Não há nada mais sagrado que as crianças. Claro que elas, na sua pureza e ingenuidade, podem gritar o nome de um candidato, correr atrás dele, se agitarem com a movimentação dos fotógrafos e cinegrafistas. E ninguém pode condenar um candidato por conversar com uma crinaça, até mesmo colocá-la no colo, porque é natural que, desde que não haja apelação, essa aproximação carinhosa aconteça.
E é até bom, porque ao contrário dos adultos, as crianças não se intimidam e muitas vezes falam o que todos pensam e poucos dizem.
Mas não é admissível que uma escola estadual monte um corinho infantil para gritar o nome de um candidato a presidente. Foi o que fez alguém da Escola Técnica Estadual de Heliópolis. E as crianças, na pureza que lhes brotou gritaram, mas “Lula, Lula, Lula”, até que um adulto, talvez alguém que se intitule professor, ou diretor, viesse “corrigi-las” para gritar “Serra, Serra”.
Com a indicação de nossos leitores, aí está o vídeo. Vergonhoso, repugnante.
Honestamente, pensei se deveria ou não reproduzi-lo, em respeito às crianças. Mostro, porque acho que o Ministério Público Eleitoral, que enxerga “uso da máquina” quando uma multidão de adultos grita o nome de Dilma, tem a obrigação de agir imediatamente, já, agora, contra esta monstruosidade. Os responsáveis por esta “escola” têm de explicar de quem partiu a ordem para isso ou se são eles, apenas, os responsáveis.
dotijolaço
Metrô retira trens novos após falhas em curvas
Comprados por R$ 30 milhões cada, eles circulavam havia cinco meses na Linha Vermelha; dos seis, dois foram trazidos da Espanha
Renato Machado –
Menos de cinco meses após começarem a circular, os novos trens da Linha 3-Vermelha do Metrô foram retirados da operação comercial por riscos aos usuários. Duas composições apresentaram na segunda-feira problemas na chamada “barra de torção” e acabaram colidindo contra a plataforma na Estação Sé. Por precaução, toda a nova frota foi recolhida aos pátios para análise e não há previsão de retorno.
Os novos trens da espanhola CAF começaram a circular na rede paulistana em 27 de março, com o objetivo de reforçar a frota na linha mais superlotada do planeta – transporta diariamente cerca de 1,5 milhão de pessoas. Cada um custou cerca de R$ 30 milhões. O mesmo contrato prevê a aquisição de mais 17 unidades, algumas para a Linha 1-Azul.
Atualmente há quatro dessas unidades em operação comercial na Linha 3-Vermelha e outras duas em fase de testes. Na segunda-feira, por volta das 8 horas (horário de pico da manhã), a composição H61 entrou desalinhada na Estação Sé e sua lateral atingiu a plataforma. Os passageiros sentiram apenas um “tranco” mais forte. O trem precisou ser evacuado e levado para o pátio de manutenção. O Metrô ressalta que a ocorrência não colocou em risco os usuários.
No mesmo dia, o trem começou a ser analisado por engenheiros da Comissão Permanente de Segurança (Copese) do Metrô – órgão que investiga “incidentes notáveis”. Foi constatada que a barra de torção – equipamento que reduz efeitos de curvas no chassi – estava travada. Por isso, o trem não voltou a se alinhar após fazer uma curva. A inclinação provocou as batidas nas plataformas.
O mesmo problema na barra de torção foi constatado na composição H62, embora em menor proporção. Dois vagões desse trem atingiram a estrutura da estação – no primeiro incidente, toda a lateral raspou na plataforma. Por isso, o Metrô determinou o recolhimento de todos os novos trens fabricados pela CAF, até que técnicos da Copese assegurem que eles obedecem às condições de segurança.
“Os incidentes não provocaram riscos aos passageiros. Mas a falha nessa barra fazia com que os trens andassem empinados e, dependendo da inclinação, poderia haver descarrilamento. Por isso foram retirados de operação”, disse um funcionário do Metrô que não quis identificar-se.
O primeiro trem da CAF já havia apresentado outro problema, que o impedia de trafegar em horários de pico. Quando estava com muitos passageiros, ele cedia e era rebaixado alguns centímetros. Por isso, o sistema de abastecimento de energia da composição – chamado conjunto coletor do terceiro trilho – ficava desalinhado da rede fornecedora e o trem não andava. Segundo o Metrô, esse problema foi totalmente corrigido.
Antes da falha das barras de torção, dois dos novos trens já circulavam no horário de semipico e os outros dois no horário de menos movimento.
Companhia diz que não houve risco aos usuários
O Metrô confirmou o incidente da manhã de segunda-feira com uma das novas composições da Linha 3-Vermelha na Estação Sé. “O trem H61, ao adentrar a plataforma da Estação Sé, na Linha 3-Vermelha, teve a tampa do painel externo de chaves raspada na plataforma”, informou, por meio de nota.
A companhia ressalta, no entanto, que a ocorrência não colocou em risco os usuários.
Segundo o Metrô, o recolhimento de todos os trens da série envolvida no incidente faz parte de um procedimento de segurança. “Seguindo rigoroso procedimento adotado pelo Metrô, em situações desta natureza, todos os trens de mesma série são imediatamente recolhidos para análise, conforme protocolo de segurança”, afirma a nota.
A companhia afirma que os engenheiros que compõem a Comissão Permanente de Segurança (Copese) estão analisando o problema, em todas as unidades da série. Os novos trens fabricados pela CAF voltarão a ser liberados para operação comercial somente após a conclusão do trabalho dos peritos. “O Metrô reafirma, ainda, que zela por total transparência.”
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