Os sanguessugas evangélicos
O
Brasil descobriu que tem lobos vestidos de pastores; uma corja imunda.
São os políticos evangélicos que gatunaram o Ministério da Saúde;
testas-de-ferro de igrejas, apóstolos e bispos mentirosos que afirmavam
haver necessidade de eleger crentes para o Congresso Nacional com um
discurso de que almejavam os interesses do Reino de Deus.
Por
favor, não insistam em me pedir que seja misericordioso com esses ratos
alados: eles sugaram o sangue de brasileiros pobres. A única sugestão
que tenho para eles é que cada um amarre uma corda no pescoço e se jogue
de uma ponte para dentro de qualquer esgoto.
Por
favor, não insistam comigo. Não serei compreensivo. Estou enfurecido.
De nada me valerão argumentos de que esses políticos evangélicos podem
ser escuma fétida, mas que pregam uma mensagem libertadora. Não tolero
mais ouvir essa desculpa. Não acredito que a causa evangélica precise
conviver com tanta ignomínia, desde que “salve almas”. Nenhuma
“salvação” seria tão excelente que justifique essa indecência que veio à
tona, mas que há tempos corre frouxa nos porões das mega
“empresas-igrejas” que mercadejam esperanças.
Por
favor, não insistam em me dizer que esses políticos foram inocentes
úteis, ludibriados por máfias poderosas. Ora, ora, qual o grande
discurso triunfalista evangélico, repetido até cansar? “Somos cabeça e
não cauda!”. E agora? Depois que se ouviu tanto que a presença de
políticos crentes no Congresso salgaria o Brasil, como se organizará a
próxima “Marcha pela Salvação da Pátria?”.
Por
favor, não insistam em me dizer que os ladrões são poucos, e que não
representam o perfil evangélico. A bancada evangélica foi a maior desse
escândalo das ambulâncias superfaturadas. Os crentes lideraram essa
gigante maracutaia.
Se alguma
igreja, que elegeu um desses congressistas, tivesse um mínimo de brio
humano (nem precisaria ser brio cristão), deveria retirar do ar seu
programa de televisão; pedir um tempo; expulsar seus políticos; prometer
que jamais tentará eleger alguém; e fazer uma Reforma em sua teologia.
Porém, sabe-se que isso jamais acontecerá, o que eles menos têm é
vergonha na cara.
Por favor, não
insistam em me pedir que algum dia me sente em qualquer evento, simpósio
ou conferência na companhia dessas igrejas, ou que argumente sobre suas
teologias e mentalidades. A Bíblia me proíbe de sentar na roda dos
escarnecedores. Não devo considerá-los irmãos; esses pastores, bispos e
apóstolos devem ser encarados como escroques, que merecem mofar na
cadeia o resto da vida.
Por
favor, não insistam que eu me cale diante de engravatados de Bíblia na
mão, quando sei que eles tentam esconder sua condição de sepulcros
caiados. Neles, cabe a carapuça de raça de víboras; mataram velhinhos,
condenaram crianças e acabaram com os sonhos de muitas mães. Igrejas que
se beneficiaram do esquema de roubo do orçamento da saúde merecem ser
sepultadas numa vala comum, e tratadas com o mesmo desprezo que tratamos
as empresas de fachada do narcotráfico.
Por
favor, me acompanhe em minha indignação. Os líderes evangélicos não
podem permanecer de braços cruzados, corporativamente defendendo
meliantes fantasiados de sacerdotes.
Por favor, não esperemos que um próximo escândalo nos acorde de nossa complacência.
Há necessidade de uma reforma ética entre os evangélicos.
E ela tem que ser urgente.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim*comtextolivre
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