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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 27, 2012

O “desinteressado apoio” de Soninha Francine ao PSDB


Soninha Francine publicou (clique aqui) mais uma de suas tradicionais imbecilidades, ao classificar os ex-moradores do Pinheirinho como “criminosos e aproveitadores”. Não é de hoje que todos conhecem o aguerrimento com o qual a moça defende, com unhas e dentes (mais dentes), o PSDB (especialmente José Serra, mas, com a imbecilidade de hoje, Geraldo Alckmin).

Pois bem. Consulta simples e rápida no Portal da Transparência do governo de São Paulo faz com que notemos que todo esse apoio é absolutamente desinteressado, lastreado unicamente em convicções ideológicas e no conteúdo programático tucano.

Observe:

1. Nome: Neide Ferreira Gaspar.
Parentesco com Soninha Francine: mãe.
Cargo: Assistente Técnico de Gabinete I
Órgão: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Vínculo: cargo em comissão (livre nomeação, sem concurso público)
Vencimentos mensais: R$3.388,00
2. Nome: Sarah Marmo Azzari.
Parentesco com Soninha Francine: filha.
Cargo: Diretor I
Órgão: Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo
Vínculo: cargo em comissão (livre nomeação, sem concurso público)
Vencimentos mensais: R$3.061,90
3. Nome: Rachel Marmo Azzari Domenichelli.
Parentesco com Soninha Francine: filha.
Cargo: Assistente Técnico Coordenador
Órgão: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
Vínculo: cargo em comissão (livre nomeação, sem concurso público)
Vencimentos mensais: R$5.570,77
P.S.: Os vencimentos informados são os que constam do Portal Transparência, não sendo improvável que a remuneração efetiva seja “vitaminada” com diárias e afins.
*limpinhoecheiroso

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