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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Ocuppy Wall Street: Mais de 6.100 aprisionamentos no ''país da democracia''

Via Diario Liberdade

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[Tradução do Diário Liberdade] Mais de 6.100 pessoas foram presas pelas forças de segurança dos EUA desde que foi criado o movimento de protesto "Ocupa Wall Street", que se manifesta contra o desemprego, a política do poder e os institutos financeiros, aos que os membros da marcha qualificam de "tubarões do capitalismo" e "terroristas financeiros".
Na página especial, criada pelos ativistas, os "indignados" fazem cálculos dos casos registrados de detenções realizadas pela Polícia. Segundo revelam os dados, desde setembro do 2011 até este 28 de janeiro as forças de segurança estadunidenses detiveram ao todo 6.129 pessoas em 110 cidades norte-americanas. As razões principais das detenções foram a insubmissão ante as autoridades e a desordem pública.
Não é o final
Ainda neste sábado, a Polícia dos EUA empregou gases lacrimogêneos e granadas estonteantes para dispersar centenas de ativistas do movimento "Ocupa Oakland", que iniciaram sua marcha cerca do museu Oakland da Califórnia.
Como consequência dos fortes confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes, três polícias ficaram feridos e uns 150 "indignados" foram detidos.
Pouco antes, as autoridades da capital estadunidense, Washington, advertiram os dois acampamentos do movimento que seguem a pé, que o "segunda-feira ao meio dia" aplicarão as medidas que porão fim aos assentamentos e darão luz verde à detenção de todos os que opuserem resistência.
"Podem estar aqui 24 horas ao dia, mas o que não podem fazer é viver aqui, dormir aqui. O que tentamos fazer é usar regulações progressivas e controladas para que a gente cumpra com as portarias", proclamou no sábado Carol Johnson, porta-voz do Serviço Nacional de Parques.
"Respeitamos a Primeira Emenda, é seu direito. Mas não podem acampar. Poderiam realizar vigílias e ter tendas de campanha se fossem por motivos simbólicos ou logísticos. Podem ocupar como uma vigília não como um acampamento", concluiu.
"Ocupa Wall Street" surgiu na cidade de Nova York a 17 de setembro do 2011 em protesto contra o atual sistema econômico estadunidense, ao considerar que fomenta as desigualdades sociais e a cobiça das grandes corporações. 
*Gilsonsampaio

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