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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 18, 2011

O caso Battisti x Folha



Por Morales
Carta de Magno de Carvalho ao jornalista João Carlos Magalhães e ao jornal Folha de São Paulo a respeito da reportagem-lixo publicada pelo jornal direitoso paulista e assinada por Magalhães, difamando Cesare Battisti.
Como divulgada na lista de discussão Eskuerra (link abaixo para os arquivos públicos dessa lista:
Sr. João Carlos Magalhães e jornal Folha de São Paulo
Não pretendo continuar mantendo um debate com o Senhor sobre a infame matéria de capa que o senhor publicou na Folha de São Paulo de domingo 04/9/2011 se aproveitando da confiança que eu tinha não apenas por considerá-lo até então meu sobrinho mas principalmente pela história da sua família em especial seu pai um revolucionário perseguido, preso e torturado pela ditadura militar e coerente até os dias de hoje.
Espero encerrar esta troca de comunicação com esta resposta à sua mensagem dirigida a mim e ao companheiro Cesare Battisti a respeito da dita ou maldita matéria esperando não vir a ter doravante qualquer contato com o Senhor.
Em primeiro lugar. Quero lembrar que foi a partir de uma conversa em Brasília num jantar na presença de seus tios, que surgiu a possibilidade de uma entrevista sua com o companheiro Cesare Battisti que hoje mora em minha casa.
Nesta ocasião, o Sr. admitiu que a Folha de São Paulo sempre foi parcial contra Battisti o que depois confirmou ao companheiro quando declarou que o Editor executivo da Folha de São Paulo em reunião do qual o Sr. participou, ordenou que estava proibido qualquer jornalista se referisse o Cesare Battisti como ex-militante, ex-ativista mas sim como EX-TERRORISTA.
Varias condições foram estabelecidas para que esta entrevista fosse dada, uma delas foi de que o Senhor teria direito de veto sobre a publicação caso o Sr. não concordasse com a forma final da mesma a publicação seria suspensa e que nada seria publicado sobre declarações políticas, nada sobre a Itália, o que ocorreu na década de 70 e o que ocorre hoje; enfim a matéria versaria apenas sobre o escritor, sua obra, seu próximo livro e seus projetos sociais.
O Sr. Disse mais: que pretendia mostrar um outro lado do Cesare Battisti diferente do que setores da mídia inclusive a Folha de são Paulo tem apresentado, demonizando o militante.
E o que podemos ver no domingo passado quanto a Folha de São Paulo chega às bancas: Uma grande foto na capa, Cesare Battisti gargalhando com um copo de cerveja na mão e a manchete LA DOLCE VITA CLANDESTINA, a matéria na pagina 10 do primeiro caderno com o título em letras garrafais REVOLUÇÃO? ISTO É UMA PIADA.
O Sr. Descumpriu todos os acordos e o pior, sua matéria tem um efeito devastador como disse um advogado que se preocupa com o companheiro.
A foto e o título legenda da capa é uma provocação para grupos paramilitares e de outros de extrema direita da Europa e do Brasil.
A afirmação de que a revolução é uma piada como está no título da matéria ou como está no texto: QUE REVOLUÇÃO? ISTO É UMA PIADA além de ser uma afirmação política, que o Sr. garantiu que não sairia em nenhum momento colocada na matéria, é uma deformação proposital do que disse o companheiro Cesare, não em entrevista, mas em conversa informal como outras que ocorreram durante os três dias em que o Sr. ficou em minha casa que hoje também é a casa de Cesare .
O que ele disse em resposta a uma pergunta sua , foi que a idéia de uma revolução armada hoje no Brasil seria uma piada, ao contrário do que ocorre na África ou Países Árabes.
O Sr. Sabe muito bem que esta deformação do pensamento do companheiro serve para queimá-lo com todos os setores que o apóiam na Europa, em outros países e também no Brasil.
O Sr. Também diz nesta mensagem enviada para nós que cumpriu o acordo de não se referir a nada ocorrido na Itália nos anos de chumbo até os dias de hoje. Novamente o Sr. descumpre o compromisso além de deformar coisas e fatos comentadas em conversas informais que agora estão estampadas nas capas dos maiores jornais formais da Itália tais como: SE TIVESSEM ME MANDADO , EU TERIA MATADO.
O objetivo da matéria foi atingido basta ver os mais de seiscentos comentários no Folha online , em que a grande maioria detona Cesare Battisti e alguns até propõem uma campanha nacional pela expulsão do companheiro do país.
Por fim o Senhor diz cinicamente na sua mensagem endereçada a mim e ao Cesare que NÃO É TRAIDOR OU MAU CARÁTER POR QUE NÃO TEM CAUSA E POR TANTO NADA A TRAIR.
Esta declaração fala por si e demonstra a espécie de gente em que o Senhor se transformou.
Além de traidor e mau caráter o Senhor não passa de um mercenário, mas para um mercenário SEM CAUSA é estranho suas manifestações ideológicas contrarrevolucionárias e anticomunistas afirmadas nas conversas informais nestes dias em que ficou na minha casa. Sem dúvida seu editor-executivo o defenderá das acusações de falta de ética ou desvio de conduta apresentadas por Celso Lungaretti a ombudsman da Folha pelo Sr. se aproveitar de uma relação de parentesco (e eu realmente o considerava meu sobrinho até o último domingo) para tentar destruir a imagem de um companheiro que como ele próprio disse, lhe recebeu como um irmão.
Certamente, seu editor executivo, lhe dará até uma promoção, por se mostrar mais eficiente do que colegas seus da revista Veja, TV BANDEIRANTES, CARTA CAPITAL e outros veículos da imprensa de extrema direita e marrom do Brasil e da Itália.
Magno de Carvalho

O que está acontecendo no Chile? Desmascarando o “modelo”


O que está acontecendo no Chile? Desmascarando o “modelo”
A educação é um direito humano fundamental, e não uma mercadoria, dizem os estudantes chilenos (Foto: El Ciudadano)       


São Paulo - As manifestações por melhorias na educação chilena se aproximam dos quatro meses com a mesma intensidade do início do movimento. E com muito mais apoio e conquistas. O governo de Sebastián Piñera, após inúmeras acusações, abriu negociações, e os alunos em todo o país mantêm a mobilização, prometendo promover uma nova greve geral na próxima semana.


Em artigo para a Rede Brasil Atual, Camilla Croso, coordenadora da Campanha Latinoamericana pelo Direito à Educação (CLADE) e presidenta da Campanha Mundial pela Educação (CME), e René Varas, secretário-executivo do Foro Nacional Educación de Calidad para Todos do Chile, afirmam que o movimento coloca em xeque a visão do Chile-modelo e apresentam também a faceta de uma nação autoritária, que precisa se abrir aos ventos da liberdade e da democracia participativa. Confira.


"O que está acontecendo no Chile desmascara o que em muitas partes do mundo acreditava-se ser um modelo educacional a ser seguido, e deve ser lido na profundidade que seus protagonistas estão expressando nos discursos que a cada dia ganham mais repercussão mundial. Há mais de três meses, o movimento estudantil do ensino superior e médio, junto com o sindicato dos professores e professoras e com multidões de cidadãos e cidadãs chilenas, clamam para que a educação seja reconhecida como direito humano fundamental e para que o Estado assuma seu papel de proteger, respeitar e realizar este direito, conforme ratificou em diversos tratados internacionais, como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) ou o Protocolo de San Salvador.
A cidadania chilena foi às ruas inúmeras vezes nos últimos meses, convocando até 700.000 pessoas em manifestações públicas. Suas demandas centrais são a gratuidade da educação pública e o fim do lucro na educação. De fato, pesquisa de opinião pública do Centro de Estudos Públicos (CEP) do Chile, de julho de 2011, demonstra que 80% da população chilena rejeita o lucro na educação. Hoje, grande parte da educação privada no país está subsidiada pelo Estado. Diferentemente da educação pública, a chamada “educação subvencionada”, mesmo recebendo recursos públicos, pode selecionar os estudantes e cobrar das famílias. O resultado é uma verdadeira segregação entre pessoas de diferentes níveis de ingresso, fenômeno que vem sendo conhecido como “apartheid educacional”.


O movimento segue resistindo e manifestando-se porque, apesar de sua expressão massiva, não obteve até o momento uma resposta à altura por parte do governo. Este tem feito propostas que tangenciam as questões de fundo que hoje marcam a política educativa do Chile, caracterizada por uma concepção de educação como um mero mercado. Hoje, o acesso a uma educação de qualidade depende diretamente do poder aquisitivo das famílias, quando o Estado deveria garantir o gozo do direito por parte de todos e todas, levando a cabo medidas que, ao contrário do que ocorre, se orientem pelo preceito da equidade e não discriminação. De fato, a discriminação socioeconômica que hoje marca o sistema educacional chileno contraria frontalmente o artigo 2 do PIDESC, que obriga o Estado a garantir o exercício do direito sem discriminação alguma.


Interessante que as reivindicações desmascaram o sistema que o discurso hegemônico da comunidade internacional costumava salientar como “um modelo a ser seguido”. Os argumentos a favor desse “modelo” destacam o aumento da cobertura conquistado, mas ignoram a segregação social que o caracteriza, e a assumem como inevitável e natural. Para amenizar, afirmam, respaldando-se nos resultados da prova PISA, que essa desigualdade diminuiu nos últimos anos. Sabe-se que essa pequena redução na distância entre os grupos privilegiados e os mais desfavorecidos – que se dá apenas na área de leitura, é bom lembrar - é ainda muito pouco significativa. O mesmo PISA reconhece que estamos falando do sistema mais segregado no qual é aplicada essa prova.


Deve-se admitir o que é evidente: uma das principais barreiras à qualidade educativa é a própria segregação social produzida no interior do sistema educacional chileno. A atual distribuição dos estudantes em distintos tipos de instituições educativas de acordo com sua origem social e ingresso familiar é discriminatória e compromete uma aprendizagem em sintonia com o conjunto dos direitos humanos. Isso é válido para os conhecimentos medidos pelo PISA, mas, acima de tudo, para que se aprenda a viver em uma sociedade que valorize a diversidade e combata a desigualdade.


As críticas ao modelo chileno que hoje vem a público são feitas há muito tempo por organismos e instâncias de direitos humanos internacionais. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, por exemplo, em um compilado de observações sobre os países da América Latina e Caribe, questionou a qualidade segmentada por condição de renda, assim como porque o governo fazia a opção política de subvencionar as escolas privadas ao invés de promover as escolas públicas e em que medida o preceito básico da gratuidade se fazia presente na educação.


Em carta enviada no dia 24 de agosto ao atual Relator Especial para o Direito à Educação, Kishore Singh, entidades de acadêmicos e o Foro Nacional de Educação para Todos do Chile apontam que o Estado chileno não cumpre com três de seus deveres jurídicos: a progressividade, a proibição da regressividade e a proibição da discriminação. O documento aponta que não só a gratuidade da educação não progrediu tal como prevêem os instrumentos de direitos humanos internacionais. Ao contrário, a oferta de educação gratuita regrediu, bem como ocorreu com a legislação que impede o lucro e o negócio da educação. Uma expressão disso é a queda no percentual do PIB dedicado à educação: passou de aproximadamente 7% em 1970 para cerca de 4,4% atualmente.


Mas não é apenas o direito à educação que está sendo violado no Chile. É também o direito à vida e à liberdade de expressão. A crescente criminalização do movimento cidadão é da maior gravidade e já levou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no dia 6 de agosto, a solicitar informações ao governo chileno sobre os episódios de violência durante os protestos do dia 4, incluindo uso desproporcional da força, detenções arbitrárias e centenas de feridos. Ao longo do mês, o uso da violência escalou, passando de bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água a armas de fogo. Na última quinta feira, 25 de agosto, o estudante de 16 anos Manuel Gutiérrez morreu baleado com um tiro no peito. Os acontecimentos no Chile vêm repercutindo por toda a América Latina e em outros continentes, deixando em evidência que a concepção de educação como direito humano fundamental está em risco assim como o direito à livre manifestação"


Camilla Croso é coordenadora da Campanha Latinoamericana pelo Direito à Educação (CLADE) e presidenta da Campanha Mundial pela Educação (CME). René Varas é Secretário Executivo do Foro Nacional Educación de Calidad para Todos do Chile.

Manifestantes ocupam Wall Street



Centenas de manifestantes se reuniram neste sábado no sul de Manhattan com o objetivo de ocupar as ruas do centro financeiro de Wall Street durante meses, inspirados pelos protestos da primavera árabe e dos indignados na Espanha.

Por volta do meio-dia em Nova York (13h em Brasília), dezenas de pessoas começaram a concentrar-se no parque Bowling Green, onde se encontra a famosa escultura do touro símbolo de Wall Street.

Com o lema "Agarre o touro pelos chifres" em seus panfletos, os organizadores do movimento "Occupy Wall Street" buscavam atrair cerca de 20 mil pessoas em um acampamento, e montar barricadas pacíficas para ocupar o local por alguns meses, segundo a declaração de objetivos divulgada no site do movimento.
"Como nossos irmãos e irmãs no Egito, Grécia, Espanha e Islândia, planejamos usar a tática revolucionária de ocupação em massa para restaurar a democracia nos Estados Unidos", afirmam os organizadores.

A campanha, iniciada por ativistas anônimos e respaldada pela revista canadense sem fins lucrativos "Adbuster", ganhou apoio do grupo anarquista Anonymous, conhecido por seus ataques piratas online, que se ofereceu a transmitir ao vivo o acontecimento na Internet.

A base do protesto é a isenção de impostos dos maiores acumuladores de riquezas do país, em contraponto com as altas taxas pagas pela população. "O que temos em comum é que somos 99% da população que não tolerará mais a cobiça e a corrupção do outro 1%", diz a declaração de intenções.

O Departamento policial de Nova York, que fechou o tráfego das ruas principais do distrito financeiro, não ofereceu por enquanto números oficiais de manifestantes, embora vários veículos da imprensa tenham citado centenas de pessoas.

Na rede social Twitter, a tag #occupywallstreet, transformada em uma das mais populares do dia desde a manhã, foi substituída horas mais tarde por #takewallstreet, depois que os organizadores da campanha denunciaram o bloqueio da primeira.

A maioria dos presentes, segundo o site oficial, eram "jovens, bem educados e mal pagos", que não buscam a violência e têm "o interesse de devolver os Estados Unidos nas mãos dos cidadãos individuais". O grupo planeja organizar concentrações similares em outros pontos do país, sendo a próxima no dia 6 de outubro em Washington.

*esquerdopata

Às margens da BR-060, o crescimento é chinês


Às margens da BR-060, o crescimento é chinês

A expansão do eixo Brasília-Goiânia coloca a região como o 3º maior aglomerado urbano do país. O pib ao longo da rodovia soma R$ 230 bilhões. De cada R$ 10 gerados em riqueza pelo Centro-Oeste, R$ 7 estão à beira do trecho


O trecho da BR-060 entre Brasília e Goiânia é o espelho do desenvolvimento de uma região que cresce a taxas chinesas, avança pelo Planalto Central e se consolida como o maior mercado do país fora do eixo Rio-São Paulo. As riquezas produzidas no caminho que divide dois centros consumidores em franca expansão já respondem por um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 230 bilhões, em valores atualizados. É como se cada quilômetro da rodovia movimentasse mais de R$ 1 bilhão. O montante representa em torno de 6% do PIB do Brasil e quase 70% do PIB da região Centro-Oeste.

Cerca de 9 milhões de pessoas vivem hoje ao longo dos 209km do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia. A soma supera o número de habitantes das regiões metropolitanas de Porto Alegre e Recife e faz do corredor a terceira maior aglomeração do Brasil. Segundo projeções demográficas, a população deve mais que dobrar em 20 anos e alcançar, em 2030, o total de 20 milhões de pessoas. Especialistas preveem que a malha urbana entre as capitais federal e de Goiás se entrelace em uma velocidade assustadora nos próximos anos.

Ao longo da última semana, o Correio percorreu a rodovia em toda a sua extensão e constatou o crescimento econômico do eixo. Aos poucos, os municípios goianos de beira de estrada ganham vida própria e se livram do estigma de cidade-dormitório. Alexânia, a 60km do centro de Brasília, se prepara para receber em março do ano que vem o segundo shopping do país exclusivamente com outlets de lojas de grife. Não há mais lotes disponíveis ao lado do terreno onde o empreendimento será erguido.

Abadiânia, 28km adiante, no caminho de Goiânia, assiste a uma invasão cada vez maior de estrangeiros que chegam para conhecer a Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium João de Deus atende uma média de 1,5 mil visitantes por dia. O aumento da frequência de voos internacionais em Brasília impulsionou o movimento no centro espiritual. Euro e dólar viraram moedas correntes na cidade. Pousadas e restaurantes estão sempre cheios e a procura por imóveis nas redondezas só aumenta.

Distante 53km da capital goiana, Anápolis conquistou independência e vive sua melhor fase econômica. O PIB local saiu de R$ 2,15 bilhões, em 2002, para
R$ 7,80 bilhões, no ano passado. As 22 mil toneladas de cargas que passam pelo Porto Seco Centro-Oeste todo mês ajudam a explicar o salto de 262% no período. O polo industrial anapolino reúne 130 empresas, incluindo multinacionais dos segmentos automobilístico e farmacêutico. Todas estão em processo de expansão.

Comércio de base
A duplicação da rodovia, concluída em 2008 após 20 anos de obras, aqueceu o desenvolvimento. Entre Brasília e Goiânia, o viajante já tem à disposição pelo menos 20 pontos de parada. De
olho no potencial consumidor provocado por um fluxo de 60 mil carros por dia, postos de combustíveis ampliam a área comercial e pequenas residências se transformam em restaurantes e empórios. Moradores vendem de panela de alumínio a móveis rústicos, passando por frutas típicas da região.

Redes nacionais e até internacionais de hotéis despertaram interesse em se instalar no eixo. Focado principalmente no Lago Corumbá IV, o mercado da pesca e do turismo rural ferve ao redor da BR-060. Propriedades rurais também se destacam. Mora em uma fazenda perto de Alexânia, por exemplo, a vaca zebuína recordista mundial em produção de leite. De alambiques pertencentes ao mesmo município, saem cachaças distribuídas para o país inteiro.

A conurbação entre as duas capitais é encarada como processo natural e inevitável. “Não há como ser diferente. Necessariamente, temos de pensar na expansão econômica nesse trecho. Caso contrário, as pessoas continuarão vindo para Brasília com a ilusão de encontrar aqui o que procuram”, pondera o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Jacques Pena. O desenvolvimento ao longo da BR-060 pode amenizar o inchaço do Entorno da capital federal, com criação de emprego e renda.

Os governos do DF e de Goiás vislumbram há décadas as possibilidades na região. A falta de políticas públicas integradas, no entanto, nunca permitiu um desenvolvimento mais eficaz. “Temos uma cidade com a maior renda per capita do país, uma Goiânia com qualidade de vida e o maior distrito industrial do Centro-Oeste no meio do caminho. Não há o que discutir: somos um eixo de sucesso”, diz o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Alexandre Braga.

Na última década, diversos estudos destacaram o potencial do eixo Brasília-Goiânia. Em 2004, a Federação das Indústrias do DF (Fibra) concluiu um deles. “Essa região cresce naturalmente. Com um pouco mais de atenção, cresceria muito mais, de maneira mais veloz e ordenada”, afirma o presidente da Fibra, Antônio Rocha. Ele reforça que há um grande número de investidores internacionais dispostos a desembarcar no corredor.

Para o economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) Cláudio Henrique de Oliveira, o problema, ao contrário do que se espera, é que as duas unidades da Federação competem entre si na atração de empresas e incentivos fiscais. “Cada um pensa em si. Não há uma política industrial continuada que valorize as potencialidades. Não se pensa no todo”, critica. Este ano, os setores produtivos do DF e de Goiás voltaram a se reunir para discutir projetos em comum.

Radiografia
9 milhões
Total da população que inclui
todos os municípios e áreas
rurais entre Brasília e Goiânia


R$ 230 bilhões

PIB do eixo Brasília-Goiânia,
em valores atualizados


70%
Participação do eixo Brasília-Goiânia
no PIB do Centro-Oeste


6%
Participação do eixo Brasília-Goiânia
no PIB do Brasil

DIEGO AMORIM

Murdoch e o espírito do capitalismo

Por Laurindo Lalo Leal Filho, no sítio Vermelho:

A falta de leitura dos clássicos nos cursos de comunicação – O Capital, entre eles – obriga-me, muitas vezes, a recorrer a comparações singelas para explicar em palestras para estudantes a formação dos monopólios na mídia.

Preciso, antes de tudo, dessacralizar as empresas de comunicação. Por ingenuidade ou má fé, elas são vistas ou apresentadas apenas como instituições sociais, obscurecendo a natureza capitalista de suas estruturas básicas.

Wagner Moura: "Eu não falo com a revista Veja"



Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elistista".
Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elitista".
Dando uma pausa na linha literária. Terminei de ler a entrevista do ator Wagner Moura na edição deste mês da revista “Caros Amigos”. Recomendo a leitura. Entre outros assuntos, o ator fala (ainda) sobre as polêmicas em torno do filme Tropa de Elite e diz o que pensa da mídia brasileira.
Wagner declarou, sem meias palavras, que não dá entrevistas à “Veja”, por considerá-la “uma revista de extrema direita brasileira”. Confira um aperitivo:
“A linha editorial da revista Veja, uma revista de extrema direita brasileira. Eu me lembro claramente de uma capa da revista Veja que me indignou profundamente, sobre o desarmamento, que dizia assim: “Dez motivos para você votar ‘Não’ “. Eu me lembro claramente da revista Veja elogiando Tropa de Elite pelos motivos mais equivocados do mundo. E semana sim, semana não está sacaneando colga nosso: Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini, de uma forma escrota, arrogante, violenta. Outro motivo é que na revista Veja escreve Diogo Mainardi! Eu não posso compactuar com uma revista dessas, entendeu? Conservadora, elitista. Então, não falo com a revista Veja, assim como não falo para a revista Caras. Agora, a mídia é um negócio complexo, importante. A imprensa brasileira, nessa episódio agora do Congresso, cumpre um papel sensacional. Achei ótimo o fim dessa lei de imprensa, careta, antiga. Acho que a imprensa tem que se sentir livre e trabalhar e quem se sentir agredido por ela entra em juízo e processa”.
Pegando carona na metáfora usada pelo ator em outro trecho da entrevista, muita gente ainda não tomou a pílula nem despertou para o deserto do real – são os que ainda estão conectados à Matrix. Felizmente, é uma espécie cada vez menos numerosa.
*umpoucodetudodetudoumpouco

Veja mente, simplesmente

A Veja, que se aposentou do jornalismo para dedicar-se a arte da intriga e da difamação, publica uma matéria em que afirma que eu e o deputado Paulo Pereira da Silva estivemos com o chefe de Gabinete da Presidenta Dilma Roussef, Gilles Azevedo, elencando “suspeitas de irregularidades no ministério” do Trabalho.  Estive com  Gilles, como várias vezes faço, pois se trata de um velho amigo, discutindo política. Não fui a ele  com o deputado Paulinho, não discuti assuntos de ministério algum e não tenho nenhuma posição administrativa lá dentro do Ministério do Trabalho que me permitisse, se houvesse, saber de qualquer assunto que não seja público. Fui procurado por um repórter da Veja e, mesmo com toda a consideração pessoal ao profissional que me procurou, não conversei com ele.
Os leitores deste blog sabem que não trato de questões partidárias aqui, nos jornais e muito menos através da Veja ou de qualquer dirigente de Governo. Se a revista tem fatos e provas contra alguém, é seu direito e dever publicar. Mas não me coloque no meio de suas intrigas. Aliás, lamento que diante da Veja não se possa conversar sobre coisa alguma, nem sobre resultado de jogo de futebol
*Tijolaço 



Repórter da Veja pode ser condenado

No blog Os amigos do Brasil:

A investigação policial sobre a tentativa de invasão de uma suíte ocupada pelo ex-ministro José Dirceu por um repórter da revista Veja acaba de ser concluída. O chefe da 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, Laércio Rosseto, chegou à conclusão que o jornalista Gustavo Ribeiro realmente tentou violar a suíte ocupada pelo petista no Hotel Naoum Plaza, em Brasília, no dia 24 de agosto de 2011. “O jornalista alega que a intenção era a de verificar se o alvo de sua reportagem estava mesmo hospedado no hotel, mas também admitiu que tentou entrar em um ambiente privado”, disse o delegado ao 247.


Rosseto colheu depoimentos de Dirceu e do repórter, além da camareira para quem Gustavo pediu que abrisse o quarto, e, também, do responsável pela segurança do hotel. O resultado da investigação, apoiada em imagens do circuito interno do hotel, cópia dos depoimentos e outros documentos, será encaminhado para o Juizado Especial Criminal de Brasília, que vai decidir se abre processo contra Gustavo. A remessa ocorre já na próxima semana.

Em depoimento feito na delegacia no dia 29 de agosto, a camareira cujo nome não foi revelado contou que Gustavo Ribeiro pediu a ela para que abrisse os dois quartos conjugados ocupado por Dirceu no 16º andar. Ribeiro alegou que as ocupações eram ocupadas por ele próprio, segundo a versão da camareira, mas que esquecera as chaves do lado de dentro. A funcionária do Naoum Plaza afirmou ao delegado que negou o pedido porque tinha “segurança” de que as suítes eram ocupadas pelo ex-ministro petista – e não pelo jornalista.

Segundo a camareira, o repórter “reiterou o pedido, insistindo para que abrisse o apartamento”. A funcionária, então, consultou uma lista de hóspedes do andar privativo e, em seguida, pediu ao repórter para se identificar pelo nome. Ele disse chamar-se Gustavo, mas continuou insistindo em entrar. Enquanto fazia “sucessivas negativas”, na expressão da própria camareira ao delegado, de abrir a porta, ela não encontrou o nome dele na lista. O jornalista da Veja, então, disse que havia se enganado e foi embora.

Mais tarde, porém, Ribeiro hospedou-se no mesmo andar em que fica a suíte que Dirceu ocupava. Em depoimento dado ao delegado no dia 6 de setembro, o repórter afirmou que não chegou a passar a noite no hotel, mas assumiu que pedira para que a camareira abrisse o quarto do ex-ministro. Em sua defesa, o profissional de Veja se defendeu dizendo que o objetivo era somente verificar se Dirceu estava mesmo hospedado no hotel, conforme lhe havia sido informado, e não para entrar no quarto.

Imagens do circuito interno de segurança do Naoum, entregues à polícia pelo hotel, mostram o momento em que Gustavo e a camareira se encontram no corredor do 16º andar. Não houve registro, porém, de áudio do diálogo.

A conclusão do delegado Rosseto é fria: “Quando alguém aluga um quarto de hotel, aquele lugar passar a ser como sua propriedade. Ele pode usar como bem entender, como residência ou escritório. A tentativa de entrar num quarto de hotel de outra pessoa é uma tentativa de crime. Tudo o que me foi informado oficialmente coaduna realmente para que o direito de Dirceu de usar seu quarto foi violado”, disse Rosseto ao Brasil 247.

O depoimento do jornalista foi acompanhado por três advogados da Editora Abril, enviados à Brasília pela sede em São Paulo. Eles, porém, não puderam falar durante o interrogatório. A defesa do repórter, segundo apuração de 247, só aceitou que Ribeiro prestasse depoimento depois de consultar o que já havia sido apurado pela Polícia Civil de Brasília.

Também acompanhado por um advogado, José Dirceu foi interrogado no início do mês, no mesmo final de semana em que aconteceu o 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília. O ex-ministro confirmou que se hospeda no hotel sempre que está em Brasília e que ocupava aqueles quartos no dia da tentativa de invasão.

Respondendo ao questionamento feito pela revista Veja, de que as diárias das suítes são pagas pelo escritório de advocacia Tessele e Madalena, Dirceu afirmou ao delegado que seu escritório, Oliveira e Silva Ribeiro Advogados, tem um “contrato de sociedade” com o Tessele e Madalena. Ele entregou um atestado da OAB-DF (Ordem dos Advogados de Brasília), confirmando a existência dasociedade desde 27 de dezembro de 2007.

Entre os documentos recolhidos pela polícia está também um contrato entre o Naoum e o escritório Tessele e Madalena para a locação dos quartos, especificando os números, para uso exclusivo de Dirceu. “Está tudo dentro da legalidade”, atestou Laércio.

Grampo

A investigação da Polícia Civil, que durou duas semanas, se limitou a apurar a tentativa de invasão. Apesar de não confirmar, o delegado declarou que “existe uma grande possibilidade” de as imagens dos corredores do hotel divulgadas em matéria da Veja no fim de agosto serem mesmo do circuito de segurança do próprio estabelecimento. “Existe uma semelhança grande [entre as imagens divulgadas e as entregues pelo hotel]”, disse Laércio.

Na reportagem, Dirceu aparece, em momentos diferentes, ao lado de deputados, senadores, do ministro de Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel, e do presidente da Petrobrás, José Gabrielli. A revista acusa o petista de manter um “gabinete” no hotel, de montar um poder paralelo ao Planalto e tramar pela queda do ex-ministro Antônio Palocci da Casa Civil e contra o governo de Dilma Rousseff.

Segundo o delegado Rosseto, há indícios de que as imagens divulgadas foram mesmo captadas entre maio e junho, período que antecedeu a saída de Palocci do governo. O gerente-geral do Hotel Naoum, Rogério Tonatto, ainda acredita que Veja tenha feito um grampo de imagens no andar da suíte de Dirceu. O delegado chegou a perguntar ao repórter como ele havia obtido as imagens, mas Ribeiro não quis responder, se assegurando no direito ao sigilo da fonte.

Se condenado pelo crime de tentativa de invasão de domicílio, Gustavo Ribeiro pode pegar de um a três meses de prisão. O fato de a tentativa não ter se concretizado em ato pode aliviar a eventual punição. Só o repórter responderá em juízo pois, segundo Rossetoo, não há evidências de que ele tenha recebido ordens para praticar a invasão. (Do portal Brasil 247).



Capas confirmam: "Veja" não faz jornalismo

A foto ideologizada que demoniza o líder do MST 
e a "matéria" que trata a reforma agrária como
caso de polícia.
Momentos de delírio absoluto... 
Veja assume o papel de Mãe Dinah e faz do jornalismo
um exercício de adivinhação e de futurismo. 
O motivo é político: ocupar o espaço da oposição.
Pois é, era o presidente moderno e perfeito
para o Brasil da redemocratização. 
Jornalismo virou marketing político.
Deu no que deu...
Ilações e suposições, achismos e nenhuma novidade.
"Jornalismo" feito sem fontes.

Valeu até tentar invadir quarto de hotel.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) viu-se obrigada a vir a público para dizer: 
cuidado, não é verdade!
A revista das celebridades.
Enquanto a revolução acontecia nas ruas do Egito,
a capa era sobre "bom-mocismo" (e notem ainda que
Veja chama árabes de "radicais islâmicos").
Em tom de alerta, o preconceito escancarado. 
Só faltou completar a manchete e escrever: 
"essa nova classe média não sabe mesmo votar!".
Gato por lebre - era a opinião da revista,
mas surgiu travestida de "reportagem". 

E o tal do ouvir sempre o "outro lado",
princípio elementar do bom Jornalismo?
Os dólares? Jamais apareceram. Apuração, rigor e precisão -
a gente não vê por aqui. Até os EUA disseram
que a revista estava exagerando.
O desejo da revista, antes da
eleição de Dilma...
... e o desejo da revista, quando
a eleição de Dilma já era inevitável.
O julgamento não tinha acontecido.
Mas a revista já estabelecia a sentença.
Jornalismo policialesco e espetacularizado,
versão I.
Precisa mesmo escrever alguma coisa?
Veja insiste no erro.

Jornalismo policialesco e espetacularizado,
versão II.
Uma das especialidades? Disseminar pânico e
histeria coletiva. "Jornalismo" de oposição, mais uma vez.

Equilíbrio e honestidade -
a gente também não vê por aqui.
Os tablóides sensacionalistas 
ingleses não fariam melhor.
E, vamos combinar, selecionei apenas algumas das capas mais representativas do "não jornalismo" praticado por Veja. Os leitores do Blog certamente se lembrarão de inúmeras outras...

Aécio e Ricardo Teixeira abraçados

Por Lucas Figueiredo, em seu blog:
Três meses atrás, o blog noticiou que um relatório do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) apontava indícios de graves irregularidades nos contratos e na execução das obras do estádio do Mineirão. Os contratos foram fechados e iniciados na segunda gestão de Aécio Neves no Governo de Minas (2007-2010). O relatório do TCE-MG apontava ausência de licitação, pagamento por serviços não prestados e superfaturamento, entre outras irregularidades. No blog, quatro posts trataram do assunto:
1) A explosiva proximidade de Aécio com Ricardo Teixeira;
2) Exclusivo: trechos do relatório do TCE sobre as obras do Mineirão que pode complicar a vida de Aécio;
3) Ricardo Teixeira, Aécio Neves e as obras do Mineirão;
4) Vídeo mostra Aécio autorizando as obras do Mineirão apontadas como superfaturadas em relatório do TCE.
No primeiro post, eu dizia o seguinte: “Quando governava o Estado, Aécio se aproximou bastante de Ricardo Teixeira, presidente do comitê organizador da Copa 2014, e se envolveu de forma pesada nas articulações para fazer de Minas uma das principais sedes do evento. O negócio é bruto. Só as obras do Mineirão deverão consumir algo em torno de R$ 1 bilhão”. Tanto dinheiro público, sabe-se agora pelo o relatório do TCE, é gasto de forma no mínimo nebulosa. Um exemplo: o escritório de arquitetura de um amigo de Aécio, Gustavo Penna, foi contratado sem licitação por R$ 17,8 milhões”. Pois bem, na segunda-feira passada, em seu artigo semanal na Folha de S.Paulo, Aécio escolheu como tema as obras públicas para a Copa de 2014. Colocando-se como juiz da partida jogada pelo governo federal na Copa, o senador criticou o polêmico regime especial de contratação das obras, o RDC. Escreveu o tucano: “A falta de transparência nessas contratações e a urgência nos prazos poderão resultar em desperdício de dinheiro e em chances de corrupção. Infelizmente, outros dois velhos conhecidos do país”. Quanto ao jogo jogado em Minas com o dinheiro público, do qual Aécio foi e ainda é cartola, nada. Nenhuma palavra também sobre relatório do TCE-MG. Apenas silêncio. A severidade seletiva do tucano não foi perdoada pelo Movimento Minas sem Censura, que reúne opositores de Aécio no Estado ligados ao PT, PMDB e PCdoB. Em nota divulgada à imprensa, o MSC afirmou: “Quem é Aécio Neves para elucubrar sobre gestão, planejamento e transparência? Há, inclusive, a proposta de uma CPI na Assembleia Legislativa de Minas para apurar tais irregularidades nas obras do Mineirão. Evidentemente, sua base parlamentar impede a instalação da mesma”. Isto é Aécio: um discurso.

*OCarcará

Igualdade racial é pra valer

Campanhas assim ainda são necessárias até que não sejam mais necessárias.

"Com o tema: Igualdade racial é pra valer, a campanha propõe uma mobilização por um País sem racismo, onde todas as pessoas tenham os mesmo direitos.

Um país onde mulheres e homens, independentemente da sua cor, possam crescer e exercer sua cidadania de forma plena, desfrutando igualmente dos direitos econômicos, culturais, sociais, civis e políticos, sem distinção. Um grande movimento para unir o Brasil de ponta a ponta, como uma grande nação.

Abrace essa causa.

Todos podem e devem participar. Empresas públicas e privadas, agente financeiros, clubes esportivos, indústrias, comércio, movimentos sociais, associações comunitárias e, sobretudo, todos os brasileiros. O importante é mobilizar o país, promover ações em todas as camadas sociais, conversar abertamente sobre o assunto, buscar soluções e dar um passo à frente nos caminhos pelo fim do racismo."

Acesse e participe: www.igualdadepravaler.com.br
*Nota de Rodapé

Tudo, e duma só vez

Quarta-feira, uma coligação de organizações pacifistas israelitas publicou uma lista de cinquenta razões pelas quais israel deveria apoiar um Estado palestiniano.
Mesmo concordando com apenas cinco delas, não seriam suficientes? Qual exactamente a alternativa agora que os céus estão a fechar-se à nossa volta?

O que vamos dizer dizemos na próxima semana na ONU? O que poderíamos dizer?
Se estivéssemos na Assembleia Geral ou no Conselho de Segurança, deveríamos expor nossa completa nudez: israel não um Estado palestiniano. Ponto.
E não há único argumento para justificar a actual situação o negar um reconhecimento internacional do Estado.
[...]

A próxima semana será o momento da verdade para israel, ou mais precisamente o momento em que o seu engano será revelado ao público. Tanto o presidente, como o primeiro-ministro ou o embaixador nas Nações Unidas, seriam incapazes de ficar diante dos representantes das Nações do mundo e explicar a lógica de israel, nenhum deles seria capaz de convencê-los de que há algum mérito na posição israelita.

Trinta anos atrás, israel assinou um acordo de paz com o Egipto no qual dizia de "reconhecer os direitos legítimos do povo palestiniano" e estabelecer uma autoridade autónoma nos territórios ocupados e na Faixa de Gaza dentro de cinco anos. Nada disso aconteceu.

Dezoito anos atrás, o primeiro-ministro de israel assinou os Acordos de Oslo, com os quais israel empenhava-se para iniciar as conversações para chegar a um acordo final com os Palestinianos, dentro de cinco anos. Também isso não aconteceu. A maioria das disposições do acordo, desde então, têm falhado, na maioria dos casos por causa de israel. O que poderá dizer acerca de tudo isso apoiante de israel nas Nações Unidas?

Durante anos, israel disse que Yasser Arafat era o único obstáculo para a paz com os Palestinianos.
Arafat está morto, e mais uma vez nada aconteceu.
israel disse que se o terrorismo tivesse parado, uma solução teria sido encontrada.
O terrorismo parou, e ainda nada.

As desculpas de israel tornaram-se cada vez mais vazia e a nua verdade está cada vez mais visível: israel não quer chegar a um acordo de paz que envolva o estabelecimento dum Estado palestiniano. A coisa não pode ser ainda ocultadas pelas Nações Unidas. E o que israel e Netanyahu podem esperar dos Palestiniano? [...]

A verdade é que os Palestinianos têm apenas três opções, não quatro: rendição sem condições e prosseguir com a  ocupação israelita ao longo de mais 42 anos; lançar uma terceira intifada; ou tentar mobilizar o mundo.
Escolheram a terceira opção, o menor dos males a partir da perspectiva israelita. O que poderia afirmar israel acerca disso, que é um movimento unilateral, como disseram os Estados Unidos? O que resta aos Palestinianos? A arena internacional. E se nem isso conseguirá salva-los, então haverá outra revolta do povo nos territórios.

Os Palestinianos nos Territórios Ocupados agora são três milhões e meio, e não vão viver para outros 42 como marginalizados, sem direitos civis. Conseguirão Netanyahu e Shimon Peres ser capazes de explicar porque os Palestinianos não merecem o  seu próprio Estado?


Este não é um texto dum blogueiro antissemita, mas um texto escrito per israelitas, publicado por Gideon Levy num diário israelita, Haaretz.

Há, também no interior de israel, pessoas que não entendem.
Não entendem, por exemplo, a política aparentemente "suicida" do primeiro-ministro.

Em poucos dias, israel conseguiu prejudicar os relacionamentos com a Turquia, antigo aliado, com o Egipto, e atacar, sem fornecer justificação nenhuma, os territórios ocupados, matando 15 pessoas.

Cada vez mais isolado, israel não apenas não revê as próprias posições como até exaspera os tons: Netanyhau chama em causa ameaças existenciais e utiliza uma política de arrogância para instrumentalizar o medo.

Parece uma atitude sem sentido.
Mas, talvez, haja duas possíveis interpretações.

A primeira vê israel aumentar o preço do reconhecimento do Estado palestiniano. Na próxima semana será complicado impedir tal reconhecimento nas Nações Unidas: israel está ciente disso e pode exasperar os tons agora para obter mais depois, como "compensação" pela derrota internacional.

Mas é uma hipótese fraca.
Se o medo de israel estivesse relacionado com a decisão das Nações Unidas, Tel Aviv deveria ter procurado alguns entendimentos com os outros Países da área médio-oriental. E não, como fez, um isolamento ainda maior.

Por isso sobra a segunda hipótese, infelizmente: preparação em vista dum novo conflito. Talvez não imediato, mas algo para o qual é bem preparar-se, pois há muitas coisas que têm de ser "ajeitada" na zona:
os tediosos Palestinianos;
os velhos aliados, os Turcos;
os novos islâmicos no poder, o Egipto;
o aqui-inimigo, o Irão;
o velho inimigo, a Síria;
as bombas que continuam a explodir, o Iraque.

Poderia ser possível encarar um problema de cada vez, mas israel não parece desejosa de seguir esta estrada, como demonstram os recentes acontecimentos na Turquia, na Palestina e no Egipto.

Não seria mais prático encontrar uma única resposta para resolver tudo e duma só vez?
Não é verdade que as guerras fazem também milagres nos casos de economias em dificuldades?

(Nota final, tomamos nota: agora que a guerra da Líbia está "resolvida", eis que aparece um novo caso, óptimo para manter elevada a tensão internacional. Tudo segundo os planos...)


Ipse dixit.
*InformaçãoIncorreta