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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 18, 2011

Wagner Moura: "Eu não falo com a revista Veja"



Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elistista".
Wagner Moura diz que revista Veja é "reacionária", "conservadora" e "elitista".
Dando uma pausa na linha literária. Terminei de ler a entrevista do ator Wagner Moura na edição deste mês da revista “Caros Amigos”. Recomendo a leitura. Entre outros assuntos, o ator fala (ainda) sobre as polêmicas em torno do filme Tropa de Elite e diz o que pensa da mídia brasileira.
Wagner declarou, sem meias palavras, que não dá entrevistas à “Veja”, por considerá-la “uma revista de extrema direita brasileira”. Confira um aperitivo:
“A linha editorial da revista Veja, uma revista de extrema direita brasileira. Eu me lembro claramente de uma capa da revista Veja que me indignou profundamente, sobre o desarmamento, que dizia assim: “Dez motivos para você votar ‘Não’ “. Eu me lembro claramente da revista Veja elogiando Tropa de Elite pelos motivos mais equivocados do mundo. E semana sim, semana não está sacaneando colga nosso: Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini, de uma forma escrota, arrogante, violenta. Outro motivo é que na revista Veja escreve Diogo Mainardi! Eu não posso compactuar com uma revista dessas, entendeu? Conservadora, elitista. Então, não falo com a revista Veja, assim como não falo para a revista Caras. Agora, a mídia é um negócio complexo, importante. A imprensa brasileira, nessa episódio agora do Congresso, cumpre um papel sensacional. Achei ótimo o fim dessa lei de imprensa, careta, antiga. Acho que a imprensa tem que se sentir livre e trabalhar e quem se sentir agredido por ela entra em juízo e processa”.
Pegando carona na metáfora usada pelo ator em outro trecho da entrevista, muita gente ainda não tomou a pílula nem despertou para o deserto do real – são os que ainda estão conectados à Matrix. Felizmente, é uma espécie cada vez menos numerosa.
*umpoucodetudodetudoumpouco

Veja mente, simplesmente

A Veja, que se aposentou do jornalismo para dedicar-se a arte da intriga e da difamação, publica uma matéria em que afirma que eu e o deputado Paulo Pereira da Silva estivemos com o chefe de Gabinete da Presidenta Dilma Roussef, Gilles Azevedo, elencando “suspeitas de irregularidades no ministério” do Trabalho.  Estive com  Gilles, como várias vezes faço, pois se trata de um velho amigo, discutindo política. Não fui a ele  com o deputado Paulinho, não discuti assuntos de ministério algum e não tenho nenhuma posição administrativa lá dentro do Ministério do Trabalho que me permitisse, se houvesse, saber de qualquer assunto que não seja público. Fui procurado por um repórter da Veja e, mesmo com toda a consideração pessoal ao profissional que me procurou, não conversei com ele.
Os leitores deste blog sabem que não trato de questões partidárias aqui, nos jornais e muito menos através da Veja ou de qualquer dirigente de Governo. Se a revista tem fatos e provas contra alguém, é seu direito e dever publicar. Mas não me coloque no meio de suas intrigas. Aliás, lamento que diante da Veja não se possa conversar sobre coisa alguma, nem sobre resultado de jogo de futebol
*Tijolaço 



Repórter da Veja pode ser condenado

No blog Os amigos do Brasil:

A investigação policial sobre a tentativa de invasão de uma suíte ocupada pelo ex-ministro José Dirceu por um repórter da revista Veja acaba de ser concluída. O chefe da 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, Laércio Rosseto, chegou à conclusão que o jornalista Gustavo Ribeiro realmente tentou violar a suíte ocupada pelo petista no Hotel Naoum Plaza, em Brasília, no dia 24 de agosto de 2011. “O jornalista alega que a intenção era a de verificar se o alvo de sua reportagem estava mesmo hospedado no hotel, mas também admitiu que tentou entrar em um ambiente privado”, disse o delegado ao 247.


Rosseto colheu depoimentos de Dirceu e do repórter, além da camareira para quem Gustavo pediu que abrisse o quarto, e, também, do responsável pela segurança do hotel. O resultado da investigação, apoiada em imagens do circuito interno do hotel, cópia dos depoimentos e outros documentos, será encaminhado para o Juizado Especial Criminal de Brasília, que vai decidir se abre processo contra Gustavo. A remessa ocorre já na próxima semana.

Em depoimento feito na delegacia no dia 29 de agosto, a camareira cujo nome não foi revelado contou que Gustavo Ribeiro pediu a ela para que abrisse os dois quartos conjugados ocupado por Dirceu no 16º andar. Ribeiro alegou que as ocupações eram ocupadas por ele próprio, segundo a versão da camareira, mas que esquecera as chaves do lado de dentro. A funcionária do Naoum Plaza afirmou ao delegado que negou o pedido porque tinha “segurança” de que as suítes eram ocupadas pelo ex-ministro petista – e não pelo jornalista.

Segundo a camareira, o repórter “reiterou o pedido, insistindo para que abrisse o apartamento”. A funcionária, então, consultou uma lista de hóspedes do andar privativo e, em seguida, pediu ao repórter para se identificar pelo nome. Ele disse chamar-se Gustavo, mas continuou insistindo em entrar. Enquanto fazia “sucessivas negativas”, na expressão da própria camareira ao delegado, de abrir a porta, ela não encontrou o nome dele na lista. O jornalista da Veja, então, disse que havia se enganado e foi embora.

Mais tarde, porém, Ribeiro hospedou-se no mesmo andar em que fica a suíte que Dirceu ocupava. Em depoimento dado ao delegado no dia 6 de setembro, o repórter afirmou que não chegou a passar a noite no hotel, mas assumiu que pedira para que a camareira abrisse o quarto do ex-ministro. Em sua defesa, o profissional de Veja se defendeu dizendo que o objetivo era somente verificar se Dirceu estava mesmo hospedado no hotel, conforme lhe havia sido informado, e não para entrar no quarto.

Imagens do circuito interno de segurança do Naoum, entregues à polícia pelo hotel, mostram o momento em que Gustavo e a camareira se encontram no corredor do 16º andar. Não houve registro, porém, de áudio do diálogo.

A conclusão do delegado Rosseto é fria: “Quando alguém aluga um quarto de hotel, aquele lugar passar a ser como sua propriedade. Ele pode usar como bem entender, como residência ou escritório. A tentativa de entrar num quarto de hotel de outra pessoa é uma tentativa de crime. Tudo o que me foi informado oficialmente coaduna realmente para que o direito de Dirceu de usar seu quarto foi violado”, disse Rosseto ao Brasil 247.

O depoimento do jornalista foi acompanhado por três advogados da Editora Abril, enviados à Brasília pela sede em São Paulo. Eles, porém, não puderam falar durante o interrogatório. A defesa do repórter, segundo apuração de 247, só aceitou que Ribeiro prestasse depoimento depois de consultar o que já havia sido apurado pela Polícia Civil de Brasília.

Também acompanhado por um advogado, José Dirceu foi interrogado no início do mês, no mesmo final de semana em que aconteceu o 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília. O ex-ministro confirmou que se hospeda no hotel sempre que está em Brasília e que ocupava aqueles quartos no dia da tentativa de invasão.

Respondendo ao questionamento feito pela revista Veja, de que as diárias das suítes são pagas pelo escritório de advocacia Tessele e Madalena, Dirceu afirmou ao delegado que seu escritório, Oliveira e Silva Ribeiro Advogados, tem um “contrato de sociedade” com o Tessele e Madalena. Ele entregou um atestado da OAB-DF (Ordem dos Advogados de Brasília), confirmando a existência dasociedade desde 27 de dezembro de 2007.

Entre os documentos recolhidos pela polícia está também um contrato entre o Naoum e o escritório Tessele e Madalena para a locação dos quartos, especificando os números, para uso exclusivo de Dirceu. “Está tudo dentro da legalidade”, atestou Laércio.

Grampo

A investigação da Polícia Civil, que durou duas semanas, se limitou a apurar a tentativa de invasão. Apesar de não confirmar, o delegado declarou que “existe uma grande possibilidade” de as imagens dos corredores do hotel divulgadas em matéria da Veja no fim de agosto serem mesmo do circuito de segurança do próprio estabelecimento. “Existe uma semelhança grande [entre as imagens divulgadas e as entregues pelo hotel]”, disse Laércio.

Na reportagem, Dirceu aparece, em momentos diferentes, ao lado de deputados, senadores, do ministro de Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel, e do presidente da Petrobrás, José Gabrielli. A revista acusa o petista de manter um “gabinete” no hotel, de montar um poder paralelo ao Planalto e tramar pela queda do ex-ministro Antônio Palocci da Casa Civil e contra o governo de Dilma Rousseff.

Segundo o delegado Rosseto, há indícios de que as imagens divulgadas foram mesmo captadas entre maio e junho, período que antecedeu a saída de Palocci do governo. O gerente-geral do Hotel Naoum, Rogério Tonatto, ainda acredita que Veja tenha feito um grampo de imagens no andar da suíte de Dirceu. O delegado chegou a perguntar ao repórter como ele havia obtido as imagens, mas Ribeiro não quis responder, se assegurando no direito ao sigilo da fonte.

Se condenado pelo crime de tentativa de invasão de domicílio, Gustavo Ribeiro pode pegar de um a três meses de prisão. O fato de a tentativa não ter se concretizado em ato pode aliviar a eventual punição. Só o repórter responderá em juízo pois, segundo Rossetoo, não há evidências de que ele tenha recebido ordens para praticar a invasão. (Do portal Brasil 247).



Capas confirmam: "Veja" não faz jornalismo

A foto ideologizada que demoniza o líder do MST 
e a "matéria" que trata a reforma agrária como
caso de polícia.
Momentos de delírio absoluto... 
Veja assume o papel de Mãe Dinah e faz do jornalismo
um exercício de adivinhação e de futurismo. 
O motivo é político: ocupar o espaço da oposição.
Pois é, era o presidente moderno e perfeito
para o Brasil da redemocratização. 
Jornalismo virou marketing político.
Deu no que deu...
Ilações e suposições, achismos e nenhuma novidade.
"Jornalismo" feito sem fontes.

Valeu até tentar invadir quarto de hotel.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) viu-se obrigada a vir a público para dizer: 
cuidado, não é verdade!
A revista das celebridades.
Enquanto a revolução acontecia nas ruas do Egito,
a capa era sobre "bom-mocismo" (e notem ainda que
Veja chama árabes de "radicais islâmicos").
Em tom de alerta, o preconceito escancarado. 
Só faltou completar a manchete e escrever: 
"essa nova classe média não sabe mesmo votar!".
Gato por lebre - era a opinião da revista,
mas surgiu travestida de "reportagem". 

E o tal do ouvir sempre o "outro lado",
princípio elementar do bom Jornalismo?
Os dólares? Jamais apareceram. Apuração, rigor e precisão -
a gente não vê por aqui. Até os EUA disseram
que a revista estava exagerando.
O desejo da revista, antes da
eleição de Dilma...
... e o desejo da revista, quando
a eleição de Dilma já era inevitável.
O julgamento não tinha acontecido.
Mas a revista já estabelecia a sentença.
Jornalismo policialesco e espetacularizado,
versão I.
Precisa mesmo escrever alguma coisa?
Veja insiste no erro.

Jornalismo policialesco e espetacularizado,
versão II.
Uma das especialidades? Disseminar pânico e
histeria coletiva. "Jornalismo" de oposição, mais uma vez.

Equilíbrio e honestidade -
a gente também não vê por aqui.
Os tablóides sensacionalistas 
ingleses não fariam melhor.
E, vamos combinar, selecionei apenas algumas das capas mais representativas do "não jornalismo" praticado por Veja. Os leitores do Blog certamente se lembrarão de inúmeras outras...

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