Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 03, 2012

Kassab vira piada no twitter

A avaliação do prefeito para a implosão mal sucedida do edifício na favela do Moinho virou motivo de chacota no twitter
Assim ficou o edifício após a implosão. Uai, se precisava implodir porque corria risco de desabamento, por que depois de tanto explosivos ele continua em pé?
..


Kassab dá nota 10 pra ventania que danificou meu guarda-chuva.
@cesaraovivo
Cesar Cardoso
Kassab dá nota 10 para os gênios que o elegeram.
@pedromoraes
Pedro Moraes
"Kassab dá nota 10 para o Palmeiras em 2011"
@mauriciostycer
Mauricio Stycer

No Maria Fro

Classismo, sexismo, escravismo, racismo, xenofobismo, homofobismo e especísmo

O teocentrismo dominou o pensamento ocidental por mais de mil anos. O livro do Gênesis descreve a criação do mundo por Deus da seguinte forma: No primeiro dia, Deus criou a luz. No segundo dia, criou o firmamento. No terceiro dia, separou as águas da terra e mandou a terra fornecer ervas, plantas e árvores frutíferas. No quarto dia, criou luzes no firmamento para separar a luz da escuridão e marcar dias, estações e anos. No quinto dia, mandou o mar se encher de criaturas vivas e os pássaros voarem pelos ares. No sexto dia, mandou a terra produzir criaturas vivas (animais domésticos, répteis e animais selvagens segundo as diversas espécies) e, por último, criou o ser humano (primeiro o homem e depois a mulher) à sua própria imagem e semelhança, ordenando: "Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." No sétimo dia Deus descansou.
 
Esse teocentrismo traz em seu bojo uma visão antropocentrica (teo-antropocentrismo), pois, segundo esse mito do surgimento do mundo, o ser humano foi criado à imagem de Deus, possuindo uma missão de se multiplicar e dominar a Terra e todas as espécies vivas do mundo. Mas, na tradição bíblica, embora o “Homem” tenha sido criado à imagem e semelhança de Deus ele não possui os poderes divinos, já que foi condenado a ter uma vida de sofrimentos na Terra, devido ao Pecado Original que provocou a expulsão de Adão e Eva do Paraíso. Somente pelo esforço, as penitências, as orações, os sacrifícios e muito trabalho o ser humano poderia conseguir a reabilitação divina e atingir, depois da morte, a vida eterna no paraíso perdido. A principal lição do teocentrismo-antropocentrico é que a natureza - criada por uma Força Superior – é imutável e que o ser humano é incapaz de alterar a ordem natural do mundo e tampouco a sua própria condição na Terra. Além do mais, a ordem hierarquica da natureza se reproduzia na sociedade humana, sendo que os reis (e a nobreza) tinham seus privilégios e riqueza atribuídos à origem divina e o clero tinha os privilégios de quem, supostamente, possuia contato direto com as leis divinas.
O renascimento, o empiricismo e o iluminismo foram movimentos que surgiram, no início da idade moderna, para se contrapor ao teocentrismo e ao poder das religiões sobre os costumes, a organização social e a ciência. Ajudados pela Reforma Protestante e por uma nova classe social que não estava ligada à renda da terra, mas sim ao comércio internacional e à industria, estes movimentos provocaram uma onda de revoluções, cujos eventos mais marcantes foram a Revolução Gloriosa (1688), na Inglaterra, a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).
Com base no empirismo e no iluminismo os pensadores progressistas dos séculos XVII e XVIII buscaram combater os preconceitos, as superstições e a ordem social do antigo regime. Trocaram o teocentrismo pelo antropocentrismo. Ao invés de uma natureza incontrolável e caótica, passaram a estudar suas leis e entender o seu funcionamento. Associavam o ideal do conhecimento científico com as mudanças sociais e políticas que poderiam propiciar o progresso da humanidade e construir o “paraíso na terra”.
Entre os pensadores iluministas podemos encontrar aqueles que eram contra os privilégios da nobreza (classismo), contra a escravidão (escravismo), contra o racismo, contra os privilégios masculinos sobre os femininos (sexismo) e contra o preconceito contra estrangeiros e migrantes (xenofobismo).
Os pensadores iluministas buscaram substituir o Deus onipresente e onipotente da religião e das superstições populares pela Deusa Razão. Eles acreditavam que semeando razão se colheria progresso. De fato, as idéias iluministas foram fundamentais para o avanço da educação, da ciência e tecnologia e para o desenvolvimento econômico dos povos do mundo. Porém, a forma concreta como isto se deu foi por meio da Revolução Industrial e todas as suas consequências.
Na prática novas relações sociais foram implementadas com o desenvolvimento da sociedade industrial e o classismo, o sexismo, o racismo e o xenofobismo foram reconfigurados. O escravismo foi abolido oficialmente no final do século XIX e o Brasil foi o último país a acabar com a escravidão legal (embora ainda haja escravidão em escala local).
Na verdade, a razão e o progresso não foram implementados para o conjunto da humanidade e muito menos para o conjunto dos seres vivos do Planeta. O novo antropocentrismo passou a utilizar a razão, não como uma fonte substantiva de pensamento finalistico e valorativo, mas sim como uma razão instrumental a serviço da dominação da natureza e das espécies e dos diversos segmentos da população humana. Assim como muitos crimes e guerras foram cometidos em nome de Deus, também muitos crimes e guerras foram cometidos em nome da Deusa Razão.
O mundo continua um lugar perigoso, desigual e sem um rumo razoavelmente definido. Mas entre os avanços conquistados, diveros estão consolidados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Os quatro primeiros artigos da Declaração dizem o seguinte:
1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
3° - Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
4° - Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Um item que ainda está longe de conseguir legitimidade e uma legislação adequada é o combate ao homofobismo e a todas as manifestações de homofobia. Mas em outras áreas houve grandes avanços, embora a civilização humana ainda esteje longe de tratar todos os seus membros de forma justa e igualitária. Porém, existem instrumentos para se combater as discriminações adivindas do classismo, escravismo, sexismo, xenofobismo e homofobismo.
Contudo, permanece a velha concepção antropocêntrica que se manifesta na separação entre natureza e cultura e na falta de instrumentos para combater o especísmo. Ou seja, o ser humano continua a discriminar os animais sencientes, utilizando-os para a alimentação, para diversos usos e a prática da “escravidão animal”. Muitas pessoas ainda acreditam que pelo simples fato de serem humanos e racionais possuem mais direitos e maior poder sobre a vida de outros seres vivos de outras espécies. É a racionalidade instrumental a serviço do egoísmo humano e em nome da dominação e exploração de outras espécies.
Ou seja, é preciso colocar um fim ao especísmo. Os Direitos Humanos não podem estar em contradição e em conflito com os direitos da Terra e os direitos da biodiversidade. A humanidade precisa saber utilizar a sua racionalidade, não para a dominação e a exploração predatória da Terra e das demais espécies vivas, mas é preciso saber utilizar a razão para a convivência pacífica e harmoniosa entre todos os seres vivos do Planeta.
José Eustáquio Diniz Alves
No O Pensador Selvagem
*comtextolivre

Charges do Dia

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4TD0SFDc_0dxAIqCHGJGvrC4ZbtJFQSQarc9Ev1P0LTX4lJnGTAH6M6n-rX4H5gFH0FgXZaxJuj9PlPv0Uem4Wp8IEQ0rQ0FW9YNV1M1qyaDmXolFEIykHFOSQtYpbopxzT9x53Vy0sq2/s1600/bessinha_970.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7t8edza_uufJHPjE7kR_9Gbn2kw_TAYCFtDQhUBOlxDUdXz7ZQofTvzFdB-TfCkx639HHg3SNNFhxWkXGPssF1hGK_W0sKoNcaE9onUfYepzgtamgJRmokObyhrWXEpvZ2iFaPdG1z21r/s1600/bessinha+%25281%2529.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_CNB1lQgj1AGNIlZ89Yp3duVcMeo-5GU_0Fr2xlb0wXiSXfSmRtJP4A-brUlBK_MsVfqIBMzD4UdvJcgXehq5WUihbTG9a9Tsyi9oA731zHJ3vg6xPbKIYmNT6vGZTDQ1PzF0rAdWN1ub/s1600/bessinha_971.jpg

50 ANOS SEM O PAI DO AMIGO DA ONÇA


50 anos sem Péricles (ou o Amigo da Onça?)

Uma das maiores criações do cartum brasileiro - o Amigo da Onça - nasceu da cabeça de um pernambucano: Péricles de Andrade Maranhão. O personagem é, sem dúvida nenhuma, uma presença obrigatória no imaginário coletivo nacional desde a década de 40. Péricles nasceu no bairro do Espinheiro, no Recife, dia 14 de agosto de 1924, estudou no Colégio Marista e fez sua primeira charge para o Diário de Pernambuco. A charge viveu nas páginas de O Cruzeiro de 23 de outubro de 1943 a 3 de fevereiro de 1962. Depois da morte de seu criador, o Amigo da Onça foi desenhado por Carlos Estevão. Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota.

Péricles de Andrade Maranhão foi um adolescente pernambucano desenhista daqueles com talento de enlouquecer qualquer professor. Jovem durante a fase áurea dos quadrinhos, por vezes imitou os traços de Dick Tracy, Agente Secreto X-9 e Flash Gordon.

Menor de idade, chegou ao Rio de Janeiro, com uma carta de recomendação para nada mais nada menos que Leão Gondim de Oliveira, manda-chuva dos Diários Associados, então a mais poderosa rede de comunicações do país. Em sua estreia, a 6 de junho de 1942, era o funcionário mais jovem da empresa . Nove meses depois, seu primeiro personagem cômico no Diário da Noite, Oliveira, o trapalhão, já divertia os leitores.

No ano de 1943, O Cruzeiro, baseado numa equipe jovem e de qualidade, iniciava a revolução que faria nos anos seguintes, tornando-se a revista mais importante do Brasil. Péricles participaria com um tipo humorístico que traduzisse "a verve típica e o humor carioca", que captasse "o estado de espírito daquele que vive no Rio de Janeiro, não importa onde tenha nascido".

Rabisca pra cá, rabisca para lá, Péricles coloca o lápis para pensar e emerge uma figura que lhe parece apropriada: baixinho, cabelo penteado para trás à base de gumex, summer jacket, bigodinho safado, olhar de peixe morto. Fez tanto sucesso que as tiradas, que antes ficavam na capa e contra-capa, passaram a ser dentro da revista, evitando que as pessoas apenas as folheassem sem pagar.

O Amigo da Onça foi utilizado para fazer jornalismo e críticas e em muitas situações o Amigo da Onça esculhamba instituições como o casamento, exército e a hipocrisia social contida no jogo de aparências. (Fontes: Blog=Memorial pernambucano e Blog Luis Nassif).


A ordem criminosa do mundo

Em novembro de 2008, a TVE (Espanha) exibiu um documentário intitulado “A ordem criminosa do mundo”. Nele, Eduardo Galeano (foto), Jean Ziegler e outras personalidades mundiais falam sobre a transformação da ordem capitalista mundial em um esquema mortífero e criminoso para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de três anos depois, o documentário permanece mais atual do que nunca, com alguns traços antecipatórios da crise que viria atingir em cheio também a Europa.


*CartaMaior

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Deleite Milton Santos

Mensalão do PT não chega aos pés da privataria tucana

Eduardo Guimarães


O ano novo começa com a promessa de uma disputa dolorosa para o país.  O Brasil atravessará 2012 discutindo se quem roubou mais  foram os petistas e aliados envolvidos no escândalo do mensalão ou se foram os tucanos envolvidos nas denúncias contra as privatizações de patrimônio público durante o primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Nos próximos meses, portanto, o escândalo petista e o tucano estarão na berlinda midiática, o que irá desencadear uma verdadeira guerra política, pois os meios de comunicação aliados à oposição tentarão usar o julgamento do mensalão para interferir nas eleições municipais.
Como o inquérito do mensalão deve ser julgado durante o processo eleitoral deste ano, prevê-se que a imprensa deve tentar pressionar o Supremo Tribunal Federal a condenar expoentes governistas de forma a ajudar PSDB, DEM e PPS a elegerem governos municipais a fim de driblarem o processo de enfraquecimento pelo qual esses partidos vêm passando, com significativa redução de suas bancadas no Congresso Nacional.
Por outro lado, a base aliada, fustigada em 2011 por denúncias da mídia oposicionista contra ministros indicados pelos partidos que apoiam o governo federal, parece disposta a não apanhar sem reação. O previsível uso político-eleitoral do julgamento do mensalão fará os governistas se empenharem na CPI da Privataria, que já tem as assinaturas necessárias e já está protocolada na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Independentemente da tragédia que será a contaminação das eleições de prefeitos e vereadores devido à tentativa midiático-oposicionista de usar o julgamento do mensalão como vitamina eleitoral para tucanos e aliados, vale comparar o escândalo petista ao tucano. Afinal, a imprensa já tomou partido nessa disputa patética e há anos vem tentando transformar o mensalão no “maior escândalo de corrupção da história”.
Comparando-se os dois escândalos, porém, essa teoria se torna risível. O mensalão, basicamente, teria sido compra de apoio de parlamentares pelo governo Lula para votarem a favor de suas proposições ao Congresso Nacional. As cifras envolvidas, no entanto, mal se comparam às que transparecem no livro A Privataria Tucana.
A tese do mensalão é a de que a empresa de cartões de crédito Visanet (hoje Cielo) teria recebido dinheiro público do Banco do Brasil e repassado às agências de publicidade DNA e SMP&B, do publicitário Marcos Valério, quem, através do Banco Rural, teria pago mensalidades a deputados da base aliada do governo Lula.
Segundo o relator do inquérito do mensalão no Supremo, ministro Joaquim Barbosa, o montante de recursos públicos que pode ter abastecido o suposto esquema do mensalão seria de R$ 73 milhões. Esse seria o que a imprensa oposicionista chama de “maior escândalo de corrupção da história”.
Abaixo, as coincidências entre saques no Banco Rural e as votações do Legislativo que o governo Lula teria vencido por subornar parlamentares e partidos aliados.
1 – A reforma tributária aprovada na Câmara em 24 de setembro de 2003 se conectaria a pagamentos de R$ 1,212 milhão nos dias 23, 25 e 26 daquele mês e ano;
2 – A reforma tributária modificada no Senado em 17 de dezembro de 2003 se conectaria a pagamentos de R$ 470 mil no mesmo dia 17 e no dia 19;
3 – A Medida Provisória (MP) do salário mínimo aprovada na Câmara em 2 de junho de 2004 teria contrapartida de saques de R$ 500 mil no Banco Rural na mesma data;
4 – A MP do salário mínimo aprovada em 23 de junho de 2004 na Câmara após passar pelo Senado coincidiria com saques no total de R$ 200 mil no mesmo dia;
5 – Votação do status de ministro para o presidente do Banco Central ocorrida em 1º de dezembro de 2004 teria gerado pagamentos no total de R$ 480 mil em 29 e 30 de novembro daquele ano.
6 – A MP dos Bingos aprovada em 30 de março de 2004 teria gerado pagamentos totais de R$ 200 mil no dia anterior.
7 – A Reforma da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara em 5 de agosto de 2003 teria tido a contrapartida de R$ 200 mil no dia seguinte.
8 – A Reforma da Previdência aprovada em 27 de agosto de 2003 teria gerado propinas no valor de R$ 200 mil aos deputados governistas nos dois dias anteriores, 25 e 26.
9 – A Reforma da Previdência aprovada no Senado em 26 de novembro de 2003 teria gerado pagamentos totais de R$ 400 mil no mesmo dia e no dia seguinte.
10 – A Reforma da Previdência aprovada Senado em segundo turno em 11 de dezembro de 2003 resultaria em pagamentos de R$ 120 mil um dia antes.
O total de R$ 3,98 milhões sacados por parlamentares no Banco Rural deixa muito a descobrir sobre o restante dos tais R$ 73 milhões a que alude o ministro Joaquim Barbosa, mas mesmo que toda essa dinheirama tivesse sido rastreada – e até já pode ter sido, mas só se ficará sabendo quando ocorrer o julgamento do mensalão –, mal se compara às cifras que foram COMPROVADAMENTE pagas aos parentes e assessores de José Serra em períodos coincidentes com as privatizações do governo FHC.
O livro-bomba da privataria mostra que valores como os que foram detectados como tendo sido pagos a deputados “mensaleiros” (R$ 3,98 milhões) chegavam a ser pagos em poucas semanas, durante anos, a parentes e assessores do ex-deputado, ex-senador, ex-ministro, ex-prefeito e ex-governador tucano. O total de propinas nas privatizações, calculado pelo livro, ultrapassa a casa dos 2 bilhões de reais.
Além disso, as denúncias contra as privatizações tucanas envolvem gigantescas movimentações financeiras em paraísos fiscais por meio de contas e subcontas em instituições financeiras nacionais e estrangeiras envolvidas com lavagem de dinheiro do terrorismo e do tráfico de dogas. Isso sem falar no aumento exponencial do patrimônio dos envolvidos.
Pode-se dizer, tranquilamente, que evidências como as que pesam contra petistas e aliados no escândalo do mensalão existem muito mais contra tucanos no escândalo das privatizações. Na verdade, se a régua usada para acusar os “mensaleiros” tivesse sido usada contra os “privateiros”, teria havido – ou estaria havendo – também um inquérito da Privataria no Supremo.
Para entender por que um escândalo muito maior – que envolve quase cem bilhões de reais de dinheiro público, o montante das privatizações tucanas – jamais foi investigado e denunciado como foi o escândalo do mensalão, há que voltar a agosto de 2007. Então, o ministro do Supremo Ricardo Lewandovsky foi flagrado por jornalista da Folha de São Paulo dizendo ao telefone que ele e seus pares haviam acabado de aceitar o inquérito do mensalão por pressão da mídia, ou, como disse textualmente, “Com a faca no pescoço”.
Como se sabe, com exceção da Folha de São Paulo, que dedicou algumas matérias críticas ao obscuro processo de privatizações do governo FHC, a grande imprensa, hoje na oposição, jamais incomodou o governo tucano. Pelo contrário: até por ter comprado boa parte do que foi privatizado na telefonia, a imprensa defendia furiosamente aquele processo.
Nos próximos meses, portanto, conforme for se aproximando o julgamento do mensalão, a imprensa será inundada por pressões contra o Supremo Tribunal Federal para que, em pleno processo eleitoral, condene petistas graúdos como José Dirceu a fim de desmoralizar o PT e ajudar o PSDB e aliados a recuperarem um pouco do poder que vêm perdendo.
Enquanto isso, assim como a imprensa esconde ou desqualifica o explosivo livro A Privataria Tucana, deverá tentar esconder ou distorcer a CPI que se pretende instalar para investigar as denúncias que a obra do jornalista Amaury Ribeiro Jr. contém. Se o PT e seus aliados não denunciarem isso, o julgamento do mensalão poderá lhes produzir uma catástrofe nas urnas.
Se o PT e seus aliados não se acovardarem, portanto, o país descobrirá que o mensalão está muito longe de ser o “maior escândalo de corrupção da história”, pois as privatizações do governo FHC, sim, é que constituem não só o maior escândalo político do Brasil, mas, muito provavelmente, um dos maiores do mundo, se não for o maior.

Nada mais que o impossível

JANIO DE FREITAS

Cético desde sempre e para sempre, trago aqui meus desejos situados acima de toda possibilidade para 2012
As coisas que podem ser alcançadas, mude ou não o calendário, não precisam de tantos votos e pedidos na passagem de ano. O impossível desejado, aí sim, vale empenhar uma esperança contra a sua própria certeza. Cético desde sempre e para sempre, por natureza e convicção, trago aqui, para abordar 2012, meus desejos situados acima de toda possibilidade. Poderiam ser milhares, mas os três selecionados já sobrecarregam de desesperança as vãs esperanças.
Os três são simples. Tanto que o primeiro é só o desejo de uma pergunta alheia, que pode mesmo ser silenciosa. Não importaria se a fizesse uma autoridade paulista em nível estadual ou municipal.
É necessária uma explicação preliminar. Embora a riqueza paulista, algumas das favelas de São Paulo estão entre as mais desumanas nas milhares de favelas espalhadas pelo Brasil. Igualam-se, porém, às suas vizinhas menos degradantes nesta peculiaridade: em nenhum outro lugar as favelas são tão atingidas por incêndios como as de São Paulo.
A sequência é assombrosa. Ainda que não para os jornais, que nem se dispõem a substituir uma vulgaridade em suas primeiras páginas (estarei sendo redundante?) por documentos fotográficos da pobreza e da miséria incandescentes, literalmente como o inferno em vida.
A naturalidade com que os poderes públicos acompanham a sequência única de incêndios corresponde à rotina do fogo e da destruição. Vão os bombeiros, "o fogo é muito forte", "estamos tomando todas as providências", depois o rescaldo, as carcaças de fogões e de algumas geladeiras, o chão calcinado -pronto. Agora é aguardar o incêndio seguinte, para que tudo seja igual.
O desejo impossível é, então, o de que em 2012 alguma autoridade estadual ou municipal, sem furtar de seu tempo mais do que rápidos segundos, de repente se fizesse esta pergunta: "Por que será que há tantos incêndios de favelas aí pela Grande São Paulo?" Por que será?
Neste final de ano, o Rio ganhou dois presentes extraordinários. Aliás, extraordinário seria qualquer presente para a cidade que há muito tempo deixara de receber algum. O prefeito Eduardo Paes, cuja administração dinâmica injeta novidades valiosas e variadas em grande parte da cidade, adotou duas decisões muito muito inovadoras.
Uma: estudar a adoção de bondes modernos na região central da cidade e algumas adjacências. A outra: transferências da finalidade de lojas no Leblon (por ora, aí) não dependerão só das exigências burocráticas, mas de uma aprovação especial. Assim será evitado que livrarias, o comércio tradicional e serviços essenciais à vida de bairro continuem desaparecendo, devorados por mais agências bancárias e farmácias, já em número sufocante.
O desejo versão 2012: prefeitos e governadores admitirem não pensar em metrôs, só por serem obras de fácil (e aparente) justificação e alta rentabilidade para os bolsos próprios e alheios. E se interessarem pelo estudo de bondes modernos, tão menos custosos e de tanta eficiência para o público, como provam as deliciosas Amsterdã e San Francisco, entre outras. E ainda o estudo da ONU sobre transporte urbano, que qualificou o bonde moderno como o melhor em todos os sentidos.
Por fim, Marco Aurélio Villa, professor de história da Universidade Federal de São Carlos e colaborador de jornais, escreve que o best-seller "A privataria tucana", do repórter Amaury Ribeiro Jr., "foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto".
Aí há duas possíveis metáforas e uma informação. As primeiras são "nos esgotos" e o próprio historiador e professor de história. É a informação que justifica o desejo inalcançável: ver provar-se, por qualquer meio inequívoco, que "A privataria tucana" "foi produzido" no Palácio do Planalto, mesmo que na garagem ou no abrigo das emas.
Como os desejos impossíveis não impedem os realizáveis, agradeço a cada leitor a presença de sua leitura, mesmo que por uma só vez, e espero que seja protegido pela sorte em 2012.

*esquerdopata

Seis Presidentes Sul Americanos, anti globalização, com câncer.





O seguinte relato-vídeo expõe a coincidência muito suspeita que vários líderes latino-americanos, não alinhados com os interesses de outros elementos da elite do poder mundial, estão a contrair muito coincidentemente vários tipos de câncer. Por acaso você acha? Você acredita que não existe tecnologia para isso? Veja esta entrevista e tire as suas próprias conclusões.
 

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sugeriu que os EUA podem estar por trás da propagação de doenças de câncer entre os líderes dos países latino-americanos.
"Seria estranho se tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir o câncer e ninguém saber nada sobre isso?"  Chávez citou na Venezuela TV.
 

O Presidente venezuelano expressou-se nestes termos, após a notícia de que  Cristina Fernandez, da Argentina ter contraído de câncer.
Neste sentido, Chávez lembrou que em meados do século XX experiências realizadas em humanos, pelos EUA na Guatemala, durante as quais milhares de pessoas foram infectadas por diversas doenças.
 

Assim, descreveu como "muito estranho" que vários líderes latino-americanos, incluindo ele próprio,  viessem a ser diagnosticados com câncer.
Ao mesmo tempo, Chávez  recusou-se a acusar directamente os EUA de estarem por trás da condição que foi detectada em Luiz Inácio Lula da Silva, ex Presidente do Brasil, ou do Presidente paraguaio Fernando Lugo.
"Eu não estou acusando ninguém, estou apenas usando minha liberdade de expressão para reflectir e fazer comentários a factos muito estranhos e difícieis de explicar", disse ele no momento de solidariedade com a presidente da Argentina "desejamos-lhe uma rápida recuperação".
 

Disse ainda:  Que já é um "segredo" de um lado da comunidade Atlântico Ibero-Americana cujos seis Chefes de Estado contrários à Nova Ordem Mundial (se incluirmos Fidel Castro) terem contraído câncer de repente, foi uma declaração do Chefe de Estado da Venezuela, referindo-se específicamente a Cristina Kirchner, da Argentina.
 

A notícia aparece no jornal uruguaio The Observer e nela, Chávez refere-se ao câncer que afecta Fidel Castro, dizendo:
"Fidel sempre me disse: 'Chávez, tenha cuidado, porque você é descuidado, estas pessoas desenvolveram tecnologias... tenha cuidado com o que come, com uma pequena agulha que lhe possam injectar... você não sabe o que pode lá estar. "
Hugo Chavez também fez uma recomendação aos seus amigos Presidentes Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador). "Bem, temos que ter muito cuidado! Nunca se sabe. "
 

Chávez disse numa reunião da ascensão militar "não fazer qualquer acusação irresponsável ", mas, no entanto, perguntou:" Seria estranho que eles tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir o câncer e ninguém saber até agora, e encontrar isso dentro de 50 anos? ". 
O Presidente venezuelano lembrou, nesse contexto, o caso de centenas de guatemaltecos submetido a experiências com sífilis pelos os EUA na década de 40.
 

"Eu não sei, deixo o pensamento, mas este é muito, muito, muito estranho que o câncer nos tenha atingido a todos", disse o presidente, que passou por uma cirurgia a um tumor na região pélvica em 20 de Junho.
 

PS: Lembre-se que a perda para a causa da Verdade e da Liberdade de casos de câncer súbitos, datam de Andreas Faber Kaiser Big em Espanha e, recentemente, Aaron Russo documentarista, criador do "America: Da Liberdade ao Fascismo".



Entretanto num comentário, a Karocha  deixou um vídeo com Aaron Russo, o documentarista mencionado acima, bastante revelador e polémico, sobre os chips que vão ser impantados nos humanos com a sua concordância...para que os possam desligar!