Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 03, 2012

Charges do Dia

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4TD0SFDc_0dxAIqCHGJGvrC4ZbtJFQSQarc9Ev1P0LTX4lJnGTAH6M6n-rX4H5gFH0FgXZaxJuj9PlPv0Uem4Wp8IEQ0rQ0FW9YNV1M1qyaDmXolFEIykHFOSQtYpbopxzT9x53Vy0sq2/s1600/bessinha_970.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7t8edza_uufJHPjE7kR_9Gbn2kw_TAYCFtDQhUBOlxDUdXz7ZQofTvzFdB-TfCkx639HHg3SNNFhxWkXGPssF1hGK_W0sKoNcaE9onUfYepzgtamgJRmokObyhrWXEpvZ2iFaPdG1z21r/s1600/bessinha+%25281%2529.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_CNB1lQgj1AGNIlZ89Yp3duVcMeo-5GU_0Fr2xlb0wXiSXfSmRtJP4A-brUlBK_MsVfqIBMzD4UdvJcgXehq5WUihbTG9a9Tsyi9oA731zHJ3vg6xPbKIYmNT6vGZTDQ1PzF0rAdWN1ub/s1600/bessinha_971.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário