Manifestantes ocupam Wall Street
Centenas de manifestantes se reuniram neste sábado no sul de Manhattan com o objetivo de ocupar as ruas do centro financeiro de Wall Street durante meses, inspirados pelos protestos da primavera árabe e dos indignados na Espanha.
Por volta do meio-dia em Nova York (13h em Brasília), dezenas de pessoas começaram a concentrar-se no parque Bowling Green, onde se encontra a famosa escultura do touro símbolo de Wall Street.
Com o lema "Agarre o touro pelos chifres" em seus panfletos, os organizadores do movimento "Occupy Wall Street" buscavam atrair cerca de 20 mil pessoas em um acampamento, e montar barricadas pacíficas para ocupar o local por alguns meses, segundo a declaração de objetivos divulgada no site do movimento.
"Como nossos irmãos e irmãs no Egito, Grécia, Espanha e Islândia, planejamos usar a tática revolucionária de ocupação em massa para restaurar a democracia nos Estados Unidos", afirmam os organizadores.
A campanha, iniciada por ativistas anônimos e respaldada pela revista canadense sem fins lucrativos "Adbuster", ganhou apoio do grupo anarquista Anonymous, conhecido por seus ataques piratas online, que se ofereceu a transmitir ao vivo o acontecimento na Internet.
A base do protesto é a isenção de impostos dos maiores acumuladores de riquezas do país, em contraponto com as altas taxas pagas pela população. "O que temos em comum é que somos 99% da população que não tolerará mais a cobiça e a corrupção do outro 1%", diz a declaração de intenções.
O Departamento policial de Nova York, que fechou o tráfego das ruas principais do distrito financeiro, não ofereceu por enquanto números oficiais de manifestantes, embora vários veículos da imprensa tenham citado centenas de pessoas.
Na rede social Twitter, a tag #occupywallstreet, transformada em uma das mais populares do dia desde a manhã, foi substituída horas mais tarde por #takewallstreet, depois que os organizadores da campanha denunciaram o bloqueio da primeira.
A maioria dos presentes, segundo o site oficial, eram "jovens, bem educados e mal pagos", que não buscam a violência e têm "o interesse de devolver os Estados Unidos nas mãos dos cidadãos individuais". O grupo planeja organizar concentrações similares em outros pontos do país, sendo a próxima no dia 6 de outubro em Washington.
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