Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 04, 2010

Boca no Trombone






Dez coisas que eu não suporto! (Lista número um)

Esta lista não está em ordem de importância, podendo qualquer item mudar de posição, conforme a necessidade de salientá-lo ou não.

1. Playboyzinho fazendo “racha” em via pública.

2. Burguês FDP, fazendo doação de centavinhos para os hospitais no caixa do supermercado, ajudando a tapar os furos da má administração da verba pública e ainda se achando o máximo por isso.

3. Frequentadores dos shoppings centers, os legítimos médio-classistas, entrando e saindo do estacionamento desses centros sem parar nas faixas de segurança, que dão preferência aos pedestres que cruzam pela calçada.

4. Homens e mulheres que fazem de seu "status social" um tapume para as injustiças e desigualdades, ostentando títulos e mais títulos acadêmicos na ânsia de serem reconhecidos pelo tão famigerado “Dr”.

5. Falsos beatos, santinhos do pau oco, que se nutrem de palavras “espiritualizadas” nas missas ou cultos e, na prática, não movem uma palha para melhorar a vida na Terra.

6. A hipocrisia das religiões (sem comentários!).

7. Gente metida à besta, intelectuais de "meia-tigela" ou de fachada, que fazem número, ou seja, marcam presença, durante os finais de semana, nas livrarias só porque têm dinheiro para comprar livros e mais livros que talvez nunca venham a ler ou, o que é pior, a entender.

8. Pessoa metida à “natureba” ou à “geração-saúde”, mas que fuma maconha ou faz apologia a essa droga com a desculpa de que ela é um produto “natural”, que desperta a “criatividade” e não faz mal à saúde.

9. Burgueses metidos a "ecologicamente" corretos, com sacolinha retornável debaixo do braço, no supermercado, com a intenção de amenizar a sua culpa pelo lixo que produzem através do consumismo incontrolável.

10. Pessoas egoístas, mesquinhas e falsas que querem levar vantagem em tudo, utilizando para isso o caminho mais fácil: a “amizade” de outras pessoas socialmente influentes, ou seja, do tal senhor QI (Quem Indica), com a finalidade de conseguirem realizar, sem maiores obstáculos, as suas façanhas.

Tenho dito por hoje!

Tânia Marques
dopalavraseimagens

Nenhum comentário:

Postar um comentário