada defende a tese de que debate não decide eleição.

A literatura americana sobre a matéria é mais extensa do que a obra do Fernando Henrique.

Essa eleição é entre o Lula e o FHC.

Entre a sucessora do Lula e o sucessor do FHC.

Não há debate que reverta isso.

Mas, já que o PiG (*) insiste, o Conversa Afiada resolveu participar do debate da Band e formular algumas perguntas ao candidato José Serra.

Por exemplo:

- Ricardo Sergio de Oliveira foi chefe da parte financeira de qual campanha eleitoral de que o senhor participou ?

- Por que o senhor não deixou o Juiz Wálter Maierovitch seguir com a ação de Flavio Bierrembach que o acusava de ser corrupto ?

- Qual o seu papel na venda do Banespa ?

- Qual o seu papel na venda da Vale a preço de banana ?

- O Ministro Jorge Hage, da Corregedoria da União, apurou que, sob sua responsabilidade, o Ministério da Saúde super-faturava a compra de ambulâncias. Onde foi parar o dinheiro ?

- Quando o senhor foi Ministro da Saúde tinha um serviço de inteligência liderado pelo hoje deputado Marcelo Itagiba. Fazia o que esse serviço ?

- Qual a sua responsabilidade na operação que desmanchou a candidatura de Roseana Sarney à presidência em 2002 ? O Marcelo Itagiba teve nela papel proeminente.

- O senhor é o responsável pelo dossiê contra Paulo Renato de Souza e a mulher de Tasso Jereissati ?

- De quem é a casa em que o senhor mora, já que o senhor não declara possuí-la ?

- Por que o senhor não fechou o Denarc como sugeriu o Abadia ?

- Por que o senhor não acabou com o PCC ?

- Por que o senhor passou cinco minutos e não mais no Jardim Romano enquanto esteve alagado ?

- Por que o senhor só construiu um quilômetro de metrô ?

- Por que o senhor bate em policial e professor ?

- Quais são as suas relações com Daniel Dantas ? O senhor concordou em que sua filha se associasse à irmã de Dantas em Miami ? O senhor contribuiu para que ela fechasse a firma em Miami ?

- O senhor poderia mostrar um diploma que lhe desse o direito de dizer, no Brasil e à Justiça Eleitoral, que é engenheiro e economista ?

Como diria o Zé Simão, “só estou querendo ajudar”.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Gabeira - Um Papagaio de Pirata de Baixo Custo


O que o Gabeira está fazendo nesta foto?

É triste e vergonhoso o ocaso do ex-comunista Fernando Gabeira. Já não possui ética, idealismo, dignidade ou credibilidade.
Lembro que entrei para o mundo da política através de 2 livros que me maravilharam. "Os Carbonários" de Alfredo Sirkis e "O Que é Isso, Companheiro!" de Fernando Gabeira. Hoje estes dois senhores são responsáveis por duas grandes decepções em minha vida política.
Perguntado qual o motivo de sua presença ao lado de Serra, Gabeira respondeu: "Apoio financeiro prometido pelo PSDB à minha candidatura!". É um vendido! Um canalha! Nem respeitar a Marina Silva ele respeita. Logo ela, que queixou-se de falta de espaço no PT! Qual o espaço que ela tem no PV? Hoje o PV é o Time B do PSDB! O Segundo Quadro Tucano. Estão fazendo campanha apenas para provocar um segundo turno para o José Serra. E assim, apaga-se Gabeira, Sirkis e a Marina... Apaga-se o PV!
Já dizia o Gilberto Gil (PV): O Brasil segue... "Observando hipócritas. Disfarçados rondando ao redor!"

CNT/Sensus: Dilma lidera pesquisa com 41,6%; Serra tem 31,6%

Fracassos acumulados dos desgovernos em São Paulo






Poucos funcionários na segurança, receita do conservadorismo, atitude do governo de São Paulo

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Todos os dias os comentaristas dos jornais e tvs conservadores acusam o Lula de ter "inchado" a máquina pública.

Exemplo positivo para eles é o governo de São Paulo. SP não "incha" a máquina pública.

A fórmula? Não prestar serviços minimamente decentes.

Todos os dias milhões de alunos das escolas estaduais ficam sem aulas por FALTA DE PROFESSORES.

Desde que não contrate professores, inchando amáquina pública, não há problemas.

E na segurança pública?

Nos últimos anos praticamente todas as prefeituras de São Paulo criaram guardas municipais.

Os movimentos socias criaram projetos sociais.

O governo Federal criou programas como o Pró-jovem, e muitos outros. O desemprego caiu.

A segurança melhorou em São Paulo. Não por causa do governo do estado.

Melhorou por causa da dedicação das prefeituras, dos prefeitos, dos cidadãos e dos funcionários públicos policiais.

O que aconteceu na crise de 2008, quando o desemprego aumentou : a criminalidade explodiu.

Digo tudo isto porque causa deste anúncio:



Desde 1995 a quantidade de policiais civis em SP ficou o mesmo.

Não contrataram mais policiais, menos crimes foram resolvidos - é a impunidade incentivando a violência.

Pessoas morreram, famílias foram destruídas, NÓS FICAMOS COM MEDO.

O PCC dominou as prisões, o crime organizado ficou FORTE.

Mas...

nas estastísticas conservadoras SP ficou muito bem.

Afinal, os conservadores milionários possuem seus próprios seguranças.

Menos funcionários públicos, significa menos prestação de serviços.

O governo do PT, por exemplo, aumentou o número de policiais federais, melhorou o salário deles, investiu em equipamentos, etc.

Isto é ruim, segundo estes conservadores.

Agora, eles, os conservadores, correm o risco de ir para a cadeia.

Aqui em São Paulo, com a polícia desestruturada estes milionários sabem que é garantia de IMPUNIDADE.

Entendeu porque eles detestam funcionários públicos?

Leia também:

Mais mil fiscais para proteger a natureza. Mais mil novos funcionários públicos

http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/05/mais-mil-fiscais-para-proteger-natureza.html

São Paulo: Carta de um filho desesperado com a humilhação da mãe

http://machoverdadeiro.blogspot.com/2010/05/sao-paulo-carta-de-um-filho-desesperado.html

Saiba porque os corruptos odeiam funcionários públicos concursados

http://chicaodoispassos.blogspot.com/2010/05/saiba-porque-os-corruptos-odeiam.html

A educação na época do ex-ministro Paulo Renato

http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/04/educacao-na-epoca-do-ex-ministro-paulo.html

dochicão

quarta-feira, agosto 04, 2010

FANTÁSTICO E INACREDITÁVEL: JUIZ JULGADO CORRUPTO É CONDENADO A RECEBER R$ 300 MIL POR ANO E FÉRIAS VITALÍCIAS






É inacreditável e absurdamente maravilhosa a situação do juiz Paulo Medina, condenado por unanimidade por participação em esquema de venda de sentença. A pena aplicada ao juiz foi ganhar seu salário sem trabalhar, ou seja, aposentadoria compulsória.

O juiz agora pode fazer várias coisas e você pode ajudá-lo a escolher o que ele deve fazer. Opção 1: Ficar passeando de iate e gastando o salário de juiz? Ou viajar para a Europa e tirar umas boas férias nas noites de Paris? Quem sabe voltar a advogar e ganhar um troco a mais para ajudar nas despesas da vida de aposentado? Ajudem o juiz! Não deve estar sendo fácil ser condenado a ganhar sem trabalhar. Eta vida dura! Viva o estado de direito do Gilmar Mendes.

Veja trechos de duas matérias sobre o assunto:

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) puniu nesta terça-feira com aposentadoria compulsória o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina. Ele foi condenado, por unanimidade, pela participação em esquema de venda de sentença judicial em favor de bicheiros e donos de bingos.

Foi a primeira vez na história que o conselho afastou definitivamente um ministro de um tribunal superior. A decisão ainda pode ser contestada no STF (Supremo Tribunal Federal). (Texto integra)

Ou

União gasta R$ 1 mi com juiz do STJ afastado

Afastado do STJ (Superior Tribunal de Justiça) há três anos, o ministro Paulo Medina representou, nesse período, um gasto de R$ 987 mil aos cofres públicos.

Em casa, enquanto aguarda o fim das investigações de suposta venda de sentença para contraventores donos de bingos e caça-níqueis no Rio, Medina recebeu R$ 23.275 mensais.

Segundo a Lei Orgânica da Magistratura, todo juiz acusado por um crime tem direito a receber salário durante a investigação do caso. Condenado, é, no máximo, aposentado compulsoriamente. (Texto Integral)


O PRESIDENTE LULA DEVERIA NOMEAR O JUIZ FAUSTO DE SANCTIS PARA A VAGA DE EROS GRAU NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL



O juiz Fausto de Sanctis mostrou ontem no programa Roda Viva, da TV Cultura, que tem todas as condições de estar no Supremo Tribunal Federal. O Juiz demonstrou o que muitos esperam de um juiz, desejo de justiça, ou seja, desejo de acertar e construir um país mais justo a partir da sua própria atividade profissional.

O presidente Lula poderia indicá-lo no lugar do ministro Eros Grau, que se aposentou. Esse seria um ato histórico do presidente Lula, que evitaria as nomeações políticas e muitas vezes errôneas como tem acontecido.

O Supremo é o lugar de juízes que deveriam estar lá por mérito e não juízes que foram Advogados Geral da União, como Gilmar Mendes, o presidente do Supremo que entrou para a história porque soltou Daniel Dantas, hoje condenado por crime do colarinho branco, por duas vezes em 48 horas.

Veja trecho da entrevista do juiz para Kenedy Alencar



Espetáculo Deprimente gente que Mente sempre







Não há nada mais sagrado que as crianças. Claro que elas, na sua pureza e ingenuidade, podem gritar o nome de um candidato, correr atrás dele, se agitarem com a movimentação dos fotógrafos e cinegrafistas. E ninguém pode condenar um candidato por conversar com uma crinaça, até mesmo colocá-la no colo, porque é natural que, desde que não haja apelação, essa aproximação carinhosa aconteça.

E é até bom, porque ao contrário dos adultos, as crianças não se intimidam e muitas vezes falam o que todos pensam e poucos dizem.

Mas não é admissível que uma escola estadual monte um corinho infantil para gritar o nome de um candidato a presidente. Foi o que fez alguém da Escola Técnica Estadual de Heliópolis. E as crianças, na pureza que lhes brotou gritaram, mas “Lula, Lula, Lula”, até que um adulto, talvez alguém que se intitule professor, ou diretor, viesse “corrigi-las” para gritar “Serra, Serra”.

Com a indicação de nossos leitores, aí está o vídeo. Vergonhoso, repugnante.

Honestamente, pensei se deveria ou não reproduzi-lo, em respeito às crianças. Mostro, porque acho que o Ministério Público Eleitoral, que enxerga “uso da máquina” quando uma multidão de adultos grita o nome de Dilma, tem a obrigação de agir imediatamente, já, agora, contra esta monstruosidade. Os responsáveis por esta “escola” têm de explicar de quem partiu a ordem para isso ou se são eles, apenas, os responsáveis.

dotijolaço


Metrô retira trens novos após falhas em curvas

Comprados por R$ 30 milhões cada, eles circulavam havia cinco meses na Linha Vermelha; dos seis, dois foram trazidos da Espanha

Renato Machado –

Menos de cinco meses após começarem a circular, os novos trens da Linha 3-Vermelha do Metrô foram retirados da operação comercial por riscos aos usuários. Duas composições apresentaram na segunda-feira problemas na chamada “barra de torção” e acabaram colidindo contra a plataforma na Estação Sé. Por precaução, toda a nova frota foi recolhida aos pátios para análise e não há previsão de retorno.

Os novos trens da espanhola CAF começaram a circular na rede paulistana em 27 de março, com o objetivo de reforçar a frota na linha mais superlotada do planeta – transporta diariamente cerca de 1,5 milhão de pessoas. Cada um custou cerca de R$ 30 milhões. O mesmo contrato prevê a aquisição de mais 17 unidades, algumas para a Linha 1-Azul.

Atualmente há quatro dessas unidades em operação comercial na Linha 3-Vermelha e outras duas em fase de testes. Na segunda-feira, por volta das 8 horas (horário de pico da manhã), a composição H61 entrou desalinhada na Estação Sé e sua lateral atingiu a plataforma. Os passageiros sentiram apenas um “tranco” mais forte. O trem precisou ser evacuado e levado para o pátio de manutenção. O Metrô ressalta que a ocorrência não colocou em risco os usuários.

No mesmo dia, o trem começou a ser analisado por engenheiros da Comissão Permanente de Segurança (Copese) do Metrô – órgão que investiga “incidentes notáveis”. Foi constatada que a barra de torção – equipamento que reduz efeitos de curvas no chassi – estava travada. Por isso, o trem não voltou a se alinhar após fazer uma curva. A inclinação provocou as batidas nas plataformas.

O mesmo problema na barra de torção foi constatado na composição H62, embora em menor proporção. Dois vagões desse trem atingiram a estrutura da estação – no primeiro incidente, toda a lateral raspou na plataforma. Por isso, o Metrô determinou o recolhimento de todos os novos trens fabricados pela CAF, até que técnicos da Copese assegurem que eles obedecem às condições de segurança.

“Os incidentes não provocaram riscos aos passageiros. Mas a falha nessa barra fazia com que os trens andassem empinados e, dependendo da inclinação, poderia haver descarrilamento. Por isso foram retirados de operação”, disse um funcionário do Metrô que não quis identificar-se.

O primeiro trem da CAF já havia apresentado outro problema, que o impedia de trafegar em horários de pico. Quando estava com muitos passageiros, ele cedia e era rebaixado alguns centímetros. Por isso, o sistema de abastecimento de energia da composição – chamado conjunto coletor do terceiro trilho – ficava desalinhado da rede fornecedora e o trem não andava. Segundo o Metrô, esse problema foi totalmente corrigido.

Antes da falha das barras de torção, dois dos novos trens já circulavam no horário de semipico e os outros dois no horário de menos movimento.

Companhia diz que não houve risco aos usuários

O Metrô confirmou o incidente da manhã de segunda-feira com uma das novas composições da Linha 3-Vermelha na Estação Sé. “O trem H61, ao adentrar a plataforma da Estação Sé, na Linha 3-Vermelha, teve a tampa do painel externo de chaves raspada na plataforma”, informou, por meio de nota.
A companhia ressalta, no entanto, que a ocorrência não colocou em risco os usuários.
Segundo o Metrô, o recolhimento de todos os trens da série envolvida no incidente faz parte de um procedimento de segurança. “Seguindo rigoroso procedimento adotado pelo Metrô, em situações desta natureza, todos os trens de mesma série são imediatamente recolhidos para análise, conforme protocolo de segurança”, afirma a nota.
A companhia afirma que os engenheiros que compõem a Comissão Permanente de Segurança (Copese) estão analisando o problema, em todas as unidades da série. Os novos trens fabricados pela CAF voltarão a ser liberados para operação comercial somente após a conclusão do trabalho dos peritos. “O Metrô reafirma, ainda, que zela por total transparência.”

Queremos Banda Larga ao preço que se paga na europa






Telefonica, na Espanha, vende Jaguar a preço de Gol

Recebi de um colaborador (como sempre, obrigado, Noir) notícia publicada ontem no jornal Expansión, de Madri, de que a Movistar, marca da Telefonica, lançou uma promoção oferecendo um serviço de banda larga de 10 megas por 9,90 euros mensais, o que equivale a R$ 23,76, o que no Brasil não pagaria nem um serviço acima de 512 kbps.

A oferta da Movistar só dura três meses, mas depois desse prazo o preço dos mesmos 10 megas será de 19,90 euros (R$47,76). Engraçado é que o Euro é uma moeda mais forte que o Real e o preço do serviço de banda larga por lá é bem mais barato que aqui. A mesma Telefonica, através de sua marca Speedy, oferece em São Paulo um plano de 8 megas por R$ 199,90. Depois os tucanos vêm dizer que o problema da banda larga no Brasil é a baixa renda da população.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, feita mês passado, constatou que a banda larga no Brasil é cara, lenta e restrita. Para ter internet rápida em casa, o brasileiro paga em média US$ 28 por mês, valor que chega a 4,58% da renda per capita no país. Nos EUA, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita, e na França, de 1,02%.

Em abril, o Ipea divulgou um estudo, que comentamos aqui, mostrando que o Brasil tem a quinta banda larga mais cara numa lista de 15 países. Custa cinco vezes mais que na França e dez vezes mais que nos EUA. E estamos falando só de preço, porque se formos entrar na qualidade do serviço não vai ser possível comparar com nenhum país da Europa ou da América do Norte.

Segundo levantamento recente realizado pela empresa americana Akamai, a velocidade de tráfego da internet brasileira é uma das mais lentas do mundo, pouco acima de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coréia do Sul, líder do ranking. Além disso, 20% das conexões no Brasil têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa longe da velocidade mínima estabelecida pela União Internacional de Telecomunicações, entre 1,5 Mbps e 2 Mbps.

E o presidente do sindicato das teles ainda tem a caradura de declarar publicamente que os usuários brasileiros”querem ter um Jaguar pelo preço de um Gol”. O que nós queremos é uma internet decente, com conexão rápida e que não caia toda hora por um preço justo, que parece ser o que estas mesmas empresas praticam lá fora, mas não querem reproduzir aqui.

dotijolaço

eua em Agonia capitalista Selvagem





Concentração de renda e agonia da classe média nos EUA

Vivendo no país mais rico do mundo, a classe trabalhadora estadunidense vem comendo o pão que o diabo amassou ao longo das últimas décadas. Os salários reais estão estagnados desde 1973, ou nos últimos 37 anos, ao passo que a renda das famílias mais ricas (1% da população) triplicou, conforme observou o jornalista Edward Luce, do Financial Times, em reportagem intitulada “A agonia da classe média americana”, reproduzida nesta quarta (4) pelo jornal Valor.

A crescente concentração da renda no topo da pirâmide e o arrocho dos salários na base constituem provavelmente as principais características do padrão de reprodução do capitalismo americano no período mencionado, que sucedeu os chamados “anos dourados” do pós-guerra (décadas de 1959 e 1960). Isto impactou fortemente a chamada classe média, conforme revela Luce.

Problema estrutural


A tendência à concentração de maior riqueza num pólo e pobreza noutra foi intensificada nos últimos anos, a tal ponto que “a maioria dos economistas vê a grande estagnação [dos salários] como um problema estrutural – ou seja, inume ao ciclo econômico”.
No último ciclo de expansão da economia, “que começou em janeiro de 2002 e terminou em dezembro de 2007, a renda familiar mediana americana ficou US$ 2 mil menor – a primeira vez em que a maioria dos americanos esteve pior no fim de um ciclo do que no início”.

Sem mobilidade

Observa-se, com isto, “um declínio na mobilidade da renda”, ou seja, “hoje, nos EUA, é menor a chance de passar de um estrato de renda mais baixa para outro mais elevado do que em qualquer outra economia desenvolvida.” O jornalista inglês enxerga no avanço da desigualdade “a crise em fogo lento do capitalismo americano”.

Não surpreende que uma maioria crescente de estadunidenses tem dito, em pesquisas de opinião, acreditar que seus filhos terão um padrão de vida pior do que o deles próprios. O famoso american of way of life (modo de vida americana) já era.

Arrocho e despejo

As coisas pioraram com a recessão iniciada no final de 2007, que destruiu cerca de 9 milhões de empregos, degradou um pouco mais as condições de trabalho e rebaixou salários. Além disto, um grande número de famílias operárias, endividada e sem renda, entrou na fila dos despejos e amargou também a perda das residências.

As políticas públicas em geral contribuíram para aprofundar o fosso social, reforçando a acumulação de riqueza pelas famílias mais ricas e o empobrecimento da massa trabalhadora. O governo Obama não alterou a lógica do sistema.

Economia e política


O processo de achatamento relativo (e mesmo absoluto) dos salários foi paralelo ao avanço do parasitismo econômico dos EUA, traduzido na crescente dependência de capitais estrangeiros para financiar o consumo excessivo de importados e um déficit público explosivo, que é a contrapartida das custosas aventuras militares e de um orçamento bélico que corresponde à metade da despesa mundial com armas e segurança.

Muitos economistas apontam a redução do poder de compra do povo trabalhador como uma das causas da mais recente recessão no país, já que estimulou a superprodução relativa de mercadorias. O baixo consumo das famílias mais pobres reduz as dimensões do mercado interno para a indústria e cria dificuldades adicionais para o comércio e a valorização.

“Durante anos, o problema foi amenizado e parcialmente oculto pela disponibilidade de crédito barato. Americanos de classe média foram ativamente incentivados a se endividar continuamente, oferecendo suas casas em garantia, ou a canibalizar seus fundos de aposentadoria, confiando em que os preços dos imóveis e as bolsas de valores desafiariam permanentemente a gravidade (uma atitude estimulada, entre outros, pela metade ganhadores do Nobel de Economia em todo o mundo). Essa reserva de valor, agora, não existe mais”, sublinou.

O resultado disto foi o acúmulo de dívidas impagáveis, concentradas principalmente no ramo imobiliário, que estouraram com a chamada “crise do subprime”. O fenômeno encontra sua explicação em vários fatores econômicos e políticos, objetivos e subjetivos, entre eles a ascensão da China e outros países considerados emergentes, que teria solapado “os salários no Ocidente” e eliminado “postos de trabalho sem qualificação, semiqualificados e até mesmo qualificados. A indústria agora representa somente 12% dos postos de trabalho nos EUA.”

Também pesou a filosofia neoliberal que guiou a política econômica dos Estados Unidos pelo menos desde a reação conservadora do ex-ator Ronaldo Reagan, “que acelerou o declínio dos sindicatos e reverteu os traços mais progressistas do sistema fiscal americano” ao reduzir a carga tributária das camadas mais ricas. No seio da classe trabalhadora os maiores prejudicados são os imigrantes.

Leia abaixo a íntegra da reportagem publicada pelo jornal Valor:

A agonia da classe média americana


Tecnicamente falando, Mark Freeman deveria considerar-se entre as pessoas mais sortudas do planeta. Aos 52 anos, ele vive com sua família em casa própria, numa rua arborizada e no coração do país mais rico do mundo. Quando está com fome, ele come. Quando esquenta, ele liga o ar-condicionado. Quando quer buscar alguma coisa, ele navega na internet.

No entanto, de alguma forma, as coisas não vão mais tão bem. No ano passado, o banco tentou retomar a casa dos Freeman, apesar de eles estarem com seu pagamento atrasado apenas três meses. Seu filho, Andy, foi recentemente excluído da cobertura do seguro saúde de sua mãe e só penosamente readmitido mediante um grande pagamento. E, assim como as casas tapadas com tábuas - que sinalizam a epidemia de retomadas judiciais de imóveis nos EUA -, o tráfico de drogas e os tiroteios, que antes eram distantes de seu bairro, estão chegando cada vez mais perto, quarteirão por quarteirão.

O que é mais perturbador, no caso dos Freeman, é como eles são típicos. Nem Mark nem Connie - sua incansável mulher, tão gordinha quanto ele é magro - têm doenças crônicas. Ambos trabalham no Hospital Metodista local - ele trabalha no almoxarifado, e ela é técnica em suprimentos de anestesia. A US$ 70 mil por ano, a renda bruta do casal é mais de um terço superior à mediana do núcleo familiar americano.

No passado, isso era o "sonho americano". Nos dias atuais, poderia ser chamado de "devaneio incerto americano". Na prática, Mark gasta muito dinheiro todo mês com o aluguel de uma máquina para tratar sua apneia, que lhe dá insônia. "Se perdemos nossos empregos, depois de umas três semanas teremos zerado nossa poupança", diz ele, sentado em seu quintal, de olho na rua e uma garrafa de cerveja na mão. "Nós trabalhamos dia e noite para tentar poupar para nossas aposentadorias. Mas nunca estamos a mais de um ou dois cheques de distância do olho da rua."

Quando se fala de classe média americana, a maioria dos estrangeiros imagina algo mais atemporal e confortável, como nas séries de TV, na qual os adolescentes vão à escola dirigindo carros esportivos e as meninas são sempre animadoras de torcidas. Isso pode representar como vivem uns 10% do topo da classe média. O resto vive como os Freeman. Ou pior.

Uma visita completa à casa de 65 m2, pertencente a Mark, no noroeste de Mineápolis, leva apenas uns 30 segundos. A casa foi comprada mediante um financiamento de US$ 50 mil em 1989. Agora, ela vale US$ 73 mil. "Houve um momento em que ela valia US$ 105 mil dólares - e pensamos que tínhamos entrado no paraíso", diz Mark. "Os bancos continuaram telefonando - às vezes quatro ou cinco vezes numa mesma noite -, oferecendo linhas de crédito e empréstimos. Insistiam como traficantes de drogas."

O lento estrangulamento econômico dos Freeman, e de milhões de outros americanos de classe média, começou muito antes da Grande Recessão, que apenas agravou a "recessão pessoal" que os americanos comuns vinham sofrendo havia anos. Denominada pelos economistas como "estagnação do salário mediano", a renda anual dos 90% de famílias menos bem de vida nos EUA permaneceu essencialmente inalterada desde 1973 - tendo crescido apenas 10% em termos reais nos últimos 37 anos. Isso significa que a maioria das famílias americanas está no sufoco há mais de uma geração.

No mesmo período, a renda do 1% de famílias mais ricas triplicou. Em 1973, executivos-chefes de grandes companhias recebiam, em média, remuneração igual a 26 vezes a renda mediana. Hoje, é mais de 300 vezes superior.

A tendência só tem se intensificado. A maioria dos economistas vê a grande estagnação como um problema estrutural - ou seja, imune ao ciclo econômico. Na última expansão, que começou em janeiro de 2002 e terminou em dezembro de 2007, a renda familiar mediana americana ficou US$ 2 mil menor - a primeira vez em que a maioria dos americanos esteve pior no fim de um ciclo do que no início. O mais grave é que a longa era de renda estagnada tem sido acompanhada por algo profundamente antiamericano - um declínio na mobilidade da renda.

Alexis de Tocqueville, grande cronista francês dos primórdios da nação americana, já foi erroneamente citado como tendo dito: "Os EUA são o melhor país do mundo para os pobres". Isso deixou de ser verdade. Hoje, nos EUA, é menor a chance de passar de um estrato de renda mais baixa para outro mais elevado do que em qualquer outra economia desenvolvida. Para inverter as clássicas histórias de Horatio Alger, nos EUA de hoje, se você nasceu esfarrapado, tem maior probabilidade permanecer nesse estado do que em praticamente qualquer país da velha Europa.

Combinadas a essas duas tendências profundamente enraizadas, há uma terceira - forte crescimento da desigualdade. O resultado é a crise em fogo lento do capitalismo americano. Uma coisa é sofrer as agruras de uma estagnação da renda. Outra é perceber que você tem uma probabilidade decrescente de escapar dessa estagnação - especialmente quando poucos afortunados que vivem nos proverbiais "condomínios fechados" parecem mais mimados cada vez que você os vislumbra. "Quem matou o sonho americano?", dizem os cartazes em passeatas de esquerda. "Resgatemos a América", gritam os manifestantes de direita do movimento Tea Party.

As estatísticas capturam somente uma fatia do problema. Mas é Larry Katz, renomado economista de Harvard, quem oferece a analogia mais atraente. "Imagine a economia americana como um grande prédio de apartamentos", diz o professor. "Um século atrás - até mesmo 30 anos atrás -, era um objeto de inveja. Mas, na última geração, sua feição mudou. Os apartamentos de cobertura estão cada vez maiores. Os apartamentos nos andares intermediários estão cada vez mais espremidos e o térreo foi inundado. Para completar, o elevador não está funcionando. Esse elevador quebrado é o que mais deprime as pessoas."

Não surpreende que uma maioria crescente de americanos tem dito, em pesquisas de opinião, acreditar que seus filhos terão um padrão de vida pior do que o deles próprios. Durante as três décadas do pós-guerra, que muitos hoje relembram como a era de ouro da classe média americana, a maré alta erguia a maioria dos barcos, nas palavras de John F. Kennedy. A renda cresceu em termos reais quase 2% ao ano, quase dobrando a cada geração.

E, embora os anos dourados tenham sido puxados pelo crescimento do ensino superior de massa, não era preciso ter diploma de ensino médio para dar conta das despesas. Como seu marido, Connie Freeman foi criada num lar de "classe trabalhadora" no chamado Cinturão do Ferro, no norte de Minnesota, perto da fronteira canadense. Seu pai, que deixou a escola aos 14 anos, após a Grande Depressão dos anos 1930, trabalhou nas minas de ferro a sua vida inteira. No fim de sua vida profissional, ele ganhava US$ 15 por hora - mais de US$ 40 em valores atuais.

Trinta anos depois, Connie, que é muito mais qualificada do que seu pai, após ter completado o ensino médio e concluído um ano adicional de estudos, ganha apenas US$ 17 por hora.

O pai de Connie, com sua escolaridade mínima, ganhava o suficiente para permitir que sua esposa continuasse a ser dona de casa em tempo integral e ainda bancou a educação de dois filhos até a faculdade. Connie e Mark, por seu turno, têm dificuldades para pagar o fluxo de contas num lar de dupla renda familiar. O Estado de Minnesota custeia um curso de teatro para Andy, o filho de 20 anos do casal que sofre de autismo agudo.

A rigor, Connie vive num lar de quatro rendas. "Quando Andy tinha dois anos, disseram-me para comprar um aparelho de karaokê, porque as crianças autistas às vezes reagem bem a isso", disse Mark, apontando para o que só pode ser descrito como um antigo aparelho pós-moderno. "Foi assim que iniciei meus negócios com karaokê. Eu ganho cerca de US$ 100 toda quarta-feira, promovendo karaokês pagos em casa. E, aos sábados sou gerente na loja de bebidas do bairro. Precisamos de todos os quatro empregos para manter a cabeça fora d ' água."

Do ponto de vista da maioria dos economistas, a história até o momento é inquestionável. A maioria concorda sobre o diagnóstico, mas diverge sobre as causas. Muitos na esquerda atribuem a culpa à Grande Estagnação da globalização. A ascensão de China, Índia, Brasil e outros países solapou os salários no Ocidente e eliminou postos de trabalho de americanos sem qualificação, semiqualificados e até mesmo qualificados. A indústria agora representa somente 12% dos postos de trabalho nos EUA.

Pense no trabalhador típico da indústria automobilística em Detroit, 30 anos atrás, que tinha um estilo de vida de classe média seguro, bom plano de saúde e perspectiva de gorda aposentadoria. Hoje, ele vive na China.

Outro grupo de economistas define como causa principal o surgimento explosivo de novas tecnologias, que facilitaram a automação computadorizada de rotinas repetitivas e de trabalhos mais simples. Pense na auxiliar de escritório, que anotava ditados e fazia o café. Ela agora é um BlackBerry que passa metade de sua vida no Starbucks. Ou o pessoal de retaguarda de escritórios que, como aqueles sapateiros em conto de fadas, agora "costura a contabilidade" das empresas americanas em Bangalore, na Índia, enquanto as pessoas dormem nos EUA.

Há também aqueles, como Paul Krugman, colunista do "The New York Times" e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, que atribuem a culpa ao mundo político, especialmente à reação conservadora iniciada quando Ronald Reagan chegou ao poder, em 1980, o que acelerou o declínio dos sindicatos e reverteu os traços mais progressistas do sistema fiscal americano.

Menos de um décimo dos trabalhadores do setor privado americano pertence a um sindicato. As pessoas na Europa e no Canadá estão sujeitas às mesmas forças globalizantes e tecnológicas, mas fazem parte em maior número de sindicatos, e seu atendimento médico é coberto por verbas públicas. Mais de metade das falências de famílias nos EUA são causadas por doença ou acidente graves.

Essas são as teorias concorrentes (porém não contraditórias) sobre a causa da deterioração. A "experiência vivida", como diriam os sociólogos, é outra coisa.

De forma muito semelhante aos Freeman, os Miller poderiam estar vivendo em qualquer lugar dos EUA. Somente o calor abafado denuncia que estão na Virgínia, no sul do país. Falls Church, na Virgínia, é na verdade um subúrbio da capital do país, Washington. A implacável expansão do governo fomentou um setor privado "verde", do outro lado do rio Potomac, dedicado principalmente a atividades relacionadas com segurança, defesa, serviços governamentais e lobbying. O lugar de honra na casa de Shareen Miller abriga uma fotografia granulada de sua conversa com Barack Obama numa cerimônia na Casa Branca, no ano passado, para a assinatura de uma nova lei que impõe igualdade de remuneração para as mulheres.

Como organizadora, na Virgínia, de 8 mil assistentes de cuidados pessoais - profissionais que cuidam de idosos e de deficientes nas próprias casas dessas pessoas - Shareen, de 42 anos, foi convidada, com outras dezenas, a participar da cerimônia. Mas isso foi tudo o que ela ganhou de sua fugaz proximidade com o presidente. Desde então, sua remuneração e suas horas de trabalho não pararam de cair. No ano passado, ela ganhava US$ 1,5 mil por mês. Agora, recebe US$ 900. Assim como outros governadores de Estado, Bob McDonnell, governador da Virgínia, vem cortando impiedosamente o gasto público desde que a recessão começou.

Embora com área de aproximadamente o dobro do lar dos Freeman, na casa de Shareen a sensação é de aperto ainda maior. Junto com dois filhos, uma nora, uma neta e seu marido, Shareen tem um verdadeiro zoológico de animais de estimação. Sua paciente Marissa, 26, com paralisia cerebral, muitas vezes pernoita na casa deles.

Shareen exibe a vigorosa boa vontade que encontramos em muitos americanos. Apesar de seu pouco tempo livre, ela pratica uma atividade voluntária, aos sábados, dedicada a animais de estimação perdidos. Para ir a qualquer lugar, os Freeman precisam de um carro. A uns 250 metros de sua casa, fica o trevo local, onde estão as emblemáticas Taco Bells, 7-Eleven e lojas de um dólar que pontilham os EUA. É a geografia física que diferencia os lugares; a geografia humana, simplesmente se repete.

Dona de um sorriso permanente, Shareen traça sua complexa árvore genealógica: um pai aposentado, que trabalhou numa penitenciária do Estado de Oregon, e vários meio-irmãos e meio-irmãs, nenhum dos quais parece estar chegando com dinheiro ao fim do mês. "Adivinhe de qual estou mais próxima", pergunta ela com um sorriso travesso. "De nenhum."

De novo, tecnicamente falando, Shareen vive em relativo conforto. Como seu marido trabalha para uma companhia de segurança contra incêndios e ganha US$ 70 mil por ano, os Miller estão, sem dúvida, sobrevivendo. Mas eles temem o que poderá acontecer se um deles tiver um problema de saúde. Alguns anos atrás, Shareen teve um tumor removido de seu diafragma, que gerou US$ 17 mil em dívidas. E o marido sofre de uma hérnia de disco. Surpreendentemente, tendo em vista que sua renda bruta conjunta é o dobro da mediana nos EUA, Shareen teve de adiar uma operação dentária por seis meses, a fim de saldar o empréstimo para a compra de seu carro. E não tem tempo para estudar e se requalificar. "Uma coisa comum nas pessoas que cuidam de gente com deficiências é que elas nunca têm tempo", diz ela.

Tanto quanto discordam sobre o que causou a grande estagnação, os economistas também divergem sobre as soluções. A maioria concorda que níveis educacionais mais altos melhoram o rendimento potencial das pessoas, mesmo que isso não resolva o problema subjacente. Outros salientam que nem todo mundo pode ser um corretor de ações, empresário de software ou professor de Harvard.

Muitos dos empregos do futuro serão funções "interpessoais" que não podem ser facilmente substituídos por computadores (ou imigrantes): zeladores, cabelereiros e manicures, para os quais uma faculdade é algo frequentemente supérfluo. Além disso, grande parte dos americanos atingidos pela estagnação nos últimos dez anos tem curso universitário. Mesmo eles não estão a salvo. Porém, mais educação, no mínimo, melhorará as chances das pessoas. Como pagar isso são outros quinhentos.

Apesar de a renda nos EUA estar estagnada, o custo das escolas não cessa de crescer. Desde 1990, quase dobrou a proporção de americanos que estão pagando mais de US$ 20 mil em empréstimos educacionais uma década após terem se formado. Lawrence Summers, principal assessor econômico de Obama, que há muito tempo preocupa-se com o crescimento do que ele denomina "nervosa classe média" americana, salienta que, entre as principais economias, os EUA têm o maior percentual de diplomados no mercado de trabalho. Mas, na faixa etária de 25 a 34 anos, os EUA não estão nem nos "dez mais".

Mais e mais americanos jovens são dissuadidos pela perspectiva de assumir uma dívida de longo prazo. "Não é só o medo do endividamento - são os quatro anos de lucros cessantes", diz Ruth Miller.

O impacto sobre as pessoas, como os Miller e os Freeman, tem sido agudo. Primeiro, houve estagnação. Depois veio a recessão.

Qual é, então, o futuro do sonho americano? Michael Spence, economista ganhador do Prêmio Nobel, a quem o Banco Mundial encarregou de realizar um estudo sobre o futuro do crescimento mundial, admite um mau presságio. Como um número crescente de economistas, Spence disse ver a grande estagnação como uma profunda crise de identidade.

Durante anos, o problema foi amenizado e parcialmente oculto pela disponibilidade de crédito barato. Americanos de classe média foram ativamente incentivados a se endividar continuamente, oferecendo suas casas em garantia, ou a canibalizar seus fundos de aposentadoria, confiando em que os preços dos imóveis e as bolsas de valores desafiariam permanentemente a gravidade (uma atitude estimulada, entre outros, pela metade ganhadores do Nobel de Economia em todo o mundo). Essa reserva de valor, agora, não existe mais. O dinheiro fácil transformou-se em pesado endividamento. "Baby boomers" - os nascidos na explosão da natalidade após a Segunda Guerra Mundial - adiaram sua aposentadoria. Filhos com curso superior estão voltando para a casa dos pais.
O barômetro é econômico. Mas a raiva é humana e cada vez mais política. "Tenho esse desgastante sentimento sobre o futuro dos EUA", diz Spence. "Quando as pessoas perdem o senso de otimismo, as coisas tendem a ficar mais voláteis. O futuro que mais temo para os EUA é latino-americano: uma sociedade muito desigual, propensa a fortes oscilações entre populismo e ortodoxia. Veja o Tea Party [movimento conservador]. As pessoas acham que surgiu do nada. Embora eu não concorde com suas soluções, a maioria dos membros do Tea Party são americanos de classe média que vêm sofrendo em silêncio há anos."

Spence admite estar pensando em voz alta e "extrapolando em muito os dados". E ele admite que os EUA provavelmente ainda conservam sua força mais vibrante em sua capacidade de liderança mundial em inovação tecnológica. A maioria dos economistas não é tão pessimista como Spence. Mas é entre os americanos comuns que seu pessimismo repercute mais intensamente. "Ser pessimista sobre o futuro é algo tão novo para os americanos", diz Spence. "Mas a maioria das pessoas compreende sua própria situação melhor do que qualquer economista."

Por Edward Luce, de Washington para o Financial Times, tradução de Sergio Blum

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Boca no Trombone






Dez coisas que eu não suporto! (Lista número um)

Esta lista não está em ordem de importância, podendo qualquer item mudar de posição, conforme a necessidade de salientá-lo ou não.

1. Playboyzinho fazendo “racha” em via pública.

2. Burguês FDP, fazendo doação de centavinhos para os hospitais no caixa do supermercado, ajudando a tapar os furos da má administração da verba pública e ainda se achando o máximo por isso.

3. Frequentadores dos shoppings centers, os legítimos médio-classistas, entrando e saindo do estacionamento desses centros sem parar nas faixas de segurança, que dão preferência aos pedestres que cruzam pela calçada.

4. Homens e mulheres que fazem de seu "status social" um tapume para as injustiças e desigualdades, ostentando títulos e mais títulos acadêmicos na ânsia de serem reconhecidos pelo tão famigerado “Dr”.

5. Falsos beatos, santinhos do pau oco, que se nutrem de palavras “espiritualizadas” nas missas ou cultos e, na prática, não movem uma palha para melhorar a vida na Terra.

6. A hipocrisia das religiões (sem comentários!).

7. Gente metida à besta, intelectuais de "meia-tigela" ou de fachada, que fazem número, ou seja, marcam presença, durante os finais de semana, nas livrarias só porque têm dinheiro para comprar livros e mais livros que talvez nunca venham a ler ou, o que é pior, a entender.

8. Pessoa metida à “natureba” ou à “geração-saúde”, mas que fuma maconha ou faz apologia a essa droga com a desculpa de que ela é um produto “natural”, que desperta a “criatividade” e não faz mal à saúde.

9. Burgueses metidos a "ecologicamente" corretos, com sacolinha retornável debaixo do braço, no supermercado, com a intenção de amenizar a sua culpa pelo lixo que produzem através do consumismo incontrolável.

10. Pessoas egoístas, mesquinhas e falsas que querem levar vantagem em tudo, utilizando para isso o caminho mais fácil: a “amizade” de outras pessoas socialmente influentes, ou seja, do tal senhor QI (Quem Indica), com a finalidade de conseguirem realizar, sem maiores obstáculos, as suas façanhas.

Tenho dito por hoje!

Tânia Marques
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